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domingo, 27 de setembro de 2015

Estados Unidos e China assinam acordo histórico pelo fim do comércio de marfim

27 de setembro de 2015 

(da Redação da ANDA)
Foto: WildAid
Foto: WildAid
Em uma decisão histórica para salvar os elefantes da África da crise da caça que já ficou fora de controle, os Presidentes Barack Obama e Xi Jinping fizeram um acordo nesta sexta-feira(25) para colocar um fim à comercialização de marfim nos Estados Unidos e na China. As informações são do Wild Aid.
O anúncio marca o primeiro compromisso público do Presidente da China para combater as vendas de produtos de marfim no país, que é o maior mercado mundial, e segue uma promessa feita pelas autoridades chinesas em Maio de que seria progressivamente descontinuado o comércio interno. O acordo também coloca uma pressão significativa sobre Hong Kong – centro global do comércio de marfim – para que igualmente proíba as vendas, que são o motor da matança de elefantes africanos e do contrabando que vêm se agravando nos últimos anos. Uma pesquisa recente revelou que mais de 90% do marfim vendido em Hong Kong estava sendo contrabandeado para a China.
Um comunicado oficial da Casa Branca emitido na sexta-feira confirmou o acordo, cujo texto segue abaixo:
“Tráfico de vida selvagem: Os Estados Unidos e a China, reconhecendo a importância e a urgência de combater o tráfico de vida selvagem, comprometem-se a tomar medidas positivas para lidar com este desafio global. Os dois países assumem o compromisso de decretar a quase completa proibição da importação e exportação de marfim, incluindo restrições significativas e oportunas à importação de marfim como troféus de caça, e adotar ações importantes para impedir o comércio doméstico do produto. Ambos os lados decidem continuar a colaborar no trabalho conjunto, no intercâmbio técnicona partilha de informações e na educação pública sobre a luta contra o tráfico de animais selvagens, e reforçar a cooperação policial internacional neste domínioOs Estados Unidos e a China decidem ainda cooperar com outras nações em um esforço global para combater o tráfico de vida selvagem.”
“Esse foi o maior passo que poderia ser dado para se reduzir a caça aos elefantes. O comércio legal de marfim sempre foi usado como uma capa para disfarçar a gravidade da caça, e quando foi autorizado pelo governo anterior da China em 2009, a matança aos animais teve uma escalada dramática na África”, disse Peter Knights, CEO da WildAid. “O governo chinês apoiou a nossa campanha pela redução da demanda pelo marfim, liderada por Yao Ming e Li Bingbing, e proveu suporte aos esforços de preservação na Tanzânia e em outros países africanos. Nós agradecemos a ambos os presidentes por seu apoio pessoal para a preservação dos elefantes e convocamos Hong Kong a juntar-se à China e aos Estados Unidos em consignar o comércio de marfim à lata de lixo da  história”.
O comércio internacional de marfim foi proibido em 1989, após uma década de caça descontrolada que dizimou as populações de elefantes africanos, de estimados 1,3 milhões de indivíduos em 1979 para cerca de 609.000 no final dos anos 80. Como resultado da proibição, a caça diminuiu e os preços do marfim despencaram. Mas um novo tipo de venda legalizada de marfim no final dos anos 2000 e o contínuo comércio doméstico legal em locais como Hong Kong, China, Tailândia, Vietnã e Estados Unidos permitiram a “lavagem” das cargas de marfim ilegal originada de elefantes recentemente caçados.
No entanto, há mais boas notícias: a proibição de vendas de marfim tem o amplo apoio entre a população da China. Uma pesquisa realizada em Março deste ano pelas organizações WildAid, African Wildlife Foundation e Save The Elephants em Beijing, Shanghai e Guangzhou revelou que 95% dos respondentes disseram que o governo deveria impor uma proibição, e que a conscientização sobre a caça aos elefantes aumentou em 50% desde 2012.
O movimento segue uma redução de 50 a 70% no consumo de barbatanas de tubarão, depois de uma campanha da WildAid e da proibição do consumo da iguaria em banquetes do estado pelo presidente. A campanha recebeu centenas de milhões de dólares para espaço de mídia doados pelo estado chinês e pela imprensa particular. Já a campanha contra o comércio de marfim da WildAid foi apoiada pela African Wildlife Foundation e pela Save the Elephants, e apresentou celebridades chinesas tais como o ex-jogador Yao Ming, a atriz Li Bingbing e o pianista Lang Lang, além do Príncipe William, de David Beckham, Lupita Nyong’o e do elenco da série The Walking Dead.
Foto: WildAid
Foto: WildAid

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