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terça-feira, 4 de novembro de 2008

FUNDIÇÕES DE SC REUTILIZAM AREIAS DESCARTADAS


Com a assinatura da Resolução Consema 011/2008, na próxima segunda-feira, 29 de setembro, as fundições de Santa Catarina poderão dar outro destino às areias que são descartadas dos seus processos fabris e depositadas em aterros industriais, transformando com isso um passivo ambiental em ativo. O momento é de grande significado para a Tupy, que há anos estuda possíveis reutilizações e liderou o movimento junto ao Conselho Estadual de Meio Ambiente, por meio do Núcleo de Meio Ambiente da Acij – Associação Empresarial de Joinville e da Câmara de Qualidade Ambiental da Fiesc – Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina.

Em reconhecimento ao papel desempenhado pela Tupy e ao fato de Joinville concentrar várias fundições igualmente interessadas na reutilização, a assinatura da resolução, pelo presidente do Consema e secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Onofre Santo Agostini, acontecerá na cidade, em sessão plenária da Acij, às 18:30 horas.

Os Estados Unidos e muitos países da Europa permitem que areias descartadas por fundições de ferro, após utilizadas nos moldes das peças fundidas, sejam aproveitadas na fabricação de tijolos, artefatos de concreto, pavimentação e correção de solos agrícolas, entre outras aplicações. No Brasil, em função de norma da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, que classifica o resíduo como Classe II A, o reuso não era possível até pouco tempo. São Paulo, por intermédio da Cetesb – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, foi o primeiro estado a estabelecer procedimentos para o reuso dessas areias e outras iniciativas de caráter experimental já vêm sendo realizadas também em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, igualmente autorizadas pelos respectivos órgãos ambientais.

Estudos comprovam ausência de toxicidade

Segundo a norma ABNT (NBR 10.004) resíduos de Classe II A não são perigosos, mas podem apresentar concentrações de componentes químicos acima dos padrões e, com isso, trazer riscos de contaminação do solo e dos lençóis freáticos. Uma das principais frentes de estudo da Tupy consistiu em apoiar tese de doutorado desenvolvida pela química industrial Raquel Luísa Pereira Carnin, que integra a equipe de Gestão Ambiental da empresa.

Durante vários anos, com a colaboração de parceiros como o Instituto Militar de Engenharia, o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes, a Ipiranga Asfaltos e o Instituto de Pesquisas Rodoviárias, a Tupy pesquisou alternativas para a utilização das areias de fundição como agregados de misturas asfálticas, testou as reações químicas e ainda estudou diversos tipos de solo, tendo encontrado em várias amostras componentes químicos em quantidade superior à permitida pela norma da ABNT.

Raquel defendeu sua tese de doutorado na Universidade Federal do Paraná em janeiro de 2008 e comprovou que areias descartadas de fundição podem ser utilizadas em concreto asfáltico, diminuindo assim os custos de construção de estradas e reduzindo a extração de areia virgem. Para a Tupy, estava aberta a porta que poderia levar a uma possível redução do descarte desses resíduos em seu aterro industrial. É isso que agora se regulariza, com a resolução do Consema. Caberá à Fatma - Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina, licenciar interessados e fiscalizar periodicamente amostras das areias que vieram a ser disponibilizadas para tal fim, garantindo dessa forma que o meio ambiente esteja protegido.

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