Visitas ao Criadouro Conservacionista ensinam estudantes a respeitar os animais
Os animais apreendidos em operações do Ibama não podem ser devolvidos à natureza sem antes passarem por cuidados especiais. Então, eles são levados aos criadouros conservacionistas. Em Santa Maria, o Criadouro Conservacionista São Braz é o destino desses bichos. Segundo a legislação ambiental, a visitação nesses locais é proibida, já que abrigam animais em recuperação, que não podem ser estressados. Mas o criadouro santa-mariense conseguiu uma autorização para que, pelo menos, as escolas pudessem ter acesso ao lugar. A partir daí, iniciou-se um trabalho de educação ambiental com estudantes.
As lições começam já na estrada que leva ao criadouro. Ao longo do caminho, placas alertam para a importância de preservar a natureza e não maltratar os animais. Dentro do local, os ensinamentos ganham força. A primeira parada dos estudantes é em uma sala que reúne os materiais usados pelos traficantes para aprisionar os bichos, principalmente pássaros. Com os olhos arregalados, a gurizada fica impressionada com o ponto em que a maldade humana é capaz de chegar. Asas, o bico de um tucano e o couro de um felino, um dia exibidos como troféus, hoje servem para conscientizar.
– Agora, sei que a gente não pode machucar nem matar os bichinhos, porque a gente precisa deles – disse Rafael Marzari, 8 anos, estudante do Colégio Madre Júlia, de São Sepé.
Com interesse e atenção, os alunos aprendem que, com pequenas ações, é possível ajudar a preservação do planeta. Não matar cobras, importantes para o equilíbrio ambiental, e não mexer em ninhos de passarinhos, por exemplo, são algumas delas.
– Todo mundo tem casa aqui, não tem? É legal que alguém chegue e desmanche a casa de vocês, bagunce o quartinho de vocês? – questiona o diretor do criadouro, Santos Brás, aproximando a realidade das crianças da vida dos animais, para reforçar as noções de respeito aos bichos. Em coro, a resposta é imediata:
– Nãããoo!
O passeio segue pelos viveiros do criadouro. Stefânia Cipriani, 13 anos, ficou triste ao descobrir que a arara Lola não pode mais voar desde que levou um tiro na asa.
– Coitadinha! Ela só pode caminhar agora – lamentava.
O filhote de ouriço, que foi encontrado agarrado à mãe, morta por caçadores, também despertou piedade entre os pequenos. A professora Terezinha Giuliani disse que a experiência impressionou os alunos:
– Percebi o quanto ficaram chocados, preocupados com tudo isso. Tenho certeza que, na volta para casa, vão contar tudo o que viram e ajudarão a conscientizar a família.
Certeza – O chefe do escritório regional do Ibama em Santa Maria, Tarso Isaia, não tem dúvida de que a educação ambiental é o caminho para garantir a preservação das espécies:
– As crianças que visitam o criadouro vão pensar muitas vezes antes de querer um animal silvestre e vão até exercer uma crítica construtiva naquelas pessoas que acabam retirando esses animais do ambiente.
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FONTE : DIÁRIO DE SANTA MARIA, 4/11/2009
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