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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

IPCC reforça influência do homem no aquecimento global

por Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil
capaipcc2013base IPCC reforça influência do homem no aquecimento global
Versão final do relatório sobre as bases científicas das mudanças climáticas destaca que é praticamente certo que a emissão de gases do efeito estufa proveniente das atividades humanas é a principal causa da elevação das temperaturas.
“O aquecimento global é inequívoco, a influência humana tem sido sua causa dominante desde a metade do século XX, e as concentrações de gases do efeito estufa, já em níveis nunca vistos nos últimos 800 mil anos, vão persistir por muitos séculos.”
É assim que começa o comunicado das Nações Unidas sobre a publicação da versão final do “Mudanças Climáticas 2013: As bases físicas científicas”, apresentado nesta quinta-feira (30). O conteúdo principal do relatório já havia sido divulgado em setembro do ano passado, mas agora a íntegra do documento está disponível online.
Produzido pelo Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC), entidade vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2007, o relatório contou com 259 autores de 39 países e recebeu mais de 54 mil comentários de outros pesquisadores.
O documento afirma que é extremamente provável que mais da metade do aumento das temperaturas médias na superfície global entre 1951 a 2010 tenha sido causada pela maior concentração de gases do efeito estufa na atmosfera resultante das atividades humanas.
“A influência humana foi detectada no aquecimento da atmosfera e do oceano, em mudanças no ciclo da água, na redução de neve e gelo, no aumento do nível dos oceanos e em transformações nos extremos climáticos”, destaca o relatório.
Os cientistas apontam que é provável que o planeta se aqueça pelo menos 1,5°C até o fim deste século, sendo que a elevação de temperaturas desde a Revolução Industrial até hoje teria sido de 0,8°C. Eles também alertam que, na maioria dos cenários, é provável que o aquecimento global ultrapasse os 2°C, resultando em eventos climáticos extremos mais intensos e frequentes.
É considerado altamente provável que nos próximos 100 anos o nível dos oceanos suba entre 26 cm a 82 cm, causando impactos para cerca de 70% das regiões costeiras do planeta. A elevação entre 1900 e 2012 foi de 19 cm.
A crescente acidificação também é um problema que tende a se agravar, sendo que, desde o início da Era Industrial, o pH da superfície dos oceanos subiu 0,1, com um aumento de 26% na concentração de íons de hidrogênio.
A acidificação é a principal responsável pelo processo de “branqueamento” dos recifes de coral. Sem os corais, todo o ecossistema marinho está em perigo.
Segundo o IPCC, nas últimas duas décadas, a Groelândia e a Antártica perderam massa de gelo, e praticamente todas as geleiras do planeta passaram pelo mesmo processo.
A taxa de derretimento nas geleiras teria sido entre 91 a 361 gigatoneladas ao ano no período entre 1971 a 2009.
Na Groenlândia, é muito provável que a perda de gelo tenha acelerado recentemente, passando de 34 gigatoneladas ao ano entre 1992 a 2001 para 215 gigatoneladas anuais entre 2002 e 2011.
A versão final do relatório consiste de um sumário para legisladores, descrições técnicas divididas em 14 capítulos e seis anexos, incluindo um atlas global e projeções climáticas regionais.
“Com mais de 1.500 páginas e 600 diagramas, o relatório do Grupo de Trabalho I (GT I) fornece uma ampla base científica para as mudanças climáticas, citando mais de nove mil publicações científicas”, explica Thomas Stocker, co-presidente do GT I.
O IPCC é dividido em três Grupos de Trabalho (GTs) e uma Força-Tarefa. O GT I é responsável pela “Base Científica da Mudança Climática”, o II lida com “Impactos da Mudança Climática, Adaptação e Vulnerabilidade” e o III está a cargo de explicar a “Mitigação da Mudança Climática”. A Força-Tarefa busca melhorar as metodologias para o cálculo e divulgação das emissões nacionais de gases do efeito estufa.
A previsão é de que o GT II apresentará seu relatório em março de 2014, e o GT III, em abril.
O grande documento síntese de todos esses trabalhos será a Quinta Avaliação do IPCC (IPCC Fifth Assessment Report – AR5), que deve ser divulgada durante a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas no final deste ano em Lima, no Peru (COP 20).
Vídeo detalha o processo de trabalho para a elaboração do relatório Mudanças Climáticas 2013:As bases físicas científicas.

* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)



Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Cerrado, Desenvolvimento Sustentável, Energia, Povos Indígenas, UCs
Ano 13
31/01/2014

 

Direto do ISA

 
  Quase mil organizações da sociedade civil lançaram publicação que traz dados sobre os problemas e as inconsistências do projeto que ameaça o segundo parque nacional mais visitado do País. ISA participa da iniciativa - Direto do ISA, 30/1.
   
 

Energia

 
  A forte elevação do preço da energia elétrica no mercado à vista faz, novamente, vencedores e perdedores, como ocorreu no ano passado. No time das empresas que saem ganhando com a elevação dos preços spot estão as geradoras que possuem energia descontratada em carteira, como a Cesp e a Cemig, assim como as empresas que controlam usinas térmicas, como a Tractebel. A Cemig e Cesp não aceitaram renovar a concessões de algumas de suas hidrelétricas, que serão devolvidas até 2015 para a União. Por isso, ambas possuem um maior volume de energia disponível, que não pôde ser vendida em contratos de longo prazo - Valor Econômico, 31/1, Brasil, p.A5.
  O valor recorde da energia elétrica no mercado de curto prazo, que deve ser alcançado hoje, coloca pressão adicional no caixa das distribuidoras e reacende debates em torno da necessidade de medidas para conter o consumo. A consultoria Thymos, especializada no setor, estima que o risco de racionamento está atualmente entre 10% e 15%. O sistema elétrico brasileiro é desenhado para operar com um risco de até 5% de déficit no abastecimento. De acordo com João Carlos Mello, presidente da Thymos, o risco em janeiro de 2013 chegou a 20%. Ele lembra que o país vive um ciclo raro, de três verões consecutivos com chuvas abaixo da média histórica, o que ocorreu pela última vez na década de 1950. Não há previsão de precipitações abundantes em fevereiro - Valor Econômico, 31/1, Brasil, p.A5.
 
"O fato de que o país demandará muita energia no futuro é usado para justificar projetos caros, com subsídios embutidos e cheios de problemas, como os de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte. Sem falar na forma controvertida como foram licenciados pelo Ibama ou o atraso nas compensações ambientais de Belo Monte. Os especialistas têm mostrado evidências de que, hoje, as hidrelétricas financiadas pelo governo federal e as rodovias são os principais vetores do desmatamento na Amazônia, que subiu em 2013 depois de oito anos de queda. No Brasil, estamos caminhando na direção contrária. E o país ainda se dá ao luxo de ter eólicas rodando à toa, sem linhas de transmissão, em momento em que falta energia boa, limpa e barata no sistema", artigo de Míriam Leitão - O Globo, 31/1, Economia, p.22.
  "Para atender ao brutal aumento do consumo de energia (10%) provocado pelas temperaturas elevadas, o ONS está despachando praticamente todo o parque gerador térmico disponível. E, mesmo assim, tem sido obrigado a esgotar paulatinamente os reservatórios hidrelétricos para evitar o racionamento de energia. Os reservatórios hidrelétricos cumprem funções mais nobres que a geração de eletricidade. Muitos deles são essenciais no abastecimento de água das populações que vivem em seu entorno. Mais ainda, eles disponibilizam a água necessária para irrigar a produção agrícola que faz chegar os alimentos à mesa dos brasileiros. Estancar o atual processo de esgotamento dos reservatórios hidrelétricos é indispensável para evitar uma potencial crise que não se limitaria ao abastecimento elétrico", artigo de Adilson de Oliveira - O Globo, 31/1, Opinião, p.19.
   
 

Geral

 
 
A rápida expansão da agropecuária no cerrado será mapeada pela primeira vez. As áreas de vegetação natural, de produção de grãos, de pastagens e de culturas perenes, entre outras, passarão neste ano a ser identificadas por satélites do Inpe, em um projeto que também reúne o Ministério do Meio Ambiente, a Embrapa e o Ibama. O objetivo é realizar no cerrado o mesmo monitoramento que é feito desde 2008 na Amazônia pelas mesmas instituições. O projeto, chamado TerraClass Cerrado, vai identificar o uso das terras no bioma e seus impactos. A ideia é gerar uma base de dados que permita monitoramento constante da atividade --possivelmente anual-- e planejamento para expansão. A iniciativa tem apoio financeiro do Banco Mundial - FSP, 31/1, Mercado, p.B7.
  Cinco índios da etnia tenharim foram presos ontem na região de Humaitá (AM) por suposto envolvimento no assassinato de três pessoas, em dezembro, informaram fontes policiais. Todos os presos foram levados a Porto Velho. Para a captura, a Polícia Federal comandou uma megaoperação com agentes seus, da Polícia Rodoviária Federal, do Exército e da Força Nacional. Ainda não há informações sobre se foram achados os corpos do funcionário da Eletrobras Aldeney Salvador, do representante comercial Luciano Ferreira e do professor Stef de Souza. Eles sumiram em viagem pela Transamazônica, em 16 de dezembro. O caso motivou protestos com depredação de carros e de instalações da Funai. O governo enviou uma força-tarefa para a região - FSP, 31/1, Poder, p.A10.
  Não é uma proposta de ambientalista radical, ativista político, esquerdista militante, é do próprio presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, no recente Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça: as emissões de dióxido de carbono ameaçam comprometer os avanços do desenvolvimento econômico nas duas últimas décadas; governos, corporações de negócios e empresas deveriam cancelar seu provimento de recursos para empresas de petróleo, gás e carvão, além de apoiar a criação de tributos para essas áreas; também será preciso obrigar esses setores a revelar seu nível de contribuição para os impactos climáticos. O mundo muda? Está mudando e precisa mudar. Até mesmo na adoção de critérios para avaliar o que é e o que não é desenvolvimento", artigo de Washington Novaes - OESP, 31/1, Espaço Aberto, p.A2.
   
 
Imagens Socioambientais

O GRITO DO BICHO - 31/1/2014

Pseudo-protetora abandona pet shop com animais dentro - Santo André - SP
  • Pombas soltas por Papa são atacadas novamente por gaivotas

  • Denúncia: 20 gatos abandonados em apartamento na zona oeste do Rio

  • Fotos de navio-curral e artigo sobre a exploração no Brasil de transporte carva viva - SP

  • Cenas da novela Amor à Vida que estimulam a adoção de animais

  • Homens atiram e matam raposa na frente de crianças na Inglaterra

  • Tubarões são capturados na Austrália depois de série de ataques mortais

  • Touros são torturados em celebração indiana

  • Vídeos curiosos: um cãozinho é apresentado a um bebê

  • Obrigado pela divulgação do nosso trabalho e acompanhe a coluna "Ultimas Notícias" .
    Sheila Moura
     
    news

    Brasil, 31 de Janeiro de 2014
    "O mundo em que vivemos é ecocida". Estas foram as palavras que o filósofo Leonardo Boff encontrou para descrever a influência do homem no aquecimento global. A última versão
    do relatório do Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC) reforça esta visão.
    Confira hoje na capa da Envolverde. Há ainda novidades no caderno
    Educação e no Facebook. Acesse!
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    shutterstock_humanidade
    Por Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil
    Versão final do relatório sobre as bases científicas das mudanças climáticas destaca que é praticamente certo que a emissão de gases do efeito estufa proveniente das atividades humanas é a principal causa da elevação das temperaturas. “O aquecimento global é inequívoco, a influ ência humana tem sido sua causa dominante desde a metade do século XX, [ … ]
    Os chefes de Estado e de governo posam para a tradicional foto durante a II Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), no Palácio da Revolução, em Havana. Foto: Jorge Luis Baños/IPS
    Por Patricia Grogg, da IPS
    Havana, Cuba, 31/1/2014 – Reduzir a pobreza, a fome e as desigualdades é o compromisso coletivo assumido pelos chefes de Estado e de governo na II Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), junto com a declaração da região como uma “zona de paz”. Esse mandato, considerado “ambicioso” pelos próprios mandatários, fechou, [ … ]
    Rio Iguaçu, alguns quilômetros antes das cataratas. Parna do Iguaçu tem grande importância para a conservação da Mata Atlântica. Foto: Hudson Garcia/ISA
    Por Redação do ISA
    Quase mil organizações da sociedade civil lançaram publicação que traz dados sobre os problemas e as inconsistências do projeto que ameaça o segundo parque nacional mais visitado do País. ISA participa da iniciativa. As quase mil organizações da sociedade civil brasileira que estão mobilizadas contra a tentativa de reabrir a estrada que cortava, até 2003, [ … ]
    Meta é garantir a destinação ambientalmente adequada de medicamentos e suas respectivas embalagens. Foto: http://www.abimip.org.br/
    Por Redação do EcoD
    O Comitê Orientador para Implantação dos Sistemas de Logística Reversa (Cori) aprovou na quinta-feira, 30 de janeiro, o pedido de prorrogação do prazo de encerramento do edital, aberto desde outubro, para receber propostas de acordo setorial para implantação do sistema de logística reversa de resíduos de medicamentos. A reunião foi presidida pelo secretário executivo do [ … ]
    Estádio Maracanã. Foto: Governo do Rio de Janeiro/Erica Ramalho
    Por Redação da ONU Brasil
    A realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014 e da Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro são boas oportunidades para debater as questões do trabalho decente, afirmou a diretora da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Laís Abramo, na abertura da 5ª Oficina de Promoção de Trabalho Decente nos Grandes Eventos [ … ]
    Foto: City Energy Project
    Por Jéssica Lipinski, do CarbonoBrasil
    O setor de edificações responde por cerca de 40% do consumo de energia dos Estados Unidos, sendo que é também responsável por 75% das emissões de gases do efeito estufa em áreas urbanas. Visando combater esse problema, o ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, reuniu nesta semana os dirigentes de dez cidades dos EUA para [ … ]
    A mudança positiva pode ser percebida principalmente em países em desenvolvimento. Foto: Divulgação
    Por Redação do EcoD
    Os consumidores de todo o mundo estão cada vez mais conscientes e tomando atitudes para preservar o meio ambiente. A conclusão consta em pesquisa global recente feita pela Tetra Pak, que considerou a percepção de mais de sete mil consumidores em 13 países. A mudança positiva pode ser percebida principalmente em países em desenvolvimento, onde [ … ]
    Edgard Júnior, da Rádio ONU
    Por Edgard Júnior, da Rádio ONU
    Objetivo é melhorar a conservação das plantações de alimentos; ag ência da ONU disse que mais de 7 mil amostras de sementes estão guardadas em 1,7 mil instalações em todo o mundo. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, lançou um novo padrão para o armazenamento de amostras de sementes de plantas nos [ … ]
    A Agência Envolverde distribui com exclusividade no Brasil os textos da agência Inter Press Service (IPS) e do Projeto Terramérica. Jornais, revistas e websites que queiram ter acesso a este material podem entrar em contato com nossa redação através do email agencia@envolverde.com.br

    Expediente - Uma publicação da Agência Envolverde - Rua Simpatia, 179 - Vila Madalena - São Paulo - SP - Brasil - CEP 05436-020 - Fone/Fax: 55 11 30344887
    Editor Responsável: Adalberto Wodianer Marcondes - dalmarcondes@envolverde.com.br
    Diretor Administrativo: Fábio Salama - fabio@envolverde.com.br
    Diretor de Relacionamento: Ana Maria Vasconcellos - anamaria@envolverde.com.br

    Lançado livro sobre hidrelétricas na América Latina

    Publicação é resultado de debates entre procuradores de diversos países da região
    Felício Pontes Júnior, um dos autores da obra
    Felício Pontes Júnior, um dos autores da obra Arquivo Beth Begonha
    O procurador do Ministério Público Federal no Pará Felício Pontes Júnior, um dos autores da obra sobre hidrelétricas na América Latina, é o entrevistado desta quinta-feira (30) do Amazônia Brasileira. Ele fala sobre o livro, lançado por membros do Ministério Público da América Latina e pesquisadores, que aborda os impactos causados pela instalação de hidrelétricas na região e a maneira como o MP trabalha para evitá-los ou minimizá-los.
    Hidrelétricas e atuação do Ministério Público na América Latina  registra a importância de tratar os impactos causados pelas hidrelétricas de forma integrada, observando os efeitos acumulados da instalação de diversas usinas em uma mesma região. A publicação apresenta também propostas para que poder público, empresas e cidadãos possam aprofundar a análise e o tratamento das questões socioambientais ligadas a esses impactos, principalmente na região amazônica do Brasil, Equador e Peru. O livro é organizado por Felício Pontes Júnior, pelo promotor de Justiça em Minas Gerais Leonardo Castro Maia e pela procuradora de Justiça no Rio Grande do Sul Sílvia Capelli.
    A obra está disponível para download em PDF na internet.
    Matéria da Rádio Nacional da Amazônia/EBC, publicada pelo EcoDebate, 31/01/2014

    Portal EcoDebate - Edição 2.007, de 31 / janeiro / 2014

    Futebol: esporte ou ópio do povo na sociedade do espetáculo? artigo de José Eustáquio Diniz Alves
    Democracia Capitalista, o que é isso? artigo de Valdeci Silva
    Lançado livro sobre hidrelétricas na América Latina
    Substâncias tóxicas na confecção de roupas: Os monstros no seu armário. Entrevista com Luiz Jacques Saldanha
    Renda dos negros cresce, mas não chega a 60% da dos brancos
    Novo estudo indica que antioxidantes não contribuem no combate ao câncer

    “Compreendemos desenvolvimento sustentável como sendo socialmente justo, economicamente inclusivo e ambientalmente responsável. Se não for assim não é sustentável. Aliás, também não é desenvolvimento. É apenas um processo exploratório, irresponsável e ganancioso, que atende a uma minoria poderosa, rica e politicamente influente.” [Henrique Cortez, 2005]

    quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

    Nuvens de veneno

    por Wellinton Nascimento, do Forest Blog
    Há uma grande disparidade no tratamento que o agronegócio dispensa à saúde da lavoura e a saúde dos trabalhadores. A preocupação com o aumento da produção sem economizar no uso dos agrotóxicos, revela um descaso com os efeitos colaterais causados na vida da população e do meio ambiente. No estado de Mato Grosso – o maior produtor de soja, algodão e gado no Brasil -, apenas seis municípios possuem Programa de Saúde dos Trabalhadores. O estado detêm também o recorde de maior consumidor de agroquímicos no país.
    A aviação agrícola despeja sobre as lavouras nuvens de endosulfan, tamaron, futrifol e outros inseticidas controversos já proibidos nos Estados Unidos, na Europa e até mesmo na China. Os produtos são exportados, mas os agrotóxicos ficam. Esse é o grande questionamento trazido pelo preciso curta “Nuvens de Veneno”, dirigido por Beto Novaes, aonde vão parar os milhões de litros de agrotóxicos que estavam nos vasilhames agora vazios?
    Os inseticidas usados pelos grandes produtores tem afetado drasticamente a saúde e as lavouras de pequenos produtores familiares de assentamentos e comunidades rurais de Mato Grosso. Os insumos químicos levados pelas nuvens de veneno, andam quilômetros e tem chegado até as cidades.
    Os pesticidas evaporam, se condensam na chuva e intoxicam pessoas, plantas, nascentes. Uma pesquisa realizada por Wanderlei Pignati, professor da Universidade Federal de Mato Grosso, na água de 10 poços artesanais das cidades de Lucas do Rio Verde e Campo Verde, durante dois anos, revelou que todos estavam contaminados com resíduos agrotóxicos. O curta mostra que, lastimavelmente, os insumos não tem surtido mais efeito contra as pragas, o que gera um ciclo destrutivo: a quantidade de veneno é aumentada à exaustão e depois substituída por outros agrotóxicos ainda mais nocivos.
    Obediência aos códigos florestais, controle social e visão crítica da população são algumas das soluções apresentadas no vídeo. Reserve apenas 22 minutos da sua semana, assista “Nuvens de Veneno” e reflita.

    Até quando vamos aceitar essa situação? Que qualidade de vida as futuras gerações terão, se tamanha irresponsabilidade persistir?
    * Publicado originalmente no Forest Comunicação e retirado do site Mercado Ético.
    (Mercado Ético)


    Transporte do futuro: o meio do caminho

    por Michael Grimm*
    transito ciclovia 500 300x198 Transporte do futuro: o meio do caminho
    Foto: Divulgação
    Existe algum modo de combinar a mobilidade do futuro com sustentabilidade? Jack Short, Secretário-Geral do Fórum Internacional de Transportes, é otimista, mas não espera uma revolução nos transportes.
    Os custos crescentes do combustível, as políticas para poupar carbono, as aspirações dos consumidores e a indústria automobilística – qual deles causa maior impacto no desenvolvimento dos combustíveis alternativos?
    O mercado é o fator fundamental. Mas eu também diria que é preciso sinais políticos, pelo fato de o transporte ser tão dependente do petróleo. Já que mais da metade do petróleo no mundo é usado no transporte, e como 96% do transporte utiliza petróleo, esse é um setor estrategicamente vulnerável.
    Até que ponto é necessário mudar a base energética do transporte, passando do petróleo cru para combustíveis alternativos?
    Ministros presentes ao ITF – Fórum Internacional de Transporte disseram dois anos atrás que deveríamos buscar mudar, a longo prazo, a base energética para o setor de transportes, abandonando o petróleo. A questão é saber o quão rápido deveríamos fazer isso e quais alavancas utilizar para chegarmos lá. A meu ver, devemos ser cuidadosos quanto aos custos de se tentar migrar rápido demais para uma nova base energética.
    Os motoristas não têm de se preocupar sobre onde obter combustível. O que precisa ocorrer para que os combustíveis alternativos também se tornem facilmente disponíveis?
    Não subestime a capacidade do mercado em fornecer soluções. Os proponentes ficarão satisfeitos se os governos quiserem dar apoio, mas eles deveriam fazê-lo de modo seletivo. Nunca iremos introduzir carros e combustíveis novos ou novas infraestruturas se os consumidores não comprarem essa ideia. Os preços precisam ser mais próximos dos de carros convencionais. Em segundo lugar, é preciso superar a hesitação do consumidor quanto às opções de modelos dos carros elétricos.
    O Brasil descarbonizou radicalmente o transporte e obteve uma independência expressiva em relação ao petróleo. Outros países podem fazer a mesma coisa?
    Deve-se levar em consideração as circunstâncias específicas no caso do Brasil. O país possui um clima muito adequado para a produção de etanol e os custos de mão de obra são baixos. Esses fatores é que tornam a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar eficiente. Outros países com clima e condições de trabalho similares provavelmente poderiam obter o mesmo resultado, mas isso pode não ocorrer em outros lugares. A China, por exemplo, tem um clima mais frio, portanto não é tão fácil replicar a experiência do Brasil.
    jackshort itf official 2010 40158 Transporte do futuro: o meio do caminho
    Jack Short, secretário-geral do Fórum Internacional de Transportes. Foto: Forum Internacional de Transportes
    Mudança muitas vezes implica custos mais elevados. Qual é a obrigação do governo em fornecer incentivos tanto a consumidores quanto a fabricantes de automóveis?
    Esse é um debate fundamental. Por um lado, os críticos dizem ser necessários subsídios governamentais de até 10.000 euros por automóvel, e isso é muito dispendioso. Por outro lado, os que apoiam a ideia apontam que, para colocar em ação uma nova tecnologia, nós precisamos dar um empurrão inicial para ajudar a obter a escala necessária que fará baixar os custos de produção. A meu ver, não deveríamos apressar esse processo. Existem outros fatores a serem considerados. Mais importante ainda é que a tecnologia existente pode ser muito melhorada. Essa é a razão pela qual lançamos uma iniciativa denominada “50 by 50″, a qual propõe que os carros convencionais se tornem 50% mais eficientes no uso do combustível até 2050.
    Qual das novas tecnologias de transporte é a mais promissora e quando ela chegará às ruas?
    Os veículos elétricos parecem ser os mais promissores, especialmente aqueles veículos híbridos de carregar na tomada. Mas isso ainda leva tempo. Muitos países tinham uma meta de 10% de veículos elétricos para 2020. Isso me parece um pouco alto e não alcançável por meio de um custo eficaz. Eu não esperaria ver os carros elétricos totalizarem mais do que 2-3% da frota em 2020. Os veículos elétricos ainda são caros e requerem muitas melhorias e inovações. Portanto, acho que é melhor conjugar os esforços mais imediatos para melhorar os motores de combustão interna a estratégias de longo prazo, a fim de promover a adoção dos veículos elétricos em larga escala.
    Em seu livro “Two Billion Cars”, Dan Sperling avisa que os carros são uma das maiores ameaças do homem à sociedade humana. Qual a sua resposta a isso?
    Eu penso que a política dos transportes subestimou os benefícios da mobilidade privada. Os carros proporcionaram grandes melhorias à mobilidade independente, e isso não deveria ser esquecido. Obviamente, nós devemos lidar com os efeitos colaterais negativos. Um dos problemas mais difíceis diz respeito às emissões de CO2. Porém, tentar solucionar isso limitando a mobilidade não vai funcionar. As pessoas na China e na Índia têm tanto direito a ter um carro quanto os cidadãos da Califórnia. Nós podemos restringir o uso dos carros em certas circunstâncias. Podemos gerenciar melhor o seu uso nas cidades e, ao mesmo tempo, continuar encorajando o uso de bicicletas, caminhadas e transporte público. Mas eu não acho que vamos passar para um novo paradigma da mobilidade.
    Como encontrar um equilíbrio entre atender às expectativas dos usuários e encorajar um uso mais sustentável dos meios de transporte?
    Essa é uma pergunta crucial, pois o desafio consiste em achar o equilíbrio entre benefícios individuais e benefícios à sociedade. Nós podemos abordar esse aspecto através de uma combinação de medidas. É possível reduzir o tamanho dos carros e tornar o seu consumo de combustível mais eficiente; ter sistemas de transporte público mais integrados nas nossas cidades; usar melhor a tecnologia da informação de modo a evitar deslocamentos; andar mais a pé ou de bicicleta. Porém, encontrar um novo equilíbrio significa também levar em conta as necessidades dos indivíduos. Os padrões de deslocamento das pessoas se tornaram mais complexos e o carro se presta melhor a isso do que o transporte público.
    * Publicado originalmente no site Allianz e retirado do site Mobilize Brasil.
    (Mobilize Brasil)

    A agricultura é o “motor de crescimento” que a África precisa

    por Redação da FAO
    agricultura2 300x202 A agricultura é o motor de crescimento que a África precisaO diretor-geral da FAO celebra o lançamento do Ano Africano da Agricultura e Segurança Alimentar e o objetivo “fome zero” em 2025
    Addis Abeba/Roma -  A agricultura deve ser o motor de crescimento que a África precisa para erradicar a fome e impulsionar a produção sustentável de alimentos, afirmou hoje o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva.
    Durante uma intervenção em ato paralelo na Cúpula da União Africana em Addis Abeba, Graziano pediu que a África intensifique os esforços nesse sentido.
    “A mais de um quinto dos cidadãos africanos ainda é negado o direito a alimentação”, lembrou o diretor-geral.     Ao apontar que a marioria das dez economias de mais rápido crescimento no mundo estão na África, Graziano destacou que a região tem em suas mãos o dever de mudar essa situação.
    Ressaltou que o desafio para a África é fazer que este crescimento econômico seja mais inclusivo, tendo como base o desenvolvimento agrícola e rural, as mulheres e os jovens.
    Sabe-se que 75% dos africanos têm 25 anos ou menos, e se espera que a população siga sendo em grande parte rural durante os próximos 35 anos, com muitas casas lideradas por mulheres.
    “A agricultura é o único setor da economia capaz de absorver esta mão de obra. Não existe uma via inclusiva e sustentável para que a África próspere sem as mulheres, os jovens e a agricultura”, destacou o diretor-geral.
    Ano Africano da Agricultura e Segurança Alimentar
    Os governos vão ter a oportunidade de renovar o apoio ao desenvolvimento agrícola em 2014, Ano Africano da Agricultura e Segurança Alimentar, que vai ser lançado durante a Cúpula da União Africana esta semana.
    “O lançamento do Ano Africano da Agricultura e Segurança Alimentar é um paso importante em direção de uma África sem fome e sustentável pela que (o falecido líder africano) Nelson Mandela e muitos outros sonharam e lutaram”, disse Graziano.
    O diretor-geral explicou que o Ano Africano aproveitará os esforços do Programa-Geral pra o Desenvolvimento da Agricultura na África (CAADP, sigla em inglês), lançado em 2003.
    O Ano Africano da Agricultura e Segurança Alimentar é celebra em paralelo ao Ano Internacional da Agricultura Familiar das Nações Unidas, que também é em 2014.
    “Durante muitos anos e em muitas partes do mundo, os pequenos agricultores, as famílias dedicadas ao pastoreio e os pescadores eram considerados como parte do problema da fome, Mas isso está longe de ser verdade. Os agricultores familiares são os principais produtores de alimentos na maioria dos países e podem fazer ainda mais com o apoio adequado”, apontou Graziano.
    Melhorar o acesso aos serviços financeiros, a formação, a mecanização e a tecnologia pode transformar os pequenos agricultores que praticam a agricultura de subsistência em produtores eficientes.
    Por meio de métodos que elevem a produção preservando os recursos naturais, a agricultura familiar oferece também uma alternativa sustentável as tecnologias no uso de insumos que se mostraram prejudiciais para a qualidade do sólo, da terra, da água e da biodiversidade, de acordo com Graziano.
    Objetivo “Fome zero” 2025
    O diretor-geral escolheu o que descreveu como o “compromisso de mais alto nível, de todo o continente” para acabar com a fome na África em 2025.
    A Cúpula da União Africana deve aprovar esse objetivo essa semana, na linha do desafio Fome Zero lançado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, em 2012.
    * Publicado originalmente no site da FAO.
    (FAO)

    Não vamos acabar com a dengue?

    por Sérgio Vaisman*
    dengue3 Não vamos acabar com a dengue?Após um período agitado no qual nossas autoridades se mobilizaram de forma tão intensa para esclarecerem e convencerem a população sobre a GRIPE-A (suína), continuo perplexo ao constatar que essa doença maldita chamada DENGUE continua nos ameaçando em todos os cantos deste nosso país. Enquanto se investiram enormes somas para a aquisição da vacina contra a gripe, mesmo sabendo-se que a tal propalada GRANDE EPIDEMIA não chegou perto de nós, nada se fez ou se faz efetivamente para combater esse ridículo mosquito transmissor dessa subdesenvolvida doença, que pode matar, principalmente agora, com o reconhecimento do tipo IV mais uma vez entre nós.
    Não existe distinção entre pessoas que moram em áreas periféricas ou em luxuosos edifícios ou casas no que diz respeito à vulnerabilidade para serem afetadas pela doença. Bastam condições propícias ao desenvolvimento do mosquito a partir das suas larvas e pronto! Quem estiver estrategicamente localizado adquire a moléstia e, se tiver sorte, sofrerá bastante por cerca de uma semana até ficar curado. Entretanto, outros poderão não ter o mesmo destino e serem vítimas da forma hemorrágica em edição mais grave, vindo a falecer.
    E aí? Se soubermos disto e nada mais fazemos exceto alertar que os recipientes d’água devem ser esvaziados para não atraírem o tal mosquito, não é lícito pensarmos que a maneira mais lógica (e banal) de fazer frente ao inimigo deveria ser um arregaçar de mangas das autoridades sanitárias para, via mutirão, educar a população de forma intensiva e, ao mesmo tempo, acabar com os focos utilizando-se todas as técnicas possíveis para fazê-lo? Infelizmente, todos concordam com isso, mas, na prática, pouca coisa se faz realmente e, se continuarmos nessa toada, mais e mais vítimas passarão a engrossar a estatística da dengue no nosso país, que, diga-se de passagem, orgulha-se de ser olhado por todo o mundo como a Meca das oportunidades nesses últimos tempos. Mas como nos mostrar sérios como nação se deixamos a população a descoberto frente a uma doença de terceiro mundo quando autoridades maiores bradam que estamos prestes a ser modelos de primeiro? Uma piada, não?
    Com tudo isso, levanto uma dúvida que me tem perturbado: seria mais fácil combatermos a dengue se tivéssemos que gastar milhões em vacinas, isso se elas existissem? Haveria pessoas ou grupos interessados em comercializar essas vacinas, promovendo interesses? Não existem dúvidas quanto à existência daqueles que se beneficiam com aquisições milionárias de medicações após um teatral movimento gigantesco que gera pânico na população. Não é mais fácil se instituir práticas higiênicas como forma de aprendizado a todos os que não tenham esse conceito bem desenvolvido? No fundo, além de eficaz, esse método é também mais BARATO. O pior é que o calor vem chegando e esse mosquito tem tudo para se aproveitar ainda mais dessa condição.
    Ah, como seria bom se fossemos mais sérios!!!
    * Sergio Vaisman é médico especialista em Cardiologia e Nutrologia, formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
    ** Publicado originalmente no site Mercado Ético.
    (Mercado Ético)

    Bolsa Verde ajuda 40 mil famílias em regiões remotas da Amazônia

    por Letícia Verdi, do MMA
    BolsVerde 300x252 Bolsa Verde ajuda 40 mil famílias em regiões remotas da Amazônia
    São Sebastião da Boa Vista: uma das cidades beneficiadas
    Ação envolve também emissão de documentos, inscrição nos programas de assistência social e a orientação sobre práticas de conservação
    O Ministério do Meio Ambiente (MMA) atendeu a quase 40 mil novas famílias em 27 municípios do Pará, entre julho e dezembro de 2013, em mutirões do Bolsa Verde. As famílias atendidas assinaram termo de adesão e suas condições socioeconômicas estão sendo verificadas para inclusão no programa. As que forem selecionadas vivem em situação de extrema pobreza em áreas consideradas prioritárias para a conservação ambiental e vão receber o benefício de R$ 300 a cada três meses. Em troca, assumem o compromisso de continuar preservando os ecossistemas em que estão inseridas, por meio da manutenção e uso sustentável dos recursos naturais.
    Serão beneficiados moradores das cidades de Breves, Portel, São Sebastião da Boa Vista, Curralinho, Santarém, Gurupá, Porto de Moz, Cachoeira do Arari, Soure, Bragança, Tracuateua, Viseu, Curuça, Santarém Novo, Augusto Corrêa, Afuá, Chaves, Abaetetuba, Limoeiro do Ajuru, Cametá, Aveiro, Belterra, Oriximiná, Óbidos, Alenquer, Curuá e Monte Alegre.
    Desde o início do programa, em 2011, já foram cadastradas mais de 51 mil famílias, sendo a maioria no Pará. Os beneficiários vivem em projetos de assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), sendo 30.262 pessoas; em Unidades de Conservação de Uso Sustentável do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), mais 17.443; e 3.367 em áreas administradas pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU). A meta é, até o final de 2014, chegar a 73 mil famílias.
    Parceria
    Os mutirões foram uma ação desenvolvida em parceria com os Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e Secretaria de Patrimônio da União (SPU). Para 2014, novas ações de expansão estão programadas, com destaque para a universalização do acesso ao Bolsa Verde para as famílias que atendem os critérios socioeconômicos nas Unidades de Conservação (UCs).
    Segundo o gerente de Gestão Socioambiental do MMA, Gabriel Lui, os moradores das regiões rurais da Amazônia representam o maior desafio para a Busca Ativa – ação organizada pelo governo federal para identificar e atender famílias em situação de extrema pobreza (renda per capita de até R$ 70). “Ali está a parcela da população de mais difícil acesso, em áreas antes esquecidas. Em muitas dessas áreas, foi a primeira vez que o Governo Federal desembarcou com uma ação coordenada no local. Com isso, foi possível levar outros serviços, como a emissão de documentos, a inscrição nos programas de assistência social e a orientação sobre práticas de conservação”, disse Lui, destacando o ineditismo do programa.
    Serviços ambientais
    Quem recebe o Bolsa Verde está inscrito no CadÚnico, porta de entrada para os programas sociais do Governo Federal, e já recebe o Bolsa Família. “A lógica dos programas de assistência do governo federal é que eles se complementem. Nesse sentido, o Bolsa Verde é um reconhecimento da importância das populações que mantêm seus ativos ambientais nos seus territórios”, explica Gabriel Lui. O programa surgiu, em 2011, com o intuito de reconhecer e compensar comunidades tradicionais e agricultores familiares pela manutenção das suas áreas e pelos serviços ambientais que prestam à sociedade.
    No ano passado, a analista ambiental Renata Apolônio participou do mutirão de cadastro do Bolsa Verde, junto a outros 22 servidores do MMA. Ela contou que o trabalho foi uma experiência enriquecedora. “Estivemos em contato com o público para o qual fazemos as políticas públicas. Recebemos sugestões de melhorias e pudemos ver o impacto do projeto na vida dessas pessoas”, afirmou. A cada viagem ao Pará, um servidor do governo federal ficava responsável por coordenar a ação, exercida em conjunto com a prefeitura local gestores dos órgãos parceiros (Incra, ICMBio e SPU).
    Conheça mais sobre o programa aqui.
    * Publicado originalmente no site Ministério do Meio Ambiente.
    (Ministério do Meio Ambiente)

    Uma árvore plantada para cada bebê nascido?

    por Redação do EcoD
    mudas ecod Uma árvore plantada para cada bebê nascido?
    O plantio começou na quarta-feira, 29 de janeiro, com nove mudas. Foto: Reprodução/TV Integração

    Imagine só se uma árvore fosse plantada à medida que cada bebê viesse ao mundo? Pois é justamente isso que será realizado a partir de 2014 em Senhora dos Remédios, cidade mineira com um pouco mais de 10 mil habitantes.
    Para as meninas, ipês rosas. Para os meninos, amarelos. Mas, para o primeiro bebê do ano, Beatriz Alves Melo, foi reservada uma cor em especial: a branca. O plantio começou na quarta-feira, 29 de janeiro, com nove mudas. O objetivo do projeto é conscientizar sobre o meio ambiente.
    A muda de ipê branco foi plantada ao lado de uma unidade de saúde pelo avô de Beatriz. Apesar de ser distante da casa da família, a mãe, Naiara Rodrigues Alves, prometeu escolher um dia da semana para cuidar da árvore.
    A entrada da cidade foi selecionada para receber o restante das mudas. Com a terra já preparada, pais e familiares plantaram os ipês e colocaram placas com os nomes das crianças. “É uma sensação muito boa saber que estamos ajudando o meio ambiente e que essa nova geração já virá com essa conscientização ambiental”, destacou o lavrador Israel Fajardo Neves ao G1.
    Futuro de cores
    A dona de casa Michelly Pereira Neves enxerga além. “Espero cuidar do bebê para ele ir proteger o ipê. E assim passar para os filhos e netos deles também”, enfatizou.
    Por enquanto, o único destaque da chegada da cidade é uma palmeira, mas no futuro os ipês irão colorir o caminho que leva ao município. “O projeto envolve a sociedade e faz com que, daqui há dez anos, ela seja melhor. Nós precisamos florir nossa cidade”, afirmou a secretária de Saúde, Marcilene Dornelas.
    É claro que em uma cidade pequena, como Senhora dos Remédios, fica mais simples implantar iniciativas como esta. Mas bem que ações semelhantes poderiam ser incentivadas em outros municípios do Brasil, não é mesmo?
    * Publicado originalmente no site EcoD.
    (EcoD)