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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Para Marina Silva, Copenhague não pode ser um fracasso anunciado


A senadora do PV cobra dos líderes políticos e da opinião pública internacional uma atitude capaz de gerar um acordo na COP-15 que permita atingir a meta de 2050.

O clima de pessimismo que vem se formando nas últimas semanas em relação aos resultados da Conferência de Copenhague não faz parte do discurso da senadora Marina Silva, que falou nesta quinta-feira (29/10), em São Paulo, no encontro realizado pela Serasa Experian, para apresentar seu novo produto, o Conformidade Ambiental, que fornecerá às instituições financeiras informações sobre a sustentabilidade de empresas e produtores rurais tomadores de empréstimos.

Para a senadora, não se pode “dar de bandeja a idéia de que a Conferência de Copenhague será um fracasso”. Ela admite que até agora o processo de preparação não avançou como seria necessário, mesmo assim prefere se manter otimista, para não adotar antecipadamente uma atitude conformista. “Os líderes políticos devem assumir uma atitude que possibilite sairmos de Copenhague com uma arquitetura que viabilize a contribuição dos países desenvolvidos necessária para atingir a meta de 2050, e dos países em desenvolvimento, na medida exata de suas emissões, que já representam hoje mais da metade do total”, disse.

Marina Silva acredita que a responsabilidade dos emergentes não é menor que a dos países desenvolvidos. “Se eles fizerem 100% do dever de casa e nós não fizermos a nossa parte não vamos fechar a conta”, alerta a senadora. Para ela, “este é o momento da a opinião pública internacional se manifestar para evitar que a 15ª Conferência seja um fracasso anunciado e conformado”. Marina lembra que a legislação sobre clima em tramitação no Congresso norte-americano sinaliza uma mudança na posição dos EUA, ainda que tímida. “Os EUA estão entrando no jogo do espaço multilateral e isso ajuda a fazer a diferença, no meu entendimento”, explica.

A senadora defende que o Brasil, vá para Copenhague comprometido não apenas com metas para o desmatamento, mas também para energia, agricultura e indústria. “É possível termos esses compromissos porque já temos o plano de combate ao desmatamento, que desde a minha gestão vem sendo implementado, com resultados significativos. No caso da agricultura é só utilizarmos práticas e tecnologias já disponibilizadas pela Embrapa e na área industrial temos o programa de eficiência energética, que é um primeiro passo”, diz ela.

Para Marina Silva o Brasil pode ir a Copenhague e liderar duplamente. Primeiro, junto aos países desenvolvidos, através de um constrangimento ético. “Se um país em desenvolvimento, com menos recursos, com menos tecnologias e grandes desigualdades sociais, que ainda precisam ser debeladas, é capaz de se comprometer com metas, porque não eles que têm emissões históricas, tecnologias e recursos e consequentemente mais obrigações em ralação às suas emissões”, observa.

Para liderar junto aos países emergentes, “precisamos parar de nos escudar no principio de responsabilidades comuns e diferenciadas como se não tivéssemos responsabilidade”. Para isso, conclui a senadora do PV, “temos de buscar formas adequadas de cumprir os acordos com os quais nos comprometemos, desassociando o nosso crescimento das emissões de CO2”.
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FONTE : Celso Dobes Bacarji (ENVOLVERDE) Foto: Aislan Guardia/Casadaphoto

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