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sábado, 24 de outubro de 2009

Verde renasce da terra negra em SC


FOTO : Albertina espera a construção de um parque ambiental em área recuperada
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A partir dos anos 1940, o descarte de rejeitos de carvão mineral em áreas a céu aberto fez com que a cor negra fosse predominante na paisagem em Capivari de Baixo, no Sul do Estado. Esse processo de agressão à natureza durou mais de meio século, até que um processo de recuperação ambiental, aos poucos, fez o verde de árvores e pastagens ressurgir em mais de 200 hectares.

Hoje, a expectativa da população é pela construção de um parque ambiental na primeira área degradada totalmente recuperada. O projeto deve ser iniciado ainda este ano.

O parque, de 35 hectares, ficará atrás de uma das usinas do complexo termelétrico, sobre uma antiga área de depósito de resíduos que foi recuperada, e será aberto ao público.

Moradores como a aposentada Albertina Alexandre Machado, 51 anos, acreditam que esse projeto terá um duplo benefício:

– Deve ser um lugar bonito para as famílias passearem, se divertirem nos finais de semana. E dará uma boa valorização nos imóveis dessa área – diz Albertina, que desde criança acompanhou a evolução dos rejeitos de carvão e hoje vê ainda quase como uma novidade as àrvores e as matas tomarem conta do local.

O parque, idealizado pela Tractebel, terá ciclovia, pista para caminhada, auditório para 350 pessoas, sala de aula, palco cultural e um museu sobre a história do carvão mineral e sua utilização na usina termelétrica do município.

A prefeitura deve executar a desapropriação de uma residência para a abertura do acesso ao parque. O portão de entrada ficará a menos de dois quilômetros do centro da cidade.

Rejeitos são transformados em energia

A degradação ambiental teve início em 1946, quando a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) instalou o Lavador de Capivari (Lavacap). O chamado “fino” do carvão, que na época não tinha potencial energético, foi jogado em uma área de depósito bem ao lado de onde hoje está o trevo de acesso ao município, na BR-101. Hoje, o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda é administrado pelo grupo europeu Tractebel, que faz um trabalho de recuperação de áreas degradadas, transformando os rejeitos do carvão em energia.

– Os dois depósitos às margens da BR-101 ainda pertencem a outros grupos privados, mas assim mesmo entraram no processo de recuperação – explica o Coordenador da Central de Utilidades e Meio Ambiente da Tractebel, Alexandre de Souza Thiele.

A recuperação do passivo ambiental começou em 1987, em parceria entre a Fundação do Meio Ambiente e Cocalit, proprietária do terreno.

O banhado da Estiva dos Pregos foi a única área em que os rejeitos não puderam ser reaproveitados nas caldeiras de geração de energia da usina. O terreno movediço e a distância entre o local e a usina inviabilizaram a retirada dos rejeitos em caminhões.

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FONTE : jorn. MARCELO BECKER (Capivari de Baixo), Diário Catarinense, edição de 25 de outubro de 2009.

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