Fepam não tem previsão de quando vai conseguir conter a contaminação
Técnicos da Regional de Santa Maria da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) constataram que a mortantade de peixes ocorrida em um açude no bairro Caturrita, zona norte da cidade, ocorreu devido à contaminação por chorume (uma substância líquida resultante do processo de apodrecimento de matérias orgânicas).
A Fepam está tomando providências para conter a contaminação, mas não há previsão para o término da limpeza completa do local. A suspeita é que o chorume tenha vindo do antigo Lixão da Caturrita, que durante anos serviu de depósito de lixo em Santa Maria e hoje está desativado. A análise da água e dos peixes mortos já foi providenciada.
No último domingo, espécies de lambaris, tilápias, birus e carás foram encontrados mortos em um açude em um sítio, no bairro Caturrita. Os peixes boiavam sobre a água, que apresentava uma espécie de camada esbranquiçada. Técnicos da Fepam Regional atenderam a emergência, orientados pelos técnicos do Serviço de Emergência Ambiental (Seamb).
O açude é formado pela água represada de uma vertente e desemboca no Arroio Ferreira. Em longo prazo, a contaminação da água pode ser danosa à saúde humana e de animais de grande porte. O gado do sítio já foi retirado da região para não consumir o líquido.
Morte de peixes virou um mistério
Animais de quatro espécies apareceram boiando em açude
Ao sair de casa para recolher o gado no campo no último domingo, a família de Lucilene de Oliveira Castro, 21 anos, teve uma surpresa desagradável. Os peixes do açude da propriedade onde eles moram estavam mortos. Sobre a água, havia uma espécie de camada esbranquiçada e dezenas de lambaris, tilápias, birus e carás boiando. A correnteza do açude, que é formado pela água represada de uma vertente e desemboca no Arroio Ferreira, levou a maioria dos peixes mortos.
Os caseiros do sítio avisaram o dono da propriedade, o militar da reserva Ilo Uflacker, 67 anos. Preocupado com o curso da água, na segunda-feira, ele comunicou o ocorrido a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
Segundo o engenheiro José Antônio Mallmann, técnico do escritório da Fepam em Santa Maria, a água pode ter sido contaminada por chorume (líquido liberado pelo lixo), que teria vazado do aterro sanitário da cidade, causando a morte dos peixes.
O sítio fica no bairro Caturrita, a cerca de 1,5 quilômetro do aterro e a 2,4 quilômetros da sede da empresa responsável pela destinação do lixo urbano do município, a Revita.
– O chorume pode ter sido levado pelas chuvas – avalia Mallmann.
A Fepam pediu que a empresa providenciasse a análise da água e do material coletado no fundo do açude. Segundo o supervisor regional da Revita, Leomir Girondi, a empresa foi comunicada informalmente na manhã de ontem e, até o final do dia, pretendia contatar o laboratório Química Pura, da Capital, para fazer a coleta de material.
Para Girondi, a contaminação teria origem em produtos usados em lavouras.
Segundo o dono da propriedade rural, esta não é a primeira vez que o fato ocorre. Entre o final de outubro e o começo de novembro, houve outra morte coletiva de peixes. A Fepam foi ao local, mas como havia chovido muito, a correnteza tinha limpado o açude. Desta vez, os técnicos orientaram os caseiros a tirarem os animais do sítio para, como medida de precaução, evitar que eles bebam a água.
Segundo o engenheiro Mallmann, ainda que o açude tenha sido contaminado por chorume, a água já o teria dissipado e não haveria problemas de contaminação para pessoas.
Rio dos Sinos
A mortandade de milhares de peixes no Rio dos Sinos, na região metropolitana de Porto Alegre, em 2006, foi um dos maiores desastres ambientais dos últimos 10 anos. Um empresário foi condenado porque resíduos industriais foram jogados na água e teriam provocado a morte dos animais
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FONTE : jorn. Lizzie Antonello, DIÁRIO DE SANTA MARIA, 18/12/2009
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