O futuro da Antártida não está garantido
por Redação da The Economist
Livro traça a história da empreitada humana no continente mais frio, seco e ventoso do mundo.
A Antártida é o único continente onde nunca houve uma guerra. Nenhum tipo de atividade militar é permitida lá e as pesquisas científicas são prioridade. Definida como todas as plataformas de terra e gelo ao sul do paralelo 60 sul, os 14,2 milhões de km2 da massa terrestre mais fria, seca e ventosa do mundo são protegidos pelo Tratado Atlântico, o qual entrou em vigência em junho de 1961 e determinou que o território se tornasse uma “reserva natural dedicada à paz e à ciência”.
Nem sempre foi assim, afirma David Day, autor, historiador e pesquisador associado da Universidade La Trobe em Melbourne. Robusto como um bloco de gelo antártico em si, sem que isso o torne menos legível, seu livro mais recente, Antartica: A biography se apoia em cinco anos de uma pesquisa meticulosa para contar a história da empreitada humana na Antártida, o último continente a ser descoberto. O livro expõe retratos biográficos pungentes dos personagens envolvidos, das inclementes expedições realizadas, e as rivalidades entre as nações à medida que elas disputavam para mapear o continente e reivindicar a posse sobre áreas.
Além de descrever as grandes conquistas humanas na era da descoberta antártica, Day expõe a rivalidade política contemporânea por trás das disputas pelo continente. O futuro da Antártida como uma reserva natural não está de modo algum garantido. Embora o tratado criado para proteger o continente certamente tenha preservado a paz e servido como exemplo de cooperação internacional, a perspectiva de depósitos de minerais e petróleo sob o manto de gelo da Antártida está atraindo a atenção de países e grandes empresas sedentos por recursos.
* Publicado originalmente na revista Economist e retirado do site e Opinião e Notícia.
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