Blog com notícias de Ecologia atualizado diariamente. Publica notícias de outros blogs similares, ONGs, instituições ambientalistas, notícias jornalísticas e oficiais, fotos, críticas, poemas, crônicas, opiniões. A FONTE e o AUTOR são rigorosamente citados sempre.
Como por milagre eu vi procissões. E vultos através da vidraça. E maçãs maduras caindo do pé. E um sol que se levanta. Como por milagre eu senti cheiros antigos. E revi faces amigas. E lembrei de rostos mortos. E aprendi a dizer não. E aprendi a dizer sim. Como por milagre eu salvei náufragos. E eu mesmo - como por milagre - cheguei à praia. E escutei discussões sem delas participar. E ouvi queixas. E fiz queixas. E se queixaram de mim. Como por milagre fiz um poema. E ergui paredes. E fixei quadros de crianças. E sonhei com mulheres adormecidas. Como por milagre - metamorfose inexplicável - fui segunda-feira. E me transformei em sábado também. E consegui ser domingo. Como por milagre busquei - alcancei - o Norte. E busquei o leste. E fugi para o Oeste. E como por milagre não pressenti o sul. Como por milagre passei por tardes loiras. E conheci o amor. E acompanhei cardumes. E me perdi com eles. E achei um cavalo-marinho. E recolhi conchas. E me transformei em faca. E anzol. E rede. Como por milagre uma sereia falou comigo. E gaivotas drogadas voavam por sobre meus cabelos. E estive em terras longínquas. E ouvi morteiros ao entardecer. E o napalm queimou minha pele de pecador. E toquei tambores de guerra. E como por milagre fumei o cachimbo da paz. Como por milagre andei por estepes desoladas. E descampados verdes. E desci ao fundo das minas. E naveguei por mansos canais azuis. Como por milagre alguns dos meus netos aprenderam a ler. Enquanto outros netos meus entraram na universidade. E não morri este ano como por milagre. Assim como - por milagre - um novo ano nascerá.
"O meu apoio a ANDA é integral, de coração e alma, assim como eles são. A ANDA trata os direitos animais como eu acredito que devam ser tratados: com..."
Mato Grosso do Sul isenta microgeração de ICMSA partir de agora os consumidores pagarão apenas o imposto sobre a energia consumida e, com a geração excedente, acumula créditos junto à distribuidora que podem ser usados como abatimento
Edição 54 traz Ilha de Páscoa, Complexo de Apiacás na Amazônia, ações voluntárias e ensaio fotográfico especial em comemoração dos nove anos da publicação.
Por Sônia Araripe e Carlos Franco*
O número 54 da Plurale em revista, editada pelos jornalistas Sônia Araripe e Carlos Franco e dedicada a discutir temas relacionados à sustentabilidade, já está circulando. Esta Edição tão especial, ainda na comemoração dos nove anos de trajetória, traz artigos inéditos de Giuliana Preziosi, Luiz Antônio Gaulia e Luiz Fernando Bello. A editora Sônia Araripe esteve no norte do Mato Grosso, no bioma da Amazônia, conferindo a inauguração do Complexo de Apiacás e a preocupação com a sustentabilidade. Também neste número a incrível história do Projeto Grael, que, há 18 anos, transforma vidas de jovens em Niterói.
Nícia Ribas visitou a Ilha de Páscoa e conta sobre a magia do lugar. De Orlando (EUA), a jornalista Virgínia Silveira e sua filha, Leda Alvim, relatam a ação de voluntários incansáveis. Sempre antenada com o que há de novidade em termos de bem-estar, a Mestra em Ciências da Saúde Lou Fernandes Prem Indira revela técnica incrível de relaxamento. Isabel Capaverde apresenta novos documentários na sua Coluna Cinema Verde e Isabella Araripe assina a coluna Ecoturismo.
Um ensaio fotográfico, especial Flores, de Luciana Tancredo revela diferentes espécies de variados biomas, formatos e cores. Esta é a mensagem que Plurale quer deixar aos leitores: que 2017 seja de mais harmonia, traga dias melhores, saúde e força para encararmos os desafios.
Plurale em revista e Plurale em site
Há nove anos acreditando na sustentabilidade como tema principal, Plurale em revista e Plurale em site, dirigidos pelos jornalistas Sônia Araripe e Carlos Franco, vêm divulgando histórias de pessoas, empresas e projetos, abordando temas relacionados ao meio ambiente e iniciativas de cidadania, ação e cultura.
Pesca irregular coloca 475 espécies marinhas em perigo de extinção no Brasil. Campanha clama por ações dos ministros José Sarney e Blairo Maggi.
A vida marinha do Brasil está em risco pela pesca predatória. Desde 2011, o governo brasileiro não faz acompanhamentos nem divulga dados oficiais sobre a pesca gerando prejuízo as espécies marítimas.
Entre os impactos mais comuns estão a pesca excessiva onde pesqueiras usam técnicas pouco sustentáveis e irregulares, a captura de fauna acompanhante onde cada ano 7 milhões de toneladas de organismos marinhos são capturados acidentalmente por estarem nas áreas de pesca sendo jogados mortos de volta ao mar e a destruição de habitats entre estes corais e outros provocados pela poluição de plásticos, mercúrios, antibióticos e vazamento de óleo.
Para desenvolver políticas públicas no setor é preciso que o governo incentive atividades, regule preços e estoque, uma ação hoje inexistente no país. Para os especialistas da ONG Oceana, organização internacional dedicada a proteger a biodiversidade dos oceanos, no Brasil não é possível saber quantos barcos ou pescadores existem, nem quanto é capturado de cada espécie ou desembarcado e descartado no mar.
Neste sentido o governo e a sociedade não conseguem ter referencias da sobrepesca de uma espécie. “Precisamos coletar dados e monitorar dados, isso é importante para garantir a continuidade da atividade, evitando o colapso das pescarias e garantir que os estoques não ficarão ameaçados” explica Monica Peres, diretora-geral da Oceana.
Com o objetivo de sensibilizar os ministros com a atividade pesqueira e a coleção de dados sérios a Oceana criou a campanha #Oceanospedemajuda que iniciou no mês de dezembro e se prolongará ao longo de 2017 até alcançar os objetivos planejados. Um destes objetivos é garantir o compromisso dos ministros Blairo Maggi, da Agricultura, e Jose Sarney Filho do Meio Ambiente de divulgar em 2017 dados da pesca e desembarque. Até o momento, só o ministro Blairo Maggi cedeu a campanha.
O projeto mostra a urgência dos ecossistemas marítimos, nos quais é necessário evitar pescar acima da capacidade de reposição ou dos estoques para manter o equilíbrio ecológico.
No Brasil existem entre as espécies aquáticas 475 em perigo de extinção, sendo 100 espécies de peixes marinhos ameaçados pela pesca excessiva. Dentro deste grupo encontra-se também raias, tubarões, garoupas, entre outras.
As espécies não estão inclusas na Lista Nacional de Espécies de Peixes e Invertebrados Aquáticos Ameaçados de Extinção da portaria 445/2014 do Ministério do Meio Ambiente, no entanto o Tribunal Regional Federal reverteu o julgamento e a lista passa a vigorar com nova publicação ano que vem proibindo a captura das espécies com exceção de 14 delas que podem ser capturadas até 1 de março de 2017. Esta situação além de levar ao colapso das pescarias pode gerar fortes prejuízos econômicos e sociais.
Segundo dados do IBAMA os estudos consolidados da pesca brasileira vão até 2007, monitoramento que foi interrompido com a criação do Ministério da Pesca. Atualmente só o Estado de São Paulo realiza estes levantamentos, insuficientes para desenvolver políticas públicas no setor.
Para participar da campanha os interessados podem mandar um e-mail, ou marcar os ministros Sarney e Maggi no Facebook ou no Twitter. Está disponível também um vídeo no portal www.oceanopedeajuda.com.
Os internautas podem também usar os próprios perfis para criar novos posts e tuites sobre a temáticas. Para os organizadores o projeto já é de extrema importância para a conservação dos recursos pesqueiros no Brasil e pretendem manter a campanha até que as informações sejam coletadas e divulgadas adequadamente, independentemente dos esforços e tempo de duração. (#Envolverde)
Editorial da revista ECO21, que trás uma boa cobertura da COP 13, de Cancún, e uma abordagem bastante ampla dos dilemas não resolvidos de 2016.
Capa: Instalação feita com alimentos orgânicos para a COP-13 sobre Biodiversidade, realizada em Cancún Arte: Silas e Adam Birtwistle. Foto: IISD
Tanto na política nacional como internacional o ano 2016 foi pródigo em surpresas. No Brasil tivemos a queda de Cunha, derrocada de Dilma, as revelações da Justiça sobre os desmandos dos políticos e empresários, a ascensão do evangélico Crivella para a Prefeitura do Rio e do empresário João Dória para a de São Paulo, o desmantelamento do PT e da Rede de Marina Silva. No exterior a saída do Reino Unido da União Europeia, além da maior surpresa de todas: a eleição do negacionista Donald Trump. Paralelamente, a natureza mais uma vez mandou seu recado: os polos estão derretendo, inúmeras espécies de animais estão na Lista Vermelha da IUCN . No último quinquênio foram mortos 145 mil elefantes e só no ano passado quase 1500 rinocerontes. Os ursos brancos, as morsas e as girafas também entraram para a Lista dos animais em extinção.
Outra grande tragédia é a dos polinizadores: as abelhas e outros insetos benéficos para a vida estão desaparecendo por causa dos agrotóxicos utilizados em grande escala pelo agronegócio. O desmatamento das florestas no Brasil e na Indonésia atingiu níveis nunca vistos.
Diante desse panorama, os ambientalistas reagem, lutam nas Conferências da ONU sobre o clima, a desertificação, a biodiversidade e os recursos hídricos e denunciam os atropelos dos grandes interesses econômicos.
O Papa Francisco entrou no coro das vozes que protestam. No mês passado, na Pontifícia Academia das Ciências, perante 60 cientistas de todo o mundo afirmou que “a comunidade científica que demonstrou a crise do nosso planeta, hoje está convocada para constituir uma liderança que indique soluções sobre a água, as energias renováveis e a segurança alimentar. É indispensável criar um sistema normativo que inclua limites invioláveis e garanta a proteção dos ecossistemas antes que se produzam danos irreversíveis não só ao meio ambiente, mas também à convivência, à justiça e à liberdade”. Felizmente, o homem, que como disse Fidel Castro na RIO-92 é uma espécie a caminho da extinção, reage. Líderes, como Obama, conseguiram preservar imensas áreas marinhas (no Pacífico) e terrestres (no Alasca e Norte dos EUA) as quais ficaram livres da sobre-exploração da pesca e das empresas dos combustíveis fósseis.
Se não foi possível acabar com a caça das baleias, pelo menos houve a sensatez de preservar o Mar de Ross, na Antártida. Que tempos são esses em que se destrói o Cerrado para plantar soja irrigada com glifosato?! O Cerrado, que guarda a cura de inúmeras doenças e armazena as águas do Brasil, virará em poucos anos um deserto sem vida pior do que o Saara, o qual, paradoxalmente, mantém latentes vidas únicas nesse ecossistema tão hostil. Mas, não é só a destruição da natureza que nos espanta. A tragédia de Alepo vai além da imaginação. Kosovo foi quase um treinamento. Treblinka foi o ensaio geral. Quando explodiu a bomba atômica em Hiroshima, a apoteose da destruição, como escreveu Albert Camus, “a guerra, calamidade que se tornou definitiva somente por causa da inteligência humana, não dependerá mais dos apetites ou das doutrinas de tal ou qual Estado.
Em face às terrificantes perspectivas que se abrem perante a humanidade, nós percebemos mais ainda que a paz é o único combate que vale a pena ser livrado”. É uma perspectiva aberta pela eleição de Trump, mas ela se contrapõe às palavras do Papa Francisco que nos lembra: “a submissão da política à tecnologia e às finanças que buscam a ganância, se revela pelo atraso na aplicação de acordos mundiais sobre o ambiente, além das contínuas guerras de predomínio que, mascaradas por nobres reivindicações, causam danos cada vez mais graves ao ambiente e à riqueza moral de todos os povos”.
Os Jogos Olímpicos foram um sucesso, mas 2016 também foi um ano devastador entre os esportistas pelo desastre do time Chapecoense. A morte de todos esses jovens deslanchou uma corrente universal de solidariedade jamais vista. O mundo inteiro foi chapecoense e nós também somos chapecoenses.
A ECO•21 agradece aos nossos colaboradores que sempre nos prestigiaram com seus textos, fotos e todo tipo de incentivo permitindo que a revista prossiga na saga dos seus 27 anos de vida.