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terça-feira, 16 de abril de 2013

MANCHETES SOCIOAMBIENTAIS - 16/abril/2013

Energia

A fonte de energia polêmica nos EUA e proibida em alguns países, como a França e a Bulgária, está prestes a começar a ser explorada no Brasil. A ANP (Agência Nacional do Petróleo) marcou para os dias 30 e 31 de outubro o primeiro leilão de blocos de gás. Segundo a diretora-geral, Magda Chambriard, as reservas de gás em terra podem ultrapassar as do pré-sal. Para extraí-lo é preciso "explodir" as rochas, injetando no subsolo grandes quantidades de água, areia e produtos químicos. Ambientalistas afirmam que a técnica de fraturamento do subsolo amplia os riscos de contaminação do lençol freático e de explosão por vazamento de metano - FSP, 16/4, Mercado, p.B6.
"A liberação do gás de xisto requer a abertura de uma grande área na rocha, o que é feito por estímulos que aumentam sua permeabilidade. Para que a extração seja comercial, a perfuração precisa de elevado volume de água. Os estímulos posteriores, via fraturamento hidráulico, requerem de 8 milhões a 19 milhões de litros por poço, o que gera preocupações sobre a disponibilidade de água. Devido à grande quantidade de equipamentos, veículos e outras infraestruturas que precisam ser transportadas para essa localidade, muitas vezes rural, existe o risco de erosão do solo e ameaça às pequenas bacias hidrográficas com sedimentos. Outra preocupação é a possibilidade de derramamentos e vazamentos dentro dos corpos d'água, à medida que fluidos e aditivos químicos são manuseados e transportados", artigo de Alexandre Szklo - FSP, 16/4, Mercado, p.B6.
O Brasil poderia ter economizado cerca de R$ 500 milhões em 2012 se os parques eólicos construídos no Nordeste estivessem em operação. Desde meados do ano passado, novas usinas com capacidade para gerar 622 megawatts (MW) estão paradas por falta de linha de transmissão. Se estivessem funcionando, o País poderia poupar mais água nos reservatórios e usar menos termoelétricas a óleo combustível e diesel, caras e poluentes. O responsável pela construção das linhas de transmissão, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) argumenta que não conseguiu as licenças ambientais a tempo para tirar os projetos do papel. Resultado disso é que vários parques eólicos ficaram prontos em julho do ano passado e até agora não têm linha de transmissão para escoar a energia produzida - OESP, 16/4, Economia, p.B5.
O governo, a mando da presidente Dilma Rousseff, vai usar a rede de transmissão elétrica para suprir a carência de gasodutos no País e tornar viável o uso do gás produzido em terra no Brasil, hoje uma fonte de energia pouco competitiva e com potencial desperdiçado. A ideia, encampada pela Petrobrás, é transformar o gás em energia elétrica por meio de termoelétricas ao lado do poço de produção, usando posteriormente a rede de linhas de transmissão para escoá-la. A estratégia replicaria a nova e bem-sucedida experiência da OGX/MPX no Maranhão. A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, disse que a agência vai mapear as linhas de transmissão do País e apresentar o estudo ao mercado antes do leilão de áreas focado na exploração de gás em terra, em outubro - OESP, 16/4, Economia, p.B6.

Mudanças Climáticas

O aquecimento da Antártica atingiu o maior índice dos últimos mil anos. A conclusão é de um estudo da Universidade Nacional da Austrália e do Centro Britânico de Pesquisas da Antártica (BAS, sigla em inglês). Pesquisadores consideraram o resultado de seu levantamento mais uma prova de como o aquecimento global afeta a península e acelera a perda de volume das geleiras. A temperatura da Antártica aumentou 1,6 grau Celsius em 600 anos. Os termômetros elevaram-se com velocidade dez vezes maior na segunda metade do século XX - O Globo, 16/4, Ciência, p.30.
"Os insuspeitos dados da NASA mostram um aquecimento superior a 0,8"C desde 1880 até hoje. O problema é que mais de 60% deste crescimento aconteceram nos últimos 40 anos. Está subindo rápido. Os especialistas estimam que até o final do século o clima ficará entre 2"C e 6"C mais quente. Alguns estudos científicos dão bons indícios de como as nossas rotinas podem mudar. Itens que fazem parte do nosso dia a dia tendem a desaparecer ou, pelo menos, ficar mais caros. Pesquisadores ingleses calculam que 40% das atuais áreas de plantio de café seriam afetadas nos próximos 70 anos. O trigo seria uma das commodities mais prejudicadas. Os voos de avião ficaram mais turbulentos nos últimos 50 anos e devem balançar mais nos próximos 50", coluna de Agostinho Vieira - O Globo, 16/4, Economia Verde, p.26

Água

O Estado de São Paulo pretende ter 100% de esgoto tratado até 2019. A promessa foi feita ontem pelo governador Geraldo Alckmin. A meta do governo é tratar todo o esgoto das cidades do interior do Estado até o ano que vem. Em 2016, ficariam prontas as estações de tratamento dos municípios do litoral. Três anos depois, seria concluída a operação para ter coleta dos dejetos na Região Metropolitana. Para conseguir limpar os rios que cortam a metrópole, o governo depende da ajuda da iniciativa privada. Ontem, um convênio foi assinado com o Movimento Brasil Competitivo (MBC) - OESP, 16/4, Metrópole, p.C3.
"Fala-se muito sobre capital natural, patrimônio natural, economia verde, termos que atualizam e tornam mais tangível o conceito do desenvolvimento sustentável. O capital natural é a água que bebemos, que usamos na irrigação das lavouras, que gera a energia que gela a cerveja. O capital natural é o único sem o qual não há vida em nosso planeta. O Brasil tem riqueza ímpar no planeta, mas precisa aprender a valorizar a preservação das nascentes que garantem comida e energia. Há muito que fazer para proteger o futuro. Mais parques e melhor gestão são necessários, áreas devem ser reflorestadas, solos têm que ser recuperados, biodiversidade precisa ser protegida", artigo de Andre Guimarães - O Globo, 16/4, Amanhã, p.29.

Geral

“Agricultura sustentável motivou uma reunião recentemente realizada em Berlim, na Alemanha. Parecer unânime: é preciso unificar a agenda da produção com a da preservação. Nada se concluiu, porém, sobre os custos dessa equação. Quem pagará a conta? Todos defendem o desenvolvimento sustentável, mas cada qual o define, e o mensura, conforme lhe convém. Nesse jogo de interesses, estoura a corrente produtiva no elo mais fraco: os agricultores. Na busca da sustentabilidade, as empresas, os consumidores ou os governos, em nome da sociedade, precisam auxiliar, e não sufocar os produtores rurais. Há uma agravante: as regras da sustentabilidade precisam levar em conta as dificuldades inerentes aos agricultores familiares dos países em desenvolvimento. Não funcionará um protocolo refinado, elaborado pela elite dos países ricos”, artigo de Xico Graziano - OESP, 16/4, Espaço Aberto, p.A2.
Os Ministérios Públicos Federais (MPF) de Amazonas, Mato Grosso e Rondônia entraram na Justiça contra 26 frigoríficos de carne bovina que não assinaram o termo de ajustamento de conduta (TAC) para a regularização da cadeia produtiva da carne, encerrado no dia 5 deste mês de abril. As ações pedem o pagamento de indenizações que totalizam R$ 556,9 milhões, pela aquisição de 55.699 animais criados em fazendas irregulares. A ação é decorrente de dois anos de negociações "frustradas" dessas unidades de abate, que, segundo os procuradores, continuam comprando bois de áreas desmatadas ilegalmente, localizadas em áreas indígenas ou ainda que adotam práticas análogas à escravidão. O MPF está enviando comunicados a supermercados e redes de fast food sobre as ações judiciais movidas contra os 26 frigoríficos - Valor Econômico, 16/4, Agronegócios, p.B11.

Biodiversidade

As abelhas estão no centro de uma disputa judicial nos Estados Unidos. Ambientalistas e apicultores entraram com uma ação contra a Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) do país, exigindo que o órgão crie um registro dos agrotóxicos que provocam danos aos insetos. O alvo do grupo são os neonicotinoides, uma potente classe de pesticidas, cuja fórmula conta com nicotina sintética. Os neonicotinoides são mais eficientes do que outros agrotóxicos, porém, afetam o sistema nervoso de insetos polinizadores, o que restringe sua área de atuação e, assim, o rendimento de diversas culturas. Os pesticidas são solúveis em água. O spray, portanto, vai da planta para o solo, e de lá para sistemas aquáticos subterrâneos, onde sua composição química compromete outras formas de vida - O Globo, 16/4, Amanhã, p.8-9.
Uma cadeira de peroba já foi sinônimo de assassinato ambiental. Mas com as mudanças na legislação, como a Lei de Crimes Ambientais, que pode dar até dois anos de cadeia para quem explorar madeira nobre, transformaram o papel desse tipo de móvel. A mesma velha cadeira virou um símbolo de conservação. Os móveis de madeira nobre tornaram-se uma espécie de fetiche de decoradores. Resgatar peças antigas e reaproveitar materiais de demolição ganhou o aspecto de proposta ecológica. Hoje, apenas o mogno, cedro e jatobá são espécies que podem ser utilizadas sob a tutela de um plano de manejo sustentável, aprovado pelo Ibama - O Globo, 16/4, Amanhã, p.12-21.

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