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terça-feira, 6 de outubro de 2009

Chuva intensa, água escassa - Ivan Baldissera e Daiana Bampi

Os dados médios de 40 anos de acompanhamento de chuvas na região Oeste Catarinense, registrados pela Estação Meteorológica da Epagri/Chapecó, dão conta de que em mais de 80% dos anos as chuvas foram superiores a 2000mm/ano. Na média dos meses, destaca-se o mês de outubro como o mais chuvoso (mais de 200mm/mês). Este ano, com previsão do retorno do fenômeno El Niño, fechamos o mês de agosto com 240,4 mm, 73% acima da média histórica para este mês, e setembro com 440,0mm, 150% acima da média histórica. Em 40 anos de registros é o maior volume de chuvas em setembro. Em contraponto, tivemos, neste mesmo ano de 2009, a ocorrência de estiagem nos meses de março e abril a meados de maio, responsável por perdas nas safrinhas de milho e feijão e queda de 18% na produção de leite por redução das pastagens. Faltou água para os animais mantidos em sistemas intensivos de criação e animais estabulados.

Temos, assim, por um lado, grandes quantidades de chuvas, e, por outro, problemas com escassez de água. A primeira constatação é de que ocorre na região uma má distribuição dessas chuvas, algo sobre o qual nada podemos fazer. O que fazer?

Alternativas de armazenamento da água das chuvas estão sendo implementadas a partir do correto manejo do solo via cobertura vegetal viva ou morta (mulching), priorizando o solo, que é o maior depósito natural de água. Seguem-se a construção de açudes com o propósito também da criação de peixes, poços superficiais, cisternas comunitárias até depósitos individuais de água das chuvas. Tudo isso já em curso via Projeto Água da Chuva da Secretaria da Agricultura.

Somente com uma visão consolidada nos princípios da sustentabilidade, racionalização e responsabilidade ambiental é que poderemos reverter as visões catastróficas quanto à escassez dos recursos naturais, sobretudo da água, sem a qual não há vida.
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FONTE : Ivan Baldissera (pesquisador) e Daiana Bampi (bióloga da EPAGRI), Chapecó, SC

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