por Vagner de Alencar*
Na cidade de Alta Floresta, no interior do Mato Grosso, um projeto quer aproximar as crianças da região à fauna e flora local. Por lá, muitos jovens que embora vivam nas redondezas de umas das maiores florestas do país, nunca pisaram em nela. O objetivo do Um Dia na Floresta, iniciativa da Escola da Amazônia e da Fundação Ecológica Cristalino, é fortalecer os vínculos das novas gerações com a mata atlântica. O município fica dentro do chamado Arco do Desmatamento, considerada uma das regiões mais desmatadas do país, passando pelo Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Em Alta Floresta, mensalmente, 40 crianças de 11 a 13 anos aprendem que reservas florestais podem ser lugares divertidos e pra lá de interessantes.
De acordo com Silvio Marchini, diretor-executivo da Escola Amazônia, um levantamento realizado pela organização mostrou que uma em cada cinco crianças da região nunca teve contato direto com a floresta amazônica. “Esses meninos e meninas desconhecem coisas que são típicas da Amazônia. Muitos parques não são acessíveis e quando são, custam caro”, afirma.
Marchini diz que o foco da iniciativa, que é apoiada pelo Instituto HSBC Solidariedade, é fazer com que as crianças passem a ter uma relação mais familiar com a floresta. Os estudantes, prioritariamente de escolas públicas da região, são levados para um dia de imersão na mata. Durante o percurso, fazem a caminhada do cego, em que o instrutor vai andando devagar, e as crianças, à la “trenzinho”, fecham os olhos e caminham. A ideia é que aprimorem os sentidos e suas percepções do ambiente. “Quando você tira a visão, outros sentidos se tornam mais aguçados. Queremos que elas percebam a floresta de maneira mais profunda”, afirma Marchini.
Depois da caminhada às cegas, as crianças participam de outra caminhada: a solitária. O instrutor sai na frente, e assim que ele desaparece, uma outra criança é liberada para que continue o trajeto com uma boa distância do instrutor, mas que a deixe com a sensação de estar sozinha na trilha. “Muitas deles entram falando alto, se dispersam, e não percebem a fauna e flora ao seu redor. Sozinhos eles param para perceber mais detalhes e perdem o medo da floresta.”
Menino caranguejo
Enquanto isso, a quase 3.000 km de Alta Floresta, no sul do país, em Joinville, Santa Catarina, uma organização sem fins lucrativos também se dedica a levar a preservação ambiental de forma lúdica aos jovens. Por lá, o Menino Caranguejo, super-herói conhecido entre os jovens catarinenses, é o personagem que dá vida ao Instituto Caranguejo de Educação Ambiental, que desenvolve ações utilizando a produção artística, literária e audiovisual para alertar e estimular mais de 60 mil jovens sobre a importância da preservação do meio ambiente.
O projeto nasceu a partir de um trabalho de graduação de Chico Lam, designer, mestre em educação ambiental, que decidiu criar HQs com o super-herói, cujas mãos se tornam garras afiadas como as do crustáceo para lhe ajudar a preservar os manguezais.
Hoje, os gibis com o super-herói são produzidos profissionalmente e distribuídos em escolas e bibliotecas da cidade. Para associar arte e preservação ambiental os jovens participam de oficinas que ensinam técnicas de desenho para HQs e animações digitais, inclusive, para iPad. Segundo Viviane Mendes, diretora administrativa da ONG “o compromisso é busca pela qualidade na produção de materiais de apoio para as práticas da educação sempre de forma lúdica, capazes de gerar motivação e reflexão por meio desses conteúdos”.
A iniciativa, inclusive, deu origem ao Prêmio Menino Caranguejo, que reconhece os melhores trabalhos realizados pelos estudantes. Já em sua quinta edição, o concurso premia os autores das melhores publicações das categorias: animação, ilustração e história em quadrinhos.
Veja vídeo sobre o Instituto Caranguejo:
* Publicado originalmente no site O Porvir.
De acordo com Silvio Marchini, diretor-executivo da Escola Amazônia, um levantamento realizado pela organização mostrou que uma em cada cinco crianças da região nunca teve contato direto com a floresta amazônica. “Esses meninos e meninas desconhecem coisas que são típicas da Amazônia. Muitos parques não são acessíveis e quando são, custam caro”, afirma.
Marchini diz que o foco da iniciativa, que é apoiada pelo Instituto HSBC Solidariedade, é fazer com que as crianças passem a ter uma relação mais familiar com a floresta. Os estudantes, prioritariamente de escolas públicas da região, são levados para um dia de imersão na mata. Durante o percurso, fazem a caminhada do cego, em que o instrutor vai andando devagar, e as crianças, à la “trenzinho”, fecham os olhos e caminham. A ideia é que aprimorem os sentidos e suas percepções do ambiente. “Quando você tira a visão, outros sentidos se tornam mais aguçados. Queremos que elas percebam a floresta de maneira mais profunda”, afirma Marchini.
Depois da caminhada às cegas, as crianças participam de outra caminhada: a solitária. O instrutor sai na frente, e assim que ele desaparece, uma outra criança é liberada para que continue o trajeto com uma boa distância do instrutor, mas que a deixe com a sensação de estar sozinha na trilha. “Muitas deles entram falando alto, se dispersam, e não percebem a fauna e flora ao seu redor. Sozinhos eles param para perceber mais detalhes e perdem o medo da floresta.”
Menino caranguejo
Enquanto isso, a quase 3.000 km de Alta Floresta, no sul do país, em Joinville, Santa Catarina, uma organização sem fins lucrativos também se dedica a levar a preservação ambiental de forma lúdica aos jovens. Por lá, o Menino Caranguejo, super-herói conhecido entre os jovens catarinenses, é o personagem que dá vida ao Instituto Caranguejo de Educação Ambiental, que desenvolve ações utilizando a produção artística, literária e audiovisual para alertar e estimular mais de 60 mil jovens sobre a importância da preservação do meio ambiente.
O projeto nasceu a partir de um trabalho de graduação de Chico Lam, designer, mestre em educação ambiental, que decidiu criar HQs com o super-herói, cujas mãos se tornam garras afiadas como as do crustáceo para lhe ajudar a preservar os manguezais.
Hoje, os gibis com o super-herói são produzidos profissionalmente e distribuídos em escolas e bibliotecas da cidade. Para associar arte e preservação ambiental os jovens participam de oficinas que ensinam técnicas de desenho para HQs e animações digitais, inclusive, para iPad. Segundo Viviane Mendes, diretora administrativa da ONG “o compromisso é busca pela qualidade na produção de materiais de apoio para as práticas da educação sempre de forma lúdica, capazes de gerar motivação e reflexão por meio desses conteúdos”.
A iniciativa, inclusive, deu origem ao Prêmio Menino Caranguejo, que reconhece os melhores trabalhos realizados pelos estudantes. Já em sua quinta edição, o concurso premia os autores das melhores publicações das categorias: animação, ilustração e história em quadrinhos.
Veja vídeo sobre o Instituto Caranguejo:
* Publicado originalmente no site O Porvir.
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