GIULIANA MIRANDA
O ano ainda nem acabou, mas as temperaturas registradas até agora já colocam 2013 entre os dez anos mais quentes desde que as medições começaram, em 1850.
A informação é do último relatório da WMO (Organização Meteorológica Mundial da ONU), que lançou o documento ontem em Varsóvia, durante COP-19 (conferência mundial do clima).
Os dados só levam em consideração o período entre janeiro e setembro, mas já deixam 2013 empatado com 2003 como o sétimo ano mais quente do período analisado.
A temperatura média nos primeiros nove meses do ano ficou 0,48º C mais alta do que a média entre 1961 e 1990.
Em 2011 e 2012, as temperaturas subiram menos do que a tendência, segundo o grupo, devido ao fenômeno La Niña (resfriamento das águas do Pacífico).
Jerry Lengossa, vice-secretário-geral da WMO, destacou que eventos climáticos extremos e tempestades têm se intensificado. "Isso está de acordo com o mais recente relatório do IPCC [painel de mudanças climáticas da ONU], lançado em setembro."
O documento também reforça a tendência de alterações na dinâmica de chuvas em várias partes do planeta. A ONU destaca a seca do início do ano no Nordeste do Brasil, a mais intensa dos últimos 50 anos. O relatório cita ainda o planalto brasileiro, que teve o pior deficit de chuva desde o início das medições, em 1979.
Na África, sobretudo no sul, na Namíbia e em Angola, também houve problemas devido à redução das chuvas.
Já na Ásia, foi o contrário: choveu como nunca. Chuvas extremas também aconteceram na Europa, em especial na Alemanha, Polônia, República Tcheca, Áustria e Suíça, causando inundações.
GELO
Depois de atingir os níveis mais baixos da história, no ano passado, a camada de gelo do Ártico apresentou ligeira recuperação em 2013.
Segundo a WMO, no entanto, este ano registrou um dos níveis de gelo mais baixos desde o início do monitoramento por satélite, em 1979.
Do outro lado do globo, o gelo da Antártida continuou aumentando. Pelo segundo ano consecutivo, o nível de gelo em setembro atingiu o nível recorde de 19,47 milhões de m2. Isso significa uma alta de 2,6% sobre a média entre 1981 e 2010.
Segundo os cientistas, padrões de vento e correntes oceânicas tendem a isolar a Antártida das tendências globais do clima, o que a mantém gelada.
A jornalista GIULIANA MIRANDA viajou a convite da Deutsche Welle Akademie
Fonte: Folha de São Paulo.
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