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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL

Ganhando espaço e prestígio, as construções sustentáveis começam ganhar espaço no Brasil.

Uma das principais características deste tipo de construção é a redução drástica do consumo de energia.

O programa Cidades e Soluções, da GloboNews, exibiu um programa que mostra o primeiro empreendimento sustentável do Rio de Janeiro certificado como selo verde. Veja também o primeiro bairro verde do país, em Brasília. Em São Paulo, nova geração de engenheiros planeja com sustentabilidade.

TAPE UM FURO DO SEU CHUVEIRO !


Essa eu quase publiquei no blog Mundo Insólito. Um site da internet (neste link) está fazendo uma campanha no mínimo diferente pela economia de água. Ele pede que as pessoas tapem um furo do seu chuveiro.

A idéia é simples: se uma pessoa tapa um furo de seu chuveiro, isso não terá o menor impacto no seu banho; no entanto, se 65 pessoas taparem um furo, a soma fará com que um chuveiro a menos esteja gastando água no planeta.

Isso ocorre porque, segundo o site, um chuveiro tem, em média, 65 furos. Então, 65 furos tapados = um chuveiro a menos. Não sei se o negócio funciona, mas para mim tem muita lógica. Físicos, eletricistas e encanadores que estejam lendo esse post, por favor, esclareçam-nos.

A página contabiliza todos que "aderem" a campanha e faz o cálculo do número de chuveiros que está sendo reduzido. Ela também solicita que os participantes espalhem a campanha pela internet, e enviem comentários, fotos e vídeos explicando como fizeram para tapar um furo do chuveiro. As experiências serão compartilhadas no site.

Como o meu chuveiro já está velho, ele funciona quase com um furo só. Então, estou colaborando com a campanha, mesmo se eu não quisesse.

Mas e vocês, pretendem tapar um furo do seu chuveiro? Acreditam que iniciativas como essa têm efeito verdadeiro?
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FONTE : Clic RBS

PARIS,A CIDADE VERDE


O programa Bom Dia Brasil, da Globo, exibiu uma matéria sobre Paris, a cidade luz, que também é verde.
A capital da França tem 400 praças e parques e este número deve seguir crescendo. Além disso, as novas construções, as moradias sociais, são feitas para otimizar e economizar energia. Há até um jardim no terraço deste tipo de prédio que capta a água da chuva.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

POR QUE NÃO OS ECÓLOGOS ?


A edição do Diário Oficial da União do dia 4 de agosto traz uma notícia boa e outra má. A boa nova é para os oceanógrafos: o projeto de lei que regulamenta sua profissão, aprovado pelo Congresso Nacional, foi sancionado pelo Presidente da República, transformando-se na Lei 11.760.

A má notícia veio para os ecólogos: o projeto de lei que regulamentava sua profissão, aprovado pelo Congresso Nacional no mesmo dia e na mesma sessão, foi vetado. Por que os oceanógrafos e não também os ecólogos, se ambas as profissões têm méritos e configuram campos reconhecidos de formação acadêmica e atuação profissional?

A Ecologia, ciência que estuda as interações dos seres vivos entre si e com seu meio físico, está definida em literatura desde o século XIX. Em 1870, o naturalista alemão Ernest Haeckel a conceituou pela primeira vez. Numa palavra, ele disse, "ecologia é o estudo das complexas inter-relações, chamadas por Darwin de condições da luta pela vida".

É fácil perceber a atualidade estratégica dessa ciência e a premência de profissionais da área, em tempos de adaptação da humanidade a situações-limite provocadas por intensa degradação ambiental. Entretanto, após tantos anos de luta, os ecólogos continuarão sofrendo restrições no mercado de trabalho, sem acesso ao pleno exercício profissional, por falta de regulamentação. É lamentável.

No Brasil, o primeiro curso de Ecologia foi criado em 1976, na UNESP de Rio Claro, no Estado de São Paulo. Hoje há seis cursos de graduação em todo o País e cerca de mil ecólogos formados. Isso sem contar os mestrados e doutorados existentes em várias universidades e institutos de pesquisa de ponta.

O veto, sugerido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, alega que o projeto não prevê regras para a fiscalização da profissão, não define com exatidão o campo de atuação profissional específico e não estabelece quais outros profissionais poderiam compartilhar as mesmas atribuições definidas para o ecólogo.

A referência à ausência de definição do "campo de atuação profissional específico do Ecólogo" é, no meu entender, equivocada. O projeto deveria ser elogiado por não estabelecer reserva de mercado, ou seja, atribuições que só podem ser exercidas pelo ecólogo e por nenhum outro profissional.

Esse tipo de alegação esconde certo desconhecimento das atividades na área ambiental. O artigo primeiro do projeto refere-se à formação interdisciplinar como característica fundamental da profissão e esse conceito não é bem compreendido pelas áreas mais tradicionais de atuação.

Falta ao veto uma visão adequada da natureza da profissão de ecólogo e outras que pertencem a um universo de formação interativa e têm áreas mais extensas de superposição, porém, sem perder suas especificidades. Assim como a transversalidade é uma característica indispensável para a política ambiental, a interdisciplinaridade e a formação integradora são fundamentais para quem pensa, elabora e executa essa política.

Quanto às regras para a fiscalização do exercício da profissão, são uma questão atinente à regulamentação da Lei pelo Poder Executivo, através de Decreto a ser editado oportunamente pelo Presidente da República. O projeto original, em seus artigos 3º e 4º, atribuía essa responsabilidade ao Conselho Federal de Biologia. No entanto, esses dispositivos foram suprimidos na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, da Câmara dos Deputados, pois "após a promulgação da Emenda Constitucional n.º 32, tal conteúdo passou a ser de competência do Executivo, pela via do decreto, ou seja, não havendo despesas, nem mesmo se trata de matéria reservada à lei".

O veto dá a entender, ainda, que o projeto deveria estabelecer quais outros profissionais poderiam exercer cada uma das 13 atribuições listadas como não exclusivas do ecólogo. Seria excessivo e temerário fazê-lo. Qualquer esquecimento implicaria a supressão de atribuições de outros profissionais igualmente importantes.

O interessante é que ambos os projetos - o dos ecólogos e o dos oceanógrafos - não apontam um órgão fiscalizador, não definem com exatidão o campo de atuação profissional específico nem indicam as demais profissões que poderão exercer atribuições comuns. Para os oceanógrafos (e para muitas outras profissões já regulamentadas) essas questões não se constituíram em óbice à sanção. No caso dos ecólogos, serviram indevidamente de argumento para o veto.

Enfim, o veto à regulamentação da profissão de ecólogo foi um erro de repercussões muito negativas. Na área internacional, será difícil explicar porque um país com as características do Brasil trata tão mal um campo que deveria ser incentivado com prioridade. Imagino também o impacto que isso terá na disposição dos jovens em abraçar um ramo da ciência que lhes parece relevante e atraente, mas sequer recebe o abrigo de uma regulamentação profissional.

Caberá agora ao Congresso corrigir este equívoco. Aliás, está em tempo de o próprio Executivo reconhecer que errou e ajudar a encontrar a porta de saída.
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FONTE E CONTATO : marina.silva08@terra.com.br (Senadora e ex-Ministra do Meio Ambiente)

ZONEAMENTO DO VALE DO ITAJAÍ PODERIA TER EVITADO TRAGÉDIA

Zoneamento do Vale do Itajaí poderia ter evitado tragédia, diz especialista
Um diagnóstico sócio-ambiental e o conseqüente zoneamento da região, inseridos nos planos diretores dos municípios catarinenses, poderiam ter evitado a tragédia vivida pelo estado nas duas últimas semanas.

A avaliação é da coordenadora do Programa de Mestrado Profissional em Gestão de Políticas Públicas da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Adriana Rossetto.

“Mesmo com mecanismos de monitoramento e de alerta, é uma tragédia que ocorreu depois de quantos dias de chuva e sabendo que haveria uma maré alta? Teve essa proporção porque houve vários fenômenos climáticos que ocorreram ao mesmo tempo, mas o poder público não estava preparado. Achamos que a tecnologia resolve tudo e a gente vai se descuidando. A prevenção é uma coisa que não aparece politicamente e isso é uma grande falha dos nossos gestores”, afirmou.

Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, Adriana destacou que o momento atual é de “correr atrás” por meio de ações paliativas que resolvam o caos provocado pelas enchentes e pelos deslizamentos de terra no Vale do Itajaí.

Mas, segundo ela, um trabalho paralelo, com ações preventivas, também precisa ser pensado. “O longo prazo é mais importante do que o curto prazo”, disse.

“A reconstrução não é fácil, ainda mais por ser uma tragédia em uma escala muito maior do que as que a gente comumente tem presenciado. Nesse momento, o poder público tem um papel muito importante, assim como a sociedade. Temos que assumir toda a nossa parcela de responsabilidade. Não adianta a gente fazer algumas obras imediatas e achar que está tudo resolvido”, explicou ela.

Para Adriana, uma das medidas imediatas precisa ser o diagnóstico e o zoneamento sócio-ambientais, ou seja, uma radiografia da região que inclua a aptidão do solo após o período de temporais intensos. O objetivo, de acordo com a especialista, é definir quais os pontos são apropriados para a urbanização e para a instalação de lavouras, por exemplo.

“Tudo isso interfere na composição do solo e acaba, no somatório, trazendo características desfavoráveis”, afirmou. Segundo ela, a identificação de áreas onde poderão ser realocados os quase 33 mil desabrigados e desalojados também deve ser prioridade, uma vez que existem diversas regiões do estado evacuadas e para as quais os moradores não poderão retornar.

Adriana cita, ainda, o fornecimento de recursos e de crédito por parte do governo federal e estadual para obras de infra-estrutura e para a recomposição do setor empresarial de Santa Catarina. “Sem esse diagnóstico, é impossível que se tome decisões acertadas”, destacou.

“Se a gente for começar a buscar a causa para a tragédia, vamos retroagir muito, desde modelos econômicos que se adotam para o crescimento até as escolhas que se fazem. A gente acha que desenvolver é só crescer economicamente, quando, na verdade, existe uma série de questões que vão sendo reprimidas. Os gestores, na maioria, são imediatistas, não pensam em uma escala de longo prazo. Com certeza, houve questões que não foram observadas e isso existe em praticamente todas as gestões públicas no Brasil”, alertou Adriana. (Com informações da Agência Brasil).

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O LEGADO DE JOSÉ LUTZENBERGER


**********************************************A RBSTV exibiu no domingo um documentário especial sobre a vida de José Lutzenberger, um dos mais importantes ambientalistas que o Brasil já teve. "O Legado Lutzenberger" conta a história do homem que foi considerado louco por alguns, líder por muitos e que se comprovou um visionário: ele percebeu muito antes os problemas que a ação humana estava criando para o planeta.

Confira acima o documentário na íntegra.

Madeira Energia S/A é multada em R$ 7,7 milhões (26/12/2008)


FOTO : Rio Madeira faz parte da bacia do rio Amazonas e tem extensão de 1.450 km (Foto: riomadeiravivo.org/divulgação)
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O consórcio Madeira Energia S/A (Mesa), responsável pela construção da Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira (RO), multado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pela morte de 11 toneladas de peixes, diverge do órgão e afirma que a “perda” foi de seis toneladas de peixes. As outras cinco toneladas, de acordo com a empresa, foram doadas à entidades filantrópicas.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o consórcio afirma que suas equipes técnica e jurídica estão avaliando a autuação e aguardam a apresentação do parecer técnico do Ibama.

A empreiteira alega que após 17 dias de trabalho de resgate na ensecadeira 1, localizada entre a margem direita do Rio Madeira e a Ilha do Presídio, cerca de 85 toneladas de peixes foram devolvidas ao rio com vida.

“A perda registrada foi de seis toneladas. A operação, portanto, foi realizada com sucesso, atingindo 92,5% de taxa de sobrevivência. Esse trabalho teve autorização do Ibama e foi executado por uma equipe técnica da Universidade Federal de Rondônia (Unir) contratada pela Mesa, além de um conjunto de profissionais ligados à pesca”, diz o consórcio por meio de nota.

Ainda segundo a nota, outras cinco toneladas, resgatadas com vida, foram congeladas e posteriormente doadas ao Departamento de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde. O consórcio explicou que, devido a fragilidade dos peixes, a empresa, seguindo orientação do Ibama, decidiu colocá-los em câmaras frias para depois doá-los.
Conforme a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o consórcio Madeira Energia S/A é formado pelas empresas Odebrecht Investimentos em Infra-estrutura Ltda. (17,6%); Construtora Norberto Odebrecht S/A (1%); Andrade Gutierrez Participações S/A. (12,4%); Cemig Geração e Transmissão S/A (10%); Furnas Centrais Elétricas S/A ( 39%) e Fundo de Investimentos e Participações Amazônia Energia - FIP – formado pelos bancos Banif e Santander (20%).

Ainda de acordo com a Aneel, o consórcio venceu o leilão de energia da usina hidrelétrica Santo Antônio em 10 de dezembro de 2007. O leilão, que durou aproximadamente 15 minutos, foi encerrado na primeira fase com o preço de lance de R$ 78,90 por MWh.
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FONTE : Ivan Richard, da AGÊNCIA BRASIL,EBC-Empresa Brasil de Comunicação.

domingo, 21 de dezembro de 2008

DIÁRIO CATARINENSE, edição on-line de 21/12/2008


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Cidade
Poluição da Praia de Canasvieiras, Florianópolis
Equipe DC

Assim estava a praia de Canasvieiras hoje, domingo, a partir das 10h30min. Inicialmente, uma gigante mancha de óleo, que inviabilizou o banho de todos e, depois, um aporte incrível de lixo composto de baldes de agrotóxicos, garrafas de plástico, pedaços de madeira, restos de construção, casinha de cachorro, etc.

Os turistas, que lotavam a praia para aproveitar o notável dia de sol, ficaram à mercê de sua própria sorte.

Por maior que seja o amor que a gente devote a Florianópolis, como eu e minha esposa devotamos, a ponto de abandonar o Rio Grande do Sul e fixar residência em Canasvieiras, praia que adoramos, nos sentimos impotentes diante das agressões que esta ilha sofre.

São dezenas de crimes ecológicos que presenciamos diariamente, tais como construções irregulares em áreas de preservação permanente, mangues sendo receptores de lixo resultante de construções, pequenos incêndios nas encostas de morros, dezenas de terrenos baldios servindo de criadouros de roedores e insetos, pessoas inescrupulosas e sem o mínimo de consciência ambiental usando a água tratada da Casan para lavar automóveis e jatear calçadas sujas (quando uma vassoura resolveria o problema) etc.

Não bastasse tudo isso há uma lei tramitando na Câmara dos Deputados, a meu juízo inconstitucional, que se aprovada vai liquidar com o mais sagrado ecossistema, que deveria ser intocável, que é o Parque da Serra do Tabuleiro.

Meus irmãos de Santa catarina, a quem tanto amor devoto a ponto de me considerar um manezinho adotivo: acordem enquanto é tempo!
Senhores colegas da imprensa, usem seus veículos para protestar contra esse ataque contra essa ilha paradisíaca. A ilha é finita, tem recursos finitos, a sua população não pode tender exponencialmente ao infinito, os recursos da ilha não suportarão! Temos de pensar nos nossos filhos e netos, nas gerações futuras.

Escrevo este desabafo porque quero guardar isso como documento para que meus cinco netos não me acusem de omisso daqui a alguns anos.

Sou professor titular aposentado da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria (RS), onde fundei cursos de Ciências Biológicas, Engenharia Florestal, etc. Fundei a disciplina de Ecologia e dela fui chefe durante 40 anos, trabalhei com José Lutzemberger na Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan). Logo, sei do que estou falando. Tem embasamento técnico e legal o que estou dizendo.

Salvem este presente de Deus que é esta ilha da magia, antes que a situação aqui chegue ao ponto de não ter volta.

O texto foi enviado pelo leitor James Pizarro, com fotos de Heber Feldmann.
Heber Feldmann/Leitor-Repórter


Lixo trazido pela água à Praia de Canasvieiras

* » Mancha escura na água de Canasvieiras
* » Mais lixo na praia

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* Equipe DC
* Publicado em: 21/12/2008 às 17:37

PRAIA/PARQUE DA GALHETA - Florianópolis




O Parque Municipal da Praia da Galheta com área de 149,3 hectares, na costa leste da Ilha de Santa Catarina, foi criado pela Lei 3455/90 e regulamentado pelo Decreto 698/94.

O processo de sua criação começou na década de 80, com o movimento pela preservação ambiental, contrário à especulação imobiliária que destruía as maiores belezas naturais da Ilha de Santa Catarina.

A vegetação do Parque é constituída basicamente de gramíneas no topo dos morros, restos de mata atlântica nas encostas e arbustos na área próxima à praia.

A água cristalina e sem poluição, os morros e formações rochosas, as vertentes naturais de água, a vegetação formada por arbustos, orquídeas e bromélias, fazem da PRAIA da GALHETA um paraíso, onde o silêncio só é quebrado pelas ondas do mar.

Possui uma extensão de 950 metros, com larga faixa de areia branca e fina. O mar, geralmente calmo, é ideal para o banho e esportes náuticos. Contudo, em determinadas épocas, apresenta fortes repuxos e correntes.

É vergonhoso o descaso de alguns órgãos do poder público para com o Parque Municipal da Galheta, cujos problemas são de simples solução. Basta aplicar a lei federal de crimes ambientais nr. 9.605 e a de criação do Parque nr. 90/3455.

Você pode ajudar a preservar esse patrimônio natural.

Proteste contra o descaso, denuncie as irregularidades e os interesses escusos para ocupação do Parque, pressione os órgãos públicos por carta, telefone e outros meios. Denuncie os problemas na imprensa.

Respeitar a Lei do Parque que proíbe expressamente: edificação de qualquer espécie, camping, fogo, atividades comerciais, caça de animais nativos e destruição da vegetação, introdução de animais domésticos.

Você pode ajudar:

- Recuperando áreas degradadas através do plantio de árvores.
- Denunciando desmatamentos, queimadas e presença de animais domésticos (gado, cabras, cães, etc.).
- Denunciando pesca predatória como: redes de arrasto, caça submarina, uso de explosivos, etc..
- Zelando pela higiene e limpeza, recolhendo o lixo.
- Não fotografando ou filmar pessoas sem autorização.
- Respeitando os espaços e a privacidade dos outros.
- Denunciando agressões, tentativas de intimidação, constrangimentos ilegais, comportamentos inadequados, etc.

Todo o complexo compreendido entre a Ponta do Meio (Praia Mole) e Ponta do Caçador (costa norte da Galheta) guarda em seus blocos de rochas vestígios de povos que aqui se instalaram há mais de 4.500 anos.

São afiadores, amoladores e polidores de utensílios de pedra bem como inscrições rupestres cujo significado ainda não foi desvendado.

A AGAL quer salvar o que resta deste patrimônio arqueológico que, embora protegido pela Constituição, é usado em fundamento de barraco, depredado por escavações criminosas e carregado como souvenir. Somente numa das oficinas líticas da Ponta do Caçador, foram catalogados mais de 80 blocos rochosos trabalhados.

LIMPEZA DO RIO SANGA DOS BOIS - Cachoeira do Bom Jesus


FOTO : vista aérea da Cachoeira do Bom Jesus.
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From: Norte Azul gruponorteazul
Sent: Sunday, December 21, 2008 4:00 PM
To: jamespizarro@hotmail.com
Subject: AUDIENCIA PUBLICA - LIMPEZA DO RIO SANGA DOS BOIS

Caro :

Amanhã, segunda-feira (22/12), às 19 horas, no auditório da Serte, na Rua Leonel Pereira, 604, Cachoeira do Bom Jesus, será realizada audiência pública para tratar da limpeza, desassoreamento e desobstrução do Rio Sanga dos Bois, com presença do Superintendente da FLORAM, Engº Jose Carlos Rauen. Na última semana, a partir da segunda-feira (16/12) até quinta-feira (18/12), dezessete pontes particulares construídas irregularmente sobre o rio foram destruídas pela Floram no trecho entre o acesso público da Rua Jardim Gizelle até a Lagoa das Gaivotas.


Fatos:
-O rio Sanga dos Bois foi limpo e dessassoreado;
-Permaneceram várias cabeceiras de pontes irregulares;
-Pontes já começaram a ser reconstruídas usando essas mesmas cabeceiras;

-O lixo retirado no rio em toda extensão, permanece no local;
-Areia de duna foi utilizada para criar passagem sobre a água represada;
-Pedaço de concreto de aproximadamente uma tonelada, parte de ponte irregular, foi enterrado na praia;
-Uma passarela foi construída pela Prefeitura frente a rua Alcina Jannis, com passagem para uma pessoa apenas, de forma precária;
-Abertura feita para saída da Lagoa das Gaivotas, ja está sendo fechada pela maré, após dois dias;
-Água represada permanece, em risco de apodrecimento.


Participe da audiência pública e traga sua contribuição.

Att.,

Grupo Norte Azul
Conselho Gestor Consultivo da Praia da Cachoeira

--
Grupo Norte Azul
Pela Bandeira Azul na Cachoeira do Bom Jesus
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Visite nosso blog
http://gruponorteazul.blogspot.com

PRAIA DE CANASVIEIRAS ÀS 11h DE 21/12/2008




Data da foto: 21 de dezembro de 2008.
Local : praia de Canasvieiras na frente do Condomínio Beira do Mar, mas a mancha da foto estava na frente do condomínio esquerdo, do lado de quem chega à praia.
Autor das fotos : HEBER FELDMANN

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

CARTA DE PORTO BELO,SC


From: Franciele Duarty
Sent: Friday, December 19, 2008 11:02 AM
To: ana.ribeiromaria@hotmail.com ; andersontduarte@hotmail.com ; araujo_neon@hotmail.com ; BANG ; Belini ; Biana - Ourinhos ; bicanet@hotmail.com ; brunamelchior@hotmail.com ; carvalho_thata@hotmail.com ; Daiana RB ; EDILENE CESARIO ; ericagiordani@terra.com.br ; fredy.bradock@hotmail.com ; fernandophn2005@hotmail.com ; James ; gleyci4@hotmail.com ; Jânderson ; jo_jozy@yahoo.com.br ; Kitty - Maringá ; leandro_zulian@hotmail.com ; leonardomarinni@hotmail.com ; lorena_moro@hotmail.com ; luanascaquette@hotmail.com ; Marcelo Duarte Mairusso ; mari_augusta_6@hotmail.com ; paulo_sss7@hotmail.com ; rfolcato@hotmail.com ; rose-karla@hotmail.com ; Ruy Giovani ; Silvana ; souzablink@hotmail.com ; suelen_lely@hotmail.com ; vitoria_aline22@hotmail.com
Subject: Cláudio fala

Porto Belo (SC), 17 de Dezembro de 2008

Caríssimos Irmãos de Caminhada

Já não há muita coisa a falar sobre as catástrofes de Santa Catarina, uma vez que a mídia de todo o Brasil tem feito um trabalho completo em torno disso, mostrando na realidade, os estragos causados pelas enchentes ou desbarrancamentos de montanhas sobre algumas cidades catarinenses, e que deixaram ao desabrigo, milhares de famílias.

De fato, o que se vê agora, são rostos tristes, olhos fundos, sulcados pelas lágrimas doloridas: mães que perderam seus filhinhos; crianças em busca de sua mamãe ou papai.

É difícil para mim, relatar o que vi...

Mas já sabíamos e sabemos que: muitas coisas ainda vão acontecer e ainda piores, pois Nossa Senhora nos tem avisado por muitas vezes e também Jesus e também São Miguel, basta percorrer os olhos sobre as inúmeras mensagens que já foram divulgadas em nossos sites ou em nossos livros!

Lembro uma delas, de São Miguel:

“Se estiveres no mar, não subas às montanhas, se estiveres nas montanhas, não desças para o mar...”

Na verdade, TODOS foram atingidos: os que moram no mar, ou junto a ele, tiveram suas casas tomadas pelas águas; os que moravam nas montanhas, nos morros, desabaram nos precipícios...

“Ninguém está isento”, diz Nossa Mamãe em algumas mensagens.

E assim, muitas outras coisas acontecerão, pois Deus sempre avisa a todos e não engana a ninguém.

E, no momento em que escrevo isto, fico sabendo do que está acontecendo em Minas Gerais...

E, Caríssimos, acontecerá em todo o Brasil... em todo o mundo! Amém!

Preciso também agradecer aos que nos enviam ajuda para o nosso filho Vilson, que morava em Itajaí, e que perdeu tudo! Já recebemos uma certa quantia e poderíamos adquirir vários móveis, mas, tendo em vista a necessidade de uma casa, uma vez que a dele não oferece condições de moradia sem antes ser restaurada, estamos aguardando confiantes que ele possa ter novamente a sua casa. Era uma casa bem pobre, e uma parte rachou precisando ser demolida, e outra parte desnivelou, e por isso também é necessária a demolição. Isto custa caro e, absolutamente, se não houver ajuda, será impossível. De qualquer maneira, aguardamos sem comprar nada: quem sabe poderemos conseguir uma nova morada pare ele. Por enquanto, está conosco em Porto Belo, com sua esposa Andréa e suas filhas Giane e Rita de Cássia que é doente, desde o seu nascimento.

Aguardemos então! De qualquer modo, prestaremos conta de tudo o que for recebido e de como foi empregado.

A Defesa Civil ou as Prefeituras só darão casas às pessoas realmente carentes, que não têm condições de trabalhar, por causa de doenças ou por velhice.

Agradecemos emocionados... Na verdade, muito emocionados, às pessoas que nos estão ajudando e pedimos ao Bom Deus, que jamais deixe faltar qualquer coisa a algumas destas pessoas e que as acumule de muita proteção e de graças infindáveis! Amém!

Muito obrigado! Um grande abraço: Cláudio, Norma e Wilson.

FELIZ NATAL A TODOS!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

FALSO DILEMA DO ABASTECIMENTO PÚBLICO EM GOIANIA (17/12/2008)



Neste espaço, retomo um assunto complexo que tratei numa série de artigos anteriores. Trata-se de um enorme desafio, que é a preservação da água de abastecimento da população. Na audiência promovida pela Saneago para discutir o reservatório João Leite, a empresa estatal de saneamento, concessionária de um serviço público municipal, lançou evidências claras sobre o caráter da sua proposta, que é ultrapassada e autoritária, na forma e no conteúdo.

Na forma, a audiência excluiu os prefeitos da bacia e as organizações não governamentais dos municípios envolvidos diretamente. Os titulares das pastas de Turismo e do Meio Ambiente de Goiânia, Euler Morais e Clarismino Júnior, manifestaram opiniões acerca da gravidade do assunto e que não foram levadas em consideração pela empresa estatal. Os prefeitos de Terezópolis e de Goianápolis afirmaram que não foram convidados e nem sequer participaram das discussões e preparações da audiência. O presidente do Instituto Nacional de Permacultura, que é o presidente da Associação Eco-Vila Fazenda Santa Branca, de Terezópolis, contestou de público a exclusão e marginalização do debate.

No conteúdo, a proposta da Saneago reproduz o modelo de exclusivo comando-e-controle realizado nas décadas de 1980-90 em São Paulo para a represa Billings/Guarapiranga. Este modelo tem caráter autoritário que foi evidenciado nas falas dos engenheiros da empresa goiana de saneamento, João Guimarães e Caio Gusmão:

[...] o governo do estado vai aprovar com urgência o Plano de Manejo da APA João Leite como instrumento de controle que se sobrepõe aos planos diretores municipais [...]. O reservatório João Leite será cercado e só adentrará na área pessoas credenciadas e autorizadas pela Saneago [...]. O reservatório João Leite é como a caixa d'água da sua casa; você deixaria alguém nadar nela? Pois a Saneago não permitirá que isso aconteça no reservatório [...].

O papel de "xerife da caixa d'água do povo de Goiânia", no caso, se desmente por si mesmo, dada sua incapacidade de cumprir o que promete. A população não se esquece do caso da Fazenda São Domingos, na região noroeste, onde 40 mil famílias ocuparam "clandestinamente", no início da década de 1990, toda a micro-bacia do São Domingos. A foz deste ribeirão ocorre na extensa várzea do rio Meia Ponte onde se localiza a Estação de Captação de Água que é responsável pelo atual abastecimento de 40% da cidade. Esta ocupação comprometeu a qualidade da água e obrigou a empresa a elaborar novo projeto de captação no João Leite. E para este novo reservatório, embora o modelo Billings/Guarapiranga seja apresentado como antítese, ele está presente na proposta da Saneago.

Na verdade, a proteção da água requer a participação de todos os atores, públicos e privados, que atuam numa extensa área de 760 km² da bacia hidrográfica João Leite. A Saneago, ao invés de promover, impede a participação destes atores, resultando na contradição flagrante, revelada na audiência pública pelo prefeito Uilton Pereira, de Terezópolis:

[...] a Saneago anunciou que já gastou R$ 150 milhões com o reservatório. Pois quero dizer que nenhum centavo foi aplicado no nosso município, que é modelo para o Brasil com as Eco-Vilas. Não nos ajudou a resolver nem o problema do lixão que afeta diretamente a qualidade da água do reservatório que vai ser formado. E ainda joga aqui as imagens do lixão, numa atitude de cobrança da prefeitura para solução de um problema compartilhado. Eu proponho que a empresa assuma o lixo de Terezópolis, pelo menos, como uma das medidas de compensação pelas perdas das terras a serem inundadas [...].

O presidente do Comitê Hidrográfico do Meia Ponte, geólogo Marcos Correntino, registrou na audiência que o estado não remeteu o assunto para discussão no comitê, antevendo perspectivas negativas para o gerenciamento da bacia do João Leite. Além disso, ao confrontar a situação reinante no estado com aquelas relatadas pelos representantes das empresas de saneamento de São Paulo e Minas Gerais, registrou que: "[...] em Goiás, ao contrário dos mineiros e paulistas, não se aplica um centavo sequer dos recursos financeiros da compensação do setor hidrelétrico no gerenciamento de bacia [...]".

Os fatos falam por si. Ou a comunidade se mobiliza para reverter o quadro claramente desenhado acima, ou teremos o comprometimento do reservatório num prazo curto de até uma década. E quem vai pagar o pato é o povo de Goiânia, que não passa de consumidor da água armazenada na "caixa d'água" vigiada pela Saneago. Como o reservatório não é uma caixa d'água, e sim, um ecossistema aquático lêntico, de formação lótica, permanentemente influenciado por um conjunto de mananciais cuja qualidade depende do uso do solo, tanto à montante como à jusante do barramento, o resultado da desordenada ocupação fora do "muro da Saneago" será a poluição dos mananciais e do próprio reservatório, elevando-se os custos de tratamento da água.

A lógica do modelo autoritário da falta de manejo de uma bacia de abastecimento público consiste em fazer crer que a ameaça inevitável de ocupação desordenada do solo será contida com medidas repressivas. Daí a estratégia baseada no alarmismo da população, criando-se previamente um clima entre o "bem" (Saneago) e o "mal" (Prefeituras), que prepara terreno para, logo mais, diante da catástrofe previamente anunciada, elevar as tarifas, requerer mais dinheiro do Banco Mundial, inclusive para novo projeto de captação no ribeirão Caldas em futuro não longínquo .

A garantia da qualidade da água, pela própria sociedade, é possível a partir da apreensão das lições históricas de manejo das bacias de abastecimento público. Um estudo promovido pela ACIEG em parceria com a prefeitura de Goiânia, a partir do zoneamento e usos sustentáveis formulados por equipe técnica poliprofissional, representa uma alternativa à proposta da Saneago. Funda-se num modelo democrático de gerenciamento estratégico e integrado da bacia do João Leite, envolvendo poder público, ONG's e agentes produtivos, potencialmente capaz de proteger os mananciais que fornecerão água de beber para 80% da população da região metropolitana da capital goiana.
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FONTE : Osmar Pires Martins Júnior é biólogo, engenheiro agrônomo, mestre em Ecologia, doutorando em Ciências Ambientais, professor de Perícia, Licenciamento e Saneamento Ambiental em cursos de Graduação e Pós-Graduação, foi secretário municipal do meio ambiente de Goiânia, perito ambiental do MP e presidente da Agência Ambiental de Goiás.

OBAMA ESCALOU UM TIME DE PRIMEIRA LINHA PARA CUIDAR DE MEIO AMBIENTE,ENERGIA E CLIMA


Se havia uma certa euforia e a expctativa de que o presidente eleito dos Estados Unidos Barack Obama teria uma postura diferente em relação às grandes questões ambientais, o clima de otimismo se confirmou nessa segunda.

Obama escalou um time de primeira linha para cuidar das pastas de Energia, Meio ambiente e Mudanças Climáticas. O departamento de Energia fica nas mãos de Steven Chu, prêmio Nobel de Física em 1997, que atualmente está à frente do Laboratório Nacional da Universidade de Berkeley. Chu é um entusiasta das energias limpas, especialmente a solar e a geotérmica, e deve pôr em prática o plano de Obama de reerguer a economia americana com base no desenvolvimento de fontes renováveis de energia. Foi inclusive parceiro de nosso José Goldemberg em estudos no passado.

Obama também criou uma nova ocupação: o de representante especial de Energia e Mudança Climática e Temas Relacionados, que ficará a cargo de Carol Browner, ex-braço-direito de Bill Clinton e Al Gore nessa seara. Por fim, a Agência de Proteção Ambiental americana (EPA) será chefiada por Lisa Jackson, que já presidiu a entidade em Nova Jersey.

O time de Obama é dos bons. Com isso, ele dá a indicação de que, desta vez, as questões verdes não passarão em obscuras nuvens na terra do Tio Sam.
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FONTE : Andrea Vialli é jornalista com especialização em sustentabilidade pela Schumacher College, do Reino Unido. Desde 2004 escreve uma coluna voltada para o tema no caderno de Economia&Negócios do Estadão. Publicado originalmente no blog Sustentabilidade, editado pela autora (http://blog.estadao.com.br/blog/vialli)(Envolverde/Mercado Ético)

SINAIS DE ÁGUA EMITIDOS HÁ 11 MILHÕES DE ANOS ATRÁS (18/12/2008)


Graças à uma rara conjunção de fatores, cientistas europeus captam sinal de água emitido há 11 bilhões de anos, muito antes de o Sistema Solar ter sido formado.

Água acaba de ser encontrada na maior distância da Terra de que se tem notícia. Tão longe que sua identificação, feita por um grupo de cientistas europeus, corresponde a um sinal que, tendo viajado pela velocidade da luz, levou 11,1 bilhões de anos para chegar ao radiotelescópio Effelsberg, na Alemanha.

O sinal de vapor de água pertenceu a um momento em que o Universo tinha cerca de um quinto de sua atual idade e ainda seriam precisos mais de 6 bilhões de anos para o surgimento do Sistema Solar. Sua identificação, descrita na edição desta quinta-feira (18/12) da revista Nature, mostra que condições para a formação e sobrevivência de moléculas de água já existiam apenas 2,5 bilhões de anos após o Big Bang.

O sinal foi descoberto no quasar MG J0414+0534. Os autores do estudo estimam que o vapor de água teria existido em nuvens de poeira e gás que alimentavam o buraco negro supermassivo no centro do distante quasar. A detecção foi confirmada por observações interferométricas (baseadas em fenômenos ópticos de interferência) de alta resolução com outro radiotelescópio, o Expanded Very Large Array, nos Estados Unidos.

A descoberta de água da infância do Universo foi possível somente por conta do alinhamento do quasar com uma galáxia à sua frente (em relação à Terra). Com o alinhamento, a galáxia atuou como uma espécie de lente de aumento cósmica, ampliando a luz emitida pelo quasar. Sem essa ajuda, seriam precisos 580 dias de contínua observação com o Effelsberg, que tem 100 metros de diâmetro, no lugar das meras 14 horas que permitiram a descoberta.

“Outros tentaram e falharam em sua busca por água e sabíamos que estávamos olhando para um sinal muito fraco. Decidimos aproveitar a chance de usar uma galáxia como lente de aumento para observar a uma distância muito maior do que seria possível e, como imaginávamos, a emissão de água surgiu”, disse Violette Impellizzeri, do Instituto Max Planck de Radioastronomia, primeira autora do artigo agora publicado.

Além do alinhamento providencial, os cientistas contaram com uma grande coincidência. O quasar está exatamente dentro do intervalo certo do desvio para o vermelho – ou redshift, a alteração na forma como a freqüência das ondas de luz é observada em função da velocidade relativa entre a fonte emissora e observador – para que a emissão do sinal da molécula de água passe de sua freqüência normal de 22 GHz para 6 GHz, entrando na faixa de alcance do receptor instalado no telescópio.

“É interessante que encontramos água no primeiro objeto aumentado gravitacionalmente que observamos no Universo distante. Isso sugere que a água pode ter sido muito mais abundante no início do Universo do que achávamos e é algo que poderemos usar em futuros estudos sobre buracos negros supermassivos e sobre evolução de galáxias”, disse outro autor do estudo, John McKean, também do Max Planck.

A emissão de água foi identificada na forma de um maser, uma radiação semelhante ao laser, mas na forma de microondas. O sinal corresponde a uma luminosidade de 10 mil vezes à do Sol.
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FONTE :O artigo A gravitationally lensed water maser in the early Universe, de Eudald Carbonell, de Violette Impellizzeri e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em http://www.nature.com.(Envolverde/Agência Fapesp)

PRESERVAR O PARQUE DA SERRA DO TABULEIRO !


Amigos e colegas temos que além de assinar o ABAIXO-ASSINADO, nos manisfestar para que as comissões que são favoráveis ao Projeto percebam que há muita gente que está preocupada com o bem estar futuro dos catarinenses e com o meio ambiente e que não são a favor deste Projeto de Lei nº 347.3/08, que transforma uma parcela de extrema relevancia do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro em um Mosaico de Areas de Proteção Ambiental, onde as restrições de uso são consideravelvente mínimas e que se isso acontecer a nossa água, nossa biodiversidade estaram seriamente ameaçadas.

Por isso imploro pela nossa vida no planeta Terra, que todos se manifestem encaminhem emails, cartas etc aos nossos Deputados e comissões!

Vocês não vão se arrenpender de no futuro terem sido agentes de proteção dessas que é a MAIOR UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA.

Os contatos dos deputados e comissões estão abaixo :

Grata!

Com muito carinho,

Flora Neves
48-91533112
www.ecoflora.blogspot.com

O projeto de lei que desanexa áreas importantes do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro já passou pela 1ª Comissão (Comissão de Constituição e Justiça), que foi favorável a desanexão, atendendo pelas mãos do Deputado Marcos Vieira, ao apelo econômico de empresários entendem a natureza apenas como pano de fundo de seus empreendimentos imobiliários.


Divulgamos novamente o abaixo-assinado contra o PROJETO DE LEI Nº. 347.3/08, que reavalia e define os atuais limites do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e institui o Mosaico de Unidades de Conservação da Serra do Tabuleiro e Terras de Massiambu.

http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/3184



Informações Completas sobre a Tramitação da Proposição



Proposição Projeto de Lei Projeto Original

Número PL./0347.3/2008
Transformação de Proposições PL./0347.3/2008
Proponente Executivo
Autor Governador do Estado
DataEntrada 11/11/2008
Regime URGÊNCIA
Prazo para Apreciação 05/02/2009
Ementa Reavalia e define os atuais limites do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, criado pelo Decreto nº 1.260, de 1º de novembro de 1975, e retificado pelo Decreto nº 17.720, de 25 de agosto de 1982, institui o Mosaico de Unidades de Conservação da Serra do Tabuleiro e Terras de Massiambu, cria o Fundo Especial de Regularização, Implementação e Manutenção do Mosaico - FEUC, e adota outras providências.

(Deste processo constam os volumes A e B e os Anexos de 1 a 7)


Data Setor Ação
PL./0347.3/2008
11/11/2008 Coordenadoria de Expediente Lido no Expediente
12/11/2008 Coordenadoria de Expediente Autuado
12/11/2008 Coordenadoria de Expediente À Publicação - D.A. n.5.960, de 11/11/08
12/11/2008 Coordenadoria de Expediente Encaminhado à Coordenadoria das Comissões
12/11/2008 Coordenadoria das Comissões Recebido
12/11/2008 Coordenadoria das Comissões Encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça
12/11/2008 Comissão de Constituição e Justiça Recebido
13/11/2008 Comissão de Constituição e Justiça Distribuido ao Relator Dep. Marcos Vieira
13/11/2008 Comissão de Constituição e Justiça Encaminhado ao Gabinete Dep. Marcos Vieira
13/11/2008 Gabinete Dep. Marcos Vieira Recebido
25/11/2008 Gabinete Dep. Marcos Vieira Encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça
27/11/2008 Comissão de Constituição e Justiça Recebido
27/11/2008 Comissão de Constituição e Justiça Encaminhado ao Gabinete Dep. Marcos Vieira
10/12/2008 Gabinete Dep. Marcos Vieira Recebido
10/12/2008 Gabinete Dep. Marcos Vieira Encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça
16/12/2008 Comissão de Constituição e Justiça Recebido
16/12/2008 Comissão de Constituição e Justiça Parecer do(a) Dep. Marcos Vieira FAVORÁVEL com emenda(s) Aditiva(s), Modificativa(s)
16/12/2008 Comissão de Constituição e Justiça Em reunião da Comissão APROVADO por MAIORIA o parecer do Relator
16/12/2008 Comissão de Constituição e Justiça Em Termo de Remessa, o Chefe de Secretaria da Comissão resume a manifestação da Comissão: Parecer FAVORÁVEL, com Emenda(s) Aditiva(s), Modificativa(s)
16/12/2008 Comissão de Constituição e Justiça Encaminhado à Coordenadoria das Comissões
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ABAIXO-ASSINADO contra o PROJETO DE LEI Nº. 347.3/08, que reavalia e define os atuais limites do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e institui o Mosaico de Unidades de Conservação da Serra do Tabuleiro e Terras de Massiambu.


Basta seu nome e CPF (OBRIGATÓRIO)!



Leia o documento, vá até o final da página e clique em "ASSINAR"



ASSINE E DIVULGUE: FAÇA A SUA PARTE!



http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/3184



Abaixo-assinado



Este Projeto de Lei proposto pelo governador do Estado de Santa Catarina, pretende promover a desanexação da planície costeira do Parque - que é de proteção integral - e transformar em Área de Proteção Ambiental (APA): unidade de conservação de uso sustentável que permite a ocupação humana em áreas hoje inabitadas, cobertas por uma vegetação de restinga considerada a mais exuberante do sul do Brasil, e local estratégico para manutenção de inúmeras espécies vegetais e animais ameaçados de extinção pela redução das áreas naturais costeiras no Estado de Santa Catarina.

Além disso, a Baixada do Massiambu (localizada no município de Palhoça) é considerada um Monumento Geológico, de reconhecimento internacional, por apresentar antigas praias (cordões arenosos), que foram formadas pelo avanço e recuo do mar há pelo menos oito mil anos.

Considerando que esse projeto de lei irá de encontro à proteção efetiva de áreas do Parque de grande relevância, que permitirá o estabelecimento de empreendimentos motivados pela especulação imobiliária e expansão urbana sobre áreas de extrema importância biológica, nós, abaixo-assinado, somos contra a aprovação do projeto de lei supra citado! E pedimos sua anulação.

Maiores informações:



QUALQUER DÚVIDA ENTRE EM CONTATO!

-Blog Ecoflora ( www.ecoflora.blogspot.com )
-Celular: 48-91533112 (Flora)
-Celular: 48-84081310 (Halis)




Breve histórico



O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro foi criado em 1975 por iniciativa dos botânicos Raulino Reitz e Roberto M. Klein, que solicitaram sua criação junto ao Conselho Florestal Federal, tendo a aprovação do Governo Estadual.

Uma das justificativas foi o fato da região possuir quatro dos cincos ecossistemas de Mata Atlântica existentes em Santa Catarina, como manguezal, restinga, floresta de encosta e campos de altitude, uma paisagem rica e diversificada (serras, ilhas e planícies costeiras), que sustentam grande variedade de fauna e flora. Além disso, estas serras atuam diretamente como um regulador climático para região. Outro fator preponderante na criação do Parque foi a abundância de recursos hídricos, que abastece mais de um milhão de pessoas em toda Grande Florianópolis.

Na época de sua criação o Parque contava com 90.000 ha e em 1979 o Decreto N°8.857 desanexou parte das terras que formavam essa Unidade de Conservação, dentre elas a Praia da Pinheira, Praia do Sonho e as Vilas da Pinheira e da Guarda do Embaú; Além deste decreto, a Lei N° 10.733 de 1998, desanexou uma pequena parcela conhecida como Ponta dos Papagaios ficando o Parque com uma área de 87.405 hectares que se mantém até os dias atuais.

Grande parte das áreas desanexadas apresentavam, (e continuam apresentando) áreas de preservação permanentes definidas pelo Código Florestal, e se encontram densamente ocupadas por residências de veraneio, que passam mais da metade do ano fechadas estagnando a economia da região.

Na alta temporada, sem infra-estrutura urbana adequada, o aumento populacional gera problemas no abastecimento de água e luz, bem como um aumento exorbitante na quantidade de esgoto, que são destinados, em sua grande maioria, para os rios e praias da região, alterando os ecossistemas locais.

Esse processo provocado pela intensa urbanização e especulação imobiliária pode aumentar, ao levar para dentro do Parque está mesma realidade caótica. Isso pode acontecer se uma Lei for aprovada. Esta Lei não prevê a conservação das espécies e o boa relação destas com as pessoas. Tem como objetivo a expansão urbana e o benefício de poucos, em detrimento da destruição de áreas de extrema importância biológica e paisagística, principais motivadores do turismo da região.

Durante o ano de 2008, a Fundação do meio Ambiente (FATMA) junto com técnicos e membros das comunidades que compõem o Parque, elaboraram um estudo participativo para redefinição dos limites desta Unidade de Conservação. Este trabalho teve como único objetivo: resolver uma boa parte dos problemas de quem realmente precisa e não se vê representado no cenário político, que normalmente são pessoas de baixa renda que ocuparam há tempo localidades dentro dos limites do Parque.

O problema dessas famílias seria praticamente resolvido, pois essas áreas seriam desanexadas do Parque. Isto não interessa àqueles que têm a vontade de obter áreas do Parque apenas para fins econômicos. Por isso, a redefinição dos limites do Parque não se tornou interessante, afinal a população deixaria de ser usada como massa de manobra, enfraquecendo politicamente os poderosos.
Dessa forma, mais uma vez, intenciona-se retirar fatias do Parque, por meio de um projeto de lei que não tem a finalidade de resolver as questões sociais da comunidade, mas a de projetar a planície costeira do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro como alvo meramente comercial. Isto abriria um precedente inimaginável ao Sistema de Unidades de Conservação, abrindo caminhos para que isto aconteça em outras Unidades no bioma de Mata Atlântica ameaçadas no Brasil.

Por isso o abaixo-assinado que se segue é contra o Projeto de Lei que à surdina tramita na Assembléia Legislativa, com o propósito de ser votado em caráter de urgência. E pede sua anulação!

Autora: Halis Karla Moreira de Sá

ENCAMINHEM MANIFESTAÇÕES AOS DEPUTADOS e as COMISSÕES ENVOLVIDAS!

Comissões:

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA - ccj@alesc.sc.gov.br
COMISSÃO DE TURISMO E MEIO AMBIENTE - ctma@alesc.sc.gov.br
COMISSÃO DE AGRICULTURA E POLÍTICA RURAL - agricultura@alesc.sc.gov.br
COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO - comifinan@alesc.sc.gov.br

Deputados Estaduais de Santa Catarina:

alvaro@alesc.sc.gov.br

dadocherem@alesc.sc.gov.br

darcidematos@alesc.sc.gov.br

elizeumattos@alesc.sc.gov.br

edsonpiriquito@alesc.sc.gov.br

deciogoes@alesc.sc.gov.br

dirceudresch@alesc.sc.gov.br

edisonandrino@alesc.sc.gov.br

merisio@alesc.sc.gov.br

genesio@alesc.sc.gov.br

herneus@alesc.sc.gov.br

jailson@alesc.sc.gov.br

adadeluca@alesc.sc.gov.br

anapaulalima@alesc.sc.gov.br

antonioaguiar@alesc.sc.gov.br

cesarjunior@alesc.sc.gov.br

jandirbellini@alesc.sc.gov.br

jean@alesc.sc.gov.br

joares@alesc.sc.gov.br

jorginho@alesc.sc.gov.br

juliogarcia@alesc.sc.gov.br
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FONTE : Blog Ecoflora ( www.ecoflora.blogspot.com )
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BRASIL AMAZÔNICO


Nas próximas décadas o mundo precisa encontrar novos caminhos para se desenvolver, alimentar sua população e criar riquezas que permitam continuar seu desenvolvimento humano, científico e tecnológico. E qual será o papel do Brasil neste cenário. 53% do território brasileiro é a Amazônia, com sua grande diversidade de cenários, povos, culturas, fauna e flora. E este cenário precisa ser compreendido pela sociedade brasileira como o grande diferencial que o País tem a oferecer ao mundo

O Brasil sem a Amazônia é igual a muitos países do mundo. Tem grandes cidades e precisa encontrar diferenciais a partir de modelos baseados em uma mesmisse global. O que o Brasil tem a oferecer para o mundo nas próximas décadas e séculos é justamente aquilo que hoje é visto por alguns como “despesa” e “obstáculo” para o desenvolvimento. A Amazônia é o grande diferencial do Brasil dentro do cenário de futuro comum do planeta Terra.

Uma civilização baseada em baixas emissões de carbono passa, necessariamente, pela compreensão do papel da maior floresta tropical do mundo não apenas em termos de “serviços ambientais”, mas também em conhecimento entranhado em sua imensa biodiversidade.

Uma das arrogâncias recorrentes da humanidade é achar que já detém conhecimento suficiente para fazer qualquer coisa. Isto pode ser visto nos livros de história em diversos momentos. Durante a II Guerra Mundial esta arrogância chegou ao extremo e muitos governantes acreditavam ter um “domínio superior” das ciências e das tecnologias. Foi o auge da mecânica como conhecimento. Poucos anos depois a eletrônica ocupou este espaço, com início dos processos de miniaturização que hoje faz uma TV caber em um telefone celular. A junção da mecânica com a química e a eletrônica levou a primeira geração de astronautas ao espaço. Mas não foi, ainda, o auge da civilização.

Acreditar que já se chegou ao limite é não apenas arrogante, mas estúpido. Nos anos setenta muitos futurólogos previam um mundo bem diferente do de hoje, com grandes corporações controlando tudo através de supercomputadores. O conhecimento seria uma mercadoria de muito valor, controlado por poucos. Onde erraram? Uma vez conversei com Alvin Toffler, especialista em análise de tendências e autor de O Choque do Futuro, de 1970, e A Terceira Onda, continuação escrita dez anos depois, e minha pergunta principal foi: Onde erraram? “Não previram o computador pessoal transformado em eletrodoméstico em todas as casas, e principalmente a internet mudou tudo”. O conhecimento deixou de estar nas mãos de poucos e passou a estar disponível em uma escala impossível de ser prevista nos anos 70 do século passado.

Pois é, alguns cenários são praticamente imprevisíveis. Alguns podem dizer que a internet já existia nos anos 70, o que é verdade. Mas ela existia dentro do modelo que Toffler e outros “futurólogos” trabalhavam, ou seja, dentro de cenários controlados, como o acadêmico, o militar ou o corporativo. Não estava ao alcance de um toque no teclado de um computador pessoal. Este é um bom exemplo de porque é perigoso achar que já se sabe tudo. Desde a antiguidade chegam os ensinamentos de Sócrates, de que a sabedoria ultrapassa limites e não há como percebê-la na sua totalidade. “O verdadeiro sábio é aquele que se coloca na posição de eterno aprendiz”.

Em relação à Amazônia esta é uma verdade absoluta. Não sabemos quase nada sobre ela e é preciso compreender seu potencial de descobertas. O olhar sobre a região deve incluir uma imensa curiosidade no mais amplo sentido humanista. Nos próximos anos é preciso investir em ciência na Amazônia, fomentar pesquisas e estimular doutores a ampliar o conhecimento e o saber sobre a região e seus múltiplos biomas.

Os olhares do mundo estão sobre a Amazônia e a sociedade brasileira deve conseguir mostrar sabedoria e capacidade de governança sobre a região. O Brasil sem a Amazônia não representa nenhuma vantagem para o mundo ou para os brasileiros. No entanto, o Brasil Amazônico pode ser o fator decisivo para fazer brotar o germe de uma economia baseada no conhecimento, no uso eficiente de recursos naturais e energia e na capacidade de gestão da biodiversidade. Talvez o próximo estágio do conhecimento, uma biocivilização.
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FONTE : Dal Marcondes é jornalista, diretor de redação da Envolverde, recebeu por duas vezes o Prêmio Ethos de Jornalismo e é Jornalista Amigo da Infância pela Agência ANDI.(Agência Envolverde)

MUITAS PEDRAS NO CAMINHO ATÉ COPENHAGEM


Russos negam-se a assumir metas mais ambiciosas de redução dos gases do efeito estufa; canadenses, americanos, neozelandeses e australianos não reconhecem direitos indígenas no debate de preservação das florestas; e União Européia lança pacote energético cheio de brechas para investir em energias não renováveis. Esse foi o panorama geral das negociações da ONU sobre mudanças climáticas (COP) que ocorreram em Poznan, na Polônia. Diante de um cenário como esse, o que podemos pensar para o futuro da humanidade? Seremos capazes de reverter o processo de aquecimento global que coloca em risco à sobrevivência da humanidade?

Cientistas renomados e até mesmo figuras carismáticas e respeitadas mundialmente como o Nobel da Paz, Al Gore, alertam que as mudanças climáticas representam uma ameaça à sobrevivência da humanidade. E que essas mudanças já acarretam drásticos problemas sociais, humanitários e ambientais hoje e irão piorar no futuro breve. Ciclones, furacões, tempestades, falta de água, desertificação e todo o tipo de catástrofe estão sendo intensificadas pelo acelerado aquecimento do planeta. Milhões de pessoas poderão tornar-se refugiados ambientais nas próximas décadas, sendo obrigados a deixar seus países por falta de moradia, água ou alimento. Centenas de espécies vegetais e animais estão desaparecendo num processo de extinção da biodiversidade sem precedentes na história da nossa civilização. Porém, a gravidade da situação não parece suficiente para que os países, sobretudo os desenvolvidos, cheguem a medidas rápidas e concretas para conter suas emissões de gases do efeito estufa.

A conferência da Polônia era considerada uma etapa importante no caminho até Copenhagem, em dezembro de 2009, onde um novo pacto global com validade até 2020 deverá ser firmado para conter de forma mais radical as emissões dos gases do efeito estufa. Porém, o encontro que deveria ter rendido sinalizações positivas, entendimentos e acordos, foi um verdadeiro fracasso. E mostrou que os países desenvolvidos são capazes de agir muito mais rápido para salvar bancos e corporações do que para investir num novo modelo econômico baseado em energias limpas e sustentáveis, considerado não só por ambientalistas, como por economistas renomados, como o inglês Nicholas Stern, ex-Banco Mundial, a única forma de crescimento viável. "Diante dessa crise ambiental, o único modelo de desenvolvimento que nos resta a partir de agora é o desenvolvimento limpo", afirmou Stern na Polônia.

A crise ambiental é muito mais drástica e ameaçadora do que a crise econômica, pelo menos é o que podemos ver pelos estudos científicos. Entretanto, quando o assunto é dinheiro para salvar vítimas das catástrofes ambientais já decorrentes do aquecimento global nos países pobres e mais afetados pelos cataclismas, os governos são bem conservadores e precisam das duas semanas da conferência para acordar sobre um Fundo (de Adaptação às Mudanças Climáticas) de US$ 60 milhões. Fundo esse que já vinha sendo discutido em outras edições da COP e revelou-se o único avanço concreto obtido na Polônia. Mal comparando: o pacote financeiro americano que foi lançado para salvar bancos, seguradoras, etc. da falência na atual recessão econômica foi de US$ 700 bilhões. Só as montadoras GM, Ford e Chrysler receberam US$ 14 bilhões sob a justificativa de salvar 240 mil pessoas do desemprego nos Estados Unidos. E como ficam os refugiados ambientais decorrentes dos impactos das mudanças climáticas? Não precisam ser ajudados? Segundo a ONG inglesa Oxfam, seriam necessários investimentos de US$ 50 bilhões anuais em infra-estrutura para conter impactos atuais e futuros relacionados ao desequilíbrio climático no mundo. "Esse avanço lento mata milhões de pessoas", frisou Sávio Carvalho, diretor da Oxfam em Uganda. A ONG Tearfund completa ainda dizendo que somente a realização da conferência na Polônia custou US$ 35 milhões aos cofres das Nações Unidas, mais da metade do que foi proposto ao Fundo de Adaptação às Mudanças Climáticas.

A União Européia, que sempre liderou as iniciativas pró-redução de gases do efeito estufa no mundo desenvolvido, mostrou-se mais conservadora na Polônia, deixando no ar uma "cinza" incerteza em relação ao futuro acordo em Copenhagem. "No mesmo momento que os Estados Unidos estão finalmente engajando-se com a comunidade internacional na questão climática, a União Européia parece deixar sua liderança para trás", enfatizou Joris den Blanken, do Greenpeace. Durante a conferência, os europeus lançaram um pacote de ações para conter as mudanças climáticas e um pacote de investimentos em energias renováveis, que foram muito criticados pelas ONGs. Os novos investimentos em energia, por exemplo, prevêem "asteriscos" como subsídios governamentais para a construção de termoelétricas a carvão em países como a Inglaterra e a Alemanha. A presidente alemã, Angela Merkel, considerada até então como uma liderança importante junto aos países desenvolvidos na questão climática, estava sendo chamada de "Darth Merkel" nos corredores do Centro de Convenções de Poznan, numa alusão ao famoso "lado negro da força" de Guerra nas Estrelas, por permitir novos projetos baseados em carvão. Os europeus comprometeram-se em reduzir suas emissões de gases do efeito estufa em 20% (comparado aos níveis de 1990) até 2020, reduzir o consumo de energia em 20% com projetos de eficiência energética e aumentar em também 20% a participação de fontes renováveis de energia na matriz européia. Por isso, o pacote europeu foi chamado de metas 20-20-20.

Para completar a insatisfação daqueles que previam avanços importantes em Poznan, os russos afirmaram que estão fora de um novo compromisso global de redução de metas e que criarão seu próprio plano nacional "viável e condizente" com a realidade econômica da Rússia, deixando mais uma pedra no caminho para Copenhagem. Outro ponto delicado foi a discussão envolvendo a proteção das florestas tropicais. O novo mecanismo chamado REDD (Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation) está sendo desenhado no âmbito da Convenção do Clima para que os países detentores de grandes florestas como Brasil, Congo e Indonésia, recebam recursos para serem aplicados em ações de combate ao desmatamento e com isso reduzam emissões. O Brasil inclusive vem trabalhando fortemente dentro das ações ligadas ao REDD, como o Fundo Amazônia, lançado pelo ministro Carlos Minc, na Polônia, com objetivo de receber aporte de recursos para projetos de preservação da floresta amazônica. No entanto, em Poznan, as negociações de REED foram amplamente criticadas por grupos indígenas e organizações de direitos humanos, que acusaram os Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e Canadá de violarem os direitos dos povos indígenas. Os quatro países vetaram o uso da palavra "direitos" e qualquer menção à declaração das Nações Unidas pelos direitos indígenas no texto sobre REDD, deixando vulneráveis aqueles que sempre viveram e preservaram as florestas. "Os interesses econômicos estão acima de tudo. Daqui a pouco, nem as florestas e os povos da floresta vão escapar", disse representante do Fórum Internacional dos Povos Indígenas.

Um caminho tortuoso deverá ser percorrido de agora em diante para que um acordo eficaz de combate às mudanças climáticas seja firmado no fim de 2009, na Dinamarca. Espera-se que o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, seja, de fato, o líder que todos no mundo anseiam, apoiando investimentos em energias renováveis e criando um ambiente econômico e político favorável para o desenvolvimento de uma economia verde e sustentável . Vale lembrar que os Estados Unidos, maior poluidor do planeta, não ratificou o Protocolo de Quioto e poderá, agora, na administração Obama, fazer parte do novo tratado global para combater as mudanças climáticas. A esperança lançada pelo engajamento norte-americano também é reforçada pela participação importante dos países emergentes, como China, Índia, Brasil, México e África do Sul, que foram elogiados pelas suas propostas e comprometimento durante a conferência na Polônia. O Brasil, por exemplo, comprometeu-se em reduzir 72% o desmatamento na Amazônia nos próximos 10 anos.

Que as palavras inspiradas de Al Gore, que sensibilizou a platéia em Poznan inúmeras vezes, prevaleçam em 2009, deixando para trás as pedras no caminho. "Tenho muita esperança no coração e vejo que há um esforço global para salvar a nossa casa, o planeta Terra", ressaltou Gore, dizendo que essas negociações sobre o clima ultrapassam a esfera política e consistem em um desafio espiritual. "Gandhi costumava dizer uma palavra Satyagraha, que significa a força da verdade, que é maior de todas as forças", concluiu Gore.
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FONTE : Juliana Radler é jornalista e documentarista da Sumaúma Documentários Socioculturais e Ambientais (http://www.sumauma.org">http://www.sumauma.org) e esteve em Poznan, Polônia, acompanhando a Conferência do Clima. (Envolverde/O autor)

O FUTURO DA COMUNICAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE


A performance ética das empresas é cada vez mais avaliada pelos consumidores na hora da compra, o que está levando os profissionais da propaganda a repensarem seu papel na produção de conteúdo. Para sanar as dúvidas recorrentes nesse processo de adaptação, diversos estudos têm sido realizados mundo afora para debater as tendências e os desafios da comunicação para a sustentabilidade. Nesse cenário, a auto-regulamentação é um assunto cada vez mais recorrente entre os profissionais da área.

Atualmente, o preço e a qualidade não são fatores suficientes para decisão do consumidor: o cuidado ambiental no ciclo de vida do produto - desde a matéria-prima até o descarte - é levado em conta e reflete diretamente na escolha final.

De acordo com Fernando Byington Egydio Martins, diretor executivo de estratégia da marca e comunicação corporativa do Grupo Santander Brasil, atualmente, o dono da marca é o consumidor. Nesse contexto, é necessário que as empresas estejam alinhadas aos valores deste público para progredirem. "Não adianta fazer uma propaganda com temas novos para um cliente com uma cabeça antiga. As empresas devem saber trabalhar nesse movimento de transição, buscando a melhor forma de se expressar para entregar valores que correspondam aos dos clientes", ressalta.

Um dos grupos mais influentes nesse cenário é o dos jovens. De acordo com a pesquisa Pulso, da McCann-Erickson, apesar de estarem cada vez mais engajados, eles ainda representam um público extremamente consumista. Desse modo, existe um grande espaço para as empresas mais atentas às novas oportunidades se sobressaírem, cultivando uma reputação ética e construindo uma imagem íntegra dentro da sustentabilidade - fator que será um diferencial no curto prazo e indispensável para o futuro.

Segundo o Guia de Marketing Sustentável, da CSR Europa, uma recente pesquisa do Cooperative Bank revelou que a demanda por produtos verdes se mantém firme mesmo durante períodos de instabilidade econômica - atualmente, o mercado norte-americano de produtos ecológicos representa US$ 227 bilhões. Para Sonia Favaretto, superintendente de sustentabilidade, comunicação interna e institucional do Itaú, esse nível de consciência do público consumidor exigirá que as empresas se adaptem para continuar atuando no mercado. "Pelo amor ou pela dor, todos acabarão entrando nesse movimento", avalia.

Mais do que informar

O grande trunfo da propaganda é a capacidade de envolver o público em uma mensagem a ponto de influenciá-lo. Nesse sentido, ela tem muito a contribuir com a sustentabilidade, estimulando a reflexão e mudança de atitudes.

Mas é preciso atentar-se à maneira como são estruturadas as mensagens. Para Percival Caropreso, presidente da agência Setor 2 1/2, atualmente existem dois extremos na comunicação sustentável, o da catástrofe, que advém do dialeto do terceiro setor, e o da linguagem publicitária, que aborda muito superficialmente a questão. Diante desse quadro, se mostra necessário buscar um meio termo para o diálogo com o consumidor.

"Para provocar adesão, a comunicação não pode ser hermética, pelo contrário, deve motivar e ser sedutora. O ideal é que haja empenho para encontrarmos um equilíbrio na construção de uma linguagem que estimule, não apenas sensibilize." Porém, esse é um papel que não cabe exclusivamente à publicidade. Por meio do fomento de uma cultura de consumo consciente, destaca Caropreso, é viável formar uma nova geração mais sensível a questões socioambientais, mas o comprometimento das empresas é primordial, pois a publicidade continua sendo apenas um instrumento dos negócios.

De acordo com Rodolfo Gutilla, diretor de assuntos corporativos da Natura, não é preciso abdicar de uma mensagem que valorize o produto em detrimento de outra, focada apenas na sustentabilidade. "Não é necessário passar por eco-chato para dizer que, da forma como o mundo está consumindo, não haverá recursos naturais suficientes no futuro. Mostrar que a aquisição de um produto pode elevar o bem-estar e a auto-estima ao mesmo tempo em que não prejudica o planeta cria um vínculo de co-responsabilidade entre empresa, consumidor e fornecedor."

Clareza é a palavra chave

Segundo Sonia, a comunicação da sustentabilidade requer primeiramente a compreensão do assunto - o que ainda não acontece hoje em dia - para depois se transmitir o conhecimento adquirido sem o risco de confundir o público. "O grande desafio está na formação do profissio-nal, na sua conscientização, depois entram questões conseqüentes como linguagem, abordagem e forma. Acredito que o comunicador, antes de tudo, é um indivíduo, então, segue esse movimento da sociedade ser mais consciente", ressalta.

A barreira da linguagem é uma das questões que tiram o sono de muitos profissionais da propaganda na busca da melhor forma de comunicar a sustentabilidade. Os anúncios verdes, quando bem concebidos, elevam a credibilidade da empresa entre os públicos de interesse e estimulam a consciência socioambiental de todo o mercado. Porém, qualquer forma de divulgação que contenha símbolos ou mensagens relacionadas a aspectos ambientais deve seguir alguns critérios para ser relevante e não cair em promessas inviáveis.

Segundo Hiran Castelo Branco, conselheiro da ESPM e sócio-diretor da agência Giacometti, o papel dos profissionais da publicidade, nesse cenário, é estimular os clientes a pensarem na sustentabilidade e oferecer idéias concretas. "Acredito que as empresas de comunicação bem informadas procuram fazer pesquisas que mostram o crescente número de consumidores que consideram as questões socioambientais na hora de escolher uma marca ou um produto. Há como mostrar boas oportunidades de mercado e indicar que o desenvolvimento deve estar alinhado com a questão socioambiental."

A concepção de um anúncio verde deve seguir critérios rígidos para a mensagem ser eficiente, pois muitos consumidores ainda demonstram falta de confiança em relação às peças publicitárias com enfoque em meio ambiente.

Conteúdo, apresentação e precisão são aspectos que devem ser considerados no desenvolvimento de uma propaganda socioambiental, de acordo com o estudo Anúncios Verdes, um Guia Prático, publicado pelo Departamento para Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido.

O documento adverte ainda que deve-se até mesmo reconsiderar a produção de qualquer campanha se existir a possibilidade de ela ser mal interpretada ou se houver dificuldade para uma verificação posterior.

Para Martins, do Grupo Santander, o maior desafio para uma empresa que deseja comunicar suas ações sustentáveis atualmente é a necessidade de uma consciência socioambiental na gestão prática. "A sustentabilidade deve ser trabalhada de dentro para fora. A partir dessa identidade, fica mais fácil expor ações, abrir o diálogo com o cliente. Quanto mais informado o público interno for, mais ajustado será o modelo produtivo da empresa".

Buscar a comunicação de iniciativas primordiais para os públicos de interesse é o primeiro passo para as empresas que desejam transmitir suas ações socioambientais. "O maior desafio para comunicação da sustentabilidade é a coerência. É preciso que as companhias comuniquem práticas relevantes para consumidores, fornecedores e colaboradores, que sejam um diferencial de sucesso para a cadeia de negócios", ressalta Gutilla.

Sem exageros

Além do crescimento evidente do mercado para as marcas que consideram questões socioambientais na tomada de decisões, o efeito inverso também aumenta. Os consumidores estão boicotando cada vez mais produtos que não estejam de acordo com os seus valores - em todo mundo, um terço deles boicota ao menos um item. "Aqueles que entendem o mundo além de uma oportunidade de negócio terão ações conscientes, e aqueles que não pensam dessa maneira vão ficar sem alternativa porque suas marcas e produtos serão rejeitados", ressalta Castelo Branco.

Para angariar confiança, a comunicação deve ser baseada em uma verdade verificável, pois o exagero nas vantagens ambientais que um produto oferece ou a omissão de informações pode denegrir a imagem de uma empresa. No atual contexto da propaganda, a precisão se mostra muito mais eficiente.

De acordo com Martins, as companhias devem investir em um posicionamento transparente, baseado na verdade e no diálogo com o cliente para evitar ações de comunicação precipitadas. "As empresas muitas vezes não têm todas as repostas, por isso devem buscá-las junto aos seus públicos", avalia.

Segundo um estudo do UK Advertising Standards Authority (ASA), órgão regulatório de propaganda do Reino Unido, a autenticidade é uma das características mais exigidas e apreciadas pelos consumidores engajados. A única tendência negativa levantada pelos entrevistados foram as falsas mensagens verdes, que não condizem com a realidade da empresa ou que deixam muitos pontos sem esclarecimento.

O ASA baniu 19 campanhas em 2007 por veicularem um conteúdo que não podia ser comprovado nas ações das empresas. No Brasil, o Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar) tirou do ar a campanha de uma empresa por considerar a abordagem exagerada e inverídica. A grande repercussão do caso levantou a discussão sobre a necessidade de uma regulamentação específica para os anúncios verdes. Segundo Gutilla, da Natura, medidas como a do Conar mostram um nível maior de conscientização e demarcam limites para aqueles que desejam comunicar suas ações sustentáveis.
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FONTE : Cristina Tavelin (Envolverde/Revista Idéia Socioambiental)

SUSTENTABILIDADE EM ALEMÃO


Nachhaltigkeit. Esta palavra quase impronunciável quer dizer sustentabilidade na língua alemã. Assim como –já cantou Caetano Veloso – está provado que só é possível filosofar em alemão, é impossível abordar o tema das tecnologias sustentáveis sem recorrer ao que se pesquisa e se desenvolve naquele país europeu de marcantes tradições verdes.

Os alemães são líderes mundiais no tema. Colhem hoje em prestígio e lucros o que plantaram na década de 1980, quando ajudaram a desenhar os primeiros contornos de um então inusitado mercado de tecnologias ambientais. Apenas para se ter uma idéia em números, estima-se que o mercado de soluções sustentáveis gere em todo o mundo negócios da ordem de US 1,4 trilhão, cifra comparável, por exemplo, à da indústria automobilística, com a diferença importante de que, até a crise do subprime, crescia a taxas bem superiores às do PIB mundial.

Para ficar em dois campos de atuação, a Alemanha movimenta US$ 40 bilhões em energias sustentáveis (renováveis e redução de emissões de carbono) e US$ 82 bilhões em soluções para meio ambiente (água e saneamento, controle de poluição, gestão de resíduos sólidos e reciclagem).

A comparação com o Brasil dá bem a proporção das distâncias. O País investe respectivamente US$ 5,7 bilhões e US$ 5,2 bilhões nas duas áreas de negócios mencionadas, volumes ainda modestos ante o enorme potencial brasileiro. Isso significa, na prática, uma janela de oportunidades para empreendedores brasileiros e, é claro, para alemães.

Não por outro motivo, um grupo de presidentes de companhias alemãs instaladas no Brasil, sob o comando da Câmara Brasil-Alemanha, anunciou na semana passada o que classificam como uma terceira onda de investimentos alemães no Brasil a partir da sinergia de interesses em sustentabilidade. A onda inicial teria ocorrido na primeira metade do século 20 na área do comércio. E a segunda, nos anos 1950, com a entrada das montadoras de automóveis.

As relações comerciais entre os países sempre foram prósperas. Com aportes diretos de US$ 25 bilhões, a Alemanha é o terceiro maior investidor estrangeiro no País. A balança comercial bilateral registra um movimento de 15,3 bilhões de euros. O Brasil exporta 8,6 bilhões para a Alemanha, quinta nação para a qual mais vende matérias-primas e produtos. Do país europeu, importa 6,7 bilhões de euros, montante que só perde para os EUA, China e Argentina.

Para março de 2009, os alemães planejam uma grande feira de tecnologias sustentáveis, denominada Ecogerma, na qual empresas realizarão negócios esperados de cerca de R$ 200 milhões em seis áreas específicas – energia, tecnologias ambientais, infra-estrutura, pesquisa e desenvolvimento, indústria, bens de consumo e agricultura sustentável, sendo esta última, na opinião do grupo promotor, a mais promissora.

Entre as companhias presentes no Brasil, Basf, Bosch, Volkswagen, Mercedes-Benz, Siemens e ThyssenKrupp apresentarão suas tecnologias sustentáveis. Da Alemanha, devem vir corporações de pequeno e médio portes interessadas em vender expertise no Brasil, país que, segundo Ban Ki-Moon, secretário-geral das Nações Unidas, em discurso na Conferência do Clima em Poznam (Polônia), no último dia 11 de dezembro, é hoje “uma das economias mais verdes do mundo.”

Que tipo de negócio sustentável os alemães esperam fazer no Brasil? Estudo da consultoria Roland Berger identificou algumas oportunidades. Com índices de tratamento de esgoto abaixo de 20% e de reciclagem oscilando entre 11% e 12%, há mercado francamente favorável aqui para equipamentos nos quais os alemães são pioneiros. Nunca é demais lembrar que apenas 39% das cidades brasileiras possuem aterros. E novas iniciativas governamentais para separar lixo demandarão tecnologias apropriadas. Com a realização das PPPs, os alemães estão de olho ainda no aumento de investimentos públicos no setor de água. De acordo com o estudo, a escassez desse recurso natural em algumas regiões decorre de perdas que poderiam ser evitadas com boas soluções tecnológicas. Outro campo de interesse dos alemães é o etanol. Companhias daquele país conhecem muito bem o biodiesel e dispõem de tecnologias capazes de apoiar o desenvolvimento do setor no Brasil.

Como já era de se esperar, na reunião de anúncio da Ecogerma 2009, os empresários germânicos não tiveram como escapar da pergunta sobre o eventual impacto da crise econômica para o futuro imediato dos negócios sustentáveis. A opinião de Rolf Dieter Acker, presidente da Basf para a América Latina, revelou otimismo e confiança. Segundo o CEO da centenária corporação alemã, a história mostra que para sair de crises as empresas são forçadas a economizar custos por meio da eficiência de processos e a abrir novos mercados. A sustentabilidade é, portanto, uma alternativa bem-vinda na medida em que favorece, no caso da desejada parceria Brasil-Alemanha, esses dois aspectos.
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FONTE : Ricardo Voltolini é publisher da revista Idéia Socioambiental e diretor da consultoria Idéia Sustentável.(Envolverde/Revista Idéia Socioambiental)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

MATA ATLÂNTICA E O PLANO NACIONAL DE MUDANÇAS DE CLIMA (16/12/2008)


Um copo parcialmente com água: meio cheio ou meio vazio? Obviamente, depende da expectativa de quem tem sede ou de quem tem papel relevante em garantir qualidade e quantidade desse recurso.

Similar pensamento poderia ser aplicado ao PNMC – Plano Nacional de Mudança de Clima, lançado pelo Presidente Lula em sessão solene no dia 1 de dezembro em Brasília, no mesmo dia que em Poznan, Polônia, tinha início a 14ª. Conferência das Partes da Convenção Quadro de Mudança de Clima (CoP-14) para negociar nossos arranjos e medidas para a Convenção da ONU e para o Protocolo de Quioto. Mesmo assim, precisaríamos de um elevado grau de generosidade para dizer que o copo está pela metade.

Sim finalmente temos um instrumento denominado de plano. Com anos de atraso (16 desde a Rio-92, quando o Brasil assinou a convenção ou pelo menos 14, desde quando o Congresso Nacional, em 1994, a ratificou e tornou-a equivalente a lei de cumprimento obrigatório), o Estado , em todos os níveis e setores de governo, conta com um esboço inicial de linhas de ações e políticas para lidar com desafios associados ao aquecimento global: a mitigação de emissões de gases de efeito estufa; a avaliação de vulnerabilidades a partir do estudo regionalizado de impactos das mudanças de clima, para permitir a implementação de medidas, de curto a longo prazos, de adaptação aos efeitos irreversíveis; as áreas nas quais a ampliação do conhecimento cientifico ou o desenvolvimento e difusão de tecnologias são fundamentais, e por fim, mas não por último, ações no campo de educação e comunicação. Está longe ainda de ser um plano

De um Plano espera-se um documento objetivo, que defina metas, ações para o seu cumprimento e indique instrumentos concretos, incluindo a origem dos recursos e financiamentos necessários para que sejam cumpridas. Importante também atribuir responsabilidades a todos os organismos governamentais e setores da sociedade envolvidos com a questão das mudanças climáticas e apontar os ônus decorrentes do seu não cumprimento. Fundamental é indicar os instrumentos e meios, e as instituições responsáveis pelos meios, que podem fazer as propostas saírem do papel e se concretizam em contribuições e efeitos positivos para a sustentabilidade do país.

REDD – Redução de emissões de gases de efeito estuda do desmatamento e degradação de florestas é um desafio, parte do problema e parte da solução para lidar com mudanças de clima. Não haverá regime multilateral ou política nacional séria, em qualquer país, que não considerar REDD. Para lidar com REDD há diferentes abordagens e instrumentos, tanto as centradas em políticas públicas, e seus instrumentos de controle, de fundos públicos, de taxas, etc. como as voltadas a sistemas voluntários ou de mercado.

O rascunho divulgado no dia 25 de setembro de 2008 foi uma mistura de carta de intenções e colcha de retalhos das ações que o país pretende e de algumas que já diz adotar, nessa área, lançando mão de programas que já estão em curso (e que independem do PNMC). A versão final mantem essa característica, embora tenha avançado em definir parâmetros mensuráveis para alguns objetivos. Dois deles, complementares entre si, são relevantes para os que lidam com a conservação e uso sustentável de florestas:

a) Buscar a redução sustentada das taxas de desmatamento, em sua média quadrienal, em todos os biomas brasileiros, até que se atinja o desmatamento ilegal zero;

b) Eliminar a perda líquida da área de cobertura florestal no Brasil, até 2015

No primeiro desses objetivos, o Governo atual definiu que o Brasil deve buscar a “redução do desmatamento em 40% no período 2006-2010, relativamente à média dos dez anos do período de referência do Fundo Amazônia (1996-2005), e 30% a mais em cada um dos dois quadriênios seguintes, relativamente aos quadriênios anteriores”. Entretanto, Segundo declarações do Ministro Minc, no primeiro quadriênio a atenção fica limitada à Amazônia, sendo que monitoramento e controle de outros biomas seriam iniciados somente depois de 2011, em função da necessidade de organizar sistemas de dados e informações. Mas a efetivação dessas metas, Segundo o Presidente da República, que assina e lançou o plano, tem uma condicionante: “existência de recursos nacionais e internacionais, novos e adicionais, para fiscalização e reorientação econômica da região florestada, incluindo os captados pelo Fundo Amazônia”. Será que o Presidente da República, que teve autoridade suficiente para decidir sobre liberação de créditos aos setores agrícola e automobilístico, não tem poder suficiente para garantir pelo menos os recursos nacionais necessárias? Enfim, reduzir desmatamento na Mata Atlântica e em outros biomas só se tiver dinheiro?

Para o segundo eixo florestal, o PNMC pretende, “além de conservar a floresta nos níveis estabelecidos no objetivo anterior, dobrar a área de florestas plantadas de 5,5 milhões de hectares (ha) para 11 milhões de ha em 2020, sendo 2 milhões de ha com espécies nativas, promovendo o plantio prioritariamente em áreas de pastos degradados, visando à recuperação econômica e ambiental destas”.

Na seção sobre impactos, vulnerabilidade e adaptação aos efeitos de mudanças de clima, o PNMC cita que “o Ministério de Ciência e Tecnologia - MCT - conduzirá, no âmbito do Programa Nacional de Pesquisa em Biodiversidade – PPBio, ações voltadas à avaliação dos impactos da mudança do clima na biodiversidade, o qual expandirá sua rede de parcelas permanentes de monitoramento para a Mata Atlântica em 2009, com o objetivo de monitorar grupos de organismos que respondam rapidamente à mudança do clima”. Conforme consta no documento, “nesse bioma serão conduzidos estudos dos efeitos da mudança do clima na biodiversidade com ênfase na análise da redução da distribuição geográfica de espécies; das mudanças no ciclo de vida; na dinâmica populacional; na estrutura e composição das comunidades, e nas estratégias de adaptação e sobrevivência das espécies”.

Sem desconhecer a contribuição de estudos desse tipo, certo é que poderíamos desde já articular muitas medidas de adaptação, notadamente no que concerne a criar e fortalecer resiliência de ecossistemas ou de identificar e proteger nascentes e áreas de mananciais, mediante um amplo programa de reflorestamento, mediante a restauração de áreas degradadas com ações de reflorestamento, por exemplo. No bioma Mata Atlântica, no qual vivem mais de 120 milhões de pessoas, a recuperação de ecossistemas e de cobertura florestal pode ser iniciada desde já para podermos garantir serviços ambientais importantes, como água, especialmente para as grandes e médias cidades. Transformar a paisagem de nossas cidades, mediante novos padrões urbanísticos e de edificações será necessário, não somente para promover uso eficiente de energia e adequado conforto térmico, mas para re-introduzir o “componente verde” via ações de arborização, de parques municipais, entre outros. Prover refúgios de vida silvestre áreas verdes, inclusive em áreas urbanas, será fundamental para diversas espécies da fauna do bioma Mata Atlântica. Se quisermos ter ruas com sombras, para que um pedestre possa caminhar com mais conforto em um dia ensolarado de um planeta mais aquecido em 2040, teremos que iniciar o plantio das árvores agora. Se quisermos prevenir “derretimentos” de morros, teremos que considerar os parâmetros de ocupação de encostas e várzeas previstos no Código Florestal e teremos que fazer toda a sociedade, especialmente os integrantes dos Executivo, Legislativo e Judiciário, sejam fieis zeladores e cumpridores da legislação da Mata Atlântica.

Mas nada disso está no PNMC. Não passam de uma dúzia, incluindo títulos de figuras, as referências explícitas à Mata Atlântica nas mais de 120 páginas do PNMC. Gotas insuficientes para iniciar o enchimento de um copo. Sim, temos um documento, um “gancho” em mudança de clima para engajar governantes, empresas e lideres da sociedade em ações de sustentabilidade ambiental. A tarefa é enorme, mas possível e necessária.
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FONTE : Rubens Born é coordenador do Vitae Civilis Instituto para o Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz (http://www.vitaecivilis.org.br) & Gaines.(Envolverde/Vitae Civilis)