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Agronegócio
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A alternativa de escoamento de grãos que se desenha para os próximos anos, pelo Norte do país, poderá ter um impacto significativo no custo do frete para os produtores rurais do Centro-Oeste. A expectativa do setor é de uma redução média da ordem de 34% no custo do transporte da safra 2015/16, frente aos preços de hoje, uma vez que boa parte da colheita passará a ser levada pela BR-163 ou pelo rio Tapajós até os portos de Santarém e Vila do Conde, no Pará. Mais que isso: ao sair pelo Norte, o milho e a soja brasileiros poderão ser levados à Ásia pelo Canal do Panamá, em vez de dobrar a África, o que diminuiria em quatro dias o trajeto de ida e volta à China e em 20% o custo com transporte marítimo. Para a redução ocorrer, porém, será preciso finalizar o asfaltamento da BR-163 até os pontos de transbordo - Valor Econômico, 23/1, Agronegócios, p.B14. |
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Uma área quase do tamanho do Brasil pode estar degradada até 2050 se as terras no mundo continuarem sendo manejadas com práticas não sustentáveis, como acontece atualmente. Essa é a mensagem principal de um relatório divulgado hoje pelo Pnuma. O estudo "Assessing Global Land Use: Balancing Consumption with Sustainable Supply" diz, no título, qual será o desafio da agricultura nas próximas décadas - equilibrar a demanda de uma população em crescimento com fornecimento sustentável. O relatório foi produzido pelo Painel Internacional de Recursos, um grupo formado em 2007 e que reúne 27 pesquisadores internacionais, 33 governos e outras organizações. Por trás da ameaça de degradação estão também níveis "insustentáveis e desproporcionais de consumo", diz o estudo - Valor Econômico, 24/1, Agronegócios, p.B14. |
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Após diversos anos de escassez de recursos alocados pelo governo federal no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), o ano de 2013 bateu recorde de expansão das contratações dessa ferramenta de proteção contra adversidades climáticas pelos agricultores brasileiros. Ao todo, R$ 16 bilhões foram segurados. Os dados provisórios, que serão fechados no dia 31, mostram que até agora, o PSR segurou 8,8 milhões de hectares em 2013, 15% dos 55 milhões de hectares plantados. Esse resultado é o maior já registrado até hoje, mas ainda distante das médias europeias de 80% e dos EUA, de mais de 90% - Valor Econômico, 24/1, Agronegócios, p.B14. |
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"O agronegócio brasileiro vem pressionando a Presidência da República e o Congresso para diminuir o papel do setor de saúde na liberação dos agrotóxicos. O Brasil é o maior consumidor desses venenos no planeta e a cada dia se torna mais dependente deles. Qual o impacto que essas medidas terão na saúde da população brasileira? No Brasil, a cada ano, cerca de 500 mil pessoas são contaminadas, segundo o SUS e estimativas da OMS. Os brasileiros estão consumindo alimentos com resíduos de agrotóxicos acima do limite permitido e ingerindo substâncias tóxicas não autorizadas. O Estado brasileiro tem sido forte para liberalizar o uso de agrotóxicos, mas fraco para monitorar e controlar seus danos à saúde e ao ambiente", artigo de Fernando Carneiro - O Globo, 24/1, Opinião, p.17. |
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Biodiversidade
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O Rio Araguaia serviu de berço e de nome para uma das mais importantes descobertas cientificas brasileiras nos últimos anos: o Inia araguaiensis, quinta espécie de golfinho de água doce já registrada em toda a História. Um novo tipo do animal não era identificado desde 1918. O "Boto do Araguaia" - como ficou conhecido - abandonou o anonimato no final do ano passado, graças a um longo estudo feito em parceria entre a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e o Inpa. A nova espécie vive na região da Amazônia. Mal foi identificado e já corre risco de extinção. Segundo estimativa dos pesquisadores, o total desses animais - que vivem na região próxima à barragem da hidrelétrica de Tucuruí, no estado do Pará - não chega a mil. Isso representa apenas um a cada mil quilômetros quadrados - O Globo, 24/1, Ciência, p.28. |
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"Nas áreas rurais, nas periferias urbanas e na produção agropecuária, os brasileiros enfrentam uma dura e cotidiana batalha contra a bioadversidade: pragas e doenças atacam humanos, animais, cultivos e o meio ambiente. Sem ações efetivas de gestão e controle, populações de animais selvagens, nativos e exóticos, proliferam. A situação sanitária atual e futura precisa ser objeto de uma atenção mais racional e preventiva. Maior que o desafio de preservar a natureza é o de geri-la e controlar suas populações animais. Enfrentar a bioadversidade exige, além de financiamento, um cabedal de ciência, inovação e competência, algo raro, quase em extinção, no campo ambiental", artigo de Evaristo E. de Miranda - OESP, 24/1, Espaço Aberto, p.A2. |
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Geral
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No relatório que está sendo elaborado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) sobre a Operação Gato Preto - que identificou irregularidades em carvoarias do interior paulista, em operação deflagrada na terça-feira - há forte suspeita de que informações sobre a blitz tenham vazado. Na fiscalização numa carvoaria que opera ao lado de um gasoduto da Transpetro, em Piracaia, os auditores descobriram com o dono do local que a autorização da Cetesb para o seu funcionamento tinha sido obtida um dia antes da operação, o que, para a PRF, evidenciaria o vazamento. O relatório da PRF será enviado ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) depois de concluído. O documento deve listar os crimes ambientais constatados nas blitzes - O Globo, 24/1, Economia, p.24. |
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"Ontem, uma foto me alegrou. Era uma formatura de professores indígenas na Universidade do Acre. Não usavam a beca inteira, só a capa nos ombros, sobre as tradicionais vestes coloridas. Chegam ao 'nível superior' assimilando outros aprendizados sem abdicar de suas culturas. Em vários Estados, jovens indígenas estão se formando. Em muitas aldeias, eles manejam modernas tecnologias para cuidar da terra e planejar o futuro. A educação pode ser o diálogo de que necessitamos. Tenho esperança de que, com ela, os brasileiros de todas as etnias superem o sistema de apartação e preconceito. Minha esperança agora tem diploma. Com a cara pintada e as cores da diversidade", artigo de Marina Silva - FSP, 24/1, Opinião, p.A2. |
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"Quando Nelson Mandela criou o grupo The Elders (Os Anciãos) para promover a paz e os direitos humanos em todo o mundo, ele nos desafiou a ser ousados e a dar voz àqueles que não a têm. Nenhuma questão exige essas qualidades mais do que nossa incapacidade coletiva de lidar com os problemas das mudanças climáticas. As mudanças climáticas são o maior desafio da nossa era. Elas ameaçam o bem-estar de centenas de milhões de pessoas agora e de muitos bilhões no futuro. Elas destroem o direito humano a alimentação, água, saúde e abrigo - causas pelas quais temos lutado toda a nossa vida. Ninguém nem nenhum país escapará do seu impacto. Mas são aqueles sem voz que se encontram em maior risco. Temos um dever moral urgente de falar em seu nome", artigo de Kofi Annan - OESP, 24/1, Internacional, p.A14. |
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"As taxas de acidentes com veículos no Brasil (22,5 mortes por 100 mil pessoas) são mais altas que na Índia (18,9), na China (20,5), o dobro dos Estados Unidos (11,4). As perdas no trânsito em São Paulo chegam a R$ 40 bilhões por ano. O setor de transporte é o segundo maior emissor de poluentes (7% a 9%); 68% dessas emissões se devem ao transporte individual, 32% ao coletivo. Mas só 3,8% dos 5.564 municípios têm planejamento para a mobilidade urbana, que a legislação exige - embora recursos federais de R$ 90 bilhões tenham ido para o setor em um único ano (2009). Mas os números e argumentos estão aí, nesses ensaios. E não há como contestá-los. Podem levar os não beneficiários dos privilégios a também mudar o quadro eleitoral. Ou ocupar as ruas de novo", artigo de Washington Novaes - OESP, 24/1, Espaço Aberto, p.A2. |
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"O ano de 2014 começou, porém, um problema antigo e conhecido de todos ainda assola o país - o saneamento básico. Sua falta gera números alarmantes. No Brasil, até os indicadores de água tratada estão em risco. De acordo com o Atlas da Agência Nacional de Águas (2011), 55% dos 5565 municípios do país podem sofrer desabastecimento nos próximos quatro anos, se não forem feitos investimentos na ordem de R$ 70 bilhões para ampliação e adequação dos sistemas de tratamento de água, uso de novos mananciais e tratamento de esgoto para evitar a contaminação dos mananciais já em uso. É urgente, portanto, a implementação dos recursos previstos no Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) e nos Planos Municipais de Saneamento Básico", artigo de Wilson Tadeus Lopes da Silva e Édison Carlos - Valor Econômico, 24/1, Opinião, p.A10. |
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