O que sobrou da Mata Atlântica?
por Redação CicloVivo
Não é somente em relação à flora que a Mata Atlântica exerce função vital para o Brasil e o mundo. O bioma está entre as principais reservas mundiais de biodiversidade, são 20 mil espécies vegetais, 849 de aves, 370 de anfíbios, 200 de répteis, 270 de mamíferos e 350 espécies de peixes. Toda essa riqueza natural eleva ainda mais o valor da preservação.
No entanto, a perda do bioma mostra a dificuldade em manter esta área preservada, principalmente em consequência da ação humana. A proximidade entre a Mata Atlântica e grandes cidades brasileiras representa um enorme risco. São aproximadamente 120 milhões de pessoas vivendo nestas áreas. Os resultados desta imensa ocupação são sentidos diretamente na natureza. Em áreas metropolitanas o crescimento populacional e também a atividade industrial prejudicam a floresta e as consequências são sentidas nos mananciais e na perda da biodiversidade. Nas áreas rurais, a agricultura e exploração predatória também são apontadas como grandes ameaças ao bioma.
Diante desse problema, órgãos governamentais e não governamentais se mobilizam com o intuito de trabalhar a recomposição da Mata Atlântica. Nos últimos anos, dois programas específicos da ONG SOS Mata Atlântica, conseguiram sozinhos plantar mais de 27 milhões de árvores endêmicas. O resultado desses esforços é a absorção de mais de dois milhões de toneladas de gás carbônico.
Outro trabalho importante é o cumprimento das legislações que prezam pela preservação ambiental. As normas acerca do tema ainda são muito recentes e a fiscalização não é totalmente eficiente. A regulamentação para o uso e exploração dos remanescentes florestais, através da Lei da Mata Atlântica, levou 14 anos tramitando no congresso e apenas foi sancionada pelo presidente Lula em dezembro de 2006. Enquanto os interesses humanos continuam a se sobrepor à natureza, o desmatamento e a lista de espécies nativas da Mata Atlântica a serem ameaçadas de extinção continuam a crescer.
* Publicado originalmente no site CicloVivo.
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