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quarta-feira, 30 de junho de 2021

"O GRITO DO BICHO" - Boletim Informativo do dia 30.06.2021.

Publicamos matérias superinteressantes e selecionadas que levam vocês a terem conhecimento das questões ligadas aos animais e meio ambiente em todo mundo. Podem ler no nosso blog www.ogritodobicho3.com e diretamente nos títulos abaixo. • Peregrinação de elefantes pela China vira meme, intriga especialistas e serve de alerta • Motociclista sem CNH mata cachorro atropelado durante fuga policial em Rio Preto (SP) • Filhote de jacaré é morto por caçadores e assado em churrasqueira • Vaca vítima de maus-tratos é resgatada, recebe tratamento e dá à luz bezerro saudável • Mãe e filha, elefantas de cativeiro se preparam para deixar a Argentina e viver em Santuário em MT • Senado debate projeto que permite realização de atividades sem autorização de órgãos ambientais • Presidente da UVB Animal coordena painel de projetos de vereadores defensores da causa animal • O que muda com a saída de Ricardo Salles? • Rede de pet shops KãoMix é o nosso mais novo aliado na luta pela defesa dos animais • Cachorro é resgatado após ficar 2h30 trancado em carro no Aeroporto de Maringá (PR) • Comissão da OAB-AL é impedida de resgatar cão que seria mantido em cativeiro para doações de sangue em Maceió • Prefeitura proíbe uso de veículos com tração animal em Sobral (CE) • ONG que abriga cães abandonados cria test drive de adoção dos animais • Juiz proíbe provas de campeonato equestre sob pena de multa de R$ 2 milhões • Polícia de SC investiga suspeita de venda de carne de cavalo para consumo humano • Filhote de baleia-jubarte é resgatado após ficar preso em rede de pesca em SP • Policial militar mata cachorro a tiros em rua de Belo Horizonte (MG) • "Já foi tarde": alvo de investigações, Ricardo Salles pede demissão • Cães morrem soterrados em deslizamento em Arapiraca (AL) • Polícia resgata mais de 180 animais que viviam situação de maus-tratos em MS • Entidade de proteção a animais denuncia maus-tratos a cães na UFMG • Bombeiros resgatam gato preso em concertina de muro em Marília (SP) • Mortes de duas onças-pintadas e outros 18 animais no Pantanal estão sendo investigadas pela Polícia Federal • Filhotes de capivara se abrigam sob escultura do animal instalada próximo ao Rio Pinheiros • Conheça o monge chinês que já salvou mais de 8.000 cães de rua • Cachorro idoso, cego e amputado que ficou dez anos no abrigo é adotado • Ursos se 'aposentam' de circo após sete anos de luta de entidade pela liberdade dos animais • Campanha na web pede ajuda para reabilitar filhote de peixe-boi resgatado na Amazônia • Cachorros são resgatados a caminho de 'festival de carne de canina' da China • Animais são explorados e confinados sob estresse em prova do 'Power Couple Brasil' • 4,65 bilhões de animais foram afetados com as queimadas no Pantanal • Prefeitura do Rio inaugura Parcão Madureira • Polícia e produtores se unem contra caça ilegal e quatro são presos e armas e armadilhas apreendidas • Levantamento da UFMG questiona tese do 'boi bombeiro' ao apontar que cidades com maior rebanho tiveram mais queimadas no Pantanal • Caminhão carregado com bois tomba, animais são furtados e arrastados vivos • Casal de idosos é preso por fazer cirurgia caseira em cachorro em Iguatu (CE) • Homem é preso suspeito de acender rojão em boca de cachorro e provocar a morte do animal no município de Porto da Folha (SE) • Casal flagrado com macacos-prego em porta-luvas diz à polícia que comprou animais na web por R$ 2 mil • Brasil exporta gado de fazendas com desmatamento ilegal e trabalho escravo • 'Falsas acusações', diz Luisa Mell ao negar roubo de cachorro de raça exótica • Polícia Civil abre inquérito e identifica estudantes universitários envolvidos em castração de cachorro em república • PETIÇÃO: Peça ao Senado que proíba a exportação de animais vivos • Câmera de segurança flagra cão desgovernado atropelando pedestre • Gato em situação de rua vira gerente geral de loja de enxovais em Ibitinga (SP) • Garimpeiros ilegais circulam livremente pelos gabinetes de Brasília • Tigres são executados na China após matarem cuidador de zoológico • ONU condena ataques de garimpeiros a indígenas nas Terras Yanomami e Munduruku • 'Gritava, chorava', diz mulher sobre cadela agredida por pastor em Ribeirão Preto (SP) • Mergulhador sobrevive após ser engolido por baleia: 'tudo escureceu' • Projeto cataloga imagens de anfíbios ameaçados de extinção • Base do ICMBio atacada por bando armado dá acesso à comunidade na Terra Yanomami alvo de garimpeiros • Embrapa resgata hábitos tradicionais de tuiuiús afetados por queimadas • Caçador morre pisoteado por elefantes em parque da África do Sul Não deixem de compartilhar nossas publicações. Abração a todos e obrigado pelo carinho com nosso trabalho. sheila moura

Mudanças Climáticas: ‘Estamos em uma situação de emergência planetária’

Por Herton Escobar, Jornal da USP O recado da ciência é claro e já vem sendo dado há algum tempo: o aquecimento global é um problema real, causado pelo homem, com consequências climáticas gravíssimas, e que precisa ser atacado com urgência por todos os países, pelo bem da humanidade. Mas nunca é demais repetir, o que muitos parecem não querer ouvir: “Estamos numa situação de emergência planetária, ponto”, diz o especialista Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e co-coordenador do Programa Fapesp de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais, que recentemente completou dez anos e agora busca renovar sua agenda de pesquisa para a próxima década. Criado em agosto de 2008, o programa multiplicou por cinco os investimentos da Fapesp em pesquisas sobre mudanças climáticas, de uma média de aproximadamente R$ 4 milhões por ano até 2007, para mais de R$ 20 milhões anuais, desde 2008. O resultado foi um aumento igualmente expressivo da produção científica paulista sobre o tema, de aproximadamente 15 artigos publicados por ano em 2007 para 280 artigos, em 2018 (Figuras 1 e 2); grande parte deles feita em parceria com pesquisadores de outros Estados e países. “Uma característica dessa área é que ela envolve muita colaboração”, destacou o diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, em entrevista ao Jornal da USP. Entre os resultados científicos de maior destaque do programa, segundo ele, estão as previsões de aumento do nível do mar no litoral paulista e a caracterização dos chamados “rios voadores” da Amazônia, que levam umidade da floresta para outras regiões do Brasil. Valores contratados pela Fapesp para pesquisas sobre mudanças climáticas globais Evolução da produção científica de autores baseados em São Paulo sobre o tema das mudanças climáticas globais Figura 1: Valores contratados pela Fapesp para pesquisas sobre mudanças climáticas globais. Figura 2: Evolução da produção científica de autores baseados em São Paulo sobre o tema das mudanças climáticas globais. Em ambos os gráficos é possível notar o aumento a partir de 2008 – Fonte: Diretoria Científica, Fapesp . Ainda assim, mesmo após uma década de pesquisa, ainda há muitas lacunas a serem preenchidas. Razão pela qual centenas de pesquisadores se reuniram na semana passada (dias 20 e 21), na sede da Fapesp, para fazer uma reflexão sobre a primeira década do programa e, em cima disso, iniciar um processo de revisão e planejamento de prioridades para os próximos dez anos. Além da necessidade de aprofundar o conhecimento científico sobre diversos fenômenos naturais ligados às mudanças climáticas, um dos principais desafios identificados pelos pesquisadores na reunião foi a necessidade de uma melhor comunicação com a sociedade (e com seus atores econômicos e políticos) sobre os riscos e os impactos associados a essas mudanças — principalmente no que diz respeito aos impactos locais e sociais, que afetam diretamente a vida das pessoas. “Vocês acham que alguém vai mudar seu estilo de vida por causa de urso polar?”, desafiou o médico Paulo Saldiva, diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEA) e professor da Faculdade de Medicina da USP. Segundo ele, a ciência precisa inovar na forma de se comunicar com a sociedade sobre o tema das mudanças climáticas, apostando em narrativas que combinem desafios globais com benefícios locais e individuais. Por exemplo, destacando os efeitos da poluição urbana sobre a saúde pública. “As pessoas mudam de comportamento mais quando vão para a UTI do que para a igreja”, disse. “Temos que fazer a mensagem chegar no cidadão, se não vamos continuar sempre pregando para convertidos.” . as zonas noroeste (em verde) e sudeste (azul) de Santos serão as mais afetadas pela elevação do nível do mar Acima, as zonas noroeste (em verde) e sudeste (azul) de Santos serão as mais afetadas pela elevação do nível do mar, segundo pesquisa publicada em 2018 – Fotos: Reprodução Google Earth / Projeto Metrópole via revista Pesquisa Fapesp . Simulações de inundação por elevação do nível do mar em Santos Simulações de inundação por elevação do nível do mar em Santos – Fotos: Reprodução Google Earth / Projeto Metrópole via revista Pesquisa Fapesp “Precisamos de excelência na ciência e também na comunicação com a sociedade, que sofre os impactos desse fenômeno”, disse Brito Cruz, segundo a Agência Fapesp. “Não é questão de opinião, é uma questão comprovada por pesquisa, medição, teste e verificação há muitos anos por cientistas em todo o mundo. O que eu percebo é que nós, brasileiros, mas também cientistas americanos, franceses e ingleses, não estamos conquistando os corações e mentes.” Fator humano Pesquisadores de diversas áreas, da biologia marinha à agricultura, exaltaram a necessidade de uma maior interação com as ciências sociais, no sentido de olhar não somente para a atmosfera, para os oceanos e as florestas, mas também para os seres humanos, e para a maneira como eles interagem com esses sistemas naturais — uma interação que muitas vezes passa despercebida, pelo fato da maior parte das pessoas viver hoje nas cidades. José Antonio Puppim de Oliveira, professor da Fundação Getúlio Vargas, especialista em economia política do desenvolvimento sustentável, destacou que mais de 70% das emissões de carbono no mundo estão ligadas a atividades de produção e consumo nas cidades. O Estado de São Paulo, por exemplo, é o maior consumidor de madeira tropical do mundo, o que acaba contribuindo para o desmatamento da Amazônia e para as emissões de carbono resultantes desse desmatamento. O enfrentamento do aquecimento global, portanto, passa obrigatoriamente por uma série de mudanças nos padrões de comportamento social, econômico e político, que equivalem a uma “revolução copernicana no funcionamento do mundo”, disse a pesquisadora Marta Arretche, professora do Departamento de Ciência Política e diretora do Centro de Estudos da Metrópole da USP. Mudanças estas que, segundo ela, costumam ocorrer num ritmo muito mais lento do que o necessário para responder ao desafio imediato das mudanças climáticas. “A literatura mostra que apenas em situações de guerra há mudanças estruturais de comportamento capazes de gerar respostas rápidas”, disse. A situação é agravada aqui pelo fato de que “a maior parte das cidades brasileiras ainda está no século 19”, destacou Marta, mostrando mapas do atraso nacional na universalização de serviços básicos, como coleta de esgoto e tratamento de água. . Torre Atto ajuda nos estudos sobre mudanças climáticas na Amazônia Torre Atto ajuda nos estudos sobre mudanças climáticas na Amazônia. Vários estudos feitos na torre são financiados pela Fapesp – Foto: Divulgação / Ascom Inpa No ambiente rural também é preciso trabalhar com novas narrativas e novas abordagens de pesquisa, disse o pesquisador Giampaolo Pellegrino, coordenador do Portfólio de Pesquisa em Mudanças Climáticas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo ele, é importante que as pesquisas busquem não apenas identificar novos problemas, mas também apresentar soluções para os problemas que já são conhecidos e que impactam diretamente a vida do produtor rural. “O que comove o agricultor não é baixar emissões de carbono, é se manter na atividade; é produzir”, disse Pellegrino, criticando o uso de narrativas que simplesmente jogam a culpa pelo aquecimento global na agricultura. Do ponto de vista técnico, ele cobrou o desenvolvimento de modelos climáticos mais customizados ao cenário brasileiro. “Somos muito prejudicados pelos modelos globais do IPCC que não refletem a realidade nacional”, disse, referindo-se ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas — colegiado internacional de cientistas que estuda o tema, vinculado às Nações Unidas. Modelagem A necessidade de melhorar a capacidade de modelagem nacional foi um dos tópicos prementes da reunião, que certamente aparecerá na lista de prioridades do programa para os próximos anos. “A ciência das mudanças climáticas está cada vez mais baseada em modelos”, disse o pesquisador Marcos Heil Costa, coordenador do Grupo de Pesquisa em Interação Atmosfera-Biosfera da Universidade Federal de Viçosa (UFV). “Hoje em dia tudo é modelagem”, afirmou. O termo refere-se ao uso de computadores para simular sistemas complexos e, dessa forma, fazer diagnósticos e previsões sobre o comportamento do clima e outras variáveis. Costa também enfatizou a necessidade da busca de soluções. “A gente já sabe que o cenário é catastrófico”, disse. O desafio maior agora, segundo ele, é encontrar maneiras de evitar que essas mudanças catastróficas aconteçam, ou pelo menos se adaptar a elas. “Como desviar dessa bala? A gente ainda não tem essa resposta.” . Gases de combustão lançados por chaminés Gases de combustão lançados por chaminés – Foto: Pixabay-CC O físico José Goldemberg destacou a necessidade de zelar pela sustentabilidade da matriz energética brasileira, que teve sua reputação parcialmente manchada nos últimos anos pela “má gestão dos reservatórios” das hidrelétricas — forçando, por consequência, o acionamento de usinas termelétricas, movidas a combustíveis fósseis, com alta emissão de carbono. Algumas hidrelétricas recentes foram feitas de forma “desastrosa”, segundo ele, incluindo a de Belo Monte, na Amazônia. Para Goldemberg, o aumento da população e da demanda por energia elétrica representa uma encruzilhada para o País: ou melhora-se o planejamento e o gerenciamento das hidrelétricas (energia limpa), ou aumenta-se o uso de termelétricas (energia suja). “É um problema científico”, disse. Os biocombustíveis também não poderiam ficar fora do cardápio. Um estudo publicado no ano passado estimou que o etanol de cana-de-açúcar brasileiro tem potencial para substituir cerca de 14% do petróleo consumido no mundo atualmente, sem competir por terras com a produção de alimentos ou a conservação ambiental. “Os biocombustíveis têm de ser considerados seriamente para uma transição rápida (da matriz energética)”, disse a pesquisadora Glaucia Souza, professora do Instituto de Química da USP e coordenadora do Programa Fapesp de Bioenergia (Bioen). Planejamento Ao final das apresentações, os cientistas se reuniram em cinco grandes grupos temáticos para a produção de relatórios, com recomendações, que serão discutidas numa série de workshops ao longo dos próximos dois meses, para a concepção do novo “plano científico” do programa. . Usina termoelétrica em Camaçari, Bahia Usina termoelétrica em Camaçari, Bahia – Fotos Gov/Ba via Wikimedia Commons A revisão ocorre num momento de mudanças significativas no posicionamento político do Brasil sobre o tema das mudanças climáticas, no sentido de minimizar ou até mesmo negar a gravidade do problema. Seguindo o exemplo de Donald Trump nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro criticou diversas vezes o Acordo de Paris (acordo internacional de combate ao aquecimento global) e, antes mesmo de tomar posse, retirou a oferta do Brasil de sediar a reunião deste ano da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 25). Uma atitude que repercutiu muito mal no cenário internacional, segundo Thelma Krug, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e vice-presidente do IPCC. “Foi uma sinalização muito negativa”, disse. “Agora temos que tentar melhorar nossa imagem lá fora. Não está fácil.” Em contraponto a alguns de seus colegas de Esplanada, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, disse em entrevista ao Jornal da USP que as mudanças climáticas representam “um dos maiores desafios da humanidade” e que o Brasil não pode se dar ao luxo de ignorá-las. “Está claro para nós que esse problema vai muito além da questão ambiental”, disse o coordenador geral de Clima do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Márcio Rojas da Cruz, que acompanhou a reunião da Fapesp. O papel da ciência nesse processo, segundo ele, “é capital”. Do Jornal da USP, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 27/02/2019

EcoDebate - Edição 3.695 de 30 / junho/ 2021

O bônus demográfico feminino e a crise do mercado de trabalho: um debate revisitado Saciar a fome e combater suas causas Site Hiperdiversidade mostra o tamanho e importância da biodiversidade brasileira para o mundo STF julga o futuro das demarcações das Terras Indígenas (TIs) no Brasil A terra inabitável: o futuro segundo David Wallace-Wells Visualizando as interconexões entre os riscos climáticos Mudanças Climáticas: ‘Estamos em uma situação de emergência planetária’ Hemisfério norte enfrenta onda de calor excepcional e perigosa

terça-feira, 29 de junho de 2021

EcoDebate - Edição 3.694 de 29 / junho/ 2021

Composição Gravimétrica dos Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil Marketing Tradicional versus Sustentabilidade de Marketing Geração própria de energia solar ultrapassa um terço de Itaipu com 6 gigawatts Relatório traz dados dos principais conflitos socioambientais que ameaçam as comunidades pesqueiras A agrointoxicação do planeta: um problema sistêmico 17% de todos os alimentos disponíveis para consumo são desperdiçados Impactos do desperdício de alimentos que vão para o lixo Glaciares no topo de montanhas dos trópicos estão desaparecendo em todo o mundo Estudo sugere o uso de evidência científica para responsabilizar grandes poluidores nos tribunais

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Covid-19: Estudo revela que medidas preventivas teriam evitado 120 mil mortes

“O estudo revelou o tamanho do desastre provocado por políticas equivocadas, incompletas, limitadas e intermitentes no Brasil: são 120 mil vidas que poderiam ter continuado, caso as autoridades tivessem seguido a ciência e gerido a pandemia com responsabilidade” Estudo apresentado ontem (24) na CPI da Covid-19 no Senado Federal também revela mais de 20 mil vidas perdidas à espera de atendimento até março de 2021 Uma pesquisa revelada nesta quinta-feira (24) à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19 no Senado Federal indica que cerca de 120 mil vidas poderiam ter sido poupadas no primeiro ano de pandemia no Brasil se o país tivesse adotado de maneira mais firme e ampla medidas preventivas como distanciamento social, restrição a aglomerações e fechamento de escolas e do comércio. Para chegar a este número, os pesquisadores calcularam o excesso de mortes por causas naturais no primeiro ano da pandemia, de março de 2020, após a primeira morte registrada no Brasil, até março de 2021. Constataram 305 mil mortes acima do que seria esperado com base nos óbitos registrados entre 2015 e 2019. Essa estimativa abarca não apenas as mortes diretamente ocasionadas pela Covid-19, mas também os óbitos indiretos, provocados, por exemplo, pelo atraso no diagnóstico ou falta de tratamento de outras doenças, por conta da saturação do sistema de saúde. Por outro lado, esse excesso já leva em conta os efeitos das medidas de isolamento e restrição de atividades implementadas por governadores e prefeitos no período, ainda que parciais e de baixa intensidade. número de óbitos por covid 19 em semanas Na sequência, o estudo constatou que poderiam ter sido registrados 40% menos óbitos até março de 2021 caso as medidas preventivas de isolamento social e restrição às atividades econômicas e educacionais tivessem sido aplicadas corretamente no país. Essa estimativa foi feita com base em relatórios científicos publicados nas revistas Science e Nature, que calcularam a efetividade dessas ações na redução da transmissão do vírus e na mortalidade em diversos países. Um segundo eixo do estudo analisou os efeitos da falta de preparação do sistema de saúde como fator de ocorrência de mortes que poderiam ter sido evitadas. Revelou, entre outras coisas, que 20.642 pessoas (ou 11,3% do total de registros de internação) perderam a vida à espera de atendimento. Esse dado também se refere apenas aos primeiros 12 meses de pandemia, ou seja, não abrangeu o período de maior mortalidade até o momento, ocorrido entre março e maio de 2021. A maioria dos óbitos em pronto-socorro ou pronto-atendimento foi registrada em unidades públicas de saúde. A falta de acesso a leitos também atingiu um número proporcionalmente maior de pessoas negras e indígenas: os óbitos na fila de espera representaram 13,1% das internações entre as pessoas negras e indígenas, e 9,2% entre as pessoas brancas. O estudo também olhou para o acesso a testes diagnósticos, que foi rarefeito (menos de 14% da população realizou teste até novembro de 2020) e desigual. Em novembro, por exemplo, pessoas com renda maior do que quatro salários mínimos consumiram quatro vezes mais testes do que as pessoas que vivem com menos de meio salário mínimo. percentual de pessoas que fizeram o teste covid 19 por faixa de renda “O estudo revelou o tamanho do desastre provocado por políticas equivocadas, incompletas, limitadas e intermitentes no Brasil: são 120 mil vidas que poderiam ter continuado, caso as autoridades tivessem seguido a ciência e gerido a pandemia com responsabilidade”, afirma Jurema Werneck, médica e diretora-executiva da Anistia Internacional e membro do grupo Alerta, que apresentou o estudo aos senadores. “Os números também trazem mais uma evidência das desigualdades que estruturam a sociedade brasileira, mas que foram reveladas e aprofundadas durante a pandemia. As pessoas negras são as mais afetadas pela falta de leitos, têm menos acesso a testes diagnósticos e sofrem um risco 17% maior de vir a óbito na rede pública”, completa. A nota técnica sobre mortes evitáveis por Covid-19 foi encomendada pelo grupo Alerta, que reúne sete entidades da sociedade civil – Anistia Internacional Brasil, Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Oxfam Brasil e Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC) – e foi apresentada aos senadores pela médica e diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck. Veja mais sobre o estudo e o movimento no site alerta.org.br . O estudo foi conduzido pelos pesquisadores do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Guilherme Werneck, Lígia Bahia e Jéssica Pronestino de Lima Moreira e também pelo professor Mário Scheffer, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). Além dos dados, o estudo também traz recomendações à CPI da Covid-19, entre elas a criação de um memorial nacional em homenagem às vítimas da pandemia e a criação de uma frente nacional de enfrentamento à doença que inclua diferentes setores e poderes e seja liderada por um comitê técnico de especialistas. “Não se trata apenas de apontar erros e cobrar responsabilidades, mas também de apontar caminhos viáveis e imediatos que nos ajudem a preservar vidas”, conclui Werneck. Fonte: OXFAM Brasil / Anistia Internacional Brasil in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 25/06/2021

EcoDebate - Edição 3.692 de 25 / junho/ 2021

O que é preciso para viabilizar a recuperação dos ecossistemas proposta pela ONU? Ir às ruas para salvar vidas Degelo do permafrost ameaça a infraestrutura do Alasca A elevação do nível do mar e o impacto no litoral brasileiro Livro digital gratuito expõe os prejuízos econômicos da mudança climática Nota do MPF reafirma inconstitucionalidade de mineração em terras indígenas Covid-19: Estudo revela que medidas preventivas teriam evitado 120 mil mortes Abelhas sem ferrão usam microrganismos para preservar o mel e para se alimentar Entenda o que é hormônio folículo-estimulante (FSH) e a sua relação com a fertilidade

terça-feira, 22 de junho de 2021

Caminhos para uma retomada econômica verde

Por Julio Molinari, presidente da Danfoss na América Latina – A economia mundial entrou em crise sanitária devido à pandemia provocada pelo COVID-19. Além do impacto econômico e social, há outra preocupação relevante no aspecto ambiental: o aumento da emissão de dióxido de carbono. É o que alerta a Agência Internacional de Energia (AIE), que aponta que as emissões globais devem aumentar em 5% em 2021, registrando, assim, o segundo maior aumento da história. Esse aumento de cerca de 1,5 bilhões de toneladas é impulsionado pelo ressurgimento do uso de carvão no setor de energia e resultará em um volume total de quase 33 bilhões de toneladas. Isso só não acontecerá se governos, empresas e a sociedade em todo o mundo agirem. A hora é de reaquecer a economia e achatar a curva das emissões. Historicamente, o período pós-crise mundial abre espaço para novas oportunidades. Refiro-me, por exemplo, a consolidar a cooperação internacional, fazer acordos de paz e reestruturar os sistemas financeiros. Globalmente, a Danfoss lançou um desafio denominado de Green Restart, que aponta caminhos para acelerar o ritmo de recuperação econômica e gerar crescimento sustentável, projetando um futuro cada vez mais descarbonizado. E não precisamos ‘inventar a roda’. Basta que empresas e governos façam a sua parte e adotem soluções já disponíveis. Gostaria de jogar luz à discussão tendo como exemplo três setores importantes da economia que são tradicionalmente grandes emissores de carbono, mas que, ao mesmo tempo, podem ser impulsionadores da recuperação econômica: transporte, edifícios comerciais e a indústria. O setor de transporte é responsável por um quarto das emissões globais de carbono. Para cumprir a meta climática de 1,5ºC, estabelecida no Acordo de Paris, precisamos reduzir o total emitido por este setor em 28%. Como alcançar esse objetivo? Um dos caminhos já testados e comprovados é acelerar a eletrificação dos nossos ônibus, carros, caminhões, balsas e embarcações. Para incrementar a adoção destes veículos elétricos, as cidades necessitam de infraestrutura inteligente alimentada por energia verde, desde estações de carregamento nas ruas a construções de unidades auxiliares de energia em diversos pontos. Estudos indicam que investir em mobilidade elétrica, além de reduzir as emissões, também estimulará a economia e criará 1 milhão de empregos até 2030 na Europa. Outro setor altamente relevante é o de edifícios comerciais, que são responsáveis por 40% do uso global de energia e cerca de metade das emissões em toda uma cidade, o que os torna um ponto de partida crucial na retomada verde. Esse setor em especial precisaria reduzir suas emissões em 33% para chegar à meta do Acordo de Paris. Uma das formas mais econômicas de reduzir o uso de energia de construções já existentes, por exemplo, é por meio do retrofit e a consequente otimização de sistemas de ventilação, ar condicionado e aquecimento. Os modernos sistemas de HVAC geram comprovadamente redução de até 30% do consumo de energia. Fazer com que as construções tenham eficiência energética, além de estimular a economia, pode gerar empregos. Estudos indicam que para cada 1 mil euros investidos em eficiência energética, 18 novos postos de trabalho são criados. Por fim, mas não menos importante, trago o exemplo da indústria de uma forma geral. Esse setor é responsável por 20% do total das emissões de gases de efeito estufa. É mais do que necessário repensar a produção para otimizar os recursos de energia, como usar a força motriz inteligente para otimizar as velocidades dos motores elétricos, a fim de reduzir o uso de energia. Estima-se em 8% a redução do consumo de energia até 2040 com a adoção em larga escala de motores controlados por drives, ao mesmo tempo em que soluções digitais aumentam o tempo de produtividade ao prever as necessidades de manutenção e reduzem o uso de energia. O momento é agora para fazer da retomada econômica um verdadeiro ‘Green Restart’. Para descarbonizar os setores de edifícios, indústria e transporte, precisamos fazer da eficiência energética, eletrificação e integração destes mercados as nossas prioridades. Julio Molinari, presidente da Danfoss na América Latina (#Envolverde)

Brasil pode ter biocombustíveis e alimentos sem destruir o meio ambiente

Setor de transporte seria beneficiado, mas precisaria de ações complementares Estudo divulgado pelo WWF-Brasil reafirma a importância do uso de biocombustíveis para combate à crise climática e em especial para o setor de transporte, que representa cerca de um quarto de todas as emissões de GEE no mundo (UNEP, 2019). O levantamento apontou que o Brasil tem capacidade de produzir biocombustíveis sem comprometer a oferta de alimentos e a preservação dos habitats naturais, mas apesar de ter potencial elevado, o país não é capaz de suprir toda a demanda do setor de transportes brasileiro, o que demandaria ações alternativas e complementares. Mesmo sendo o país com maior participação de biocombustíveis nos transportes do mundo, o Brasil ainda tem grande dependência de combustíveis fósseis, basta recordar a greve dos caminhoneiros contra a alta do preço dos combustíveis, em 2019. Neste cenário, os biocombustíveis se configuram como uma opção para combater a crise climática, pois emitem menos gases de efeito estufa e, também podem ser vistos como uma segurança frente a uma possível crise escassez do petróleo. Os pesquisadores buscaram responder até que ponto é possível tornar a matriz de combustíveis mais renovável e reduzir as emissões de carbono sem causar mais desmatamento e prejudicar a segurança alimentar. Para isso, idealizaram dois cenários: o primeiro focado no agronegócio, focando a produção nas commodities e monoculturas atuais e, o segundo, alternativo, aumentando a importância da participação de culturas pouco exploradas atualmente, mas que oferecem maior rendimento na produção. Como ponto de partida, consideraram o potencial de produção de biocombustíveis em 2030, último ano para atingir as metas propostas na primeira NDC21 brasileira; as projeções conservadoras de aumento de rendimento na produção, diversificação de culturas e outras fontes de biomassa; a área disponível para produção de biocombustíveis e, ainda a área necessária para a expansão de alimentos. A conclusão é que o aumento da produtividade das áreas de pastagens (cerca de 170 milhões) liberaria cerca de 36 milhões de hectares para cultivos em geral, área mais que suficiente para acomodar a expansão da produção de alimentos e de biocombustíveis por várias décadas. No entanto, alertaram que esse possível aumento pode acarretar possíveis impactos, como o aumento do desmatamento. Por isso, é fundamental aplicar e aperfeiçoar os mecanismos existentes de controle do uso da terra, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Zoneamento Agroecológico. Ricardo Fujii, analista de conservação do WWF-Brasil alerta: “A adoção deste tipo de combustível não pode correr o risco de gerar mais desmatamento, se apropriar de terras que poderiam ser destinadas à produção de alimentos e à restauração florestal ou mesmo causar mais impactos frente ao desafio das mudanças climáticas. Caso isso aconteça, suas vantagens caem por terra e ao invés de serem parte da solução correm o risco de piorar o problema”, ressalta. Entre os cenários avaliados, o que apresentou maior capacidade de atender a demanda de todos os combustíveis líquidos foi o cenário alternativo, que privilegia as culturas de palma e macaúba, representando maiores benefícios para o meio ambiente pois abre espaço para o cultivo de plantas nativas e que podem ser cultivadas em conjunto com outras culturas em sistemas agroflorestais (SAF) ou ILPF, sem prejuízo para sua produção. Na avaliação, o potencial de produção de biocombustíveis é menor naquele em que as commodities atuais são priorizadas, já que a produtividade de combustível dessas culturas por área é inferior à dos outros cultivos. Observou-se também um alto potencial de produção de biodiesel e biogás a partir de resíduos, que em termos ambientais são os mais vantajosos. Nos cenários analisados, mesmo priorizando-se a produção de etanol e biodiesel, não seria possível atender a demanda total da frota brasileira de veículos rodoviários. Por outro lado, é possível atender a demanda por QAV e GNV por meio da produção de bioquerosene e biometano. Este pode, inclusive, ser melhor aproveitado: o biometano pode ser o combustível na frota de veículos leves e pesados utilizados no setor agropecuário, eliminando a necessidade de criação de uma extensa rede de distribuição. O biometano também pode ser utilizado em outras atividades, substituindo gás natural tanto em regiões rurais como urbanas. Para Fujii, a adoção de combustíveis renováveis é um passo necessário em direção à sustentabilidade energética no longo prazo. “A utilização de biocombustíveis não é solução definitiva ou a única alternativa. Neste momento ela se mostra como opção atrativa para a redução das emissões do setor de transportes, mas ações complementares como a diversificação de modais, expansões do uso de ferrovias e hidrovias, aumento da eficiência energética veicular e expansão do transporte público são alternativas complementares”, finaliza. Soluções para controlar o impactos dos Biocombustíveis É possível aumentar a produção dos biocombustíveis sem a necessidade de expandir a área cultivada, evitando a escassez de alimentos e o comprometimento dos biomas brasileiros. Grandes esforços têm sido feitos no sentido de aumentar tanto a produtividade na fase agrícola (t/ ha) quanto na fase industrial, quando a biomassa é transformada em biocombustível (L/t). O aumento da produtividade pode ser oriundo de melhorias incrementais, relacionadas à seleção de variedades de cultivos mais apropriados ao processamento (cana com maior teor de açúcar, por exemplo) e aprimoramento dos processos produtivos, especialmente na produção de bioquerosene e biodiesel, casos em que as cadeias produtivas são mais recentes. Outra opção é a utilização de matérias primas alternativas. Um exemplo é a macaúba, espécie nativa de palmeira que apresenta um rendimento muito maior do que a soja na produção do óleo (4000 kg/ha comparado aos 500 kg/ha da soja) e que pode ser convertida em bioquerosene e biodiesel16. Em muitos casos, tais culturas podem ser integradas em sistemas lavoura-pecuária-floresta (ILPF), otimizando o uso do solo com benefícios para a produtividade e resiliência da terra. O aumento de produtividade também pode se dar na pecuária, a qual atualmente responde com suas pastagens por 70% da terra agriculturável ocupada no país. À medida que a produtividade da pecuária aumentar, haverá liberação de espaço para cultivo de alimentos e biocombustíveis. Pode-se ainda aumentar o aproveitamento energético de resíduos urbanos e agropecuários, inclusive para a produção de biocombustíveis19. Esse tipo de matéria-prima é particularmente interessante do ponto de vista ambiental pois, além de contribuir para o aporte energético, também diminui o montante de lixo e poluentes depositados no ambiente. Sobre o WWF-Brasil O WWF-Brasil é uma organização não-governamental brasileira e sem fins lucrativos que trabalha para mudar a atual trajetória de degradação ambiental e promover um futuro em que sociedade e natureza vivam em harmonia. Criado em 1996, atua em todo Brasil e integra a Rede WWF. Apoie nosso trabalho em wwf.org.br/doe (WWF/#Envolverde)

Aquecimento global pode ter ultrapassado ponto de não retorno

Por Deutsche Welle – Líder da maior expedição da história ao Polo Norte, Markus Rex apresentou dados alaramentes sobre o derretimento do gelo marinho e ao aumento de temperatura no Ártico O cientista que liderou a maior expedição da história ao Polo Norte alertou nesta terça-feira (15/06) que o mundo pode já ter chegado ao ponto em que o aquecimento global se tornará irreversível. “O desaparecimento do gelo marinho de verão no Ártico é uma das primeiras minas terrestres neste campo minado, um dos pontos de inflexão que iniciamos quando levamos o aquecimento longe demais”, disse Markus Rex. “E podemos essencialmente nos perguntar se já não pisamos nesta mina e começamos o início da explosão”, completou. A missão MOSAiC (sigla em inglês para Observatório Flutuante Multidisciplinar para o Estudo do Clima do Ártico), liderada por Rex, envolveu cerca de 300 cientistas de 20 países. Durante a expedição, o navio quebra-gelo de pesquisa alemão Polarstern(estrela polar) navegou por mais de um ano pelo Ártico. Ele retornou à Alemanha em outubro do ano passado, com evidências de que o oceano Ártico poderá ter verões sem gelo em poucas décadas. Agora, oito meses depois, ao apresentar as informações coletadas, Rex observou que o gelo havia tido na primavera de 2020 o recuo mais rápido desde o começo dos registros desse tipo de dado e que “a propagação do gelo marinho no verão era apenas metade do tamanho de décadas atrás.” “Apenas uma avaliação nos próximos anos nos permitirá determinar se ainda podemos salvar o gelo marinho do Ártico durante todo o ano através de uma proteção climática rigorosa ou se já ultrapassamos este importante ponto de inflexão no sistema climático”, explicou Rex. Além disso, segundo os dados, o gelo em 2020 tinha apenas metade da espessura e as temperaturas eram 10ºC mais altas do que em comparação com a expedição Fram, realizada na década de 1890 pelos exploradores e cientistas Fridtjof Nansen e Hjalmar Johansen. Devido à superfície menor do gelo marinho, o oceano foi capaz de absorver mais calor no verão, o que significa que a formação do manto de gelo no outono foi mais lenta do que o normal. Expedição milionária A expedição custou 140 milhões de euros e retornou à Alemanha com cerca de 150 terabytes de dados e mais de 1.000 amostras de gelo. Durante a expedição, os cientistas montaram quatro locais de observação no gelo marinho em um raio de até 40 quilômetros ao redor do Polarstern. O navio se agarrou num bloco de gelo, só se movimentando quando se deixava levar pela corrente do gelo flutuante. Entre os dados coletados, estão amostras de água abaixo do gelo para estudar o plâncton vegetal e as bactérias e entender melhor como o ecossistema marinho funciona em condições extremas. Mais de 100 parâmetros foram medidos quase continuamente ao longo do ano de pesquisa. As abundantes informações alimentarão o desenvolvimento de modelos para ajudar a prever como podem ser as ondas de calor, chuvas fortes e tempestades em 20, 50 e 100 anos. Além disso, espera-se que várias centenas de publicações científicas com base nos dados sejam feitas até 2023. Stefanie Arndt, especialista em física do gelo marinho, disse ser “doloroso saber que somos possivelmente a última geração que pode experimentar um Ártico que ainda tem uma cobertura de gelo marinho no verão”. Ela também ressaltou que a cobertura de gelo do mar “está diminuindo gradualmente e é um importante espaço de vida para os ursos polares”. Os líderes mundiais se comprometeram, em 2015, no Acordo de Paris, a limitar o aquecimento do planeta a no máximo 2ºC em relação ao nível pré-industrial até 2100. No entanto, o acordo diz que “vai perseguir esforços para limitar o aumento a 1,5 ºC”, e reconhece que, assim, os riscos e impactos das mudanças climáticas seriam reduzidos. Recentemente, a União Europeia divulgou novas metas climáticas, como a redução de 55% nas emissões de gases de efeito estufa até 2030. (Deutsche Welle/ #Envolverde)

segunda-feira, 21 de junho de 2021

EcoDebate - Edição 3.688 de 21 / junho/ 2021

Brasil ultrapassa 500 mil óbitos da covid-19 com rejuvenescimento das vítimas Absurdo! Meio Milhão de Mortes Equilíbrio ecológico faz parte da lista dos direitos fundamentais Mudanças climáticas – comunidades costeiras devem planejar a retirada de áreas de risco Covid-19 e a intencionalidade do governo federal na pandemia O impacto das mudanças climáticas na produtividade da agricultura de conservação Redução da umidade aumenta a ameaça de incêndios florestais Aumento do nível do mar acelera a submersão costeira em todo o mundo Decrescimento. Uma perspectiva de esquerda sobre as crises socioambientais

quinta-feira, 17 de junho de 2021

EcoDebate - Edição 3.686 de 17 / junho/ 2021

Logística Reversa e Reciclagem no Brasil 2010-2019 A Sustentabilidade de Marketing é a Chave para o Sucesso dos Resultados do seu Negócio Impacto da poluição por plástico na saúde humana causa preocupações Com queimadas e desmatamento o Cerrado sofre com clima cada vez mais seco e quente Exposição prolongada à fumaça leva a problemas de saúde em áreas distantes dos incêndios florestais Mais da metade dos rios do mundo param de fluir por pelo menos um dia por ano Pesquisa encontra poluentes orgânicos persistentes em órgãos fetais Microplásticos em rio atuam como criadouros de bactérias resistentes a antibióticos Pesticidas à base de glifosato persistem por anos em plantas selvagens e causam infertilidade nas flores

País perdeu 24 árvores por segundo em 2020

por Observatório do Clima – Relatório inédito do MapBiomas Alerta para todo o país mostra que desmatamento subiu 14% no ano passado; 99,8% dos desmates têm indício de ilegalidade e só 2% tiveram alguma providência do Ibama O desmatamento nos seis biomas brasileiros cresceu 13,6% em 2020, atingindo 13.853 km2 (1.385.300 hectares), uma área nove vezes maior que a cidade de São Paulo. Desse total, 61% estão na Amazônia. É o que mostra uma análise inédita de 74.218 alertas de desmatamento no país inteiro, publicada nesta sexta-feira (11) pelo Projeto MapBiomas. Desmatamento APA Triunfo do Xingu, unidade de conservação mais devastada de 2020 (Imagem: MapBiomas Alerta) O desmatamento cresceu 9% na Amazônia, 6% no Cerrado, 43% no Pantanal e 99% no Pampa. Na Mata Atlântica ele explodiu, subindo 125%. Na Caatinga o crescimento foi de 405%, mas se deveu ao fato de que o bioma agora conta com um novo sistema de detecção de desmate por satélite só para ele. Os dados, do MapBiomas Alerta, cruzam informações de cinco sistemas de detecção do desmatamento em tempo real por satélite e validam-nos com imagens de alta resolução com o auxílio de inteligência artificial. O cruzamento mostra que a quase totalidade dos alertas de desmate emitidos no ano passado têm um ou mais indícios de ilegalidade: 99,8% deles, correspondendo a 98,9% da área desmatada, não têm autorização, ou sobrepõem-se a áreas protegidas, ou desrespeitam o Código Florestal. O índice de provável ilegalidade é mais baixo no Cerrado, onde 97,8% da área de alertas de desmatamento possui pelo menos um indício de irregularidade – seja ele falta de autorização no Sinaflor, o sistema do Ibama onde em tese todos os pedidos de desmatamento precisam ser registrados e liberados, seja sobreposição com áreas protegidas, planos de manejo florestal sustentável ou desconformidade com o Código Florestal. Na Amazônia, ele é de 99,4%. A conclusão é semelhante à do primeiro relatório de desmatamento do MapBiomas, que no ano passado mostrou que 99% dos desmatamentos de 2019 tinham sinais de irregularidade. No entanto, o número de avisos de desmatamento que tiveram uma resposta do governo federal é muito baixo: apenas 2% dos alertas e 5% da área desmatada entre 2019 e 2020 sofreram multas ou embargos pelo Ibama. No caso da Amazônia, nos 52 municípios considerados críticos pelas políticas do Ministério do Meio Ambiente, 2% dos alertas e 9,3% da área desmatada tiveram ações de punição. Nos 11 municípios definidos pelo Conselho da Amazônia como mais prioritários, 3% dos alertas e 12% da área desmatada tiveram ações desse tipo. Apenas 50 municípios concentram 37,2% dos alertas e 49,2% da área desmatada no país. Eles são liderados por Altamira (PA, com 60.608 hectares, aumento de 12% em relação a 2019), São Félix do Xingu (PA, 45.587 hectares) e Porto Velho (RO, 44.076 hectares). Dos 20 municípios mais desmatados, apenas três ficam fora da Amazônia: Formosa do Rio Preto e São Desidério, no Cerrado baiano, e Corumbá, no Pantanal sul-mato-grossense. O Estado do Pará lidera o ranking do desmatamento no país, com 33% dos alertas e 26% da área desmatada total (366 mil hectares), seguido de Mato Grosso, com 13%, e do Maranhão, com 12%. Os dados do MapBiomas Alerta mostram que em pelo menos dois terços dos alertas é possível identificar os responsáveis pelo desmatamento: 68,3% das detecções validadas têm sobreposição total ou parcial com áreas inscritas no CAR, o Cadastro Ambiental Rural. No Pantanal e na Amazônia, esse número é ainda mais alto: 84,8% e 69,2%, respectivamente. Ou seja, em tese, esses proprietários poderiam ser multados até mesmo pelo correio, já que para ter registro no CAR é preciso fornecer os dados do requerente. O relatório também apresenta um inédito cálculo da velocidade do desmatamento: pela primeira vez foi possível estimar quanto o Brasil perdeu de cobertura vegetal nativa a cada dia de 2020: foram 3.795 hectares desmatados em média, o que dá uma perda de 24 árvores a cada segundo durante todo o ano. No dia mais crítico de desmatamento, 31 de julho, foram desmatados 4.968 hectares, quase 575 m2 por segundo. “Infelizmente o desmatamento cresceu em todos os biomas e o grau de ilegalidade continua muito alto. Para enfrentar o desmatamento é necessário que a sensação de impunidade seja desfeita. Para isso, é preciso garantir que o desmatamento seja detectado e reportado e que os responsáveis sejam devidamente penalizados e não consigam aferir benefícios das áreas desmatadas”, afirma Tasso Azevedo, coordenador-geral do MapBiomas. “Em mais de dois terços dos casos, também é possível saber quem é o responsável. É preciso que os órgãos de controle autuem e embarguem as áreas desmatadas ilegalmente e as empresas eliminem essas áreas de suas cadeias de produção”, prossegue. SOBRE O MAPBIOMAS ALERTA O MapBiomas Alerta é uma iniciativa do consórcio MapBiomas, formado por mais de 20 organizações incluindo ONGs, universidades e empresas de tecnologia. Ele processa alertas de desmatamento emitidos por cinco sistemas: o Deter (do Inpe, para a Amazônia e o Cerrado), o SAD (do Imazon, para a Amazônia), o Glad (da Universidade de Maryland, para Mata Atlântica, Pantanal e Pampa), o Sirad-X (do Instituto Socioambiental, para a bacia do Xingu), e o novo SAD Caatinga (da Universidade Estadual de Feira de Santana e da Geodatin). Os alertas passam por processo de validação, refinamento e definição da janela temporal de ocorrência do desmatamento a partir de imagens de satélite diárias de alta resolução espacial. Em seguida, é realizado o cruzamento do dado de desmatamento com recortes territoriais (como biomas, Estados e municípios), recortes fundiários (Cadastro Ambiental Rural, Unidades de Conservação e Terras Indígenas, por exemplo) e situação administrativa (como existência de autorização, autuação ou embargo) e elaborados laudos completos para cada alerta de desmatamento. Todos os dados e laudos são disponibilizados de forma pública e gratuita- em plataforma web. O relatório completo com todos os dados está disponível no site do MapBiomas Alerta. https://alerta.mapbiomas.org LEIA MAIS Desmatamento na Amazônia atinge recorde histórico em maio Diálogos Envolverde – A difícil missão de proteger a Amazônia brasileira (LIVE) Rios de ouro: as imagens da Nasa que revelam o impacto da mineração ilegal na Amazônia Desmatamento na Terra Indígena Cachoeira Seca (PA) explode após retirada de base de fiscalização (Observatório do Clima/#Envolverde)

Projeto pode inviabilizar zonas de amortecimento de Unidades de Conservação

por Instituto Socioambiental – PL 1.205/2019 pode ser votado na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados a qualquer momento As áreas protegidas, no Brasil, como Unidades de Conservação (UC) e Terras Indígenas (TI), vêm enfrentando crescentes ameaças. A mais recente visa restringir dois instrumentos importantes, que conferem efetividade e atualidade às funções ecológicas dessas áreas: as zonas de amortecimento e os corredores ecológicos. A razão disso se esconde em seu próprio nome: áreas protegidas. O que protegem e de quem protegem essas áreas? Originalmente, esses espaços protegidos deveriam preservar a integridade da área em questão, seja ela entendida como um conjunto de paisagens, sua biodiversidade, seus processos biológicos, seus moradores – humanos e não humanos – os modos de viver, as manifestações culturais de seus habitantes, entre outros aspectos. Ou seja, proteger pluralidades, permitir que ali exista diversidade. Levando isso em conta, não é difícil imaginar porque tais áreas estão em xeque: o que elas almejam proteger possui cada vez menos valor para as autoridades públicas, apesar da crescente preocupação da sociedade brasileira. Por outro lado, quando nos perguntamos de quem essas áreas deveriam ser protegidas, nos defrontamos com a sanha predatória da nossa espécie, traduzida em atividades como o garimpo, a exploração madeireira, o desmatamento, a transmissão de doenças, as ameaças físicas e psicológicas aos moradores desses espaços protegidos, entre outros. Trata-se de um conjunto de atividades que tem encontrado um significativo acolhimento tanto nas transformações políticas pelas quais o país passa, quanto nas narrativas relacionadas com seu futuro. Proteger áreas quando atividades predatórias são aplaudidas e estimuladas por autoridades públicas é um desafio hercúleo. É nesse contexto que emergem um conjunto de projetos de lei, no Congresso, visando desproteger esses espaços. No caso das TIs, há projetos para impossibilitar as demarcações, permitir atividades predatórias em seu interior e mesmo projetos que colocam em xeque o direito originário que os povos indígenas têm sobre seus territórios, consagrado pela Constituição. As UCs, por sua vez, vêm sendo comidas pelas bordas, tanto metaforicamente, como literalmente. E são ameaçadas, tanto no que concerne às suas fronteiras físicas, quanto à sua situação legal. Essas áreas têm sido sistematicamente invadidas, desmatadas, desrespeitadas. Entre as ameaças que vêm do Congresso Nacional, há uma que cumpre à risca a ideia de “comer pelas bordas”. Trata-se do Projeto de Lei (PL) nº 1.205/2019, de autoria do deputado Pinheirinho (PP-MG), que versa sobre as zonas de amortecimento, as áreas que circundam as UCs, onde deve haver um regime mais cuidadoso de uso da terra para evitar impactos que afetem a integridade do espaço protegido. O projeto modifica a Lei nº 9.985/2000, do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), transformando seus dispositivos acerca das zonas de amortecimento num conjunto de medidas que impossibilitam o cumprimento de seus objetivos. A ideia geral do PL nº 1.205/2019 é obrigar que as zonas de amortecimento e os corredores ecológicos – áreas que ligam dois ou mais espaços protegidos – sejam designados, após estudos técnicos e consulta pública, no ato de criação da UC. Ao fazê-lo, portanto, na prática, o PL vai impedir que novas áreas sejam submetidas a esse regime de uso mais cuidadoso posteriormente ao estabelecimento da UC. A questão é que esses trechos de terra, zonas de amortecimento e corredores ecológicos, existem para preservar a integridade ecológica das UCs. Depois da criação da unidade, revisitar os limites das áreas que a circundam e seus regimes de uso é essencial para garantir a conservação da biodiversidade e dos processos biológicos dentro da UC. A gestão da unidade, os estudos e pesquisas feitos ali, o manejo de sua biodiversidade e a avaliação dos impactos produzidos pelo meio externo são continuamente reavaliados e os ajustes necessários podem incluir a necessidade de estabelecer um regime mais cuidadoso de uso da zona de amortecimento, sob pena de que a UC não cumpra seu objetivo de conservação da natureza. O cenário que se desenha é grave. Infelizmente, o PL vai muito além, criando um requisito para a delimitação da zona de amortecimento: ela não poderá abranger “área urbana consolidada”. E para não haver dúvidas de que se trata de uma restrição bastante ampla, o PL define “área urbana consolidada” como aquela que possua pelo menos dois desses requisitos: 1) inserção em perímetro urbano ou em zona de expansão urbana conforme delimitação pelo Plano Diretor por lei municipal específica; 2) sistema viário implantado; 3) oferta de serviços de ensino fundamental na área ou em suas proximidades; 4) existência de, no mínimo, três dos seguintes equipamentos de infraestrutura urbana: drenagem e manejo das águas pluviais; esgotamento sanitário; abastecimento de água potável; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; ou distribuição de energia elétrica. O resultado disso é que uma área no meio da Amazônia, onde há uma escola numa pequena vila e por sorte de seus moradores haja energia elétrica e saneamento básico, o que deveria ser direito de todos os brasileiros em zonas rurais e urbanas, se converte, pelo artifício desse PL, em “área urbana consolidada”. Se ali ao lado houver uma UC, a zona de amortecimento não poderá abarcar essa pequena vila, mesmo que o que ali aconteça seja fundamental para a manutenção da integridade da UC. Para além de ameaçar as UCs, pois suas zonas de amortecimento e corredores ecológicos não poderão ser designados de forma a assegurar a conservação dessas áreas, o PL tem outro efeito, talvez ainda mais deletério: estipula o prazo de um ano para que as UCs já estabelecidas se adequem a essas novas restrições. Não é difícil prever o que acontecerá com as zonas de amortecimento, já atualmente alvo de enorme especulação imobiliária em algumas regiões e de invasões e grilagem, em outras. O resultado final para as UCs será desastroso. Diante disso, entendemos que o PL nº 1.205/2019 representa grave ameaça ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação, com significativo impacto ao direito da sociedade a viver num meio ambiente ecologicamente equilibrado, garantido no art. 225 da Constituição Federal, devendo ser rejeitado pela Câmara dos Deputados. (ISA) (#Envolverde)

Desmatamento na Amazônia foi o maior em 10 anos pelo 3º mês consecutivo

Área desmatada em maio de 2021 chegou a 1.125 km², quase do tamanho do município do Rio de Janeiro Em comparação com maio de 2020, desmatamento aumentou 70% na Amazônia; Estados que mais desmataram foram o Pará, o Amazonas e o Mato Grosso, respectivamente. Uma área de floresta quase do tamanho do município do Rio de Janeiro foi desmatada na Amazônia Legal apenas em maio de 2021. Segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), foram detectados 1.125 km² de desmatamento no período, maior saldo da série histórica para o mês dos últimos 10 anos. Esta é a terceira vez consecutiva que a destruição no bioma bate o recorde em uma década: março e abril também registraram os piores índices desde 2012. As informações são do Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), que monitora a Amazônia Legal via satélites. A área desmatada em maio deste ano foi 70% superior à registrada no mesmo período de 2020, que foi de 660 km². “Esse aumento expressivo em maio é muito preocupante porque estamos entrando na estação seca, que na maior parte da Amazônia Legal ocorre entre junho e setembro, quando historicamente são registrados os picos de desmatamento do ano”, comenta o pesquisador do Imazon Antonio Fonseca. SADMaio2021 - Desmatamento na Amazônia foi o maior em 10 anos pelo terceiro mês consecutivo, divulga Imazon Clique na imagem para ampliar Mais da metade das áreas desmatadas estão no Pará e no Amazonas Em relação aos estados, os que mais desmataram foram o Pará e Amazonas, respectivamente, que somaram 688 km² de desmatamento em maio, o que corresponde a 60% do total detectado na região amazônica. O território de floresta destruído em solo paraense e amazonense é semelhante, por exemplo, ao tamanho da cidade de Salvador. No Pará, figuram no topo do ranking dos 10 municípios que mais desmataram em maio Altamira, São Félix do Xingu, Novo Progresso e Itaituba, cidades que frequentemente estão entre as mais críticas. O estado também teve seis das 10 unidades de conservação e cinco das 10 terras indígenas onde foram detectadas as maiores áreas desmatadas. No caso do Amazonas, os três municípios que figuram no ranking dos 10 onde foram registradas as maiores destruições da floresta, Lábrea, Apuí e Novo Aripuanã, estão localizados no sul do estado. Além disso, seis dos 10 assentamentos que mais registraram florestas desmatadas estão em solo amazonense. “Apesar do Pará retornar ao primeiro lugar do ranking dos estados que mais desmataram na Amazônia Legal em maio, é possível perceber que o Amazonas segue em ritmo alto de desmatamento”, afirma Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon. O terceiro estado que mais desmatou em maio foi o Mato Grosso (20%), seguido de Rondônia (12%), Acre (4%), Maranhão (3%) e Roraima (1%). Já a análise do desmatamento por categoria do território indicou que 66% ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse, 17% em assentamentos, 15% em unidades de conservação e 2% em terras indígenas. Degradação aumentou 144% em relação ao ano passado As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 39 km² em maio, o que representa aumento de 144% em relação ao mesmo mês em 2020, quando a área foi de 16 km². A degradação detectada em maio deste ano ocorreu no Mato Grosso (85%) e no Pará (15%). Desmatamento e degradação – O Imazon classifica o desmatamento como o processo de realização do “corte raso”, que é a remoção completa da vegetação florestal. Na maioria das vezes, essa mata é convertida em áreas de pasto. Já a degradação é caracterizada pela extração das árvores, normalmente para fins de comercialização da madeira. Outros exemplos de degradação são os incêndios florestais, que podem ser causados por queimadas controladas em áreas privadas para limpeza de pasto, por exemplo, mas que acabam atingindo a floresta e se alastrando. Monitoramento da Amazônia – O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), desenvolvido pelo Imazon, é uma ferramenta que utiliza imagens de satélites (incluindo radar) para monitorar a floresta. Além do SAD, existem outras plataformas que vigiam a Amazônia: Deter, do Inpe, e o GLAD, da Universidade de Maryland. Todas são importantes para a proteção ambiental, pois garantem a vigilância da floresta e a emissão de alertas dos locais onde há registro de desmatamento. Os dados fornecidos ajudam os órgãos de controle a planejarem operações de fiscalização e identificarem desmatadores ilegais. Veja aqui o Boletim do Desmatamento de Maio de 2021.

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Pesquisa aponta que brasileiros não confiam no Estado para proteger a Amazônia

Por Cristina Amorim, IPAM A maioria dos brasileiros acha que as ações de combate às queimadas na Amazônia devem partir do governo federal e são essenciais para evitar novos recordes este ano. Ao mesmo tempo, o nível de confiança no mesmo governo para tomar as medidas necessárias está em baixa. É o que indica pesquisa realizada pela Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), entre fevereiro e março de 2021, a pedido do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). Para 68% dos entrevistados, medidas de fiscalização, aplicação de multas e combate às atividades ilegais são primordiais para conter as queimadas nos próximos meses, quando se consolida a estação seca na região. A ausência dos dois primeiros fatores – falta de fiscalização e ausência de multas – são apontados como os maiores impeditivos para resolver problemas ambientais no Brasil. Segundo os respondentes, as medidas diretamente executadas pelo governo federal são mais efetivas para a conservação da Amazônia, mas 47% afirmam que o Estado não cumpre o seu papel no controle do desmatamento. Outros 38% acreditam que o governo federal cumpre em parte; somente 6% defende que ele cumpre totalmente seu papel nas ações de proteção. Apenas 13% do total confiam no governo federal para conservar a região amazônica. Para tanto, os entrevistados confiam mais nas organizações ambientais (32%) e nos povos indígenas e comunidades tradicionais (29%), contrariando o discurso presidencial, de crítica a ambos os grupos – o governo federal aparece em terceiro lugar. A pesquisa aponta que 94% dos entrevistados reconhecem o protagonismo da Amazônia para o equilíbrio climático e 85% confirmam o papel fundamental dos povos indígenas na conservação do bioma. “A percepção dos brasileiros captada pela pesquisa é fidedigna à realidade. O papel preponderante do governo federal no controle do desmatamento e das queimadas da Amazônia é inequívoca, mas temos visto uma desestruturação das políticas ambientais e o enfraquecimento de órgãos de fiscalização”, diz o diretor de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do IPAM, Eugênio Pantoja. Na contramão das medidas do governo federal esperadas pelos brasileiros, o Ibama reduziu em 42% a aplicação de multas de violação da flora amazônica, o que inclui desmatamento, entre agosto e julho de 2020 em comparação com os 12 meses anteriores, segundo levantamento do Observatório do Clima divulgado em janeiro. O total de focos de calor registrados na Amazônia Legal em maio foi 49% maior que o número registrado no mesmo mês de 2020, e 34,5% superior à média histórica do mês, segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O desmatamento no mesmo maio também foi maior do que o mesmo mês no ano passado: 1.180 km2, ou 41% a mais do que em 2020, e isso considerando somente 28 dias. A pesquisa foi realizada com 2 mil pessoas, com 16 anos ou mais, de forma on-line, nas cinco regiões brasileiras, entre as classes A, B e C. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%. De quem é a culpa? Quando perguntados sobre quem são os maiores responsáveis pelo desmatamento e pelas queimadas na Amazônia, 47% das pessoas responderam que são os grileiros, criminosos que tomam terras pública. Em seguida, com 38%, aparecem empresas que atuam na região. De fato, no primeiro trimestre de 2021, um terço do desmatamento na Amazônia foi realizado em florestas públicas não destinadas, uma ação totalmente ilegal e associada à grilagem, segundo estudo do IPAM divulgado em maio. Para 83% dos entrevistados, as queimadas e os desmatamentos afetam negativamente a imagem do país no cenário internacional. Nos últimos anos, o Brasil tem sido cobrado por outros países, investidores e compradores internacionais por um controle mais efetivo do desmatamento e das queimadas na Amazônia. “O Brasil já liderou pelo exemplo, quando mostrou que é possível conciliar crescimento da produção agropecuária com a redução do desmatamento. Infelizmente hoje é visto como um pária ao renegar os avanços já alcançados pelo país”, afirma Pantoja. “A temporada de seca chegou; se o país não deseja ser visto com maus olhos novamente, precisa de uma estratégia integrada de controle e combate aos desmatamentos e queimadas de curto e médio prazo. Precisa colocar em campo mais fiscalização e ações de inteligência, dar apoio aos Estados; investir na estruturação de brigadas e de logística; e abrir espaço para que a sociedade e a iniciativa privada possam contribuir. Só assim o desmatamento e as queimadas reduzirão e a Amazônia ficará protegida.” in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 09/06/2021

Estudo mostra que a degradação ambiental agravará a desigualdade racial e de renda

Quando a natureza desaparece, os americanos de cor e de baixa renda perdem desproporcionalmente os benefícios ambientais e de saúde críticos – incluindo a qualidade do ar, a produtividade da colheita e o controle natural de doenças – concluiu um novo estudo da Universidade de Vermont. A pesquisa, publicada na Nature Communications , é o primeiro estudo nacional a explorar os impactos desiguais na sociedade dos EUA – por raça, renda e outros dados demográficos – de declínios projetados na natureza e seus muitos benefícios em todo o país. Concentrando-se em três serviços ecossistêmicos vitais – qualidade do ar, polinização das plantações e controle de doenças transmitidas por insetos (vírus do Nilo Ocidental) – os pesquisadores projetam que esses benefícios da natureza diminuirão para as pessoas de cor em uma média de 224%, 118% e 111 % entre 2020 e 2100. Os pesquisadores usaram modelos avançados para calcular as mudanças na distribuição desses benefícios por raça, níveis de renda e densidade populacional (rural, urbana, suburbana). “Dada a desigualdade atual e histórica neste país, nosso objetivo era identificar como as perdas futuras da natureza podem afetar essas disparidades raciais e de renda”, disse o pesquisador da UVM Jesse Gourevitch. “Infelizmente, descobrimos que, em geral, as populações não brancas, de baixa renda e urbanas suportam desproporcionalmente o fardo dos declínios nos benefícios do ecossistema.” Tendências opostas Os especialistas concordam que, no futuro, as populações urbanas deverão crescer, enquanto as populações rurais encolherão e os grupos demográficos se tornarão mais segregados. Os declínios na natureza serão em grande parte impulsionados pela conversão de florestas e pântanos em áreas de cultivo e desenvolvimento urbano. De acordo com o estudo, as tendências de conversão do uso da terra provavelmente serão mais fortes em condados onde se espera que as populações marginalizadas cresçam. Como resultado, prevê-se que grupos não brancos, inclusive, percam os benefícios da natureza, enquanto as comunidades brancas experimentam ganhos. Espera-se que as populações negra e hispânica experimentem uma perda substancial de benefícios, em particular. Entre os grupos de renda, os condados com a renda per capita mais baixa devem experimentar as maiores perdas na qualidade do ar e proteção contra o vírus do Nilo Ocidental – enquanto esses benefícios aumentam significativamente nos condados de alta renda. “Prestando atenção à raça e renda – que muitas vezes são negligenciadas na pesquisa ambiental – podemos ajudar os líderes a lidar com as desigualdades em suas decisões políticas, para que os benefícios da natureza sejam distribuídos de forma mais equitativa no futuro”, diz UVM Prof. Taylor Ricketts, um global especialista em medir os benefícios da natureza. Geograficamente, o estudo prevê “incompatibilidades” significativas entre os benefícios dos ecossistemas e as necessidades humanas. Por exemplo, a equipe encontra grandes quedas na qualidade do ar e no controle de doenças em condados urbanos onde se espera que as populações cresçam. Da mesma forma, os pesquisadores descobriram quedas acentuadas na polinização das culturas – que é vital para a agricultura – nas áreas rurais, onde a produtividade agrícola é mais essencial. Além de simplesmente destacar os problemas sociais e ambientais, os pesquisadores dizem que as políticas de uso da terra que levam em consideração a equidade são necessárias para evitar o agravamento da desigualdade nos EUA. Essas descobertas também podem ajudar a facilitar a compensação pelas perdas dos benefícios da natureza entre os grupos marginalizados, dizem eles. “Para ser claro, esses resultados não significam que os EUA estão se movendo de uma linha de base equitativa para um futuro injusto”, diz Luz de Wit, coautora da UVM. “As desigualdades de hoje sustentam as disparidades futuras que estimamos. Por exemplo, os negros e hispânicos estão atualmente desproporcionalmente expostos à poluição do ar. Essa disparidade, e outras, só devem piorar no futuro, sem ação.” Referência Gourevitch, J.D., Alonso-Rodríguez, A.M., Aristizábal, N. et al. Projected losses of ecosystem services in the US disproportionately affect non-white and lower-income populations. Nat Commun 12, 3511 (2021). https://doi.org/10.1038/s41467-021-23905-3 Henrique Cortez, tradução e edição, a partir de original da University of Vermont in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 10/06/2021

sábado, 5 de junho de 2021

É dia 5 de junho a abertura de inscrições para o Bolsas FUNBIO

Quarta edição do programa será lançada pelo FUNBIO e Instituto Humanize O Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), em parceria com o Instituto Humanize, abre dia 5 de junho, as inscrições para a quarta edição do seu programa Bolsas FUNBIO – Conservando o Futuro. Este ano, a iniciativa também recebe o apoio da Eurofins Foundation. Ao todo, R$ 1 milhão será destinado ao programa. As propostas devem ser enviadas pelo site do FUNBIO até as 23h59 de 1º de agosto de 2021. Criado em 2018, o programa beneficia estudantes de mestrado e doutorado com bolsas para pesquisas de campo. Os valores são de até R$ 20 mil e R$ 38 mil respectivamente. O processo seletivo é composto por 3 etapas, consecutivas e eliminatórias: inscrição e enquadramento; análise do projeto, cartas de recomendação e demonstração de interesse; e classificação final das melhores propostas. A divulgação dos resultados está prevista para dezembro. Eles serão disponibilizados no site do FUNBIO e anunciados pelas redes sociais. Os trabalhos devem estar relacionados a um dos seguintes eixos temáticos: · Conservação, manejo e uso sustentável de fauna e flora; · Recuperação de paisagens e áreas degradadas; · Gestão territorial para a proteção da biodiversidade; · Mudanças climáticas e conservação da biodiversidade. O Programa Bolsas FUNBIO – Conservando o Futuro é lançado a cada ano no dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente e aniversário do FUNBIO, que este ano completa 25 anos. A iniciativa representa um estímulo à pesquisa científica nacional, além da criação de redes de conhecimento e de uma nova geração de líderes. O programa considera todas as regiões do Brasil, dentre os 97 bolsistas já apoiados, 61% são mulheres e 39% são homens – divididos entre 79 doutorandos e 18 mestrandos, de 36 instituições de 20 estados do Brasil + DF. Sobre o FUNBIO funbio.org.br O Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) é uma instituição nacional privada, sem fins lucrativos, que trabalha em parceria com os setores governamental e empresarial e a sociedade civil para que recursos estratégicos e financeiros sejam destinados a iniciativas efetivas de conservação da biodiversidade. Desde o início das atividades, em 1996, o FUNBIO já apoiou 340 projetos que beneficiaram 278 instituições em todo o país. Entre as principais atividades realizadas estão a gestão financeira de projetos, o desenho de mecanismos financeiros e estudos de novas fontes de recursos para a conservação, além de compras e contratações de bens e serviços. Sobre o Instituto Humanize ihumanize.org O Instituto Humanize tem como objetivo estimular o desenvolvimento sustentável e a geração de renda, por meio do apoio à atuação estratégica de entidades que desenvolvem ações voltadas para a educação de qualidade, a gestão pública, o empreendedorismo e negócios de impacto social, a conservação e o uso sustentável do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida no Brasil. (#Envolverde)

PNUMA impulsiona Década da Restauração no Dia Mundial do Meio Ambiente

Confira as atividades e eventos que marcam a data no país e convidam todas as pessoas a fazerem parte da #GeraçãoRestauração O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, é o maior evento anual das Nações Unidas para sensibilizar e promover a ação ambiental e a necessidade de proteger o planeta. Neste ano, o Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) promove uma série de atividades no Brasil para mobilizar todos os setores da sociedade e fomentar a agenda da restauração. “O Dia Mundial do Meio Ambiente 2021 marca o lançamento da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas 2021-2030, liderada pelo PNUMA e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O que queremos com essa Década é construir um movimento global forte para acelerar ações de restauração, o que inclui fomentar a vontade política, construir e fortalecer capacidades técnicas, conectar parceiros implementadores e investir em comunicação. Temos 10 anos para reviver o planeta – e precisamos fazer isso juntos”, afirma Denise Hamú, Representante do PNUMA no Brasil. A Década da Restauração – que visa prevenir, interromper e reverter a degradação dos ecossistemas em todos os continentes e oceanos – foi lançada oficialmente por meio de um evento virtual global, nesta sexta-feira, 4 de junho, às 6h, e que contou com a participação do Secretário-geral da ONU, António Guterres. No site do PNUMA é possível conferir esse e outros eventos ao redor do mundo, bem como as atividades organizadas a nível nacional pelo escritório do PNUMA no Brasil e seus parceiros, que começam neste dia 5 e se estenderão ao longo de todo o mês de junho. Atividades no Brasil Com as hashtags #GeraçãoRestauração e #DiaMundialdoMeioAmbiente, o escritório do PNUMA no Brasil está promovendo uma campanha online nas redes sociais. No sábado (5), dois vídeos que reúnem diversas vozes da restauração no país serão lançados para estimular todas as pessoas a aderirem ao movimento global da restauração de ecossistemas. Além disso, pessoas e organizações são convidadas a registrarem seus eventos durante todo o mês de junho no site do PNUMA, dando visibilidade aos esforços conjuntos pela natureza a partir de uma mapa interativo. Uma página do Trello também disponibiliza recursos audiovisuais em português. Já na próxima semana, entre os dias 7 e 11 de junho, PNUMA e organizações parceiras promoverão uma série de cinco webinários abordando a restauração de ecossistemas nos diferentes biomas brasileiros: Dia 7, segunda-feira: Amazônia. Em parceria com a CI-Brasil e Aliança pela Restauração na Amazônia. Dia 8, terça-feira: Oceanos. Em parceria com a Campanha Mares Limpos. Dia 9, quarta-feira: Mata Atlântica. Em parceria com a TNC Brasil e Coalizão Brasil Clima, Floresta e Agricultura. Dia 10, quinta-feira: Cerrado. Em parceria com a WWF e Araticum. Dia 11, sexta-feira: Pampa, Pantanal e Caatinga. Em parceria com a Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE). Ainda na sexta-feira, dia 11, PNUMA e FAO apoiarão o lançamento do primeiro e-book de uma série de sete publicações sobre temas socioambientais, idealizadas e organizadas pelos pesquisadores Fernando Periotto (UFSCar), Maurício Lamano (UNASP) e Alessandro Zabotto (UNESP). As publicações são voltadas para a população brasileira que vive em cidades, pessoas que plantam e cuidam de árvores em seus quintais, contemplam a natureza urbana ou frequentam parques e praças públicas. Confira mais informações aqui. Todas as gerações pela restauração Com o objetivo de trazer a juventude para o centro do debate da restauração e discutir o seu presente e o seu futuro, o PNUMA está articulado com organizações de juventude que irão promover os seus próprios eventos independentes e agenda de atividades – que incluem lives no Instagram, lançamento de playlists musicais e podcasts, ações de plantio de mudas em vários biomas, oficinas de advocacy e muito mais. Além de jovens, a restauração também é assunto para crianças. O Instituto Alana, por meio do TiNis (Tierra de Niñas, Niños y Jóvenes) e do Plant for the Planet, com apoio do PNUMA, desenvolvem uma campanha ao longo do mês de junho para fortalecer e estimular o contato e vínculo emocional das crianças com a natureza. Direcionada a famílias com crianças e educadoras e educadores, as TiNis estimulam a criação de espaços verdes para brincar, aprender e vivenciar. Saiba mais clicando aqui. Ainda durante todo o mês de junho, o PNUMA apoiará atividades desenvolvidas pelo Grupo Cataratas em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, como doação de milhares de mudas de Mata Atlântica, lançamento de uma websérie, lançamento de um mini-documentário sobre a onça pintada, exposição temporária e ações de restauração no Parque Quinta da Boa Vista e dos manguezais da Lagoa Rodrigo de Freitas. Saiba como participar clicando aqui. IMPORTANTE Para acessar a programação completa dos eventos no Brasil, clique aqui. Para conferir relatórios e outras publicações lançadas pelo PNUMA, clique aqui. Assista a mensagem da Diretora Executiva do PNUMA, Inger Andersen, clicando aqui. Sobre a Década da ONU para Restauração de Ecossistemas A Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas 2021-2030 é um chamado para a proteção e revitalização dos ecossistemas em todo o mundo, para benefício das pessoas e da natureza. Tem como objetivo deter a degradação de ecossistemas e restaurá-los para alcançar os objetivos globais. A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Década das Nações Unidas, liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. A Década da ONU está construindo um movimento global forte e amplo para acelerar a restauração e colocar o mundo no caminho para um futuro sustentável. Isso incluirá a construção de esforço político para a restauração, bem como milhares de iniciativas locais. Sobre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente O PNUMA é a principal voz global sobre o meio ambiente. Ele fornece liderança e incentiva a parceria no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e permitindo que as nações e os povos melhorem sua qualidade de vida sem comprometer a das gerações futuras. (#Envolverde)