Após um período agitado no qual nossas autoridades se mobilizaram de forma tão intensa para esclarecerem e convencerem a população sobre a GRIPE-A (suína), continuo perplexo ao constatar que essa doença maldita chamada DENGUE continua nos ameaçando em todos os cantos deste nosso país. Enquanto se investiram enormes somas para a aquisição da vacina contra a gripe, mesmo sabendo-se que a tal propalada GRANDE EPIDEMIA não chegou perto de nós, nada se fez ou se faz efetivamente para combater esse ridículo mosquito transmissor dessa subdesenvolvida doença, que pode matar, principalmente agora, com o reconhecimento do tipo IV mais uma vez entre nós.
Não existe distinção entre pessoas que moram em áreas periféricas ou em luxuosos edifícios ou casas no que diz respeito à vulnerabilidade para serem afetadas pela doença. Bastam condições propícias ao desenvolvimento do mosquito a partir das suas larvas e pronto! Quem estiver estrategicamente localizado adquire a moléstia e, se tiver sorte, sofrerá bastante por cerca de uma semana até ficar curado. Entretanto, outros poderão não ter o mesmo destino e serem vítimas da forma hemorrágica em edição mais grave, vindo a falecer.
E aí? Se soubermos disto e nada mais fazemos exceto alertar que os recipientes d’água devem ser esvaziados para não atraírem o tal mosquito, não é lícito pensarmos que a maneira mais lógica (e banal) de fazer frente ao inimigo deveria ser um arregaçar de mangas das autoridades sanitárias para, via mutirão, educar a população de forma intensiva e, ao mesmo tempo, acabar com os focos utilizando-se todas as técnicas possíveis para fazê-lo? Infelizmente, todos concordam com isso, mas, na prática, pouca coisa se faz realmente e, se continuarmos nessa toada, mais e mais vítimas passarão a engrossar a estatística da dengue no nosso país, que, diga-se de passagem, orgulha-se de ser olhado por todo o mundo como a Meca das oportunidades nesses últimos tempos. Mas como nos mostrar sérios como nação se deixamos a população a descoberto frente a uma doença de terceiro mundo quando autoridades maiores bradam que estamos prestes a ser modelos de primeiro? Uma piada, não?
Com tudo isso, levanto uma dúvida que me tem perturbado: seria mais fácil combatermos a dengue se tivéssemos que gastar milhões em vacinas, isso se elas existissem? Haveria pessoas ou grupos interessados em comercializar essas vacinas, promovendo interesses? Não existem dúvidas quanto à existência daqueles que se beneficiam com aquisições milionárias de medicações após um teatral movimento gigantesco que gera pânico na população. Não é mais fácil se instituir práticas higiênicas como forma de aprendizado a todos os que não tenham esse conceito bem desenvolvido? No fundo, além de eficaz, esse método é também mais BARATO. O pior é que o calor vem chegando e esse mosquito tem tudo para se aproveitar ainda mais dessa condição.
Ah, como seria bom se fossemos mais sérios!!!
* Sergio Vaisman é médico especialista em Cardiologia e Nutrologia, formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
** Publicado originalmente no site Mercado Ético.
(Mercado Ético)
Não existe distinção entre pessoas que moram em áreas periféricas ou em luxuosos edifícios ou casas no que diz respeito à vulnerabilidade para serem afetadas pela doença. Bastam condições propícias ao desenvolvimento do mosquito a partir das suas larvas e pronto! Quem estiver estrategicamente localizado adquire a moléstia e, se tiver sorte, sofrerá bastante por cerca de uma semana até ficar curado. Entretanto, outros poderão não ter o mesmo destino e serem vítimas da forma hemorrágica em edição mais grave, vindo a falecer.
E aí? Se soubermos disto e nada mais fazemos exceto alertar que os recipientes d’água devem ser esvaziados para não atraírem o tal mosquito, não é lícito pensarmos que a maneira mais lógica (e banal) de fazer frente ao inimigo deveria ser um arregaçar de mangas das autoridades sanitárias para, via mutirão, educar a população de forma intensiva e, ao mesmo tempo, acabar com os focos utilizando-se todas as técnicas possíveis para fazê-lo? Infelizmente, todos concordam com isso, mas, na prática, pouca coisa se faz realmente e, se continuarmos nessa toada, mais e mais vítimas passarão a engrossar a estatística da dengue no nosso país, que, diga-se de passagem, orgulha-se de ser olhado por todo o mundo como a Meca das oportunidades nesses últimos tempos. Mas como nos mostrar sérios como nação se deixamos a população a descoberto frente a uma doença de terceiro mundo quando autoridades maiores bradam que estamos prestes a ser modelos de primeiro? Uma piada, não?
Com tudo isso, levanto uma dúvida que me tem perturbado: seria mais fácil combatermos a dengue se tivéssemos que gastar milhões em vacinas, isso se elas existissem? Haveria pessoas ou grupos interessados em comercializar essas vacinas, promovendo interesses? Não existem dúvidas quanto à existência daqueles que se beneficiam com aquisições milionárias de medicações após um teatral movimento gigantesco que gera pânico na população. Não é mais fácil se instituir práticas higiênicas como forma de aprendizado a todos os que não tenham esse conceito bem desenvolvido? No fundo, além de eficaz, esse método é também mais BARATO. O pior é que o calor vem chegando e esse mosquito tem tudo para se aproveitar ainda mais dessa condição.
Ah, como seria bom se fossemos mais sérios!!!
* Sergio Vaisman é médico especialista em Cardiologia e Nutrologia, formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
** Publicado originalmente no site Mercado Ético.
(Mercado Ético)
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