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sábado, 28 de janeiro de 2023

Executivos brasileiros se preocupam mais com as mudanças climáticas em 2022, aponta pesquisa da Deloitte

Maioria (85%) das organizações brasileiras aumentou investimentos em ações de sustentabilidade no ano passado; — O último ano impôs uma série de desafios às organizações e seus executivos, incluindo incertezas econômicas, conflitos geopolíticos, rupturas na cadeia de suprimentos e escassez de talentos qualificados. Entre tantos desafios e transformações, uma pesquisa da Deloitte, maior organização de serviços profissionais do mundo, aponta as mudanças climáticas como mais um tema de preocupação, o qual vem sendo visto e tratado com cada vez mais prioridade por empresas em diversas partes do globo e, especialmente, no Brasil. Líderes empresariais foram solicitados a classificar os desafios mais urgentes para as suas organizações. Muitos apontaram as mudanças climáticas como um dos três principais desafios, à frente de outros sete, incluindo inovação, competição por talentos e rupturas da cadeia de suprimentos. Os executivos brasileiros classificaram as mudanças climáticas em primeiro lugar, em taxa significativamente maior que a média global (59% e 42%, respectivamente). O estudo “CxO Sustainability Report 2023” foi desenvolvido em 24 países, incluindo o Brasil, e contou com a participação de 2 mil CXOs (Chief Experience Officers — executivos do alto escalão responsáveis pela experiência geral do cliente). Quando perguntados sobre as questões mais urgentes a serem endereçadas durante o próximo ano, os executivos brasileiros apontaram, depois das mudanças climáticas: inovação (40% Brasil e 36% global); graves crises sociais, como insegurança alimentar e desigualdade (39% e 24%, respectivamente); conflitos geopolíticos globais (37% e 31%); perspectivas econômicas (36% e 44%) e outros desafios relacionados a talentos, como saúde mental e ativismo de funcionários (28% e 25%). A preocupação com as mudanças climáticas pôde ser percebida também nos investimentos em sustentabilidade: 85% das empresas aumentaram seus investimentos em sustentabilidade no ano passado (em comparação com 75% da média global). Apenas 12% das companhias brasileiras mantiveram o mesmo nível de investimentos; 3% reduziram. “Grande parte dos líderes empresariais do Brasil e do mundo já entendeu que os próximos anos serão determinantes para que alcancemos uma virada climática, garantindo prosperidade aos negócios e à economia como um todo. A pesquisa revela que, apesar dos avanços percebidos no último ano, principalmente no âmbito de investimentos, as empresas esbarram ainda em dificuldades para implementar medidas duráveis e rentáveis e para mensurar os resultados tangíveis desses esforços. Isto reforça a necessidade de olharmos para o assunto de forma multidisciplinar e sistêmica, conectando diferentes conhecimentos e stakeholders. A solução não é simples, mas possível e necessária.”, destaca Anselmo Bonservizzi, líder das práticas de ESG e Risk Advisory da Deloitte. CxOs estão preocupados com as mudanças climáticas, mas são otimistas em certa medida Mais da metade (53%) dos CxOs brasileiros diz que as mudanças climáticas impactarão as estratégias e operações de seus negócios em um grau alto ou muito alto nos próximos três anos. Quase todos os entrevistados indicaram que os efeitos das mudanças climáticas impactaram negativamente suas organizações no ano passado. As organizações brasileiras são mais propensas do que a média global a sentir os seguintes efeitos negativos das mudanças climáticas: mudanças nos padrões de consumo (47% Brasil ante 45% Global), regulamentação de emissões (45% e 43%), incerteza regulatória/política (44% e 42%), custo da mitigação das mudanças climáticas (43% e 40%), impacto operacional de desastres/eventos climáticos (43% e 41%) e pressão da sociedade civil (43% e 38%). A ampla maioria (89%) dos CxOs brasileiros está de certa forma e/ou extremamente otimista de que o mundo tomará medidas suficientes para evitar os piores impactos das mudanças climáticas; na média global, esse número cai para 78%. Apesar desse otimismo, 69% dos executivos brasileiros dizem que se preocupam com as mudanças climáticas o tempo todo ou na maior parte do tempo. Os CxOs brasileiros (91%) também estão otimistas (mais do que a média global de 84%) de que o mundo pode alcançar o crescimento econômico global ao mesmo tempo em que atinge as metas de mudança climática. A maioria (84%) dos CxOs brasileiros diz que foi pessoalmente afetada por eventos climáticos de alguma forma, como calor extremo, seca severa e incêndios florestais. Empresas sentem ampla pressão de seus stakeholders, principalmente de reguladores e clientes Com taxas consistentemente mais altas do que a média global, os executivos do Brasil relatam sentir-se pressionados por vários grupos de stakeholders a tomar medidas sobre as mudanças climáticas: 74% dos executivos brasileiros dizem que reguladores/governo os estão pressionando para agir sobre as mudanças climáticas. Essa pressão parece estar gerando ação, já que 68% dos executivos brasileiros dizem que um ambiente regulatório em mudança foi a causa do aumento das ações de sustentabilidade em suas empresas no ano passado. Para 73% dos CxOs brasileiros, a pressão vem de clientes; outros stakeholders mencionados são: membros do Conselho de Administração (73%), investidores (71%), sociedade civil (71%), funcionários (63%), concorrentes (61%) e instituições financeiras (56%). A maioria dos CxOs brasileiros (63%) também diz que o ativismo dos funcionários aumentou as ações de sustentabilidade de suas organizações no ano passado. A média global é de 59%. Organizações se preocupam com transição justa para uma economia verde Os executivos brasileiros de alto escalão estão muito preocupados em garantir uma transição justa para uma economia verde: 67% relataram que isso é extremamente importante para os esforços de sustentabilidade de suas empresas, em comparação com 46% globalmente. O Brasil é o segundo país, dos 24 países participantes na avaliação, a classificar uma transição justa como extremamente importante, ficando atrás apenas da África do Sul. Depois do Brasil, vêm, na sequência: Emirados Árabes Unidos, China e Japão. De acordo com o estudo, uma transição justa procura assegurar que os benefícios substanciais da transição para uma economia verde sejam amplamente compartilhados, ao mesmo tempo em que apoia também aqueles que estão dispostos a perder economicamente – sejam países, regiões, indústrias, indústrias, comunidades, trabalhadores ou consumidores. As organizações estão agindo, mas ainda encontram desafios na implementação de ações sustentáveis As organizações brasileiras já adotaram diversas ações para ajudar a lidar com as mudanças climáticas. Quase dois terços (66%) estão usando materiais mais sustentáveis, enquanto 66% estão aumentando a eficiência do uso de energia; 63% dizem que estão treinando funcionários sobre ações e impactos das mudanças climáticas. Outras medidas adotadas foram: expandir uma posição existente (CFO, por exemplo) para incorporar liderança em iniciativas de sustentabilidade (63%) e desenvolver novos produtos ou serviços sustentáveis (61%). Todas essas taxas dos respondentes brasileiros estão acima da média global. Apesar das medidas adotadas, os respondentes elencaram algumas medidas que são mais difíceis de implementar, que representam desafios a eles, como a criação de produtos e serviços sustentáveis (61% Brasil X 49% Global); encontrar fornecedores e parceiros comerciais para atender a critérios de sustentabilidade (52% e 44%, respectivamente); incorporar considerações climáticas em lobby/doações políticas (44% e 32%); vincular a remuneração dos líderes seniores à performance de sustentabilidade ambiental (43% e 33%); e atualização/relocalização de instalações para torná-las mais resistentes aos impactos climáticos (40% e 43%). Os CxOs brasileiros (47%) estão mais confiantes do que a média global (29%) sobre a seriedade do setor privado para lidar com as mudanças climáticas; brasileiros (34%) também são mais otimistas que a média global (28%) em relação aos compromissos dos governos nesse sentido. Entrevistados apontam benefícios da estratégia climática e obstáculos Os entrevistados brasileiros veem o reconhecimento e a reputação da marca (53%), a satisfação do cliente (51%) e a inovação em torno de ofertas e operações (50%) como os principais benefícios de seus atuais esforços de sustentabilidade. Outros benefícios citados foram: moral e bem-estar dos funcionários (45%) e o enfrentamento às mudanças climáticas (40%). Assim como a amostra global, no entanto, os CxOs brasileiros têm muito menos probabilidade de ver os benefícios financeiros mais tangíveis de seus esforços atuais em relação ao clima. Os executivos brasileiros citam o fornecimento insuficiente de insumos (26%), a dificuldade de medição de impacto ambiental (26%) e a falta de apoio político (25%) como suas principais barreiras para uma maior ação climática. Amostra da pesquisa A pesquisa “CxO Sustainability Report 2023” foi desenvolvida pela Deloitte em 24 países, incluindo o Brasil, e contou com a participação de 2 mil CXOs (Chief Experience Officers — executivos do alto escalão responsáveis pela experiência geral do cliente). No Brasil, foram entrevistados 129 executivos, dos quais 36% são CEOs, 34% são CTOs/CIOs, 15% CFOs, 10% COOs, 4% CSOs e 1% ocupa outros cargos de alto escalão. As empresas participantes são distribuídas entre os seguintes setores da economia: Tecnologia, Mídia e Telecomunicações (36%), Serviços Financeiros (30%), Consumo (15%), Energia, Recursos e Indústria (13%), Life Sciences & Health Care (5%) e outros (1%). Sobre a Deloitte A Deloitte é a maior organização de serviços profissionais do mundo, com 415 mil pessoas gerando impactos que realmente importam em mais de 150 países. Com 177 anos de história, oferece hoje serviços de auditoria, consultoria empresarial, assessoria financeira, gestão de riscos e consultoria tributária para clientes públicos e privados dos mais diversos setores. No Brasil, onde atua desde 1911, a Deloitte é líder de mercado, com cerca de 7.000 profissionais e operações em todo o território nacional, a partir de 15 escritórios. Para mais informações, acesse o site. A Deloitte refere-se a uma firma-membro da Deloitte, uma de suas entidades relacionadas, ou à Deloitte Touche Tohmatsu Limited (“DTTL”). Cada firma-membro da Deloitte é uma entidade legal separada e membro da DTTL. A DTTL não fornece serviços para clientes. Por favor, consulte Deloitte para saber mais. A Deloitte é líder global em auditoria, consultoria empresarial, assessoria financeira, gestão de riscos, consultoria tributária e serviços correlatos. Nossa rede de firmas-membro, presente em mais de 150 países e territórios, atende a quatro de cada cinco organizações listadas pela Fortune Global 500®. Saiba como os 415.000 profissionais da Deloitte impactam positivamente seus clientes aqui. #Envolverde

CUFA e Frente Nacional Antirracista lançam campanha que visa construir dois polos de saúde em Roraima

Campanha tem como meta arrecadar R$ 3 milhões e será lançada neste dia 26, em entrevista coletiva. Previsão de lançamento da Pedra Fundamental é 1º de março Convocada pela CUFA Roraima, que já atua na região há mais de 10 anos, uma missão capitaneada pela Central Única das Favelas (CUFA) e pela Frente Nacional Antirracista, composta pelo fundador da instituição e CEO da Favela Holding Celso Athayde, o presidente da CUFA Preto Zezé, a paraibana e copresidenta da instituição Kalyne Lima, o baiano diretor nacional da logística Marcio Lima chegaram à capital do estado, Boa Vista, no dia 24 de janeiro. Depois de uma agenda com autoridades municipais, na pessoa do prefeito Arthur Henrique, estaduais na pessoa do governador Antonio Denarium e federal, com toda equipe da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI). E, sobretudo, a visita a Surucucu, região importante de muita concentração de Yanomamis, a comitiva decidiu lançar a campanha Favelas com Yanomamis, que será anunciada nesta quinta-feira, dia 26 de janeiro, em coletiva já agendada. A motivação da campanha foi o diagnóstico que além da fome, outro grande problema enfrentado pela região é a falta de acesso à saúde, já que esses povos se encontram a mais de 1 hora de avião da capital Boa Vista. Com isso, a CUFA e a Frente Nacional Antirracista pretendem construir dois polos de saúde, um em Surucucu, outro em local a definir, a fim de atender a população Yanomami e outros indígenas que não conseguem ter acesso aos centros hospitalares da capital, mobilizando parceiros e a sociedade civil com o objetivo de arrecadar R$ 3 milhões na campanha. “Ao chegar nos locais, antes da fome, foi detectado que a saúde indígena, segundo os próprios que conversamos, está precária há muito tempo, junto a isso as mudanças climáticas que devido às chuvas intensas, impedem de uma produção de alimentos autônoma e compromete a nutrição, principalmente de crianças e idosos, já que a prioridade pela lógica indígena são dos homens que saem para caçar, das mães que cuidam das crianças e das aldeias e somente depois as crianças”, explicou Kalyne Lima, copresidente da CUFA. A mobilização para a arrecadação da campanha Favelas com Yanomamis acontecerá entre os dias 27 de janeiro e 27 de fevereiro, com a previsão da pedra fundamental ser lançada no dia 1º de março. Os canais para doações para o novo programa são o pix doacoes@cufa.org.br, a vakinha no site Link “A questão da fome é algo que agrava todas as situações e produziram as cenas que chocaram a todos nós. A questão do acesso é outro desafio que se impõe, já que em alguns locais só é possível o acesso por via aérea, como foi o caso da nossa visita”, disse Preto Zezé, copresidente da CUFA. Na entrevista coletiva que a campanha será lançada e os projetos anunciados, estarão presentes também autoridades e secretários governamentais. Para a arrecadação, as instituições esperam contar, mais uma vez, com a ajuda da sociedade civil e da sua rede de parceiros locais. “A CUFA já trabalha em Roraima, já fazemos ações na região há 10 anos. E temos por prática apoiar as CUFAs nos seus respectivos estados, cidades e favelas onde existe uma demanda muito grande e onde não têm braços suficientes para poder atender. Não viemos aqui para sermos heróis. Mas vamos ativar e fortalecer mais ainda a nossa rede local e descobrimos este grande problema de saúde que pretendemos ajudar a solucionar, junto das autoridades competentes”, explicou Celso Athayde, fundador da CUFA e CEO da Favela Holding. “Vamos ativar a nossa rede de parceiros, que foi tão importante na pandemia e em outros momentos, para cumprir essa nobre missão”, concluiu. Em resposta às demandas advindas do diagnóstico resultante da escuta, a CUFA vai apresentar na coletiva de imprensa, nesta quinta dia, dia 26, às 11h, horário de Boa Vista, as seguintes iniciativas: A- Fortalecimento das ações da CUFA Roraima, já que além das favelas que já recebem apoio desde antes da pandemia, existe a situação dos imigrantes venezuelanos que já somam mais de 115 mil pessoas no estado de Roraima. B- Realização de uma campanha nacional com os parceiros, durante o período de 27/01 a 27/02 para mobilização de recursos para construção e reforma de dois pólos de saúde, um na região do Surucucu e outro a ser escolhido, após nova escuta e diálogo com o território e a Funai. Com o compromisso de iniciar as obras no dia 1 de março, com a expectativa de reforma e construção de reforma em 90 dias. C – Independentemente da performance da campanha, a CUFA e a FN, se comprometem a honrar as obras da construção dos dois pólos, caso a campanha não tenha atingido sua meta integral de R$ 3 milhões D — Este compromisso será celebrado em um uma carta da CUFA e da Frente Nacional Antirracista que será assinada durante coletiva. Além da questão de saúde, a comitiva que está em Roraima percebeu outros problemas, como dificuldade de acesso a água tratada, necessidade redes de mosqueteiros, falta de equipamento médico hospitalar, falta de medicamentos, como dipirona e paracetamol, necessidade de 100 recipientes (tambores de 50 litros) para envio de combustível para os helicópteros abastecerem e operacionalizar o envio de alimentos. “Além desse projeto que estamos lançando, muitos outros podem acontecer. A demanda dessa gente é muito grande. Nossos parceiros da ONG Água Camelo, por exemplo, estão levando 50 kits de tratamento de água para os Yanomamis”, disse Preto Zezé, presidente da CUFA. “O acesso à água tratada e potável funciona como um tratamento preventivo, evitando maiores problemas de saúde no futuro”, concluiu Para quem quiser participar da campanha Favelas com Yanomamis, que visa construir dois pólos de saúde, pode fazer suas doações pelos seguintes canais: Pix: doacoes@cufa.org.br Vakinha: Link Site: Link #Envolverde

Aos 70 anos, a lição dos gatos

por Samyra Crespo – Eu pensei que sabia muito de gatos. Afinal, eu tinha cerca de trinta anos quando meu filho mais novo trouxe uma gatinha vira-latas para casa. Demos a ela o nome de Josefina e não demorou três meses ela deu cria, e aí mais dois gatinhos passaram a habitar a casa onde eu tentava viver uma doce vida de classe média, com minha dose generosa de felicidade garantida: tinha dinheiro para alimentar meus filhos e comprar ração, fazer visitas ao veterinário, comprar florais etc. Eu já morava no Rio e daí em diante muitos gatos passaram por mim e pela minha estrutura familiar. Josefina era cardíaca, morreu aos 10 anos bem na minha frente. Riobaldo, um siamês que veio a tiracolo de um segundo marido, caiu da janela tentando pegar uma pomba. Borg, rajado, pelo curto brasileiro morreu com 14 anos. Passou seus últimos dias numa laje de comunidade, levado por uma empregada da casa após a morte de meu filho mais novo. Ele reagiu à morte do meu filho, seu dono, ficando bulimico. Parecia tão deprimido que não recusei a oferta da minha empregada de levá-lo para um outro ambiente. Ela o adorava. Um tempo depois, Miúda, uma siamesa misturada com vira-latas. Fui buscá-la em Santa Tereza na casa da minha amiga Renata Bernardes, na época uma colecionadora de bichanos. Renata era a fornecedora oficial de gatos de todas as minhas amigas. Quando decidi trabalhar em Brasília em 2008, minha irmã sequestrou Miúda e Eusébio, seu filhote. Ambos permaneceram felizes com ela até morrerem com 13 e 16 anos respectivamente. A primeira grande lição adotando pets é que de antemão sabemos – se houver um curso natural – que nossos animais de estimação morrerão antes de nós. Mas cada um que parte é um luto, e nenhum substitui o outro. Talvez haja um céu de gatos, um plano astral só pra eles… Adotei o Ice logo que voltei de Brasília, gato já adulto, juntamente com Catarina, em um pet-shop. Ice, branquinho como a neve, meigo, um gato adorável, morreu atacado por cães. Um evento trágico que até hoje provoca um nó na minha garganta. Catarina fugiu num dia de chuva, pulando a janela de uma altura de dois andares do meu prédio. Saí com lanterna na rua, me ajoelhei para olhar em baixo dos carros, ofereci recompensa e nada. Na época, trabalhando no Jardim Botânico eu tinha um motorista que usou a seguinte frase para me consolar: ‘Doutora, ela escolheu a liberdade”. Essa sentença teve um inesperado efeito sobre mim. Explico adiante. Fiquei enlutada por um tempo, até que alguém me falou de um gatinho laranja que se destacava numa ninhada recente de cinco filhotes numa casa de família pobre. Há muito eu queria um gato amarelo e quando vi a foto, foi amor à primeira piscada. Gato pisca para te seduzir, então – Benjamim (meu bem querer) me seduziu já pela fotografia no celular. Um rajado simétrico, laranja e um olhar inquiridor, inteligente. Então, vocês notaram pela lista, que já tive direta ou indiretamente muitos gatos. E as razões para tê-los foram muitas: por considerá-los esteticamente uma perfeição, por sua Independência, e também por toda a mitologia que atribui a estes felinos características únicas, algumas até sobrenaturais. Quem não gosta de um pouco de magia? Da ideia de que gato vê espírito, protege o dono, equilibra a energia da casa? Na minha infância tinha um que saltou dos gibis para a animação das telas: o gato Félix e sua bolsinha de recurso mágicos. Eu era fascinada por ele. Bruxas têm gatos, escritores e poetas também. Não é coisa de mulher maluca ou homem afeminado como muitas vezes ouvi de gente obtusa ou machista. De valentões como Hemingway, a introspectivos como Borges, a imaginativos como Guimarães Rosa, a abençoados com o dom do lirismo como Gullar e Neruda, a espirituais como Dalai Lama, dezenas de pessoas que amo e admiro criaram gatos, escreveram sobre eles – e o seu fascínio. Pois bem, eis que as minhas duas últimas aquisições, cada uma com sua especificidade, Maruscka e Benjamim, estão literalmente ‘bagunçando meu coreto’ e revolucionando meu entendimento sobre a frase, talvez a mais famosa de Antoine Saint Éxupery: ‘Você se torna eternamente responsável por quem você cativa’. No meu caso, não sendo uma raposa, muito menos uma rosa ou um pequeno príncipe, quero me rebelar contra essa ‘armadilha ético-afetiva’. Essa frase é F…a. Nunca caí de um avião nem me perdi no deserto. Mas estou perdida sim, enredada nos meus próprios pensamentos e sentimentos com relação a estes dois gatos, talvez os últimos da minha breve existência como humana. Continuo amanhã. Contarei como Maruscka, preta, fininha, resgatada numa noite de tempestade, apavorada e subnutrida, se tornou da noite para o dia uma deusa indiana num gatil particular. Enredo de filme. E de como meu Benjamim está desmoronando algumas das minhas mais caras convicções sobre liberdade e autodeterminação dos gatos. Amanhã. Samyra Crespo é cientista social, ambientalista e pesquisadora sênior do Museu de Astronomia e Ciências Afins e coordenou durante 20 anos o estudo “O que os Brasileiros pensam do Meio Ambiente”. Foi vice-presidente do Conselho do Greenpeace de 2006-2008.

Dia Mundial da Educação Ambiental: 26/1, avançar é preciso

Por João Marcos Rainho para o Portal da Comunicação – Estamos longe do cenário ideal na conscientização de defesa do meio ambiente. Tudo começa com educação Dia 26 de janeiro é comemorado o Dia Mundial da Educação Ambiental. A data foi definida na Conferência de Estocolmo, realizada em 1975 pela Unesco, quando aconteceu um Encontro Internacional de Educação Ambiental em Belgrado. E o dia da efeméride foi adotado como uma forma de celebrar esse acontecimento. Rachel Carson Mas a movimentação internacional em prol do meio ambiente começou bem antes. Uma autora significativa nessa consciência é a norteamericana Rachel Louise Carson, que lançou o livro “Primavera Silenciosa” (Silent Spring), em outubro de 1962. Bióloga e escritora, foi responsável pela maior revolução ecológica dos Estados Unidos e do mundo. O titulo do livro, considerado o mais influente dos últimos 50 anos, em 1992, é uma referência ao silêncio dos pássaros mortos pela contaminação dos agrotóxico. Por ironia, ela morreu de câncer de mama na primavera de 1964, com 57 anos e, posteriormente, a causa foi relacionada com a exposição às substâncias químicas tóxicas. Em 2000, a Escola de Jornalismo de Nova York consagrou a obra como uma das maiores reportagens investigativas do século XX. E, seis anos depois, o jornal britânico The Guardian escolheu Rachel Carson para o primeiro lugar na lista das cem pessoas que mais contribuíram para a defesa do meio ambiente de todos os tempos. Para falar sobre a importância da educação ambienta, conversamos com dois premiados na categoria Sustentabilidade e Saneamento na 8ª edição do Prêmio Especialistas, que ocorreu em novembro —, uma escolha feita por jornalistas de todo o Brasil por meio de voto digital: Adalberto (Dal) Marcondes, da Agência Envolverde; Laís Duarte, da TV cultura; e Kátia Brasil, da Agência Amazônia Real. Dal Marcondes: Dal Marcondes Quais as perspectivas de melhorias na questão ambiental no Brasil? O Brasil começou o ano de 2023 em uma euforia de mudanças. O ministério anunciado pelo presidente Lula contemplou pautas estruturantes para questões como Meio Ambiente, Mudanças climáticas, Agroecologia, Povos Indígenas e muitos outros temas caros para militantes ambientais e de direitos humanos. A cerimônia da posse, dia 1º de janeiro, foi uma grande festa cívica como nunca se viu em Brasília. Os povos e temas abandonados pelo governo anterior subiram a rampa com Lula. Até as questões de direitos dos animais esteve presente, representado pela cachorrinha Resistência. Uma semana depois o caos se instala no mesmo espaço e uma onda de destruição tenta não apenas devastar o patrimônio público, conspurcar os poderes da República, mas também, ou talvez principalmente, apagar o sonho da mudança. Conseguiram assustar, mas não conseguirão parar a retomada de um processo civilizatório interrompido e, agora, colocado em movimento pela história. O Brasil é movido pela esperança e essa é uma força impossível de ser detida. O século 21 é o tempo da transformação e da compreensão de que é o tempo limite para mudar quase tudo na civilização. Por isso a educação ambiental, comemorada em 26 de janeiro, é fundamental para o fortalecimento da cidadania comprometida com o futuro. Educação ambiental não é tema apenas para crianças, não é apenas aprender a fazer artesanato com recicláveis ou entender como os materiais devem ser separados no descarte do que ainda chamamos de lixo. A educação ambiental do século 21 deve alcançar do ensino fundamental às universidades. Deve estar nas escolas de engenharia que transformarão os produtos de baixo impacto e zero carbono em padrão para as indústrias. Nas faculdades de medicina, que ensinarão como se alimentar e combater doenças a partir de vidas saudáveis. Nas escolas de jornalismo, que ensinarão que meio ambiente é tudo e não apenas páginas especiais em jornais dominicais. O que é possível para melhorar a consciência ambiental em termos de educação de crianças, jovens e adultos? A educação ambiental não pode ser um nicho da educação, precisa ser uma transversalidade universal. O Ministério da Educação tem um departamento de educação ambiental sempre relegado ao ostracismo. É preciso resgatá-lo e dar a ele o protagonismo necessário para universalizar a nova cultura da civilização deste século. Qual o papel da imprensa em geral e do Instituto Envolverde para despertar a questão da educação ambiental? O principal papel da imprensa é oferecer contexto. A mídia do século 21 está nascendo. Ela já enfrentou a barreira da digitalização, está atravessando os obstáculos do financiamento e precisa assumir seu protagonismo na construção de uma cultura civilizatória comprometida com o futuro. Jornalistas precisam estar atentos às transformações necessárias que que a civilização sobreviva a este século e não sejamos, como espécie lançado em um desses apocalipses hollywoodianos. Durante séculos o jornalismo cobriu a realidade com os olhos voltados para o retrovisor. A cobertura do que aconteceu foi o motor que criou a imprensa. Isso ainda tem um papel importante. O da criação de contexto e alinhavar a história. No entanto, jornalistas têm afora o importante papel de apontar para o futuro, entender as mudanças, buscar as inovações em todas as áreas do conhecimento e demonstrar como movimentos incipientes podem se transformar em tendência. Nas questões socioambientais essa visão de um futuro plural, civilizado e aberto a experimentações é fundamental para que a imprensa siga prestando Bons serviços à sociedade. Não se trata de prestidigitação ou adivinhação, mas de compreensão de realidades complexas e oferta de conhecimentos em linguagem de amplo alcance social. O futuro precisa da mídia. No entanto, a mídia precisa compreender seu papel civilizatório. Laís Duarte Laís Duarte Quais as perspectivas de melhorias na questão ambiental no Brasil? Vejo na eleição deste novo governo um grito desesperado dos brasileiros por respeito. Respeito à diversidade, respeito à história, respeito ao que resta de nossa biodiversidade, depois dos massacres que assolaram o país no governo Bolsonaro. Falo em massacres, no plural, porque foram vários. Há o massacre contra os povos indígenas, que perderam suas terras, que foram ameaçados e assassinados pelo garimpo ilegal, pelos rios contaminados. A situação de calamidade em que se encontra o povo Yanomami era uma tragédia anunciada. Há massacre contra os biomas, em desmatamento recorde. Só na Amazônia, de 2019 a 2022, o desmatamento aumentou quase 60% em relação aos quatro anos anteriores, segundo o Observatório do Clima. O Cerrado perdeu 472,8 mil hectares de mata nativa apenas no primeiro semestre de 2022, de acordo com o SAD- Cerrado. Há o massacre da covid-19, doença que afligiu o mundo, sim, mas que teve seus efeitos multiplicados pelo descaso do governo federal. Há pelo menos a sinalização desse governo, com Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente, a criação do ministério dos Povos Originários e da Autoridade Climática a intenção de colocar os país nos trilhos da consciência ambiental e do cumprimento das metas do Acordo de Paris. O que é possível para melhorar a consciência ambiental em termos de educação de crianças, jovens e adultos? Primeiro é preciso haver exemplo. Nas comunidades indígenas, sempre que é preciso fazer uma mudança, adotar um novo hábito, o cacique toma a dianteira porque acredita que tem que partir dele o exemplo. Cabe aos governos ditar o rumo das mudanças. A partir daí, é preciso haver uma mudança de vida de toda a sociedade. É necessário entender o que os povos tradicionais já falam há séculos e os cientistas comprovam: a natureza pode viver sem a humanidade, mas a humanidade não vive sem a natureza. A sobrevivência das futuras gerações já será impactada com o aumento da temperatura registrado hoje. Buscar informações confiáveis, novas formas de transporte e de consumo, colocar a sustentabilidade em cada uma de nossas escolhas são atitudes que se fazem urgentes. E cada uma de nossas ações tem reflexos no planeta. Qual o papel da imprensa em geral e de seu programa para despertar a questão da educação ambiental ? Cabe à imprensa o árduo papel que sempre foi dela: traduzir a linguagem técnica dos pesquisadores para que a comunicação se faça eficaz e que todos possam entender a gravidade da emergência climática já instalada. É preciso que a sustentabilidade esteja em pauta todos os dias, em todas as situações, porque ela influencia todos os aspectos de nossa sociedade. Está na economia, na política, nas safras da agricultura, no transporte, nas artes. Por que não citarmos a emissão de carbono (ou a neutralização dele) nos eventos esportivos, culturais, políticos em cada reportagem? Por que não mencionarmos a exploração do trabalho irregular, o desmatamento, e os bons exemplos de projetos de recuperação todos os dias em reportagens elucidativas? É uma mudança de hábito que vai acontecer obrigatoriamente a medida que a situação da crise climática se agravar. Kátia Brasil O que é possível para melhorar a consciência ambiental em termos de educação de crianças, jovens e adultos? Vou começar a responder por essa pergunta, porque julgo que é a mais importante. Em minha opinião, é muito importante que a educação ambiental entre no currículo escolar desde o ensino infantil. Porque, se a gente não tiver essa consciência de que qualquer impacto ambiental que você vai provocar na natureza, e aí falo das florestas, rios, lagos, montanhas, tanto a floresta tropical quanto a caatinga, cerrado, da Mata Atlântica, pois o Brasil tem vários ecossistemas. Então, é preciso falar dessa educação, ensinar desde cedo as crianças, a como utilizar o meio ambiente, os recursos naturais, sem destrui-lo. E essa educação tem que vir desde cedo, pois ela passa pela quantidade de água que a gente utiliza para tomar banho; o lixo que a gente não separa, o orgânico do que não pode ser reciclado; em nosso país nós não temos uma lei que faça com que o lixo chegue ao local de coleta já separado. Nós temos aterros sanitários, as chamadas lixeiras viciadas, com todo o tipo de lixo, que chega aos mananciais e polui as águas. Isso é histórico. É preciso que tudo isso entre no currículo escolar. Como também deveria entrar no currículo a nossa formação enquanto cultura, enquanto povo livre indígena, que desde o início do que chamamos hoje de invasão dos portugueses ao Brasil, pois os indígenas reconhecem que não foi uma descoberta, já existiam milhares de povos aqui. Então, é preciso recontar essa história dos povos indígenas, e também valorizar o meio ambiente através da educação. Existem escolas que fazem a semana da ciência, mas pouquíssimas escolas que fazem a semana do meio ambiente. E essa semana do meio ambiente não deveria ser comemorada em apenas uma data, deveria ser praticada todos os dias. em nossas casas, na escola, no trabalho. É preciso que haja uma grande mudança, uma conscientização em nosso pais para que a gente não chegue a esse ponto; estamos no ponto de não-retorno da destruição da Floresta Amazônica. Como já dizem alguns cientistas, está chegando ao ponto que a recuperação de alguns locais será muito difícil. A contaminação por mercúrio é tão grande que as pessoas estão morrendo. Quais as perspectivas de melhorias na questão ambiental no Brasil, principalmente na Amazônia? A Amazônia passou quatro anos sob ataque do governo anterior, do governo Bolsonaro. A gente não pode deixar de esquecer que isso está causando sérios problemas em diversas etnias. Nós estamos vendo agora o caso dos índios Yanomamis, onde está sendo denunciado uma conduta ilegal do governo anterior de não enviar medicamentos, alimentação não trabalhar a assistência à saúde indígena, que é primordial para as populações que são de recente contato. Os povos Yanomamis vivem naquela região do Amazonas, mas o contato deles não é tão antigo. Muitos deles ainda vivem de forma isolada, alguns que não foram nem contactados. É preciso que esse novo governo tome providências o mais rápido possível, retirando, por exemplo, essa centena de milhares de garimpeiros que estão abrindo crateras para tirar minérios. E isso não só na terra Yanomamis, mas em outras terras de outros povos indígenas. Mato Grosso também tem vários rios contaminados por mercúrio. E também com várias mudanças nos cursos dos rios. A gente tem que descobrir quem financia isso, apresentar os responsáveis por esses crimes ambientais que são gravíssimos. Nós estamos vendo esse colapso com os Yanomamis, mas pode estar ocorrendo com outras etnias. A sociedade brasileira precisa se perguntar por que e como o ouro é vendido em lojas. O ouro que sai ilegalmente das terras indígenas chegam às lojas e as pessoas, os clients precisam questionar essa procedência. Um anel de casamento pode ser uma aliança com sangue indígena. Precisamos ficar alertas contra esse genocídio que está acontecendo. Morrer mais de 500 crianças em quatro anos, por desnutrição e uma série de doenças, que poderiam ter sido evitadas. Como jornalistas denunciamos isso várias vezes e não vimos nenhuma investigação de fato. Qual o papel da imprensa em geral e da Amazonia Real, em particular, para despertar a questão da educação ambiental? O papel da imprensa é muito importante. Porque a imprensa é o agente da comunicação responsável por relatar os casos e os locais onde estão acontecendo essas violações de direitos, além dos crimes ambientais. Quando você promove um crime ambiental você também está promovendo uma violação de direitos. Essa pessoa que vive em terras indígenas e depende das águas dos rios para beber, vai encontrar essa água contaminada e os peixes mortos. Impacta sua principal alimentação. Na floresta não tem geladeira. As florestas tem as plantações que eles fazem, as árvores que ele coletam frutas e o peixe que é a principal base da alimentação. Se os peixes morrem, ou estão contaminados por mercúrio, todas as pessoas dessas comunidades serão atingidas. Por isso é importante que a imprensa acompanhe, não só nos momentos de crise, nos momentos das grandes manchetes, mas que acompanhe sempre. Na Amazônia Real temos esse expertise de acompanhar casos que estão na Justiça há mais de 10 anos aguardando uma solução. Sobre poluição de rios, de contaminação de rios e terras indígenas, violência contra os povos, inclusive assassinatos. Temos aí o caso da morte do jornalista Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira, que a Amazônia Real vem dizendo desde o primeiro momento que foi uma emboscada, um crime premeditado. Um crime de mando. E um motivo torpe, porque alguém ficou contrariado com as denúncias que o Bruno fazia, que eram justamente a respeito dos crimes ambientais. Comerciantes e pescadores ilegais invadem terras indígenas e pescam toneladas de peixes. Um crime contra o Estado brasileiro. Porque a terra indígena ainda é da união. E demorou muito para a Polícia Federal apresentar o mandante desse crime. Se a imprensa não cobrar, não ficar em cima, se não perguntar, não provocar, não estaria fazendo o papel dela. Na Amazônia Real nós temos um lado. O lado da vida, dos indígenas, dos Direitos Humanos. (Portal da Comunicação/#Envolverde)

A melhor forma de aprender sobre agrofloresta hoje é online

Paula Costa e Valter Ziantoni* – A prática é essencial para o aprendizado, mas os cursos online são capazes de atingir um público muito mais amplo, que é o que a agrofloresta precisa. Quando pensamos em aprender sobre agrofloresta, parece impossível desassociar a teoria da prática. E é. A prática é importante e, inclusive, essencial para o aprendizado. Mas, o conhecimento sobre agrofloresta precisa ser expandido, além de para mais produtores rurais e outras pessoas que têm acesso a um pedaço de terra para plantar, para os consumidores, os donos de casa, os investidores… Para todos os que podem ser beneficiados pela agrofloresta, ou seja, para todos nós. E, com o aprendizado online, esse conhecimento ganha muito mais escalabilidade. Os consumidores que conhecem mais sobre os princípios da agrofloresta passam a se importar mais com a regeneração do planeta e, assim, impulsionam os produtores a mudar a maneira como eles plantam. O mesmo acontece com os investidores, que, com mais noção sobre agrofloresta, mudam os seus mindsets de investimento. Por isso, a possibilidade de aprender sobre agrofloresta online – e não apenas ao colocar a mão na massa – impacta também quem não é produtor nem tem, de partida, interesse em trabalhar na área. Saber mais sobre o sistema agroflorestal é importante para o meio ambiente, a circularidade, a consciência coletiva e a saúde individual. As pessoas passam a entender do que são feitos os alimentos que consomem, o que faz toda a diferença. A agrofloresta passa a ser mais do que um sistema de produção, mas também um lifestyle. Há cursos online, como os da Pretaterra Academy, que foram gravados pensando em trazer o melhor da experiência prática, com imagens cinematográficas. O nosso objetivo, ao ensinar o que fazemos de modo virtual, é formar formadores, ou seja, que as pessoas implementem o que aprenderam e passem o conhecimento adiante – até o nosso trabalho se tornar obsoleto. Ao colocarem o que aprenderam em prática, os nossos alunos impactam os seus vizinhos e a sua comunidade – e fazem com que a agrofloresta chegue a mais gente em menos tempo, inclusive às futuras gerações. Com mais pessoas engajadas, áreas muito maiores podem ser modificadas e o processo produtivo pode ser transformado mais rapidamente. O aprendizado sobre o sistema agroflorestal começa com conceitos introdutórios, como o que é a agrofloresta, quais são as diferentes escolas de agricultura regenerativa, o que é preciso saber sobre paisagens, água, planejamento financeiro… Passa por discussões mais filosóficas, como como estar em harmonia com a natureza, e chega a temas avançados, como polinização, botânica e maquinário correto. É possível, prático e vantajoso – pessoal e coletivamente – aprender online a regenerar o nosso planeta. Sobre a Pretaterra A consultoria se dedica à disseminação de sistemas agroflorestais regenerativos – desenvolvendo designs replicáveis e elásticos, combinando dados científicos, informações empíricas e conhecimentos tradicionais a inovações tecnológicas e construindo um novo paradigma produtivo, que seja sustentável, resiliente e duradouro. Na vanguarda da agrofloresta, a Pretaterra conquistou, em 2018, o primeiro lugar na categoria “Negócios Inovadores” no concurso de startups no Hackatown. Em 2019, projetou, implementou e modelou economicamente o design agroflorestal que ganhou o primeiro lugar na categoria “Sustentabilidade” no Prêmio Novo Agro, do Banco Santander e da Esalq – o case “Café dos Contos”, em Monte Sião, Minas Gerais. Em 2020, a empresa esteve entre as finalistas do Prêmio Latinoamerica Verde, para startups e projetos inovadores em sustentabilidade na América Latina. A convite do Príncipe Charles e do Instituto Florestal Europeu, em 2021, a Pretaterra passou a liderar a frente agroflorestal da Aliança da Bioeconomia Circular. No mesmo ano, foi criada a Pretaterra Academy, o spin-off educacional da empresa, uma plataforma de formação agroflorestal. Para mais informações, acesse www.pretaterra.com e as redes sociais da empresa: LinkedIn, Instagram, Facebook, Twitter e YouTube. * Fundadores da Pretaterra, consultoria agroflorestal #Envolverde

Mais de um terço da floresta amazônica sofre com degradação causada por humanos, aponta estudo

Além de efeitos sobre clima, degradação pode ter grandes impactos socioeconômicos O processo de degradação da Amazônia é bem maior do que os cientistas acreditavam ser, segundo um estudo publicado nesta sexta-feira (27 de janeiro de 2023) na revista “Science” e assinado por 35 autores de instituições nacionais e internacionais, como Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia (IPAM), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Universidade de Lancaster no Reino Unido. O artigo aponta que cerca de 38% do que resta da área de floresta sofre com algum tipo de degradação, o que provoca tanto ou mais emissões de carbono quanto o desmatamento. O trabalho é fruto do projeto AIMES (Analysis, Integration and Modelling of the Earth System), ligado à iniciativa internacional Future Earth, que reúne cientistas e pesquisadores que estudam a sustentabilidade. As conclusões resultam de uma revisão analítica de dados científicos baseados em imagens de satélite e dados do chão já publicados anteriormente sobre mudanças na região amazônica entre 2001 e 2018. Os autores definem o conceito de degradação como sendo mudanças transitórias ou de longo prazo nas condições da floresta causadas por humanos. A degradação difere do desmatamento na medida em que este envolve mudanças na cobertura do solo – ou seja, no desmatamento, a floresta deixa de ser floresta. Foram considerados quatro fatores principais de degradação: fogo na floresta, efeito de borda (as mudanças que acontecem em áreas de floresta ao lado das áreas desmatadas), extração seletiva (como desmatamento ilegal) e secas extremas. Diferentes áreas de florestas podem ser atingidas por um ou mais desses fatores, que têm diferentes origens. “Apesar da incerteza sobre o efeito total desses distúrbios, está claro que o efeito total pode ser tão importante como o efeito de desmatamento para emissões de carbono e a perda de biodiversidade”, diz Jos Barlow, pesquisador da Universidade de Lancaster, na Inglaterra, e coautor do estudo. Além dos efeitos sobre o clima e das perdas de biodiversidade, os cientistas avaliam que a degradação da Amazônia tem impactos socioeconômicos significativos que devem ser investigados de forma mais profunda futuramente. “A degradação favorece poucos, mas leva fardos a muitos”, afirma David Lapola, pesquisador do CEPAGRI (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), da Unicamp e líder do estudo. “Poucas pessoas lucram com esse processo e muitas perdem em questões de saúde, de qualidade de vida, de se identificar com o lugar onde vivem”, completa Patricia Pinho, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e coautora do estudo. Em uma projeção feita pela equipe para 2050, os quatro fatores de degradação continuarão sendo as principais fontes de emissão de carbono na atmosfera, independentemente do crescimento ou cessão do desmatamento da floresta. “Apesar de parecer óbvio, mesmo em um cenário otimista, quando não existe mais desmatamento, a degradação continua sendo fator de emissão de carbono, principalmente pelas mudanças climáticas”, diz Lapola. Para o cientista, impedir o avanço do desmatamento pode contribuir para que mais atenção seja direcionada a outros fatores de degradação da floresta. Os autores do artigo propõem a criação de um sistema de monitoramento para a degradação, além de prevenção e coibição do corte ilegal de madeira e controle do uso do fogo. Uma das sugestões é o conceito de “smart forests” que, assim como na ideia de “smart cities” (cidades inteligentes), usaria diferentes tipos de tecnologias e de sensores para coletar dados úteis a fim de melhorar a qualidade do ambiente. “Ações e políticas públicas e privadas para coibir desmatamento não necessariamente vão resolver degradação também”, avalia Lapola. “É preciso apostar em estratégias inovadoras”, completa. #Envolverde

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Ação do garimpo ilegal contra yanomamis tem ataques a postos, estupro e ...

Crise Yanomami: Casa de auxílio se torna hospital improvisado; secretári...

PF abre inquérito para investigar mortes de Yanomamis

Lula discursa para multidão no Uruguai; crianças yanomamis são entubadas...

Como resolver situação dos yanomamis? Analistas comentam | LINHA DE FRENTE

Resumo dos impactos do aumento do nível do mar

O aumento do nível do mar pode causar uma série de impactos negativos na vida humana e no meio ambiente. Alguns exemplos incluem: Inundações: O aumento do nível do mar pode causar inundações frequentes em áreas costeiras, destruindo propriedades, infraestrutura e interrompendo as atividades econômicas dessas áreas. Erosão costeira: O aumento do nível do mar pode aumentar a erosão costeira, causando a perda de praias e danos às estruturas construídas perto da costa. Mudanças climáticas: O aumento do nível do mar é um sinal da mudança climática global, que tem impactos adicionais, incluindo aumento da frequência e intensidade de tempestades e secas. Impacto na Biodiversidade: O aumento do nível do mar pode danificar habitats naturais e prejudicar espécies de vida selvagem que dependem dessas áreas. Impacto na Agricultura e Pesca: O aumento do nível do mar pode afetar negativamente as atividades agrícolas e pesqueiras, causando perda de terras cultiváveis e prejudicando os ecossistemas marinhos. Saiba mais sobre o aumento do nível e suas consequências acessando nossa tag https://www.ecodebate.com.br/tag/nivel-do-mar/ ou, de forma mais sintética, os conteúdos abaixo: Compreenda a relação entre o aquecimento global e o aumento do nível do mar Elevação média global do nível do mar está se acelerando Nível do mar pode subir até 30 centímetros até 2050, segundo relatório interagências Degelo extremo na Groenlândia aumenta o risco de inundação global Mudança climática acelera a vulnerabilidade global ao aumento do nível do mar Mudanças climáticas: Estudo projeta aumento nas inundações costeiras, começando em 2030 Aumento do nível do mar acelera a submersão costeira em todo o mundo A elevação do nível do mar e o impacto no litoral brasileiro Aumento do nível do mar pode elevar os lençóis freáticos interiores Mudanças climáticas: inundações costeiras podem ameaçar até 20% do PIB global [ Se você gostou desse artigo, deixe um comentário. Além disso, compartilhe esse post em suas redes sociais, assim você ajuda a socializar a informação socioambiental ] in EcoDebate, ISSN 2446-9394

Temperaturas na Groenlândia são as mais altas em 1000 anos

As altas temperaturas recentes no manto de gelo nas regiões central e norte da Groenlândia são únicas, quando comparadas a 1000 anos de condições climáticas reconstruídas no manto de gelo. Esta é a principal mensagem de um novo estudo científico baseado em numerosos dados atualizados de núcleos de gelo. Niels Bohr Institute* University of Copenhagen O clima dos últimos 1000 anos reconstruído Na última década, pesquisadores de núcleos de gelo do Alfred Wegner Institute e do Niels Bohr Institute colaboraram para atualizar os núcleos de gelo existentes com informações das décadas mais recentes. Assim, várias missões foram enviadas para locais remotos na camada de gelo da Groenlândia, a fim de perfurar novos núcleos em locais onde os núcleos de gelo foram perfurados há cerca de 30 anos. Isso foi feito para obter amostras de gelo e neve das últimas décadas. Comparando a composição isotópica da água nas amostras recentes com registros semelhantes de um milênio atrás, é possível reconstruir o clima desde o ano 1000 até 2011. A nova reconstrução de temperatura mostra que a década mais recente nos núcleos é cerca de 1,5 grau mais quente do que a média de longo prazo. Este aquecimento é único na perspectiva de 1000 anos fornecida pelos núcleos de gelo. Portanto, está claro que o sinal do aquecimento global atingiu até mesmo os locais remotos das camadas de gelo no centro e norte da Groenlândia. O aumento das temperaturas e o aumento da água derretida da camada de gelo interior andam juntos O novo estudo compara a evolução reconstruída da temperatura da Groenlândia com o escoamento da água derretida da camada de gelo, mostrando que as temperaturas e o degelo estão intimamente relacionados. Portanto, o aumento do derretimento observado nas últimas décadas provavelmente também será único nos últimos 1.000 anos. O aumento do nível do mar é a consequência O professor associado Bo Møllesøe Vinther, que participou do estudo, descreve sua importância: “A estreita relação entre temperaturas mais altas e o aumento do derretimento da camada de gelo da Groenlândia documentada no estudo é uma grande preocupação, uma vez que o aquecimento da Groenlândia deve continuar devido às emissões contínuas de gases de efeito estufa. Espera-se, portanto, que o derretimento da camada de gelo da Groenlândia contribua cada vez mais para o aumento do nível do mar no futuro”. Temperaturas na Groenlândia são as mais altas em 1000 anos a , O registro composto NGT-2012 da média contínua de 11 anos d 18 O (preto, eixo esquerdo) e série temporal de temperatura inferida (eixo direito, Métodos ) de 1000 a 2011 (painel superior). Linhas cinza claro no fundo exibem valores médios anuais. A linha vermelha grossa destaca a extensão dos registros de núcleos de gelo existentes até 2011 por novas perfurações realizadas como parte deste estudo. As tendências lineares estimadas nos períodos 1000–1800 (pré-industrial) e 1800–2011 são mostradas como linhas pretas tracejadas. O número de núcleos firn que contribuem para a reconstrução é mostrado abaixo como uma linha marrom. O painel inferior mostra o registro de reconstrução de temperatura do Ártico 2k 13exibidos como valores médios consecutivos de 11 anos e como dados anuais e com linhas tracejadas azuis indicando tendências lineares, como para NGT-2012. A série temporal foi estendida até 2011 usando dados instrumentais HadCrut 70 (linha ciano, Methods ). b , Localização dos núcleos de gelo usados ??para NGT-2012 (círculos) e das estações meteorológicas próximas 16 (triângulos pretos; dados do mapa geográfico obtidos do pacote ‘rnaturalearth’ para o software R). Os IDs de site são detalhados na Tabela 1 de Dados Estendidos . c , Comparação da reconstrução da temperatura média contínua de 11 anos NGT-2012 (1871–2011, preto) com o escoamento de água derretida da Groenlândia de MAR3.5.2 22 ( R = 0,62, P < 0,01, n = 141; Métodos e dados estendidos Fig. 7 ). O sombreado cinza indica uma incerteza de ±40% da reconstrução da temperatura obtida a partir da faixa de inclinações de calibração plausíveis ( Métodos ). Todas as séries temporais são exibidas como anomalias relativas ao período de referência de 1961–1990 (linhas tracejadas horizontais). In https://www.nature.com/articles/s41586-022-05517-z Referência Hörhold, M., Münch, T., Weißbach, S. et al. Modern temperatures in central–north Greenland warmest in past millennium. Nature 613, 503–507 (2023). https://doi.org/10.1038/s41586-022-05517-z [ Se você gostou desse artigo, deixe um comentário. Além disso, compartilhe esse post em suas redes sociais, assim você ajuda a socializar a informação socioambiental ] Henrique Cortez *, tradução e edição.

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Executivos brasileiros se preocupam mais com as mudanças climáticas em 2022, aponta pesquisa da Deloitte

Maioria (85%) das organizações brasileiras aumentou investimentos em ações de sustentabilidade no ano passado; — O último ano impôs uma série de desafios às organizações e seus executivos, incluindo incertezas econômicas, conflitos geopolíticos, rupturas na cadeia de suprimentos e escassez de talentos qualificados. Entre tantos desafios e transformações, uma pesquisa da Deloitte, maior organização de serviços profissionais do mundo, aponta as mudanças climáticas como mais um tema de preocupação, o qual vem sendo visto e tratado com cada vez mais prioridade por empresas em diversas partes do globo e, especialmente, no Brasil. Líderes empresariais foram solicitados a classificar os desafios mais urgentes para as suas organizações. Muitos apontaram as mudanças climáticas como um dos três principais desafios, à frente de outros sete, incluindo inovação, competição por talentos e rupturas da cadeia de suprimentos. Os executivos brasileiros classificaram as mudanças climáticas em primeiro lugar, em taxa significativamente maior que a média global (59% e 42%, respectivamente). O estudo “CxO Sustainability Report 2023” foi desenvolvido em 24 países, incluindo o Brasil, e contou com a participação de 2 mil CXOs (Chief Experience Officers — executivos do alto escalão responsáveis pela experiência geral do cliente). Quando perguntados sobre as questões mais urgentes a serem endereçadas durante o próximo ano, os executivos brasileiros apontaram, depois das mudanças climáticas: inovação (40% Brasil e 36% global); graves crises sociais, como insegurança alimentar e desigualdade (39% e 24%, respectivamente); conflitos geopolíticos globais (37% e 31%); perspectivas econômicas (36% e 44%) e outros desafios relacionados a talentos, como saúde mental e ativismo de funcionários (28% e 25%). A preocupação com as mudanças climáticas pôde ser percebida também nos investimentos em sustentabilidade: 85% das empresas aumentaram seus investimentos em sustentabilidade no ano passado (em comparação com 75% da média global). Apenas 12% das companhias brasileiras mantiveram o mesmo nível de investimentos; 3% reduziram. “Grande parte dos líderes empresariais do Brasil e do mundo já entendeu que os próximos anos serão determinantes para que alcancemos uma virada climática, garantindo prosperidade aos negócios e à economia como um todo. A pesquisa revela que, apesar dos avanços percebidos no último ano, principalmente no âmbito de investimentos, as empresas esbarram ainda em dificuldades para implementar medidas duráveis e rentáveis e para mensurar os resultados tangíveis desses esforços. Isto reforça a necessidade de olharmos para o assunto de forma multidisciplinar e sistêmica, conectando diferentes conhecimentos e stakeholders. A solução não é simples, mas possível e necessária.”, destaca Anselmo Bonservizzi, líder das práticas de ESG e Risk Advisory da Deloitte. CxOs estão preocupados com as mudanças climáticas, mas são otimistas em certa medida Mais da metade (53%) dos CxOs brasileiros diz que as mudanças climáticas impactarão as estratégias e operações de seus negócios em um grau alto ou muito alto nos próximos três anos. Quase todos os entrevistados indicaram que os efeitos das mudanças climáticas impactaram negativamente suas organizações no ano passado. As organizações brasileiras são mais propensas do que a média global a sentir os seguintes efeitos negativos das mudanças climáticas: mudanças nos padrões de consumo (47% Brasil ante 45% Global), regulamentação de emissões (45% e 43%), incerteza regulatória/política (44% e 42%), custo da mitigação das mudanças climáticas (43% e 40%), impacto operacional de desastres/eventos climáticos (43% e 41%) e pressão da sociedade civil (43% e 38%). A ampla maioria (89%) dos CxOs brasileiros está de certa forma e/ou extremamente otimista de que o mundo tomará medidas suficientes para evitar os piores impactos das mudanças climáticas; na média global, esse número cai para 78%. Apesar desse otimismo, 69% dos executivos brasileiros dizem que se preocupam com as mudanças climáticas o tempo todo ou na maior parte do tempo. Os CxOs brasileiros (91%) também estão otimistas (mais do que a média global de 84%) de que o mundo pode alcançar o crescimento econômico global ao mesmo tempo em que atinge as metas de mudança climática. A maioria (84%) dos CxOs brasileiros diz que foi pessoalmente afetada por eventos climáticos de alguma forma, como calor extremo, seca severa e incêndios florestais. Empresas sentem ampla pressão de seus stakeholders, principalmente de reguladores e clientes Com taxas consistentemente mais altas do que a média global, os executivos do Brasil relatam sentir-se pressionados por vários grupos de stakeholders a tomar medidas sobre as mudanças climáticas: 74% dos executivos brasileiros dizem que reguladores/governo os estão pressionando para agir sobre as mudanças climáticas. Essa pressão parece estar gerando ação, já que 68% dos executivos brasileiros dizem que um ambiente regulatório em mudança foi a causa do aumento das ações de sustentabilidade em suas empresas no ano passado. Para 73% dos CxOs brasileiros, a pressão vem de clientes; outros stakeholders mencionados são: membros do Conselho de Administração (73%), investidores (71%), sociedade civil (71%), funcionários (63%), concorrentes (61%) e instituições financeiras (56%). A maioria dos CxOs brasileiros (63%) também diz que o ativismo dos funcionários aumentou as ações de sustentabilidade de suas organizações no ano passado. A média global é de 59%. Organizações se preocupam com transição justa para uma economia verde Os executivos brasileiros de alto escalão estão muito preocupados em garantir uma transição justa para uma economia verde: 67% relataram que isso é extremamente importante para os esforços de sustentabilidade de suas empresas, em comparação com 46% globalmente. O Brasil é o segundo país, dos 24 países participantes na avaliação, a classificar uma transição justa como extremamente importante, ficando atrás apenas da África do Sul. Depois do Brasil, vêm, na sequência: Emirados Árabes Unidos, China e Japão. De acordo com o estudo, uma transição justa procura assegurar que os benefícios substanciais da transição para uma economia verde sejam amplamente compartilhados, ao mesmo tempo em que apoia também aqueles que estão dispostos a perder economicamente – sejam países, regiões, indústrias, indústrias, comunidades, trabalhadores ou consumidores. As organizações estão agindo, mas ainda encontram desafios na implementação de ações sustentáveis As organizações brasileiras já adotaram diversas ações para ajudar a lidar com as mudanças climáticas. Quase dois terços (66%) estão usando materiais mais sustentáveis, enquanto 66% estão aumentando a eficiência do uso de energia; 63% dizem que estão treinando funcionários sobre ações e impactos das mudanças climáticas. Outras medidas adotadas foram: expandir uma posição existente (CFO, por exemplo) para incorporar liderança em iniciativas de sustentabilidade (63%) e desenvolver novos produtos ou serviços sustentáveis (61%). Todas essas taxas dos respondentes brasileiros estão acima da média global. Apesar das medidas adotadas, os respondentes elencaram algumas medidas que são mais difíceis de implementar, que representam desafios a eles, como a criação de produtos e serviços sustentáveis (61% Brasil X 49% Global); encontrar fornecedores e parceiros comerciais para atender a critérios de sustentabilidade (52% e 44%, respectivamente); incorporar considerações climáticas em lobby/doações políticas (44% e 32%); vincular a remuneração dos líderes seniores à performance de sustentabilidade ambiental (43% e 33%); e atualização/relocalização de instalações para torná-las mais resistentes aos impactos climáticos (40% e 43%). Os CxOs brasileiros (47%) estão mais confiantes do que a média global (29%) sobre a seriedade do setor privado para lidar com as mudanças climáticas; brasileiros (34%) também são mais otimistas que a média global (28%) em relação aos compromissos dos governos nesse sentido. Entrevistados apontam benefícios da estratégia climática e obstáculos Os entrevistados brasileiros veem o reconhecimento e a reputação da marca (53%), a satisfação do cliente (51%) e a inovação em torno de ofertas e operações (50%) como os principais benefícios de seus atuais esforços de sustentabilidade. Outros benefícios citados foram: moral e bem-estar dos funcionários (45%) e o enfrentamento às mudanças climáticas (40%). Assim como a amostra global, no entanto, os CxOs brasileiros têm muito menos probabilidade de ver os benefícios financeiros mais tangíveis de seus esforços atuais em relação ao clima. Os executivos brasileiros citam o fornecimento insuficiente de insumos (26%), a dificuldade de medição de impacto ambiental (26%) e a falta de apoio político (25%) como suas principais barreiras para uma maior ação climática. Amostra da pesquisa A pesquisa “CxO Sustainability Report 2023” foi desenvolvida pela Deloitte em 24 países, incluindo o Brasil, e contou com a participação de 2 mil CXOs (Chief Experience Officers — executivos do alto escalão responsáveis pela experiência geral do cliente). No Brasil, foram entrevistados 129 executivos, dos quais 36% são CEOs, 34% são CTOs/CIOs, 15% CFOs, 10% COOs, 4% CSOs e 1% ocupa outros cargos de alto escalão. As empresas participantes são distribuídas entre os seguintes setores da economia: Tecnologia, Mídia e Telecomunicações (36%), Serviços Financeiros (30%), Consumo (15%), Energia, Recursos e Indústria (13%), Life Sciences & Health Care (5%) e outros (1%). Sobre a Deloitte A Deloitte é a maior organização de serviços profissionais do mundo, com 415 mil pessoas gerando impactos que realmente importam em mais de 150 países. Com 177 anos de história, oferece hoje serviços de auditoria, consultoria empresarial, assessoria financeira, gestão de riscos e consultoria tributária para clientes públicos e privados dos mais diversos setores. No Brasil, onde atua desde 1911, a Deloitte é líder de mercado, com cerca de 7.000 profissionais e operações em todo o território nacional, a partir de 15 escritórios. Para mais informações, acesse o site. A Deloitte refere-se a uma firma-membro da Deloitte, uma de suas entidades relacionadas, ou à Deloitte Touche Tohmatsu Limited (“DTTL”). Cada firma-membro da Deloitte é uma entidade legal separada e membro da DTTL. A DTTL não fornece serviços para clientes. Por favor, consulte Deloitte para saber mais. A Deloitte é líder global em auditoria, consultoria empresarial, assessoria financeira, gestão de riscos, consultoria tributária e serviços correlatos. Nossa rede de firmas-membro, presente em mais de 150 países e territórios, atende a quatro de cada cinco organizações listadas pela Fortune Global 500®. Saiba como os 415.000 profissionais da Deloitte impactam positivamente seus clientes aqui. #Envolverde

Eliésio Marubo - Desdobramentos das investigações do caso Dom e Bruno que a Polícia Federal apresentou em coletiva na tarde desta segunda-feira (23/01)

Polícia Federal confirma que ‘Colômbia’ mandou assassinar Bruno e Dom

Por Wérica Lima, Cícero Pedrosa Neto e Elaíze Farias, da Amazônia Real– A Polícia Federal no Amazonas, enfim, confirmou que os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, em 5 de junho de 2022, foram a mando de Ruben da Silva Villar, o ‘Colômbia’. Segundo o superintendente da PF no Amazonas, Eduardo Fontes, em coletiva nesta segunda-feira (23), ‘Colômbia’ conversou nas vésperas e depois do crime com os assassinos Amarildo da Costa Oliveira, o ‘Pelado’, junto com Oseney da Costa Oliveira, o ‘dos Santos’, e Jefferson da Silva Lima, o ‘Pelado da Dinha’, que são réus do crime e estão presos em presídios federais, no Mato Grosso do Sul. Desde o início das investigações, lideranças indígenas da Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas, sempre consideraram que o ‘comerciante’ era o mandante dos assassinatos, versão que, em um primeiro momento, foi negada pela PF. Segundo Fontes, há duas semanas a PF pediu a transferência de ‘Colômbia’ para um presídio de segurança máxima. ‘Colômbia’ foi preso em julho de 2022, por uso de documentos falsos. Ele foi solto sob fiança em outubro, mas voltou a ser preso em dezembro, por descumprimento das condições impostas pela Justiça Federal. Ele também é acusado de associação criminosa de pesca ilegal na TI Vale do Javari. Na coletiva, o delegado disse que foram encaminhados seis novos indiciamentos para a Justiça Federal sobre este inquérito, totalizando 10 pessoas. Nós temos, comprovadamente, ele [‘Colômbia’] fornecendo as munições que foram utilizadas no crime. Nós temos o pagamento que ele realizou para o advogado. Temos a ligação que ele realizou na sexta-feira [dia 3 de junho], véspera dos crimes para um dos investigados. No dia do crime, há a tentativa dele ligar para o criminoso. Temos vários elementos que o apontam”, disse o delegado. Eduardo Fontes disse ainda que existem provas que comprovam o fornecimento de embarcações para organização da pesca Ilegal dentro da TI Vale do Javari combatida por Bruno Pereira, que era coordenador da Equipe de Vigilância da Univaja (EVU). Segundo o superintendente da PF, ‘Colômbia’ também é suspeito de ser o mandante do assassinato do servidor da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Maxciel Pereira dos Santos, pela semelhança dos crimes. Maxciel, na época, atuava na Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari, mas foi assassinado em Tabatinga, município vizinho de Atalaia do Norte, onde fica localizado o Vale do Javari. “A motivação também é, de fato, a fiscalização da pesca ilegal que Maxciel realizava e no combate à pesca legal. Isso trazia grandes prejuízos aos criminosos. Por essa razão, a mesma motivação que a gente encontra lá em Maxciel, ela aparece aqui no caso Dom”, explicou Eduardo Fontes. Entrevista coletiva na sede da Polícia Federal do Amazonas, com o superintendente da PF, Eduardo Alexandre Fontes (Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real) Eliésio Marubo, advogado da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), afirmou nesta segunda, após a coletiva na PF, em Manaus, que o próprio Bruno já havia informado que ‘Colômbia’ estava à frente dos crimes ilegais dentro do território indígena. “Temos os elementos que o próprio Bruno havia indicado: que Colômbia era o gerente do grupo criminoso e é o mentor intelectual do crime. Mas há financiadores e há outros envolvidos, que a Polícia Federal não trouxe para o inquérito”, disse a jornalistas Eliésio Marubo. Outro envolvido que foi indiciado pela PF é Edivaldo da Costa de Oliveira, irmão de Amarildo da Costa Oliveira. Mas, segundo o delegado, não é possível efetuar a prisão dele nesse momento da investigação. Edivaldo, que inicialmente teria participação na ocultação de cadáver nas investigações, agora também é apontado como a pessoa que forneceu a arma do crime. Além de Edvaldo, houve a revelação do envolvimento de um adolescente, sobrinho de Amarildo, que participou da ocultação e queima dos cadáveres. Ao todo, cinco pessoas foram indiciadas pelo crime de ocultação dos cadáveres, segundo o delegado. Um dos pontos mais controversos da investigação foi a recusa, inicialmente, da PF aceitar a alegação dos indígenas do Vale do Javari de ‘Colômbia’ ser o mandante. Menos de dez dias após do assassinato, a PF chegou a negar que havia mandantes. A postura dos policiais foi muito criticada pelos indígenas da Univaja e de outras organizações. O delegado se defendeu: “O fato da Univaja e de outros indígenas terem dito desde o início que ele era [o mandante], não era suficiente para eu contar para a Justiça. Eu preciso comprovar isso. Nós convocamos também a Univaja perguntando o que eles tinham de prova e todos os outros que nos diziam que era fato é o mandante, mas a polícia tem que trabalhar de forma probatória em qualidade. Nós estamos hoje conscientes que nós estamos entregando em relação a todos os envolvidos um fato”, disse o delegado Eduardo Fontes, na coletiva de hoje. Com a confirmação do envolvimento de ‘Colômbia’ no crime, como mandante, o delegado Eduardo Fontes disse que “90% das investigações” estão finalizadas. Segundo ele, não há mais envolvidos, além dos que já foram citados. “Mostrando já o desfecho, as análises já foram realizadas, é muito pouco provável que apareçam novos nomes. Praticamente o que a gente está analisando só vai reforçar o que nós já temos”, disse Fontes, que está se despedindo da superintendência da PF no Amazonas. Conforme Fontes, não será mais preciso de força tarefa para o caso, mas que outras estratégias podem ser questionadas com a gestão do novo superintendente da PF, Umberto Ramos, que foi nomeado na semana passada, mas ainda não assumiu. Cenário criminoso continua O advogado Eliésio Marubo, da Univaja A afirmação de que a investigação está quase chegando ao fim preocupou o adcogado Eliésio Marubo. Ele afirmou que, sem uma ampla atuação na região, haverá mais mortes pois muitos criminosos ainda estão na região. “O fato de trazerem ‘Colômbia’ para a posição de mandante, não desmantela o cenário criminoso. Eu entendo que ele é um personagem de uma trama que envolve políticos e empresários na região”, disse o advogado. Segundo o advogado da Univaja, a PF continua se precipitando em dar respostas rápidas, como aconteceu no início das investigações, quando afirmou que não havia mandante. “Estão querendo entregar o produto da investigação. O processo está em julgamento e estão querendo dar qualquer resposta”, disse ele, à Amazônia Real. Conforme o advogado, a investigação ainda tem muitas perguntas sem respostas, especialmente em possíveis envolvimento de políticos locais. “Qual interesse dos políticos em apoiar os criminosos? Quem está pagando a defesa dos criminosos, inclusive de ‘Colômbia’? São bancas que atuam em casos de grande repercussão e cobram cifras milionárias para isso. A defesa PróBono [gratuita] não justifica tamanha exposição das bancas. Como advogado criminalista, eu não vejo a atuação gratuita em defesas como essas. Principalmente, porque são atuações muitos dispendiosas”, declarou. A Amazônia Real apurou que lideranças indígenas ainda aguardam o resultado das investigações sobre as ameaças sofridas por indígenas do Vale do Javari e por servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) de Atalaia do Norte e de Tabatinga, nos últimos meses. A ameaça contra a liderança Feliciana Kanamari, que teve uma arma apontada ao peito por um pescador ilegal, até hoje não teve respostas da PF, segundo uma liderança ouvida. “Ocorreu outras ameaças, mas não vimos nada de concreto sobre isso”, disse ele, que pediu anonimato. ‘Colômbia’ ficou foragido e preso novamente ‘Colômbia’ quando chegou à sede da PF em Manaus em 2022 (Reprodução TV) A investigação da PF no crime passou por diferentes etapas, com os delegados dizendo, inicialmente, que não havia mandante. ‘Colômbia’, porém, já havia entrado no radar da imprensa dias após o desaparecimento de Bruno e Dom no rio Itacoaí. Após inúmeras reportagens trazendo seu nome associado ao narcotráfico e à pesca ilegal na região, Ruben Villar , decidiu se apresentar na sede da PF, em Tabatinga. Na ocasião, apresentou documentos divergentes, com indícios de fraude, e foi preso em flagrante. Ele apresentou dois nomes e nacionalidades diferentes, colombiana e peruana. No dia 22 de julho, a PF fez uma operação de busca e apreensão na casa de ‘Colômbia’, na tentativa de colher elementos que o relacionasse à rede criminosa que atua no Vale do Javari e ao duplo homicídio. A operação encontrou mais documentos falsos. Depois de quatro meses preso preventivamente, ‘Colômbia’ foi solto ao pagar fiança de R$ 15 mil, o que despertou temor imediato nas lideranças indígenas, nas testemunhas dos assassinatos, e em servidores da Funai. Em 20 de dezembro, ele volta ao regime fechado após denúncias de que estaria infringindo as condições estabelecidas pela justiça para sua prisão domiciliar – a de permanecer em Manaus monitorado com tornozeleira eletrônica e mensalmente se apresentar à justiça. Um oficial de justiça esteve no domicílio informado por ‘Colômbia’ e não o encontrou. No local, teriam dito que ele não residia ali. Até agora, doze pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal no Amazonas pelos crimes de duplo homicídio qualificado e associação criminosa para a pesca ilegal em área indígena. Pelo duplo homicídio estão presos Amarildo da Costa Oliveira, o ‘Pelado’, que também responde por associação criminosa e mantinha estreita relação com ‘Colômbia’, como já revelaram as investigações; Oseney da Costa Oliveira, o ‘Dos Santos’, irmão de ‘Pelado’; Jefferson da Silva Lima, conhecido como ‘Pelado da Dinha’. Por associação criminosa foram denunciados Jânio Freitas de Souza; Amarilio de Freitas Oliveira (filho de ‘Pelado’), Manoel Raimundo Corrêa (o ‘Deo’), Francisco Lima Crreia ( o ‘Chico Tude’), Paulo Ribeiro dos Santos, Eliclei Costa Oliveira (o ‘Sirinha’), Otávio da Costa de Oliveira, Laurimar Costa Alves (o ‘Cabôco’) e Ruben da Silva Villar . Entre os acusados de associação criminosa, apenas Rubens permanece em regime fechado. Os demais foram postos em liberdade condicional, mediante pagamento de fiança, entrega de passaportes e proibição de sair do país, além da obrigatoriedade de comparecimento mensal à sede da Justiça Federal em Atalaia do Norte. Os processos que investigam os casos tramitam na Vara Federal de Tabatinga. Nesta segunda-feira (23), começariam as audiências de instrução, mas foram adiadas pelo juiz Fabiano Verli pelo que o juiz chamou de “falta de comunicação” da Justiça Federal e por não haver salas disponíveis para os réus participarem dos depoimentos remotos. O “patrão” Velório do indigenista Bruno Pereira em Recife, capital de Pernambuco (Foto: Arnaldo Sete/Marco Zero Conteúdo). Desde o início das apurações da Amazônia Real, iniciadas logo após o desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips, em 5 de junho do ano passado, o nome de ‘Colômbia’ é mencionado como o mentor do duplo homicídio. As fontes indígenas ouvidas pela Amazônia Real sempre o apontaram como o “patrão” que financiava todo o esquema criminoso da pesca ilegal de pirarucu e tracajá no Vale do Javari, que impacta diretamente na segurança alimentar, nos modos de vida e na integridade física dos mais de povos indígenas que vivem na TI Vale do Javari, incluindo grupos de recente contato e isolados. ‘Colômbia’, segundo testemunhos coletados pela agência ao longo dos seis meses de apurações que se seguiram, era quem provia materialmente os pescadores com barco, combustível, sal, redes, anzóis e outros utensílios utilizados na pesca do pirarucu e tracajá, além de comida para as expedições e para que os pescadores deixassem o sustento para as famílias — o “rancho”, como costumam chamar. Além de ser o financiador da pesca ilegal, ele também era o principal cliente no esquema, receptando o pescado em forma de pagamento pela dívida contraída pelos pescadores, com o aviamento da estrutura para a atividade, além de comprar — ao preço que desejasse — o restante da carga sensível e ilegal, com necessidade de armazenamento frio e longe da vista das autoridades. Sem ter onde armazenar, os pescadores quase sempre vendiam todo o restante para Rubens, que mantinha uma estrutura frigorífica em Benjamin Constant. “Eu me sinto aliviado de saber que a polícia finalmente conseguiu enxergar o envolvimento do ‘Colômbia’ com o assassinato do Bruno e do Dom. Ele que financiava o crime aqui dentro [da TI Vale do Javari]. Mas ainda não acabou”, revela uma fonte indígena que pediu para não ser identificada temendo por sua vida” O indigenista Bruno Pereira trabalhou ativamente desde os seus tempos de Funai até a coordenação da Equipe de Vigilância da Univaja (EVU), para desarticular a rede criminosa e lucrativa da pesca ilegal. Conforme os próprios indígenas, ela só existia pelo financiamento de ‘Colômbia’, já que a pesca do pirarucu, pescado de grande porte, e do tracajá demanda estruturas como isopor, quilos e mais quilos de sal, barcos de médio e pequeno porte, e bastante combustível para se percorrer a vastidão que é o Vale do Javari. A perita Taís Muniz mostra imagens da perícia que comprovaram as autorias do crime (Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real) * Crédito da imagem destacada: De acordo com o delegado Eduardo Fontes, ele também é suspeito de envolvimento no assassinato do servidor da Funai, Maxciel Pereira dos Santos, em 2019 (Foto: Reprodução redes sociais). #Envolverde

Estudo: calor extremo ameaça sobrevivência de quase metade das espécies de vertebrados

Por ClimaInfo – Um estudo publicado nesta semana na revista Nature concluiu que, a continuar a trajetória atual de aquecimento do planeta, quase metade das espécies de vertebrados terrestres poderá enfrentar ondas de calor extremo muito superiores às que estão adaptados para suportar. Caso a temperatura média da Terra aumente mais de 4ºC até o final deste século em relação aos níveis pré-industriais, como indicam os cenários business-as-usual, 41% dos vertebrados terrestres ficarão expostos a ondas de calor extremo; entre os anfíbios e répteis, essa proporção é ainda maior, de 55% e 51%, respectivamente. Por outro lado, em um cenário de aquecimento mais contido, no qual a temperatura média subiria 2,7ºC até 2100, a proporção de espécies sob risco de calor extremo diminui para 15%. Lembrando que a meta menos ambiciosa de aquecimento definida pelo Acordo de Paris é de 2ºC, um patamar inferior a esse cenário mais otimista. O calor extremo pode causar um estresse fisiológico nos organismos naturais, precipitando transtornos de metabolismo e facilitando a ocorrência de doenças cardiorrespiratórias. Mas os impactos podem ser ainda maiores, já que os efeitos do calor sobre o organismo ainda não foram totalmente analisados pela ciência. “Quando observamos a relação entre o limite termal fisiológico [do organismo dessas espécies] e a temperatura de base que usamos para definir os eventos extremos, descobrimos que essa temperatura era maior do que os limites fisiológicos”, explicou Gopal Murali, pesquisador da Universidade do Arizona e autor principal do estudo, à Folha. “Portanto, estamos sendo conservadores e subestimando o impacto sobre essas espécies”. Guardian e Um Só Planeta também repercutiram o estudo. *Crédito da imagem destacada: Michael S Nolan/alamy #Envolverde

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Iniciativa vai criar primeira casa de alvenaria sustentável do Brasil

Projeto de retrofit contará com materiais recicláveis, madeira de reflorestamento, água de reúso e energia solar; imóvel servirá de modelo para profissionais e estudantes de arquitetura e engenharia civil. Uma iniciativa da Paulo Cardoso Comunicações, em parceria com empresas de arquitetura, de produção de madeira tratada, painéis de madeira, energia solar, de sustentabilidade, decoração e construção civil, vai transformar um imóvel na Grande São Paulo na primeira casa de alvenaria sustentável do Brasil. A obra faz parte do projeto intitulado “My Wood Home” e irá utilizar madeira de reflorestamento, além de água de reúso, entre outras soluções verdes. O projeto é da Scali Wood+Arch, que reformará uma casa localizada entre os municípios de Jundiaí e Franco da Rocha, na Grande São Paulo. O imóvel, que tem cerca de 400 m² de área construída, passará a ter 450 m². O projeto prevê seis suítes, um espaço em conceito aberto com cozinha, sala de jantar e sala de tv, um deck, área gourmet, solarium, um lago, um escritório, uma lavanderia e uma adega, distribuídos entre pisos inferior, térreo e superior. “Vamos fazer um retrofit, que é a modernização dessa casa, da década de 90. O projeto prevê uma construção híbrida, mesclando estruturas de madeira com vedações diversas. Um dos nossos objetivos é mostrar o quanto a madeira é prática, barata, confortável e sustentável”, afirma Silvia Scali, arquiteta responsável pelo projeto. Segundo levantamento do Green Building, entre 2019 e 2021, o número de projetos com esta preocupação ambiental cresceu 22% no Brasil. O instituto ainda aponta que o Brasil já é o quinto país do mundo com mais construções no padrão ESG (sigla, em inglês, para práticas ambientais, sociais e de governança). O projeto começou a ser idealizado ainda em 2008 após uma viagem do proprietário do imóvel, o jornalista Paulo Cardoso, CEO da Paulo Cardoso Comunicações e idealizador do congresso e do workshop My Wood Home, para a Argentina, onde conheceu projetos sustentáveis com madeira. A previsão é concluir a reforma até o final de 2023. A ideia é que tanto o projeto de modernização quanto o imóvel sirvam de modelo para a construção civil brasileira, para as empresas parceiras do projeto poderem usar o espaço como um showroom e, principalmente, para que sejam realizados workshops para estudantes de arquitetura e engenharia civil. Tendência “Atualmente, todas as empresas precisam adotar um olhar mais atento para as práticas de ESG. A construção civil brasileira é exemplo de segmento que caminha na direção de projetos mais sustentáveis. Temos certeza de que essa iniciativa ajudará o mercado a entender ainda mais a importância da madeira nos projetos”, afirma Silvio Lima, especialista em madeiras e gerente da unidade industrial da Montana Química, multinacional brasileira parceira do projeto. A parceria incluirá ajudar no tratamento e preservação da madeira de eucalipto roliço das estruturas, dos decks, das portas, das janelas e dos pisos. Por fim, a empresa também oferecerá as texturas e soluções de seu catálogo. Sobre a Montana Química A Montana Química construiu a reputação de especialista no tratamento, proteção e preservação de madeira no mercado graças ao seu principal valor, presente no coração da empresa desde 1953: preservar para o futuro. A multinacional investe continuamente em pesquisa e desenvolvimento, parque industrial e capacitação do seu capital humano para desenvolver produtos e serviços de alta qualidade. A Montana possui duas unidades de negócios: industrial, que abrange a linha de preservação e produtos de alto desempenho para a indústria moveleira, e varejo, que abrange a linha de acabamentos e complementos. #Envolverde

Em 2022, Amazônia teve maior desmatamento em 15 anos, diz Imazon

Por Agência Brasil – Foi o quinto ano consecutivo de recorde de desmatamento O desmatamento na Amazônia bateu novo recorde em 2022, ano em que a cobertura vegetal da floresta perdeu 10.573 km², o equivalente a quase 3 mil campos de futebol, segundo relatório divulgado nessa quarta-feira (18) pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Pelo monitoramento feito via satélite, 2022, que atingiu seu maior patamar desde 2008, quando o Imazon começou a monitorar a Região Amazônica. Nos últimos 4 anos, a perda florestal na Amazônia foi de 35.193 km², segundo o Imazon. A área supera as de estados como Sergipe (21 mil km²) e Alagoas (27 mil km²). O período coincide com o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, que costumava desacreditar dados sobre o desmatamento. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem prometido dar prioridade ao assunto. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem dado declarações sobre a preservação da floresta. Em uma das primeiras medidas, foi destravado o Fundo Amazônia, que conta com doações da Alemanha e Noruega para serem aplicados em ações de proteção ambiental. “Esperamos que esse tenha sido o último recorde de desmatamento reportado pelo nosso sistema de monitoramento por satélites, já que o novo governo tem prometido dar prioridade à proteção da Amazônia”, disse a pesquisadora Bianca Santos, da Imazon, no material divulgado nesta quarta-feira (18). O instituto destacou o salto de desmatamento registrado em dezembro, mês em que 287 km² de floresta foram derrubados, aumento de 150% em relação ao mesmo mês de 2021 (140 km²) e pior último mês do ano de toda série histórica. “No último mês do ano, houve uma corrida desenfreada para desmatar enquanto a porteira estava aberta para a boiada, para a especulação fundiária, para os garimpos ilegais e para o desmatamento em terras indígenas e unidades de conservação. Isso mostra o tamanho do desafio do novo governo”, disse Carlos Souza Jr, coordenador do monitoramento da Amazônia no instituto, no material de divulgação. Cerca de 80% da área desmatada em 2022 ficam em terras sob responsabilidade do governo federal (8.443 km²). Outros 11% de território destruído fica sob jurisdição dos governos estaduais (1.130 km²). Ainda de acordo com o relatório, o estado que mais desmatou em 2022 foi o Pará (3089 km²), seguido por Amazonas (2270 km²) e Mato Grosso (1228 km²). Todas as informações sobre o relatório de monitoramento do desmatamento da Amazônia pode ser encontrado no portal do Imazon. #Envolverde

Há provas de que Bolsonaro cometeu genocídio contra os Yanomami, diz organização indígena

Por Murilo Pajolla para o Brasil de Fato – Maior entidade indígena de Roraima diz que denúncias foram ignoradas e responsabiliza políticos e empresários do garimpo O Conselho Indígena de Roraima (CIR) garante haver evidências suficientes para julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por genocídio de povos indígenas. Entre elas, o sucateamento e a militarização da Funai, que fortaleceu o garimpo ilegal e resultou na crise humanitária enfrentada pelos Yanomami. “Há relatos, documentos e registros oficiais de que estava em curso um projeto de extermínio dos povos indígenas no Brasil, principalmente na Terra Indígena Yanomami”, declarou o assessor jurídico do CIR, o advogado Ivo Macuxi, em entrevista disponível na íntegra a seguir. O CIR acompanhou a visita de Lula (PT) à Boa Vista (RR), onde o presidente anunciou medidas emergenciais para acabar com o garimpo ilegal. Com mais de 50 anos de existência, a entidade atua em 35 terras indígenas e ajudou a denunciar o descaso do governo federal com a emergência sanitária dos Yanomami. “A gente espera que sejam adotadas medidas urgentes. É preciso acelerar o processo de retirada de invasores da Terra Indígena, que está gravando a situação”, afirmou o assessor jurídico do CIR. Ao Brasil de Fato, Ivo Macuxi disse também que é preciso responsabilizar políticos locais, que estimularam a expansão do garimpo em terras indígenas. E pediu punição a empresários, que lucram alto com a atividade ilegal. Confira abaixo a entrevista completa. Brasil de Fato: Bolsonaro é responsável pela crise humanitária nos Yanomami? Ivo Macuxi: Nos últimos quatro anos houve o desmonte de dos órgãos fiscalizadores e de proteção aos povos indígenas. Principalmente da Funai, que passou por um processo de militarização. Mesmo assim, as lideranças indígenas e organizações Yanomami têm denunciado o descaso e a omissão deliberada do poder público federal. Hoje vemos que não foi em vão, que as denúncias foram encaminhadas e agora estão repercutindo porque o novo governo assumiu o compromisso de fazer alguma coisa para proteger e salvar o povo Yanomami. Há relatos, documentos e registros oficiais de que o que estava em curso era um projeto de extermínio dos povos indígenas no Brasil, principalmente na Terra Indígena Yanomami. Ivo Cípio Macuxi, assessor jurídico do Conselho Indígena de Roraima / Reprodução/Facebook Quantas vezes o CIR pediu ajuda do governo Bolsonaro para a Terra Indígena Yanomami? A gente fez pelo menos cinco denúncias diante dessa omissão. A Hutukara Associação Yanomami denunciou mais de 20 vezes ao longo dos anos. Denunciamos através de cartas e relatórios. Mas, diante da omissão, começamos a fazer ações emergenciais para atender os indígenas com alimentação. Começamos a fazer campanhas por atendimento a comunidades que estavam em situação crítica. Inclusive pedimos apoio do Ministério da Defesa e do Ministério da Justiça e Segurança Pública na questão logística para levar alimentação. Mas a gente não conseguiu resposta. Agora, com esse governo [federal], a gente pretende fortalecer o diálogo para continuar as ações de atender as comunidades indígenas. Você tem expectativa de que o Bolsonaro responda criminalmente por essa conduta, seja em uma corte internacional ou internamente no Brasil? Claro. Há provas contundentes de que isso de fato estava acontecendo, que eles [governo Bolsonaro] estavam negando atender o povo Yanomami. Com a militarização da Funai, foram colocadas pessoas sem conhecimento técnico, sem conhecimento da realidade dos povos indígenas, dessas particularidades culturais. Pessoas que desconhecem tudo isso e não sabem lidar com povos indígenas. Tudo o que se revelou nos últimos dias reforça as denúncias de que o governo Bolsonaro cometeu crime de genocídio contra os povos indígenas Isso causou o atraso da execução de políticas públicas, que gerou a falta de atendimento na saúde, na educação e na proteção territorial. Qual a responsabilidade dos políticos do estado de Roraima? Pouco se fala dos governos locais. Mas houve sim participação integral de muitos deles, inclusive do governo do estado de Roraima. O governador Antônio Denarium, por exemplo, apresentou um projeto de lei para legalizar o garimpo que posteriormente foi derrubado pelo Supremo Tribunal Federal, porque os povos indígenas se mobilizaram. Mesmo assim, foi apresentado um novo projeto proibindo destruição de equipamentos apreendidos no garimpo e proibindo a participação das forças policiais do estado de Roraima no apoio à Polícia Federal e Exército nessas operações. Então houve sim participação de políticos e governantes locais e, inclusive, de vários empresários. Há uma investigação em curso sobre a participação do empresário Rodrigo Cataratas [por suspeita de promover apoio logístico ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. Esse empresário foi candidato [a deputado federal] pelo partido de Bolsonaro. Felizmente ele não chegou a ganhar. Então há forte influência de políticos e empresários locais. Uma operação da Polícia Federal chegou investigar desvio de medicamentos que foram comprados para tratar os indígenas… Isso, há essa influência de políticos locais de indicar pessoas e apadrinhados políticos para desviar recursos e atender empresários locais. Então chegou o momento de mudar isso. O governo deve respeitar as indicações do movimento indígena. Qual deve ser o próximo passo para solucionar de uma vez por todas a situação dos Yanomami? A gente espera que sejam adotadas medidas urgentes. É preciso ações para atender o povo Yanomami e, de fato, acelerar o processo de retirada de invasores da Terra Indígena, que está gravando a situação. Há inclusive decisão judicial determinando que a União cria o plano emergencial de atendimento aos indígenas e de retirada dos invasores. Isso tem que ser feito na prática, com participação das lideranças e organizações indígenas que atuam com o povo Yanomami. As lideranças indígenas seguem ameaçadas nos territórios. Estão expostas a garimpeiros armados, muitas vezes ligados a facções criminosas do Sudeste. Como protegê-las? É verdade. Existe uma rede proteção federal, mas deveria ser adaptada à realidade indígena. A gente precisa garantir a proteção dessas pessoas, ouvindo as lideranças e a realidade de cada uma. Não existe nenhum programa específico de proteção a esses povos. Há inclusive lideranças que estão no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH). Mas isso não garante, de fato, a proteção interna. E, com essas denúncias, a repercussão da situação da terra Yanomami veio à tona, inclusive essa dificuldade na segurança. Edição: Rodrigo Durão Coelho *Crédito da imagem destacada: Bolsonaro é acusado por organizações indígenas de negar atendimento aos Yanomami – Mauro Pimentel / AFP #Envolverde

No Brasil, 64% desejam trabalhar menos

Estudo encomendado pela VR traz a visão do trabalhador em sua relação com o trabalho e rotina Uma pesquisa encomendada pela VR ao Instituto Locomotiva apontou que a maioria dos trabalhadores gostaria de dedicar menos tempo ao trabalho e às tarefas domésticas. O levantamento foi realizado no final do segundo semestre de 2022 e ouviu trabalhadores em todo Brasil. Segundo o estudo, o número de trabalhadores que gostariam de dedicar menos tempo ao trabalho chega a 64%, enquanto 52% dos entrevistados afirmam que gostariam de dispensar menos tempo nas tarefas domésticas. Por outro lado, quando questionados sobre quais atividades gostariam de dispensar mais tempo, 81% responderam saúde, 75% ao lazer e cultura, e 70% aos estudos. “A pandemia trouxe reflexões sobre a prioridade do bem-estar. Com a mudança de rotina e, em alguns casos, uma maior carga de trabalho impactando a vida pessoal, os trabalhadores passaram a repensar seus hábitos e eleger prioridades. Houve um redirecionamento sobre propósitos e valores, “explica Priscila Abondanza, diretora executiva de Experiência do Cliente da VR. Sobre a VR Pioneira no setor, a VR está implementando sua estratégia de ir muito além de benefícios, oferecendo serviços como Conta Digital, Marketplace de Produtos, Programa de Fidelidade, Super APP do trabalhador, Serviços de Mobilidade e Ponto Eletrônico, entre outros. As inovações, desenvolvidas em associação com um ecossistema de startups, são dedicadas aos empreendedores, empresas, estabelecimentos comerciais e trabalhadores. A VR possui mais de 50 mil empresas clientes e mais de 550 mil pontos de aceitação em todo o país. #Envolverde

Engenheiros criam turbina eólica sem pá que é mais barata e não ameaça pássaros

Por Olhar Animal – Já imaginou turbinas eólicas que podem ser instaladas em qualquer ambiente externo para gerar eletricidade – como jardins de casas, garagens de prédios e pátios de empresas –, exatamente como já acontece com os painéis solares? Pois o engenheiro espanhol David Yáñez não só imaginou como já tem protótipos funcionando (com sucesso) mundo afora. Trata-se da Vortex Bladeless, estrutura que desenvolveu com sua equipe, com financiamento da União Europeia, que funciona como uma turbina eólica, mas sem a necessidade de pás. Isso porque a Vortex Bladeless é composta por cilindros oscilantes que vibram quando em contato com o vento – movimento esse que substitui o feito pelas pás eólicas. Segundo os engenheiros, o processo todo fica 30% mais barato, já que a instalação e manutenção de uma turbina sem as estruturas de pá são muito mais simples. Além disso, as turbinas sem pá também são silenciosas e não ameaçam a vida dos pássaros que voam pela região, ao contrário das convencionais. 100 protótipos pré-comerciais, com 85 centímetros de altura cada, já estão sendo testados mundo afora, com excelentes resultados. Será que a tendência vem? Por Débora Spitzcovisky Fonte: The Greenest Post #Envolverde

domingo, 22 de janeiro de 2023

MapBiomas é premiado no Fórum Econômico Mundial

A Schwab Foundation for Social Entrepreneurship anunciou hoje, durante o Fórum Econômico Mundial, 16 iniciativas de todo o mundo que foram reconhecidas por seu impacto e inovação social. Entre os premiados está o MapBiomas: a rede colaborativa de mais de 70 organizações, que começou no Brasil e hoje está presente em 14 países, destacou-se por seu trabalho de monitoramento de cobertura e uso da terra para promover a conservação e gestão sustentável dos recursos naturais e combater as alterações climáticas. O reconhecimento se deu dentro de uma nova categoria do prêmio Inovadores Sociais do Ano – Inovação Social Coletiva. Ela foi criada para dar visibilidade a modelos inovadores de colaboração e impacto coletivo que têm cada vez mais destaque nas ações de transformação social. Nesta categoria, inédita, o MapBiomas é um dos primeiros ganhadores. “Problemas complexos não podem ser resolvidos por organizações isoladas, e os premiados da Schwab Foundation deste ano mostram novos modelos de colaboração entre setores usando tecnologia inovadora, redes humanas e recursos e conhecimentos compartilhados. Muitos inovadores sociais têm uma longa história de trabalho em colaboração com outros. A ambição agora é criar mudanças sistêmicas por meio de esforços coletivos”, disse François Bonnici, diretor da Schwab Foundation for Social Entrepreneurship. A geração de mudanças sistêmicas foi uma das metas de Tasso Azevedo, quando liderou a concepção do MapBiomas, reunindo ONGs, universidades e startups de tecnologia. “O acesso livre a informações e dados atualizados, históricos e de qualidade sobre o uso e cobertura da terra é premissa para a implantação de políticas públicas, combate ao desmatamento e para a atuação responsável de empresas. Hoje qualquer pessoa com acesso à internet tem condições de verificar o que está acontecendo em todo o território nacional, que foi repartido em módulos de 30 metros quadrados, analisados segundo sua cobertura, seu uso e sua situação fundiária, entre outros critérios”, detalha. A categoria Inovação Social Coletiva soma-se a outras três, que nortearam a escolha dos premiados até o ano passado: Empreendedores Sociais, Intraempreendedores Sociais Corporativos e Intraempreendedores Sociais Públicos. Os vencedores são selecionados pelos membros do Conselho da Fundação Schwab. O comitê de seleção inclui Helle Thorning-Schmidt, que foi Primeira Ministra da Dinamarca entre 2011 e 2015, a especialista em inovação social Johanna Mair, Professora de Organização, Estratégia e Liderança na Hertie School of Governance na Alemanha, e H.M. Rainha Mathilde da Bélgica, Membro Honorário do Conselho. “Os Inovadores Sociais do Ano de 2023 representam uma geração de líderes de mudanças sociais e ambientais que demonstram que modelos inovadores de cooperação e ação em todos os setores são essenciais para progredir nos desafios complexos que enfrentamos”, disse Hilde Schwab, cofundadora e presidente da Fundação Schwab para Empreendedorismo Social. Os Prêmios da Fundação Schwab 2023 são realizados em uma parceria de longo prazo com a Fundação Motsepe, baseada na filosofia de “Ubuntu”, o conceito africano de doar e cuidar de seu próximo e outros membros de sua comunidade. “Os empreendedores sociais atuam como uma ponte que conecta a ética e os valores aos nossos princípios de negócios. Acredito que esses empreendedores estão projetando um modelo para economias significativas, reimaginando o progresso durante esses tempos incertos”, disse Precious Moloi-Motsepe, copresidente da Fundação Motsepe e chanceler da Universidade da Cidade do Cabo. Sobre MapBiomas: iniciativa multi-institucional, que envolve universidades, ONGs e empresas de tecnologia, focada em monitorar as transformações na cobertura e no uso da terra no Brasil,
para buscar a conservação e o manejo sustentável dos recursos naturais, como forma de combate às mudanças climáticas. Esta plataforma é hoje a mais completa, atualizada e detalhada base de dados espaciais de uso da terra em um país disponível no mundo. Todos os dados, mapas, métodos e códigos do MapBiomas são disponibilizados de forma pública e gratuita no site da iniciativa. Além disso, a rede MapBiomas ampliou-se para outras regiões e países como na Amazônia, Chaco, Bosque Atlântico, Pampa Sul-americano e Indonésia, como também gera outros produtos como MapBiomas Alerta, MapBiomas Fogo e MapBiomas Água. Sobre a Fundação Schwab: A Fundação Schwab apoia novos modelos de mudança social, aliando valores e dedicação aos melhores princípios empresariais para criar um mundo mais justo, sustentável e equitativo. Hoje, a fundação tem uma próspera comunidade de mais de 450 empreendedores sociais globais que impactaram a vida de quase 1 bilhão de pessoas em 190 países. Os empreendedores oferecem acesso a saúde, educação, moradia, finanças, habilidades digitais e redes de defesa, resultando em empregos, criação de oportunidades econômicas, melhoria da saúde e estabilidade. #Envolverde

5àsec promove ação que prevê plantio de 4 mil mudas de árvores nativas brasileiras

A campanha ‘Quem planta sustentabilidade, colhe Ecobag’ conta com a parceria do Projeto Plantar Tendo a operação brasileira como a mais bem sucedida em nível global, a 5àsec no País promove diversas ações com objetivo de engajar o público com iniciativas que envolvem as esferas sociais e ambientais. Para iniciar 2023, a rede, que é a maior do segmento de lavanderia no Brasil, lança o projeto ‘Quem planta sustentabilidade, colhe Ecobag’. A campanha será realizada de janeiro a abril deste ano e visa o plantio de 4 mil mudas de árvores nativas brasileiras. A ação será realizada em parceria com o Projeto Plantar, que é uma startup de reflorestamento voluntário da América Latina, garantindo que as mudas sejam plantadas em áreas degradadas pertencentes a Bacia do Rio São Francisco. Todas as árvores plantadas, por meio da participação dos clientes 5àsec, contam ainda com um QR Code para acompanhamento das etapas do processo de plantio, sendo elas: a germinação, a produção da muda, o plantio e o acompanhamento pós plantio. As informações poderão ser acessadas pelo site da marca. Muito além do reflorestamento, a iniciativa da rede também reforça a importância da reciclagem para o meio ambiente. Desta forma, além do plantio de mudas, a campanha oferece aos consumidores uma Ecobag produzida a partir de garrafas PETs, permitindo a redução do descarte irregular de plásticos na natureza. Para ganhar uma bolsa exclusiva da marca, o cliente deve juntar quatro selos na mesma unidade, sendo que a cada compra acima de R$ 150, um selo é retirado. “O projeto foi criado com a intenção de conscientizar a população sobre a importância da reciclagem e do meio ambiente em nossas vidas. A 5àsec, há muito anos, conta com iniciativas que protegem a natureza, como o descarte correto da água usada nas máquinas de lavar, uso de produtos químicos menos evasivos e economia de água e luz, porém, sentimos que era preciso uma iniciativa mais efusiva. A campanha ‘Quem planta sustentabilidade, colhe Ecobag’ veio para reforçar o papel fundamental de todos na luta contra o desmatamento das nossas florestas e saúde do planeta”, finaliza o presidente da marca no Brasil, Fábio Roth. Para fortalecer o projeto, as lojas participantes, espalhadas pelo Brasil, contarão com uma identidade visual exclusiva da ação, além de ativações em redes sociais para elevar o engajamento para a proposta de reflorestamento de uma das mais importantes Bacias Hidrográficas do Brasil. #Envolverde