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sábado, 17 de outubro de 2009

Atrocidade contra animal em Santa Maria, RS


FOTO : Na tarde de sexta-feira, prefeitura providenciou a retirada do corpo do animal, que estava no pátio de uma casa
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Apesar de cuidados de moradores, animal vítima de pauladas sofreu por uma semana no bairro João Goulart

Terminou, na quinta-feira, mais um capítulo de uma triste novela que se repete em Santa Maria. Uma égua agonizou até a morte no bairro João Goulart. Segundo vizinhos, o animal foi brutalmente espancado.

As feridas estavam espalhadas por todo o corpo do bicho. Alguns moradores tentaram ajudar a égua com remédios e alimentos. Mas o esforço não foi o suficiente para reanimá-lo. O calvário do animal chamava a atenção de quem passava perto do pátio onde ele foi deixado. A tristeza no olhar dos três moradores do bairro, as estudantes Roselaine Cardoso, 40 anos, e Paula Cardoso, 21 anos, que são mãe e filha, e o mecânico Neri da Silva, 63 anos, era demonstração do quanto a dor não era só do animal.

– Eu tinha que pôr a cabeça dela no meu colo para alimentar e dar água e, mesmo assim, ela mal se mexia. A fome deste animal era absurda, ela comia a grama com pedra enquanto agonizava neste pátio – conta Silva.

O absurdo – Segundo testemunhas, na tarde da agressão, um carroceiro andava pelos trilhos com a égua. Ele soltou o animal da carroça e o espancou com pedaços de pau.

– Ele jogou ela ali naquela curva (nos trilhos) e foi embora. Ela estava tão machucada que quando íamos passar pomada perto dos olhos, ela se acanhava como se fosse apanhar. O animal ficou ressabiado com a brutalidade – conta Roselaine.

Enquanto os vizinhos se desdobravam para tratar a égua, equipes da prefeitura informaram que era preciso protocolar a situação. Os moradores protocolaram. Mas, mesmo assim, a ajuda chegou tarde demais. A equipe da prefeitura só foi até o local na tarde de sexta-feira, quando a égua já estava morta há 24 horas.

– O município não tem um centro de bem-estar animal. Pretendemos criar. Mas é preciso prever no orçamento, e ouvir todas as partes – justifica o secretário de Proteção Ambiental, Laurindo Lorenzi.

Repercussão – A notícia dos maus-tratos aos quais a égua foi submetida foi publicada na quinta-feira, no Blog do Meio Ambiente, da jornalista do Diário Bruna Porciúncula. Em menos de duas horas, o post recebeu mais de 95 comentários (veja alguns deles no quadro ao lado).

LÚCIO CHARÃO|ESPECIAL
REPERCUSSÃO
Confira os que os internautas do blog do Meio Ambiente disseram sobre o assunto:
“Isso é uma barbaridade! Que imagem terrível. Como alguém pode fazer isso com um animal? Esse tipo de crime deveria dar cadeia.”
Artur, de Salvador (BA)
“Até quando Santa Maria vai ignorar a situação dos cavalos? O número de carroças é imenso, as condições dos animais, deploráveis. Os políticos não têm interesse em proteger esses seres indefesos – eles não votam. Vergonhoso.”
Andrea, de Santa Maria
“Eu não quis nem ver a foto, tamanha a minha revolta. Até quando meu Deus? Até quando seremos obrigados a conviver com isso? É lamentável.”
Rafael, Porto Alegre
“Nem sei o que escrever diante de tanto descaso, ignorância e crueldade. O que se pode esperar dos homens?”
Andrea, Dourados (MS)
“Aqui também passamos por isso... Alguns dizem: “tem que ajudar gente”... Mas ninguém reclama quando a prefeitura tem que liberar verbas para o carnaval de rua! Dizem que isso não é um problema de saúde pública... Isso não é um problema da sociedade toda? Cada um na sua, e ninguém pelos bichos... Tá difícil...”
Ana, Passo Fundo
“Esse fato só mostra a crueldade do ser humano. não podemos mais aceitar em nossa sociedade atrocidades como estas. Alguma atitude tem de ser tomada pelo poder público. É nossa responsabilidade cobrar fiscalização.”
Paulo Fraga, Porto Alegre
“Até quando ... até quando vamos deixar essas coisas acontecerem? Até quando? Revoltante.. triste demais...”
Mateus Carpes Souza, Rio de Janeiro (RJ)
“Esse tipo de barbárie me deixa uma profunda dor no coração.”
Celio, Porto Alegre
“Que coisa mais horrível! Quem é responsável por isso? Quem pode nos ajudar? Um ser indefeso...Autoridades pagas com nossos tributos façam o seu dever!”
Lucia Finger, Porto Alegre
“Simplesmente revoltante! Acabou com o meu dia! Precisam descobrir quem fez tamanha barbaridade e punir de forma exemplar.”
Cláudia, Porto Alegre
“Isso é um absurdo!!! Alguém tem que tomar uma atitude.”
Liane Machado, São Borja
“São revoltantes o descaso e o desrespeito com a vida. O animal é explorado e, depois, é espancado e deixado à própria sorte. Não dá para entender alguns “humanos”.”
Maria Inês Feijó, Porto Alegre
MAIS
Maus-tratos
O 2° Batalhão Ambiental da 1ª Companhia Ambiental da Brigada Militar de Santa Maria atende denúncias de maus-tratos, mas não recolhe os animais. O serviço também pode prender em flagrante, caso presencie crimes ambientais. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. O telefone é (55) 3221-7372
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FONTE : Diário de Santa Maria, edição de 17/10/2009

Um comentário:

Jonhnes disse...

dá muita dó mesmo... essas coisas nunca deveriam acontecer