Talvez os mais jovens não tenham essa lembrança, mas pergunte a uma pessoa mais velha se ela conhece ou lembra de um fruto que ela comia e desapareceu. Mudanças climáticas, alterações no solo e ações predatórias podem fazer de alimentos presentes na vida de diversas comunidades brasileiras apenas uma saudade. Frutas populares como o umbu, típico do Nordeste, e o pinhão, do Sul, fazem parte da lista de 24 alimentos brasileiros da Arca do Gosto e estão sob o risco de extinção.
Além dos requisitos biológicos, os alimentos listados pela Arca são considerados importantes para suas localidades e têm relação de identidade regional, segundo a Fundação Slow Food para Biodiversidade. No mundo inteiro são 1.066 ingredientes entre 60 países catalogados.
Para ajudar a diminuir este problema, é preciso fortalecer o interesse local, o que ajuda os agricultores, produtores e criadores a manterem a diversidade, mostrou matéria da Forbes. Além disso, é preciso criar estratégias mais sustentáveis na agricultura e incentivar os pequenos produtores, propõe o Slow Food, movimento iniciado na 1999, na Itália, em contraposição ao Fast Food.
Um dos pilares do movimento é defender a biodiversidade alimentar e tradições gastronômicas em todo o mundo. Seu objetivo é promover um modelo sustentável de agricultura que respeita o meio ambiente, a identidade cultural e o bem estar animal, além de apoiar as demandas de soberania alimentar, ou os direitos das comunidades de decidir o que cultivar, produzir e comer.
Peixes e crustáceos
O governo federal estima que 80% dos recursos pesqueiros estão ameaçados pela pesca excessiva no país. Um dos animais que correm risco de entrarem na lista da Arca é a lagosta, pois é pescada durante sua fase de desova, que ocorre justamente no verão, segundo informações da Folha de S. Paulo.
Na lista dos pescados em riscos está o aratu (Goniopsis cruentata), típico dos mangues do estado de Sergipe, o berbigão (Anomalocardia brasiliana), abundante no litoral de Santa Catarina, a ostra de Cananeia (Crassostrea brasiliana), de São Paulo e o pirarucu (Arapaima gigas), originário da bacia hidrográfica Amazônica.
* Veja a lista completa aqui.
** Publicado originalmente no site EcoD.
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