economiaverde Especial – Economia verde em folha
Ampliar escala, reduzir preços e conquistar a confiança do consumidor ainda são desafios a serem enfrentados pelas empresas na nova economia. Porém, quem semeia com seriedade já colhe os frutos maduros da economia verde. E, sim, eles dão lucro!
Na chamada economia verde, não existem mãos invisíveis. Tempo nem sempre é dinheiro nem o PIB representa a mais completa tradução da riqueza de uma nação. Transparência é a primeira regra de um jogo em que fins e meios justificam um resultado comum: minar o carbono, vilão do aquecimento global. Essa verdadeira revolução requer investimentos, mas só dinheiro não resolve. Os conceitos de valor e progresso, agora, adquirem outros sentidos. Todavia, iniciativas sustentáveis com vistas ao retorno financeiro podem significar um pontapé inicial.
Em janeiro deste ano, o economista britânico Sir Nicholas Stern – autor do famoso relatório que, em 2006, denunciou pela primeira vez os impactos da ação humana como responsáveis pelas mudanças climáticas – declarou, no Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça): “Subestimamos riscos e efeitos do aquecimento global. Precisamos encontrar formas sustentáveis para incentivar o crescimento econômico. A boa notícia é que acreditamos que elas existam”. Stern mirava uma elite que propaga a sustentabilidade como um novo mantra, mas nem sempre encontra tempo para meditar.
Uma coisa, no entanto, é certa: o setor privado, em peso, está interessado em participar dessa corrida, conforme se verificou na Rio+20. Ao inserir suas ações de sustentabilidade no core business, as empresas buscam, afinal, a sobrevivência no mercado. Para isso, no entanto, é preciso inovar. E atingir a inovação não é fácil. Frente aos desafios – sobretudo financeiros – muitas empresas reivindicam suporte dos governos e da sociedade, a fim de superar seus impasses cotidianos. Entre eles, soluções para ampliar a escala de produtos mais sustentáveis e a conscientização dos consumidores de que, num primeiro momento, talvez seja preciso pagar mais por eles.
O desafio desta reportagem foi justamente mostrar que tem sido possível não apenas sobreviver como também crescer nessa nova economia. E muitas empresas já colhem os frutos maduros da economia verde. Assim como Sir Stern, elas enxergaram luz no fim do túnel – e, muito provavelmente, a lâmpada é LED!
* Publicado originalmente no site Ideia Sustentável.