agricultura2 300x202 A agricultura é o motor de crescimento que a África precisaO diretor-geral da FAO celebra o lançamento do Ano Africano da Agricultura e Segurança Alimentar e o objetivo “fome zero” em 2025
Addis Abeba/Roma -  A agricultura deve ser o motor de crescimento que a África precisa para erradicar a fome e impulsionar a produção sustentável de alimentos, afirmou hoje o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva.
Durante uma intervenção em ato paralelo na Cúpula da União Africana em Addis Abeba, Graziano pediu que a África intensifique os esforços nesse sentido.
“A mais de um quinto dos cidadãos africanos ainda é negado o direito a alimentação”, lembrou o diretor-geral.     Ao apontar que a marioria das dez economias de mais rápido crescimento no mundo estão na África, Graziano destacou que a região tem em suas mãos o dever de mudar essa situação.
Ressaltou que o desafio para a África é fazer que este crescimento econômico seja mais inclusivo, tendo como base o desenvolvimento agrícola e rural, as mulheres e os jovens.
Sabe-se que 75% dos africanos têm 25 anos ou menos, e se espera que a população siga sendo em grande parte rural durante os próximos 35 anos, com muitas casas lideradas por mulheres.
“A agricultura é o único setor da economia capaz de absorver esta mão de obra. Não existe uma via inclusiva e sustentável para que a África próspere sem as mulheres, os jovens e a agricultura”, destacou o diretor-geral.
Ano Africano da Agricultura e Segurança Alimentar
Os governos vão ter a oportunidade de renovar o apoio ao desenvolvimento agrícola em 2014, Ano Africano da Agricultura e Segurança Alimentar, que vai ser lançado durante a Cúpula da União Africana esta semana.
“O lançamento do Ano Africano da Agricultura e Segurança Alimentar é um paso importante em direção de uma África sem fome e sustentável pela que (o falecido líder africano) Nelson Mandela e muitos outros sonharam e lutaram”, disse Graziano.
O diretor-geral explicou que o Ano Africano aproveitará os esforços do Programa-Geral pra o Desenvolvimento da Agricultura na África (CAADP, sigla em inglês), lançado em 2003.
O Ano Africano da Agricultura e Segurança Alimentar é celebra em paralelo ao Ano Internacional da Agricultura Familiar das Nações Unidas, que também é em 2014.
“Durante muitos anos e em muitas partes do mundo, os pequenos agricultores, as famílias dedicadas ao pastoreio e os pescadores eram considerados como parte do problema da fome, Mas isso está longe de ser verdade. Os agricultores familiares são os principais produtores de alimentos na maioria dos países e podem fazer ainda mais com o apoio adequado”, apontou Graziano.
Melhorar o acesso aos serviços financeiros, a formação, a mecanização e a tecnologia pode transformar os pequenos agricultores que praticam a agricultura de subsistência em produtores eficientes.
Por meio de métodos que elevem a produção preservando os recursos naturais, a agricultura familiar oferece também uma alternativa sustentável as tecnologias no uso de insumos que se mostraram prejudiciais para a qualidade do sólo, da terra, da água e da biodiversidade, de acordo com Graziano.
Objetivo “Fome zero” 2025
O diretor-geral escolheu o que descreveu como o “compromisso de mais alto nível, de todo o continente” para acabar com a fome na África em 2025.
A Cúpula da União Africana deve aprovar esse objetivo essa semana, na linha do desafio Fome Zero lançado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, em 2012.
* Publicado originalmente no site da FAO.
(FAO)