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domingo, 9 de novembro de 2008

QUANTO A UNIVERSIDADE PRODUZ DE LIXO ?


Que volume de lixo você produz por dia? Com certeza, uma pergunta difícil de ser respondida de estalo por qualquer pessoa. Imagine se ela for direcionada a uma comunidade como a da UFMG, formada por cerca de 30 mil pessoas. É esse o desafio que os integrantes do Programa de Administração e Gerenciamento de Resíduos Sólidos (Pagers/Geresol) e da Comissão Técnica de Resíduos (CTR) da Universidade começam a enfrentar. As duas equipes estão preparando levantamento para descobrir qual tipo de lixo a UFMG produz e em que quantidade. Os resultados da pesquisa nortearão futuras ações voltadas para a destinação correta do lixo.

A partir dos primeiros dados obtidos, uma conclusão é inevitável: a conscientização será fundamental na condução do processo, independentemente das medidas a serem adotadas. Uma das conclusões do levantamento revela que os coletores seletivos instalados nas unidades são mal utilizados. "É preciso mudar os hábitos das pessoas. Por isso, investiremos pesado no trabalho de orientação", anuncia a subcoordenadora do Pagers/Geresol, Eliane Araújo.

O levantamento de informações está sendo feito por meio de questionários aplicados em toda a Universidade. Mais de 400 questionários já foram respondidos por equipes do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Escola de Veterinária, Departamento de Química e nas unidades do campus Saúde (Faculdade de Medicina, Escola de Enfermagem e Hospital das Clínicas).

Banco de dados

O ICB é a primeira unidade a revelar peculiaridades de seu lixo. Ela produz praticamente todos os tipos de resíduos mencionados no questionário - biológicos, infectantes, químicos, perigosos, comuns e radioativos. O documento analisa quantos ambientes no ICB geram cada tipo de resíduo e quais fazem algum controle dessa produção. Segundo o professor do Coltec, Francisco de Assis Batista, integrante da Comissão e responsável pela análise estatística dos dados, ficou constatado que nem todos os ambientes registram ou têm noção da quantidade de lixo que produzem. Esse fato reforça a idéia do grupo de que as políticas educacionais devem ser a base de suas ações.

O professor Batista explica que o questionário possibilitará a montagem de um banco com informações diversificadas, que poderá subsidiar vários estudos. Até julho, a equipe espera concluir a tabulação dos dados da Escola de Veterinária, departamento de Química e campus Saúde. Eliane Araújo conta que o objetivo é criar um mecanismo contínuo de análise e divulgação dos resultados de toda a UFMG. "Quando as pessoas têm noção do volume que produzem, tornam-se mais conscientes e podem evitar desperdícios", acrescenta Francisco Batista

Economia

Conhecer a quantidade e a qualidade do lixo que produz não permitirá somente que a Universidade dê a ele uma destinação ambientalmente correta. O levantamento também poderá gerar meios para a economia de recursos. O professor Francisco Batista lembra que a UFMG desembolsa R$ 54 mil anuais para que a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) recolha o lixo produzido nos dois campi. Batista acredita que parte desse dinheiro poderia ser poupada, se a universidade separasse melhor os seus rejeitos. É que a SLU cobra mais caro para recolher mate-riais infectantes. "Ao ser misturado com o lixo infectante, o material comum acaba contaminado, o que eleva o preço de sua coleta", argumenta o professor.

Eliane Araújo também acredita que o trabalho ajudará a encontrar alternativas para o aproveitamento dos resíduos. Ela cita os resultados de um levantamento geral do lixo do campus Pampulha, feito por amostragem, em junho de 1999, através da pesagem de resíduos dos coletores da SLU. Em uma semana de trabalho, foram separados e pesados 1.107 quilogramas de resíduos. Papel e papelão eram os materiais predominantes, correspondendo a 46,5% do total recolhido. "Ambos são produtos recicláveis. Se devidamente separados, podem ter outro destino que não o aterro sanitário", conclui Eliane Araújo.
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FONTE : "UFMG quer conhecer o lixo que produz" - Virgínia Fonseca
Boletim Informativo da UFMG - Nº 1318 - Ano 27

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