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quinta-feira, 4 de abril de 2013

A volta dos que não foram: Mineração de Titânio em Bojuru

Da série “a volta dos que não foram” ou “a luta ecológica não tira férias”, hoje somos surpreendidos com a notícia no Jornal do Comércio da retomada da especulação em desenvolver a Mineração de Titânio em Bojuru, no município de São José do Norte-RS. Projeto esse que já foi alvo de resistência ecológica promovida pela CEA e demais entidades locais, em meados dos anos 90. Um projeto extremamente especulativo e de alto impacto ambiental, que traria sérias consequências ao ecossistema associado à Laguna dos Patos, bem como à economia local. Resistimos e o empreendimento foi embora, quer dizer, foi adormecido. Infelizmente o monstro volta a acordar…
Para quem não sabe, as principais jazidas de titânio no Brasil, encontram-se em Bojuru. Veja esse estudo do Ministério de Minas e Energia e Banco Mundial (aqui)
Para quem não conhece onde fica Bojuru, indicamos ver aqui no Mapa
Cabe um resgate dessa luta ecológica e resistência em Bojuru. Vamos publicar aqui no blog!
Imagem da capa do Jornal do Comércio de 2/03/2013. Mineração de titânio em Bojuru é destaque.
Empresa avalia mina de titânio em Bojuru
Paulista Rio Grande Mineração comprou da Paranapanema direito de explorar reservas minerais em São José do Norte
por Jefferson Klein
Anunciado como redenção para a economia da pequena São José do Norte, de 25 mil habitantes, na década de 1990, o projeto Bojuru, então de propriedade da Paranapanema, saiu de cena, diante da pressão de grupos ambientalistas que viam na atividade de mineração um risco ao lençol freático da região. Passados quase 20 anos, a ideia de retirar das areias que separam o mar da lagoa dos Patos minerais como ilmenita e rutilo (substância titânio) e zircão (substancia zircônio) ressurge sob a batuta da Rio Grande Mineração, empresa do Grupo MSP (mineração, energia e trading), com sede em São Paulo. Se o projeto avançar, São José do Norte, que já está recebendo US$ 420 milhões em investimentos do Grupo EBR para instalação de um estaleiro, entrará em uma fase de franco crescimento.
O diretor de Desenvolvimento da Rio Grande Mineração, Ricardo Marcos Garvizu Flores, afirma que a iniciativa encontra-se em estágio preliminar. “Estamos na fase de análise e estudos de pré-viabilidade técnica, ambiental e econômica”, diz o executivo. Ele detalha que foram adquiridos todos os direitos minerários, dados e informações de propriedade da Paranapanema na região e, também, aqueles de propriedade da Rio Tinto e da Amazônia Mineração, que são contíguos. No Ibama, o projeto está registrado como Atlântico Sul e não mais como Bojuru.
Os minerais podem ser aproveitados em diversos segmentos da economia, como nas indústrias de cerâmica, química, entre outras. “A ocorrência de minério é contínua desde as proximidades da cidade de São José do Norte até o distrito Bojuru, mas a viabilidade da lavra ainda não foi definida”, destaca Flores.
De acordo com ele, pontos como a escala da operação e investimentos ainda serão definidos, dependendo dos estudos de viabilidade. No entanto, fontes que acompanham o desenvolvimento do projeto estimam o investimento em, aproximadamente, R$ 500 milhões, para extração de mais de 1 milhão de toneladas ao ano. A Rio Grande Mineração é detentora de recursos minerais de titânio e zircônio em vários estados do Brasil e no exterior. Flores informa que a empresa estabelecerá filial em São José do Norte, após verificar progressos no estudo de viabilidade.
O vice-prefeito do município, Francisco Elifalete Xavier, acrescenta que, com o complexo sendo concretizado, o destino da produção será, fundamentalmente, a exportação para países como, por exemplo, a China. Sobre eventuais obstáculos quanto ao licenciamento ambiental, ele acredita que o atual empreendimento não sofrerá tantas restrições como o antigo projeto Bojuru. Ressalta que há diferenças entre essa proposta e a anterior. “O Grupo Paranapanema iria explorar e transformar esses minerais no próprio local, haveria processos físico e químicos e, agora, somente extração, sem ações químicas”, detalha o vice-prefeito. Com isso, ele prevê que o impacto ambiental será pequeno. O licenciamento ambiental será avaliado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e pelo Ibama.
Fonte: JC

Um comentário:

Gabriel Bilhão disse...

Pizzarro!! O senhor foi meu professo rno curso Diógenes em Santa Maria em 2000. Sou engenheiro civil e estou investindo em Tavares, próximo a Bojuru, e vejo que o senhor é contra á implantação da mineradora... Qual seria o grande impacto ambiental que uma empresa desse tipo poderia trazer pra região??