Boas iniciativas ambientais não fazem bem apenas para o planeta, mas para o bolso também. E o mercado de créditos de carbono, onde práticas ecológicas bem-sucedidas em países em desenvolvimento viram dinheiro, desperta a atenção de Santa Catarina.
Previstos pelo Protocolo de Kyoto, os créditos de carbono são concedidos para empresas ou governos de países emergentes que comprovarem cientificamente medidas que reduzem as emissões dos gases do efeito estufa. Estes créditos são vendidos como títulos em bolsa de valores para países ou cidades que não conseguem reduzir os seus níveis de poluição até as metas assumidas voluntariamente. Hoje, o Estado tem 13 projetos registrados – 8% do total do país, entre Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), aterros sanitários e iniciativas na agroindústria.
Desde o ano passado, a Federação das Indústrias de SC (Fiesc) conta com um programa para incentivar novas ações neste mercado. A assessoria para o levantamento de informações e avaliação de potencial é gratuita (detalhes em www.fiescnet.com.br/mdl). O presidente da câmara especializada de qualidade ambiental da Fiesc, José Lorival Magri, diz que, entre outros setores com potencial para o mercado de carbono em Santa Catarina, estão o alimentício, o energético e o de reflorestamento.
Magri defende que os governos estejam atentos a iniciativas que envolvam aterros sanitários que garantam um destino eficiente ao lixo e ações para eficiência logística no transporte.
– Um caminhão parado numa fila de um porto, por exemplo, ou mesmo numa rodovia congestionada, pesa muito na emissão de CO2 (gás carbônico) – compara.
O desafio, segundo Magri, é garantir o uso inteligente do CO2, otimizando-o ao máximo.
– Sem carbono, não podemos viver. O que precisamos fazer é gerar o máximo por unidade de produto – defende, lembrando que uma empresa que comprove o uso reduzido do carbono tem maior prestígio no mercado internacional.
Celesc prestes a receber os primeiros créditos
Em Santa Catarina, a Celesc está prestes a colher os primeiros resultados do mercado de carbono. O investimento em PCHs, por tratar de uma energia renovável e ainda reduzir a emissão de CO2, pode render lucro extra. A hidrelétrica de Curitibanos, em fase de certificação, deve ser a primeira a garantir créditos, aponta o presidente da Celesc Geração, Paulo Roberto Meller.
A previsão é receber os primeiros pagamentos em 2011. Segundo Meller, todo o dinheiro proporcionado pelos créditos será reinvestido em novas usinas de energia renovável. Hoje, com base em dados da Celesc, 79,5% da energia produzida em SC é renovável, índice acima da média nacional, que é de 74,64%.
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FONTE : DC - ediçãode 5/12/2009
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