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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014


Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Agronegócio, Biodiversidade, Cidades, Energia, Florestas, Governo Dilma, Mudanças Climáticas, Solo
Ano 13
27/01/2014

 

Florestas

 
  A área de 1,8 milhão de km² envolvendo unidades de conservação federais e terras indígenas conta hoje com 3.200 agentes públicos voltados à fiscalização nos três principais órgãos de vigilância e proteção: Ibama, Funai e ICMBio. Isso significa que cada fiscal é responsável por 579 km² - área equivalente à metade da cidade do Rio de Janeiro. Considerado apenas o desmatamento, as notícias dos últimos dois anos não foram boas. Em 2012, a derrubada de árvores na Mata Atlântica foi a maior desde 2008. O principal destino das toras foi a indústria de carvão. Na Amazônia, após quatro anos em queda, o desmatamento voltou a aumentar para abrir espaço para o gado e a soja. As terras indígenas tampouco estão a salvo, com constante invasão de madeireiros e conflitos com posseiros - O Globo, 27/1, País, p.3.
  O déficit de agentes públicos e a falta de políticas eficazes impedem que o Brasil realize uma fiscalização efetiva de suas unidades de conservação federais e de territórios indígenas. A avaliação é de ambientalistas e especialistas, segundo os quais o poder público deve investir mais em tecnologia da informação e de monitoramento, bem como enfrentar com vigor a corrupção na fiscalização ambiental. Na avaliação do diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, a fiscalização das unidades de conservação no país é uma "farsa", uma vez que, além de não haver agentes públicos suficientes, o poder público não combate aqueles que são os verdadeiros responsáveis pela depredação ambiental - O Globo, 27/1, País, p.3.
   
 

Energia

 
 
O Brasil, que sempre se orgulhou de ter uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com 46% de fontes renováveis, tem agora pelo menos dois motivos para se envergonhar. O primeiro é que o setor de energia está mais "sujo", com toneladas de gás carbônico (CO2) e outros gases de efeito estufa, que vêm sendo despejados no meio ambiente. Em 2012 (último dado disponível), o segmento aumentou em 30% as emissões de CO2 em relação a 2006 - principalmente na geração térmica. O segundo motivo desabonador é o desperdício. Só no ano passado, o país desperdiçou 46,4 mil Gigawatts/ hora (GWh), o equivalente à quase metade da energia gerada na usina de Itaipu (98,6 mil GWh). A energia não aproveitada é superior ao consumo de todo o Estado do Rio (38,9 mil GWh) - O Globo, 26/1, Economia, p.41.
 
Chuvas fracas deixaram de ser um risco automático de racionamento de energia elétrica. No entanto, trazem prejuízos na certa. Quanto menor for a quantidade de água que caí do céu, maior será o número de usinas térmicas ligadas - e também maior será o preço da energia elétrica. "Na prática, porém, o País sempre foi mais hídrico", diz Xisto Vieira Filho, presidente da Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas (Abraget). "Eólica e solar têm seu papel, mas a noite não tem sol e as vezes o vento para, então, o Brasil será cada vez mais um País com térmicas e precisa viabilizar essa geração de maneira mais competitiva e equilibrada." Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Planejamento Energético (EPE), a térmica há muito tempo deixou ser um seguro-apagão - OESP, 26/1, Economia, p.B4.
  Enquanto o país volta a ser castigado neste mês por uma oferta de água inferior à média histórica na região Sudeste, onde estão as principais hidrelétricas, vários parques eólicos estão ociosos no Nordeste devido aos atrasos na construção das linhas de transmissão. As chuvas mais fracas que as usuais, aliadas a um consumo de energia recorde na última semana em razão das altas temperaturas, obrigaram o Operador Nacional do Sistema (ONS) a ligar mais térmicas. Essas usinas são movidas a gás natural, diesel, óleo combustível e carvão, o que faz com que o Brasil fique mais dependente de energias não renováveis e mais poluentes - Valor Econômico, 27/1, Empresas, p.B3.
  O setor brasileiro de palma terá em breve mudanças importantes. Após meses de negociações, a Petrobras Biocombustível e a Biopalma, empresa da qual a Vale detém 70% de participação, deverão formalizar um acordo para dar sinergia a suas operações com biocombustíveis no Pará, segundo fontes familiarizadas com o tema. Para a estatal, às voltas com um caixa mais apertado e dificuldades no desenvolvimento da cultura no Pará, seria uma forma de dar continuidade à empreitada e garantir o suprimento de biodiesel ao Norte do país. Já para a Vale, que não tem expertise em produção de biodiesel, a parceria traria um sócio atuante do setor para o seu projeto de integração vertical e abastecimento próprio de suas locomotivas e máquinas - Valor Econômico, 27/1, Agronegócios, p.B14.
  As geradoras de energia que tiverem usinas com atraso no início de operação terão um relaxamento na punição por parte da Aneel. A flexibilidade da autarquia está prevista em uma norma - resolução no 595/2013 - aprovada no fim do ano passado e que entrará em vigor em fevereiro. De acordo com o órgão, 22 termelétricas, de um total de 35 em construção, possuem algum tipo de atraso no cronograma. A situação é a mesma para 22 hidrelétricas, de um total de 25 - Valor Econômico, 27/1, Empresas, p.B3.
  "Velhos problemas que no passado recente dificultaram a conclusão dos projetos de transmissão de energia elétrica continuam a afetar as obras e a provocar grandes atrasos que causam prejuízos para o País. O Ministério de Minas e Energia reconhece que 71% das obras de transmissão estão com o cronograma atrasado. É extensa a lista dos problemas que justificariam tais atrasos, mas os principais deles são velhos conhecidos do setor, como demora na obtenção de licenciamento ambiental. Em sua defesa, os organismos ambientais têm argumentado que, em muitos casos, os projetos e relatórios exigidos das empresas interessadas são incompletos ou mal elaborados. Qualquer que seja o responsável, o que se vê na prática é grande atraso na conclusão das obras", editorial - OESP, 27/1, Notas e Informações, p.A3.
   
 

Geral

 
 
Uma "aliança", ainda que não combinada, entre índios, trabalhadores sem terra, movimentos de sem-teto e facções no controle de presídios às vésperas da Copa do Mundo tem mantido o governo sob permanente tensão e obrigado ministros a uma intensa troca de informações de bastidores sobre esses "termômetros" sociais. O futuro ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, deve entrar na coordenação de algumas ações. Uma delas é distensionar a "questão indígena". O nó está em uma proposta de portaria do Ministério da Justiça, que torna mais rigoroso e burocrático o processo de demarcação de terras indígenas - OESP, 27/1, Metrópole, p.A12.
  Animal que faz parte do topo da cadeia alimentar da mata atlântica, a onça-pintada (Panthera onca) corre o risco extremo de extinção nesse bioma. Estudo desenvolvido pelo Cenap (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos e Carnívoros), instituto criado pelo Ibama, aponta que devem existir somente 250 onças-pintadas adultas na mata atlântica, o que representa uma redução de 80% nos últimos 15 anos. Segundo o chefe do Cenap, Ronaldo Morato, poucas ações foram tomadas nos últimos anos para conter o desaparecimento do maior mamífero da vegetação. Cientistas investem agora em novas pesquisas que possam mapear a população restante e contribuir com a preservação do animal. Segundo Morato, a extinção do animal pode significar o fim da mata atlântica - FSP, 27/1, Ciência, p.C7.
  O primeiro alvo dos pequenos veículos aéreos não tripulados (conhecidos como drone ou vant) no Brasil é o caminho da roça. As empresas que fabricam esses veículos querem vendê-los para grandes agricultores que utilizam aviões no combate de pragas na lavoura, por exemplo. Os aviõezinhos têm tecnologia para mapear áreas onde a lavoura não vingou ou jogar agrotóxicos apenas em trechos atingidos por pragas. Especialistas afirmam que outra atividade que poderia ser beneficiada é o controle de desmatamento, além da repressão a crimes ambientais - O Globo, 26/1, Economia, p.46.
  Interditada desde o início deste mês, a USP Leste está ameaçada de perder parte de suas pesquisas, pois seus pesquisadores não conseguem acessar os laboratórios. Emergencialmente, foram transferidos apenas as atividades de aulas para o campus Butantã. A unidade da zona leste foi interditada judicialmente devido à contaminação ambiental do local. Em entrevista, o novo reitor Marco Antonio Zago, disse que a licitação para a retirada do gás metano do solo da unidade leste já está sendo feita - FSP, 25/1, Cotidiano 2, p.5.
  "A existência de cerca de 25 mil imóveis urbanos no litoral de São Paulo que, mesmo dispondo de rede coletora, lançam o esgoto diretamente no ambiente, poluindo o mar e contaminando a terra ou o lençol freático, mostra a excessiva tolerância das autoridades locais e das empresas de saneamento básico com um flagrante desrespeito à lei. A decisão dos proprietários desses imóveis de conectá-los à rede de esgoto já disponível não é apenas um ato de consciência ecológica; é uma obrigação legal. A existência de tantos imóveis que ainda lançam o esgoto no mar, por sua vez, é um atestado da leniência dos responsáveis locais pela preservação do meio ambiente", editorial - OESP, 27/1, Notas e Informações, p.A3.
  "O verão paulistano está infernal. Em três décadas, só o primeiro mês do verão de 1997-98 teve tantos dias com temperatura acima da média. A Pauliceia tem mesmo do que reclamar. Mais noites quentes é uma previsão comum dos modelos que projetam o aquecimento global. Ocorre que São Paulo também padece do efeito 'ilha de calor': grandes áreas urbanas retêm radiação solar diurna no seu mar de concreto e a liberam à noite. Não há, ainda, como separar um efeito do outro. Na semana passada, a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos EUA informou que 2013 foi o quarto ano mais quente desde 1880. Como ele, todos os anos após 2000 figuram entre os 15 mais escaldantes (1998 foi o pior)", artigo de Marcelo Leite - FSP, 26/1, Ciência, p.C11.
   
 
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