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sábado, 5 de dezembro de 2009

O MUNDO EM COPENHAGUE : SC não sabe o tamanho do problema - Parte 6

Para atacar uma doença, é preciso conhecer a origem do problema. E quando se trata do aquecimento global que assusta o mundo e será tema do encontro internacional em Copenhague, Santa Catarina ainda sabe pouco sobre os fatores que podem comprometer o futuro do clima no Estado. Ainda que em passos lentos, este cenário começa a mudar. O primeiro inventário catarinense que vai levantar a origem e o impacto dos gases que provocam o efeito estufa em SC começa a ganhar forma.

Uma parceira entre o governo estadual e o Instituto Dirceu Carneiro (IDC), uma ONG criada em Lages há dois anos, promete realizar o levantamento. O prazo para concluir o complexo trabalho não está definido. Do orçamento total previsto em R$ 600 mil, R$ 150 mil foram pagos pelo governo catarinense e os outros R$ 450 mil estão em fase de captação com a iniciativa privada.

A primeira fase do trabalho foi a capacitação de um grupo gestor, composto por 10 técnicos do IDC e 10 representantes de entidades vinculadas ao governo, como Epagri, Fatma, Celesc, Casan e Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável. O próximo desafio é definir uma sistematização dos dados, buscando padronizar as informações já disponíveis com o modelo que será usado para o trabalho de coleta das novas informações.

A diretora do IDC e coordenadora do inventário, Ana Helena Carneiro, explica que o trabalho completo prevê mais do que a simples coleta dos dados. A ideia é gerar também um relatório de oportunidades e definir estratégias de adaptações.

– A tendência é de que a chuva aumente no Sul do país, logo, teremos mais energia por meio das hidrelétricas. Haverá também um movimento migratório de diferentes produtos agrícolas diante das mudanças de clima e queremos descobrir como Santa Catarina pode se adaptar ao novo cenário – exemplifica Ana Helena.

O diretor geral da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Lauro Andrade, lembra que somente com um inventário concluído, Santa Catarina pode traçar metas de redução dos níveis de emissão dos gases poluentes, a exemplo do que fazem hoje os países de primeiro mundo. Ele afirma que no início de 2010, será iniciado um inventário que tratará exclusivamente dos gases poluentes emitidos pelos órgãos públicos do Estado. A proposta é concluir o levantamento, que servirá de base para ações práticas, no prazo de seis meses.

– O setor público deve dar o exemplo – defende Andrade.

Por enquanto, os maiores avanços ainda limitam-se ao papel. Andrade lembra que em agosto deste ano foi aprovado programa de Política Estadual sobre Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável de Santa Catarina.

Entre as ações previstas no documento, estão a certificação com um selo verde para empresas catarinenses que comprovarem iniciativas de contenção de gases poluentes e a promoção de um debate permanente por meio da criação do Fórum Catarinense de Mudanças Climáticas Globais e de Biodiversidade, do qual Andrade foi nomeado vice-presidente executivo. Pelo programa, está prevista a possibilidade de o governo oferecer incentivos fiscais para indústrias que invistam no desenvolvimento de tecnologias limpas.

O discurso está pronto. O desafio, agora, é regulamentar, na prática, o programa que está no papel. Segundo Andrade, o Estado tem pressa, e o processo de regulamentação deve ser deflagrado em 2010.
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FONTE : jorn. Alexandre Lenzi, DIÁRIO CATARINENSE, edição de 5/12/2009

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