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domingo, 31 de julho de 2022

Americanas S.A. oferecerá letramento racial para 100% da companhia

Letramento racial será aplicado pelo ID_BR aos mais de 40 mil colaboradores e colaboradoras em todos os estados do País Movimento pela Equidade Racial, a Americanas S.A. avança em seu compromisso antirracista e anuncia parceria com o Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) – organização sem fins lucrativos, pioneira no Brasil e 100% comprometida com a aceleração da promoção da igualdade racial. O objetivo é oferecer letramento racial a 100% dos mais de 40 mil colaboradores e colaboradoras da companhia por meio de uma trilha de letramento racial em parceria com o ID_BR especialmente voltada para os desafios de uma grande companhia do varejo. O curso fará parte do onboarding de novos profissionais e também contemplará a alta liderança da companhia, incluindo o C-Level, a operação de lojas e centros de distribuição, e todas as áreas administrativas. A iniciativa está em linha com o pilar social da estratégia ESG (sigla em inglês para ambiental, social e de governança) da Americanas S.A. e se soma a outras ações para a promoção da diversidade e da equidade racial. Ao ingressar na formação de letramento, a Americanas S.A. adere à primeira etapa do Selo Sim à Igualdade Racial, chamada Compromisso. Nela, as empresas reforçam o compromisso de empresas e organizações com a equidade racial. O primeiro curso aplicado será o “ABC da Raça“, com foco em uma abordagem didática sobre raça, racismo, etnia, cultura preta e também sobre a importância do respeito à diversidade e de iniciativas e ações antirracistas no mercado de trabalho e no dia a dia. Serão formadas diversas turmas, que contarão com a participação de membros da diretoria, reforçando a intenção de fortalecer a cultura antirracista em todas as esferas da companhia. A trilha engloba ainda a criação de novos grupos de afinidade, cartilhas e treinamentos com foco em áreas específicas, como Comunicação e Marketing, entre outras. “O início do letramento dos nossos associados e associadas é um marco na nossa trajetória ESG e um passo importante em direção à companhia e à sociedade que queremos ver no futuro. Temos o comprometimento de contribuir com a formação de uma cultura antirracista em todas as esferas do negócio, do corporativo à operação, e combater as desigualdades estruturais e institucionais diretas e indiretas em nossa sociedade”, explica Milena de Andrade, diretora de Gente e Gestão da Americanas S.A. O processo de letramento também irá auxiliar na realização de um estudo para identificação da realidade racial da companhia e, posteriormente, na criação de metas afirmativas atreladas à temática. “Queremos que todos se entendam em seus lugares e identidades, e assumam para si e no coletivo a responsabilidade da criação de uma sociedade menos desigual”, acrescenta Milena. “Quando uma empresa como a Americanas S.A se levanta pela igualdade racial, todos se levantam junto com ela. O papel do ID_BR tem sido apoiar as organizações a se erguerem de forma mais afirmativa e proativa em prol da diversidade e inclusão. A Americanas diz Sim à Igualdade Racial, e o instituto vai seguir junto apoiando nesta jornada, que certamente influenciará outras tantas empresas”, diz Luana Génot, fundadora e diretora executiva do ID_BR. Jornada de Diversidade & Inclusão A Americanas S.A. está comprometida em tornar o ambiente corporativo cada vez mais inclusivo e diverso. A companhia participa do Movimento Pela Equidade Racial (MOVER), coalizão de empresas e instituições que tem como um de seus objetivos criar 10 mil posições para negros em cargos de liderança até 2030, e fomenta entre seus colaboradores a adesão ao Wakanda, grupo de afinidades criado pela comunidade negra da companhia com o propósito de ser uma ferramenta efetiva para a população negra e aliados no mundo corporativo. A Americanas também é uma das integrantes do Um Milhão de Oportunidade (1MiO) — iniciativa liderada pelo UNICEF e que tem como meta gerar um milhão de oportunidades de acesso à educação de qualidade, inclusão digital, formação profissional e vagas de emprego para jovens em situação de vulnerabilidade. Ao todo, a companhia já contratou mais de 7 mil jovens em situação de vulnerabilidade pelo projeto. Para acelerar nesta agenda de diversidade, a Americanas S.A. prevê também formar e contratar mulheres em funções ligadas à tecnologia e liderança na área. #Envolverde

Escritórios da Enel no Rio e em São Paulo têm móveis reciclados de obras da Distribuidora

tens do mobiliário foram produzidos a partir do descarte de materiais da distribuidor. A Enel Brasil, maior grupo privado do setor elétrico nacional, tem a Sustentabilidade e o cuidado com o Meio Ambiente como pilares importantes a serem tratados não apenas internamente na companhia, mas também em ações que alertam a população para a conscientização do uso consciente e sustentável da energia. Além disso, outro assunto presente nos projetos da companhia é o de levar a conhecimento da população o conceito de upcycling – de reutilizar produtos e/ou matérias-primas para a criação de novas peças. Entre os vários projetos que trabalham com esta ideia, a Enel trouxe para os escritórios das duas distribuidoras, em São Paulo e no Rio de Janeiro, móveis feitos a partir da reutilização de materiais da concessionária, como as cruzetas de madeira, que têm a finalidade de realizar a sustentação dos cabos e equipamentos nos postes de energia. As peças são criadas e desenvolvidas pela Yvy Reciclagem, empresa parceira da Enel, que trabalha com foco na logística reversa e na economia circular. Com design moderno e inspiração minimalista, mais de 30 móveis recicláveis ambientam os novos escritórios. Feitos de madeira, os itens se dividem entre poltronas, banquetas altas, diferentes modelos de mesas de centro e banquetas baixas, além de um mancebo, que são decorativos e modernos e reforçam o comprometimento da empresa com o meio ambiente. “A Enel promove diversas iniciativas com foco na economia circular e no consumo mais sustentável. Mas, poder trazer ao nosso ambiente de trabalho um mobiliário feito com componentes usados no nosso dia a dia da operação é muito gratificante. Reaproveitamos os resíduos, como as cruzetas, e permitimos que elas façam parte de novos ciclos, contribuindo assim com nosso compromisso com a economia circular”, afirma Ricardo Bomfim, Head de Economia Circular da Enel Brasil. Nova sede Em outubro de 2021, a companhia transferiu a sede da holding Enel Brasil, incluindo a presidência do Grupo no país, para a capital paulista. As novas instalações ficam no complexo Parque da Cidade, na Avenida das Nações Unidas. Além da sede da holding, o espaço abriga a Enel Distribuição São Paulo e a empresa de serviços em energia da Enel, a Enel X. Já no Rio, a companhia transferiu suas instalações de Niterói para o edifício Aqwa Corporate, na Via Binário do Porto, no bairro de Santo Cristo. Os escritórios na capital fluminense receberam principalmente a Enel Distribuição Rio, a comercializadora de energia Enel Trading, e a Enel Green Power, linha de negócios de geração renovável, líder em geração solar e eólica no país. Os espaços de trabalho nos novos escritórios são amplos, integrados e compartilháveis, sem estações fixas, favorecendo a integração entre pessoas de diferentes áreas. Além disso, os novos escritórios contam com áreas de café, lounges e espaços com esteiras e bicicletas ergométricas junto das áreas de trabalho. Os ambientes possuem arquitetura focada em boas práticas de ergonomia, iluminação eficiente e qualidade acústica. Sobre a Enel Brasil A Enel Brasil está presente em toda a cadeia energética, com atividades em distribuição, geração, transmissão, comercialização e soluções sob medida para consumidores residenciais, públicos, comerciais e industriais. É o maior player privado do setor elétrico brasileiro em número de clientes. Com quatro distribuidoras, localizadas nos estados do Rio de Janeiro, Ceará, Goiás e São Paulo, a Enel Brasil leva energia para cerca de 18 milhões de clientes. Por meio da Enel Green Power Brasil, seu braço de geração renovável, a companhia é o maior operador solar e eólico em termos de capacidade instalada e opera mais de 4,7 GW renováveis no país (2,1 GW eólicos, cerca de 1,2 GW solares e cerca de 1,3 GW de fonte hídrica), incluindo o maior parque eólico e o maior complexo solar da América do Sul. A Enel Brasil possui ainda, no Estado do Rio Grande do Sul, um ativo estratégico para a integração energética do Mercosul, a Enel Cien, responsável pela conversão e transmissão de energia do Brasil para a Argentina e vice-versa. No segmento de comercialização, a Enel atua na oferta de produtos para consumidores que operam no mercado livre de energia, por meio de sua comercializadora Enel Trading, aliando economia e sustentabilidade para entregar energia limpa e certificada aos seus clientes. A empresa está atualmente entre as três maiores comercializadoras do Brasil. A Enel também atua no país com a Enel X, linha de negócios que oferece serviços para acelerar a inovação e impulsionar a transição energética, incluindo soluções de gestão de energia e serviços financeiros. Além disso, o Grupo Enel lançou em 2022 a Enel X Way, linha de negócios global focada na mobilidade elétrica e sustentável e que, no Brasil, oferece soluções de recarga, prestação de serviços e desenvolvimento de novas tecnologias relacionadas à eletrificação dos transportes. #Envolverde

Hcor lança plataforma de doação para atender crianças e refugiados

Iniciativa beneficia a realização gratuita de cirurgias intrauterinas, atendimento a crianças com cardiopatias congênitas e assistência à saúde de refugiados Com o propósito de “cuidar das pessoas e fortalecer a saúde”, o Hcor continua investindo em projetos de atendimento gratuito às populações em vulnerabilidade social de todo o País. Para ampliar a capacidade de seus programas de responsabilidade social, a instituição acaba de lançar uma plataforma para doação. Por meio do site, é possível contribuir com qualquer valor ou optar pela doação de R$ 40, R$ 80 ou R$ 150. Só em 2021, mais de 35 bebês foram operados ainda no útero de suas mães, residentes em 13 Estados brasileiros, sem qualquer custo. Mais de 590 consultas e 240 exames também foram realizados gratuitamente em crianças portadoras de cardiopatia congênita. Além disso, mais de 560 consultas e 200 exames beneficiaram refugiados, de 30 nacionalidades diferentes, que não poderiam pagar pela assistência à saúde. A contribuição da sociedade é muito importante em um país como o Brasil, onde existem vazios assistenciais que inviabilizam o acesso de toda a população à saúde de qualidade. Todos os meses, por exemplo, 250 crianças nascem com malformação grave na coluna vertebral (mielomeningocele), que poderia ser corrigida pela cirurgia intrauterina. A intervenção ainda na gestação também salvaria a vida de gêmeos com Síndrome de Transfusão Feto Fetal (STFF), uma doença que afeta o fluxo de sangue da placenta compartilhada e que causa a morte em 95% dos casos. Além disso, outro grave problema é a cardiopatia congênita, doença que, no Brasil, acomete 30.000 bebês todos anos, sendo que 57% não têm acesso ao tratamento adequado. No caso de pessoas refugiadas em situação de vulnerabilidade social, 67% afirmam que a baixa renda não é suficiente para cobrir gastos essenciais, como alimentação e acesso à saúde. “Cuidar do próximo está na essência da instituição desde o seu princípio. A Associação Beneficente Síria, mantenedora do hospital e com mais de 100 anos de história, tem a filantropia e a responsabilidade social como os principais objetivos de trabalho. Atuamos fortemente para oferecer assistência à saúde àqueles que não têm acesso, mas precisamos de ajuda para ampliar a nossa capacidade de atendimento”, conta Vera Lygia Bussab Saliba, membro do Conselho de Administração e do Comitê de Responsabilidade Social do Hcor. Conheça os projetos de responsabilidade social do Hcor: Programa Adote uma Vida Oferece tratamento para a correção de complicações congênitas do feto ainda no útero da mãe, em casos de mielomeningocele e Síndrome de Transfusão Feto-Fetal (STFF). Assistência para Cardiopatias Congênitas Realiza procedimentos cirúrgicos de alta complexidade, acompanhamento multiprofissional ao longo da vida, apoio diagnóstico, realização de exames e centro de reabilitação física e neurocognitiva. Apoio aos Refugiados Oferece consultas e exames, em mais de 15 especialidades médicas, para pessoas em situação de refúgio no Brasil. Sobre o Hcor O Hcor atua em mais de 50 especialidades médicas, entre elas Cardiologia, Oncologia, Neurologia e Ortopedia, além de oferecer um centro próprio de Medicina Diagnóstica. Possui Acreditação pela Joint Commission International (JCI) e diversas certificações nacionais e internacionais. Desde 2008, é parceiro do Ministério da Saúde no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). Instituição filantrópica, o Hcor iniciou suas atividades em 1976, tendo como mantenedora a centenária Associação Beneficente Síria. Além do escopo assistencial, o hospital conta com um Instituto de Pesquisa, reconhecido internacionalmente, que coordena estudos clínicos multicêntricos com publicações nos mais conceituados periódicos científicos. Também está à frente de um Instituto de Ensino, que capacita e atualiza milhares de profissionais anualmente e é certificado pela American Heart Association. #Envolverde

NIVEA avança em sustentabilidade reduzindo emissão de gases do efeito estufa e poupando o uso de madeira

A marca acaba de receber a certificação da CHEP, que apontou diminuição da emissão de CO2, uso de madeira e descarte de resíduos. Os resultados foram possíveis por conta da reutilização de paletes e economia circular no Centro de Distribuição da marca Atualmente, o mercado exige cada vez pilares éticos e sólidos de consumo. Pensando nisso, a NIVEA, especialista em cuidados com a pele há mais de 110 anos, e sua holding, a Beiersdorf, colocam em prática o propósito Cuidado Além da Pele, frente institucional que adota metas de sustentabilidade e transformação social que fazem a diferença em toda a cadeia de negócios. Partindo desse princípio, a marca avançou mais um passo em sua jornada em prol da sustentabilidade com a certificação de logística sustentável da CHEP, que mostrou a diminuição na emissão de gases do efeito estufa e redução do uso de madeira em toda a operação logística de NIVEA no Brasil. A CHEP é uma companhia global em economia de compartilhamento e logística sustentável, a empresa é parceira da marca desde 2012. O certificado, emitido pela RDC Environment, apontou que NIVEA atuou positivamente no modelo de economia circular da CHEP, criando um sistema de compartilhamento e reutilização de paletes azuis, aqueles que são compostos por madeira certificadamente reflorestada, evitando desperdícios desnecessários e o excesso no uso de madeira. A iniciativa acontece no Centro de Distribuição de Jundiaí da companhia e é baseado na metodologia de ISSO-14044, que apontou a Análise do Ciclo de Vida (ACV) e a adoção desse modelo de economia, NIVEA contribuiu para redução de 82% em emissões de CO2, o que equivale a 781 mil kg, ou 714 mil km rodados por caminhões e 18 voltas ao redor do mundo com eles; o uso de 87% de madeira, proporcional a preservação de 1.400 árvores; e poupou o descarte de 98% de resíduos em aterros, o que corresponde a 497 mil kg, ou 117 caminhões. “Estamos animados com essa declaração da CHEP, nossa parceira há 10 anos. Na companhia, nós temos objetivos muito claros sobre iniciativas de ESG, que nos ajudam a trilhar um caminho transparente e de respeito ao meio ambiente e nossos consumidores. Essa é uma agenda coletiva, e também ambiciosa, por isso envolvemos todos os nossos colaboradores, que são sempre desafiados a pensar e identificar possibilidades de melhorias em nossa cadeia”, afirma Fátima Ribeiro, diretora de Supply Chain de NIVEA no Brasil. As marcas obtidas nessa certificação são inspiradas na Agenda de Sustentabilidade de NIVEA, que direciona a marca para um futuro mais ecoético. Em Logística, estamos comprometidos com a meta Global da empresa de redução de 30% das emissões de CO2 para o ano 2025. Além de pensar em distribuições com menos impactos climáticos, a marca possui um planejamento ambicioso em relação à sua produção no mercado nacional. Com prazo até 2025, prevê o uso de 50% menos plástico novo, feito à base de petróleo, diminuição de 30% de emissão de gases poluentes em toda cadeia, utilização de 25% menos água na produção, aplicação de embalagens 100% refil, reutilizáveis ou recicláveis e ingredientes totalmente oriundos de fontes renováveis e desmatamento zero. Produção responsável na Beiersdorf As fábricas da Beiersdorf em todo mundo têm compromissos específicos para reduzir o impacto ambiental, inclusive na planta brasileira localizada em Itatiba (SP). Para incentivar o engajamento das equipes, a fábrica possui a Retorna Machine, uma máquina de descarte de embalagens NIVEA para resíduos de cosméticos pós consumo, incluindo o aerossol (considerado um item perigoso), associada a um programa de bônus. Assim, os colaboradores ganham uma pontuação a cada embalagem descartada e trocam por descontos em diferentes serviços. A fábrica ainda possui certificação LEED Gold, sistema internacionalmente reconhecido para classificar edifícios sustentáveis, que prevê o uso racional e consciente de recursos naturais, redução do consumo de água e energia, mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, uso de materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental. Há projetos em andamento para a viabilização da troca da caldeira para uma opção de fonte renovável a fim de zerar as emissões de carbono. Ainda neste ano, o compressor de ar será modernizado para otimizar o consumo de energia. Alguns projetos já constatam excelentes resultados para a uma produção mais consciente: sabonetes líquidos: possuem refis em embalagem econômica com redução de 76% de plástico; águas micelares: contam com fórmula vegana, livre de parabenos, silicone, óleo mineral e corantes e embalagem feita com 96% de material reciclado, excluindo-se tampa e rótulos; lenços demaquilantes: fórmulas veganas com 97% de ingredientes de origem natural, livre de parabenos, silicone, sulfato, corante e álcool etílico e 45% da embalagem feita com material reaproveitado de sucata da produção de papel alumínio, exceto a etiqueta de selagem; NIVEA Soft evoluiu e chegará às prateleiras, em 2023, com óleo de jojoba 100% natural e fórmula 98% biodegradável, redução de cerca de 40% das emissões de CO2 e investimentos para equilibrar as emissões restantes e se tornar um produto com 100% dos impactos climáticos neutralizados; Na Alemanha, a Beiersdorf lançará o NIVEA MEN Climate Care Moisturizer, um hidratante facial masculino com Tecnologia de Utilização de Captura de Carbono (CCU) e o etanol contido na fórmula é obtido a partir do dióxido de carbono reciclado. O produto ainda é 100% livre de microplásticos, silicones, óleos minerais e derivados de PEG/PEG. Para uma transformação de dentro para fora, NIVEA possui o Grupo de Afinidade com foco em Sustentabilidade Meio Ambiente, que identifica oportunidades para reduzir o impacto do negócio para o planeta. Este grupo é formado por colaboradores voluntários de diversas áreas que compartilham interesses e dialogam para implementar ideais e projetos que gerem resultados reais. “A participação desses colaboradores é fundamental para acelerar a nossa agenda de sustentabilidade e propósito. Contamos, inclusive, com representantes do nosso Centro de Distribuição de Jundiaí. Faço questão de agradecê-los por todo o empenho,”, conclui. Sobre a NIVEA O Cuidado é a essência da NIVEA há mais de 110 anos. A marca está presente em cerca de 150 países e, no Brasil, conta com um portfólio completo de hidratantes corporais e faciais, protetores solares e labiais, itens para cuidados masculinos, para banho e desodorantes. A NIVEA lançou a primeira emulsão hidratante do mundo, que mais tarde ficaria conhecida como a icônica e querida “latinha azul”. A constante busca por inovação e excelência fazem da NIVEA a marca nº 1 em cuidados com a pele no mundo*. Atualmente, conta com mais de 500 itens em seu portfólio que valorizam a individualidade e necessidades de cada tipo de pele. Ao longo dos anos, a NIVEA segue conquistando a admiração e a confiança de seus consumidores e acredita no poder transformador do toque humano para gerar conexões, baseado no respeito e cuidado com o meio ambiente e as pessoas como parte de seus valores como marca. * Fonte: Euromonitor International Limited; NIVEA pela marca guarda-chuva nas categorias Cuidados com o corpo, Cuidados com o rosto e Cuidados com as mãos; em termos de valor de varejo, 2020. #Envolverde

sábado, 30 de julho de 2022

Conheça as propostas do ambientalista Claudio Langone para o desenvolvimento sustentável de Santa Maria (LEANDRA KRUBER, jornal DIÁRIO, 30.7.2022)

Na manhã desta sexta, a palestra de lançamento do Comitê pelo Meio Ambiente, que trouxe o ambientalista Claudio Langone, reuniu seis entidades de Santa Maria para discutir problemas ambientais da cidade, como a não existência de uma coleta seletiva, e pensar em soluções coletivas. Referência em gestão ambiental, Langone, que esteve à frente da coordenação das agendas de sustentabilidade da Copa 2014 e das Olimpíadas do Rio, em 2016, disse que a criação de um comitê permanente com a participação do poder público municipal, órgãos públicos, instituições de Ensino Superior e sociedade civil organizada, é o primeiro passo para a consolidação de medidas de curto, médio e longo prazo capazes de promover o desenvolvimento sustentável no Coração do Rio Grande. Leia mais sobre o Comitê Pelo Meio Ambiente: Conheça as propostas do ambientalista Claudio Langone para o desenvolvimento sustentável de Santa Maria Integrantes reafirmam compromisso com o Comitê Pelo Meio Ambiente Conceito da marca traz sustentabilidade, representação e autenticidade Comitê pelo Meio Ambiente é lançado nesta sexta-feira em Santa Maria Confira como foi o lançamento do Comitê Pelo Meio Ambiente Desenvolvimento Sustentável Desde 1972, quando ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente, em Estocolmo, na Suécia, o termo desenvolvimento sustentável é amplamente utilizado para se referir ao equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental. – É fundamental que a gente entenda que desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente andam juntos. Quando falamos em cidades bem desenvolvidas, por exemplo, podemos perceber que existe uma gestão ambiental muito bem feita. Meio ambiente também é geração de renda, é economia, é o futuro – explica o ambientalista. Leia também: Aterro sanitário enterra cerca de 15 mil toneladas de lixo urbano por mês Licitação deve prever a troca dos 600 contêineres de lixo em Santa Maria Em 2021, MPT identificou 24 casos de trabalho infantil na coleta de lixo pelas ruas de Santa Maria Da coleta ao descarte, o drama sem fim do lixo urbano em Santa Maria Por que o Cadena não poderia ter uma ecobarreira para retirar o lixo, como existe em Porto Alegre? 7,5 toneladas de lixo são retiradas dos bueiros por dia Em Santa Maria, saiba como dar o destino correto ao seu lixo Ainda, durante a palestra, Langone enfatizou a importância de informações precisas e de qualidade acerca de temas ambientais. – Há poucos anos, em algumas mídias, a legislação ambiental e o desenvolvimento era postos em lados contrários. Hoje, vemos que isso é diferente, e a difusão da informação de qualidade é um dos primeiros passos para conseguirmos pensar em medidas que possam mudar, de fato, a realidade. Ações para Santa Maria A longo prazo, o transporte coletivo, em alternativa ao individual, pode trazer benefícios ao meio ambiente. Investimento em transporte coletivo Segundo o ambientalista, apesar de não parecer uma ação que tem relação direta com o meio ambiente, o investimento no transporte coletivo é uma iniciativa que pode contribuir para o desenvolvimento de cidades grandes e médias, como Santa Maria. – Hoje, vivemos em um momento de valorização do transporte individual que, além de gerar congestionamentos e transtornos no trânsito, também é um agente de poluição. Por isso o transporte coletivo é tão importante e pode contribuir a longo prazo para a preservação – explica. O uso de energia solar é um exemplo de prática sustentável que pode influenciar no desconto do IPTU. Reforma tributária ecológica Durante a palestra, o tema da reforma tributária ecológica chamou atenção. De acordo com Claudio Langone, incentivos fiscais, como o chamado IPTU Verde, por exemplo, podem ajudar na promoção de medidas sustentáveis. Nesta semana, foi promulgada, na Câmara de Vereadores de Santa Maria, a lei que institui o IPTU Verde na cidade. Na prática, o programa deve oferecer descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para o cidadão que adotar práticas sustentáveis em imóveis residenciais ou comerciais. Dentre as ações que a população pode fazer para receber o desconto estão o uso de energia solar, a captação da água da chuva, o reuso de água, o aquecimento hidráulico, o aquecimento elétrico-solar, o uso de materiais de construção sustentáveis, e a adoção de um plano de gerenciamento de resíduos sólidos. A separação de materiais recicláveis dos orgânicos, por exemplo, se torna uma medida efetiva para a preservação ambiental a partir da implantação da colea seletiva no municipio. Contribuição coletiva entre órgãos públicos e comunidade santa-mariense Uma das soluções permanentes apresentadas pelo ambientalista é o diálogo permanentes entre os poderes públicos e a sociedade civil já que, segundo Langone, o esforço individual de preservar o meio ambiente ajuda, mas não é uma solução efetiva a longo prazo: – Por exemplo, o que adianta as pessoas, em suas casas, separarem o lixo seco do orgânico se não existe uma coleta seletiva? Ao fim e ao cabo, tudo acaba indo para o mesmo lugar e entramos em um ciclo vicioso de poluição. No entanto, a comunidade também precisa cuidar para não poluir áreas verdes e arroios. Então, é fundamental existir essa contribuição mútua. Na ocasião, o procurador-geral do município, Guilherme Cortez, disse que as tratativas sobre a coleta seletiva em Santa Maria precisam avançar e que levará em conta as especificidades das diferentes regiões da cidade. De acordo com Claudio Langone, pontos de descarte de lixo em eventos como o Brique da Vila Belga e o Feirão Colonial ajudam a popularizar medidas sustentáveis. Geração de pequenos negócios voltados a sustentabilidade Para contribuir com o debate, a professora Marta Tocchetto manifestou preocupação com o futuro do trabalho realizado por catadores de Santa Maria. Segundo a professora, a reciclagem é a maior fonte de renda para recicladores de associações como a Asmar e Arsele: – As soluções para o descarte de lixo em Santa Maria, por exemplo, devem sempre levar em consideração quem vive da reciclagem. Precisamos atentar para não entender o lixo somente como um negócio para grandes empresas. É também sustento. Por isso é interessante pensarmos em cooperativas que auxiliem os recicladores. Além disso, Claudio Langone mencionou dois exemplos municipais que podem reunir iniciativas sustentáveis. Para ele, os polos de aglutinação tem o potencial de popularizar ações e integrá-las à comunidade. – O Feirão Colonial, que ocorre semanalmente, e o Brique da Vila Belga são exemplos de eventos já consolidados na cidade e que podem ter pontos de descarte de lixo, por exemplo. Conhecer iniciativas que já fazem parte da cidade facilita a adoção de medidas sustentáveis no dia a dia – enfatiza. A Horta Comunitária Agroecológica Neidi Vaz, no Bairro Diácono João Luiz Pozzobon, existe há seis anos, e é fonte de parte da alimentação de quase 20 famílias no bairro. O projeto começou em 2016, por iniciativa da Associação de Moradores Dom Ivo Lorscheiter (Amordil). Fortalecimento comunitário Durante a pandemia, em razão do isolamento social, o cultivo de plantas se popularizou. O ambientalista Claudio Langone diz que a criação de hortas comunitárias é uma medida que, além de agregar a comunidade em prol de um objetivo, também ajuda na alimentação. No Colégio Estadual Professora Edna May Cardoso, professores, pais e alunos cultivam hortaliças e plantas medicinais, aromáticas e condimentares em uma horta comunitária. O local de plantação já era usado há mais de quinze anos pelos moradores da comunidade. A partir de 2018, junto com estas pessoas, na maioria idosos, professores e alunos da escola passaram a se envolver ativamente na horta. Já em 2021, mais uma novidade foi agregada ao espaço: um sistema de captação da água da chuva. Já no Bairro Diácono João Luiz Pozzobon, a Horta Comunitária Agroecológica Neidi Vaz, que existe há seis anos, é fonte de parte da alimentação de quase 20 famílias no bairro. O projeto começou em 2016, por iniciativa da Associação de Moradores Dom Ivo Lorscheiter (Amordil). – Esse tipo de plantio em menor escala e que envolve a comunidade nos faz sentir parte do meio ambiente. E é esse sentimento de pertencimento que faz toda a diferença quando falamos no futuro do meio ambiente – diz. Instituições como UFSM, UFN e IFFar já adotam medidas sustentáveis em diferentes projetos. Parceria com instituições de Ensino Superior As universidades, sejam elas públicas ou privadas, assim como demais instituições de Ensino Superior apresentam inúmeras possibilidades de parcerias, de acordo com Langone. Para ele, as empresas juniores, organizações formadas por estudantes de ensino superior, são incubadoras de propostas inovadoras – O tripé do ensino, pesquisa e extensão pode, cada vez mais, fazer parte de organizações, como o Comitê pelo Meio Ambiente. Nas instituições de ensino superior temos as empresas juniores que estão preocupadas com o desenvolvimento econômico sem ignorar as necessidades ambientais. Leia mais sobre o Comitê Pelo Meio Ambiente Leia todas as notícias Tags: brique da vila belgaClaudio Langonecoleta seletivacomite pelo meio ambientecomitê pelo meio ambientedesenvolvimento sustentávelFeirão Colonialfeirão colonial[horta comunitáriaiptu verdelixomanchetemeio ambientepoluiçãoSustentabilidadetransporte coletivo Previous Post Integrantes reafirmam compromisso com o Comitê Pelo Meio Ambiente Next Post Final de semana terá Juvenart, feira e espetáculos em Santa Maria Leandra Cruber Leandra Cruber leandra.cruber@diariosm.com.br

sexta-feira, 29 de julho de 2022

Frente Parlamentar Global pelos Direitos da Natureza é lançada no FOSPA

Por Patrícia Kalil, especial para Envolverde – No ano passado, durante a Conferência Mundial do Clima em Glasgow, na Escócia, a deputada paraense Marinor Brito apresentou a ideia de criar uma articulação política global pelos Direitos da Natureza. A coordenadora do programa “Plurinacionalidade Política e os Direitos da Natureza” da Fundação Pachamama no Equador Natalia Greene abraçou a ideia e se mobilizou para reunir uma rede de parlamentares ambientalistas do mundo todo e lançar a primeira Frente Parlamentar Global durante o X FOSPA, no evento que começou ontem, 28 de julho e termina domingo, dia 31. “Decidimos articular uma rede poderosa na perspectiva da consolidação e do fortalecimento na luta pelos direitos da natureza. Estamos imbuídos do mesmo espírito para dar seguimento ao que já está em andamento no Equador, na Colômbia, na Bolívia, consolidando e apresentando proposições para tornar a nossa natureza e a natureza do mundo plena de direitos. Esses direitos têm sido vilipendiados e atacados pelo brutal interesse do capital, atacados pelas grandes corporações que se reúnem na COP para reafirmar o Acordo de Paris querendo minimizar os impactos sociais e ambientais causados por elas mesmas”, explicou a deputada. Diante da compreensão de que somos parte da Terra, a lei –que foi feita por humanos– precisa compreender que a Terra também tem direitos, assim como as pessoas. Muitas constituições ainda seguem um paradigma antropocêntrico, tratando tudo que não é humano como objeto. Essas mudanças na lei são necessárias pois passam a reconhecer a natureza como sujeito com direitos de proteção, conservação, manutenção e restauração, garantindo leis para proteger a natureza em harmonia com a proteção dos direitos de quem vive nela e de gerações futuras. Alguns exemplos de países que já conferem direito jurídico à natureza são Colômbia (desde 2018, a Amazônia colombiana tem direito jurídico), Índia (desde 2017, direitos dos rios Ganges e Yamuna como pessoas jurídicas), Bolívia (desde 2010, reconhece direitos da Pachamama), Nova Zelândia (direito do rio Whanganui /Te Awa Tupua, em maori, como pessoa jurídica), Equador (desde 2008, a Pachamama tem direito como pessoa jurídica). Durante o FOSPA, a Aliança Global Pelos Direitos da Natureza publicou a declaração oficial do lançamento da Frente Parlamentar, junto com uma petição pública para que cidadãos do mundo cobrem que políticos promovam os Direitos da Natureza na legislação nacional, local e internacional; compartilhar experiências e apoiem iniciativas normativas para o reconhecimento e aprofundamento dos Direitos da Natureza entre os diferentes países e territórios; promovam a elaboração e execução de políticas públicas, programas, orçamentos e projetos que contribuam para o efetivo avanço dos Direitos da Natureza. Confira e assine a petição aqui: https://www.garn.org/firma-y-apoya-al-frente-parlamentario/. #Envolverde

Golpe Verde – Falsas Soluções Para o Desastre Climático

Por Patrícia Kalil, especial para Envolverde – O filósofo, mestre em Direito e Especialista em Desenvolvimento Social no Campo, povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais Lindomar Dias Padilha (CIMI-Acre) abriu o painel Golpe Verde, do X Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa), na sexta, dia 29 de julho. A fala refletiu sobre o processo de mercantilização e financeirização da natureza, do assédio e pressão que os povos da floresta vem sofrendo. Lindomar trouxe exemplos da Amazônia para demonstrar os elementos de organização social, cultural, produtiva e autônoma dos povos originários. Também falou sobre direitos originários, ancestralidade, a importância do sagrado e do território. No entanto, refletiu que na ausência de política pública em defesa dos povos da floresta, é preocupante o assédio de projetos falsamente ambientais apresentados por Grandes Poluidores da mineração, petróleo e agronegócio que prometem mitigar a crise climática através de compra de carbono e de esquemas de geoengenharia de captura de gases poluentes. Para Vandria Borari, membra do conselho consultivo da Corporate Accountability e ativista na Campanha Global contra os Grandes Poluidores e por Justiça Climática, essas falsas soluções precisam ser escancaradas: “Essas multinacionais estão destruindo nossas áreas sagradas, violando nossos direitos de ir e vir, poluindo nossos rios, contaminando nossos peixes e realmente precisam ser responsabilizadas pelos crimes que cometem. Essa história de crédito de carbono é uma forma de pagar para continuar cometendo crimes contra a humanidade” O que acontece é que esses Grandes Poluidores estão avançando Amazônia adentro, em um modelo que os povos da floresta e a natureza são encarados como “assalariados prestadores de serviço”. Essa já é uma primeira distorção que precisa ser escancarada e desconstruída. É a floresta e seus povos que mantêm o clima e, assim sendo, eles que devem determinar as regras do jogo da proteção. Ora, no sistema capitalista quem define o preço do produto nunca foi o consumidor. Por que na Amazônia os grandes poluidores, que estão “comprando” os tais créditos de carbono, estariam eles mesmos precificando a floresta e determinando o quanto vale cada árvore em pé? Outra segunda farsa que precisa ser desvendada amplamente e debatida com a sociedade é que nem os créditos de carbono negociados nas Bolsas de Valores, tampouco outras promessas de geoengenharia para captura de gases poluentes, tem feito com que esses Grandes Poluidores deixem de poluir ou diminuam o nível de sua poluição. Muito pelo contrário. Na verdade, esses projetos têm sido simplesmente usados para limpar a imagem dessas multinacionais. São uma mera estratégia de marketing que evita a solução real pela justiça climática e tem dado carta branca para esses grandes poluidores continuarem poluindo e implementando suas velhas práticas de alto impacto numa civilização rumo ao colapso. #Envolverde

ONU aprova resolução sobre meio ambiente saudável como direito humano

Por ONU News – A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o meio ambiente limpo, saudável e sustentável como um direito humano. A votação, nesta quinta-feira, recebeu 161 votos a favor e oito abstenções: Belarus, China, Camboja, Etiópia, Irã, Quirquistão, Rússia e Síria. A decisão incentiva os países a implementar seus compromissos internacionais e aumentar esforços para realizá-los. O documento enfatiza ainda que todos sofrerão os efeitos agravados das crises ambientais, se não cooperarem agora para evitá-los. Mudança do clima A adoção da resolução 76/300 da Assembleia Geral segue-se à votação de um texto similar pelo Conselho de Direitos Humanos, em outubro. O secretário-geral da ONU, António Guterres, reagiu à “resolução histórica” sublinhando que o documento demonstra que os Estados-membros podem se unir na luta coletiva contra a tripla crise planetária de mudança climática, perda de biodiversidade e poluição. Em nota, ele ressalta que a decisão ajudará a reduzir as injustiças ambientais, cobrir as lacunas de proteção e capacitar as pessoas, especialmente aquelas em vulnerabilidade, incluindo defensores de direitos humanos ambientais, crianças, jovens, mulheres e povos indígenas. Foto ONU/Cia Pak – Adoção da resolução 76/300 da Assembleia Geral segue-se à votação de um texto similar pelo Conselho de Direitos Humanos Realidade O chefe da ONU acredita que a medida também ajudará os Estados a acelerar a implementação de suas obrigações e compromissos ambientais e de direitos humanos. Para ele, a comunidade internacional deu um cunho universal a esse direito aproximando os países para torná-lo uma realidade para todos. Guterres pede aos países que tornem o direito “uma realidade para todos, em todos os lugares”. O texto foi apresentado por Costa Rica, Maldivas, Marrocos, Eslovênia e Suíça em junho. Um dos fundamentos é que o direito ao meio ambiente saudável esteja relacionado ao direito internacional vigente e sua promoção exige a plena implementação dos acordos ambientais multilaterais. Catástrofe climática Sobre a adoção, a alta comissária Michelle Bachelet disse que a decisão reflete que todos os direitos estão ligados à saúde do meio ambiente. Documento destaca o impacto das mudanças climáticas © NASA Documento destaca o impacto das mudanças climáticas Para ela, “todas as pessoas, em todos os lugares, têm o direito de comer, respirar e beber sem envenenar seus corpos e, ao fazê-lo, poder viver harmoniosamente com o mundo natural, sem ameaças crescentes de colapso do ecossistema e catástrofe climática”. O documento destaca o impacto das mudanças climáticas, da gestão e do uso insustentável dos recursos naturais, a poluição do ar, da terra e da água, a má gestão de produtos químicos e resíduos e a consequente perda de biodiversidade interferem no gozo desse direito. Qualidade de vida A resolução enfatiza que o dano ambiental tem implicações negativas, diretas e indiretas, para o gozo efetivo de todos os direitos humanos. Para o relator especial sobre Direitos Humanos e Meio Ambiente, David Boyd, a resolução “tem o potencial de ser um ponto de virada para a humanidade, melhorando a vida e o gozo dos direitos humanos de bilhões de indivíduos, bem como a saúde do planeta”. Ele disse que a saúde e a qualidade de vida de todos dependem diretamente de ar limpo para respirar, água potável para beber, alimentos produzidos de forma sustentável para comer, ambientes não tóxicos, clima seguro e biodiversidade e ecossistemas saudáveis. O especialista realça que o direito humano a um ambiente limpo, saudável e sustentável, reconhecido universalmente, inclui todos esses elementos essenciais. #Envolverde

Museus de base comunitária na Amazônia guardam saberes tradicionais

Por Patrícia Kalil, especial para Envolverde – Gracillius santana é o nome de uma espécie de ave que só foi registrada uma única indivídua no planeta Terra: dona Maria das Graças Alves Santana. O nome dessa espécie imaginária foi dado por seu filho, que identificou o canto e o jeito únicos dessa antropóloga, museóloga e artista popular. Dona Maria das Graças trabalhou por 30 anos no Museu Paraense Emílio Goeldi como curadora da reserva técnica do acervo indígena. Depois, acompanhou por 15 anos a doutora Lourdes Furtado, que foi a grande mentora nas comunidades pesqueiras nas várzeas da Amazônia brasileira. Com tanta experiência colecionando artefatos, invenções e histórias, essa mulher sonhou e articulou a criação do Fórum de Museus de Base Comunitária da Amazônia. Figura marcante no X Fórum Social PanAmazônico, dona Gracillius santana conta sobre a importância dos Museus de Base Comunitária: “O Museu Goeldi é um museu tradicional, com coleções que foram criadas com o esforço de vários pesquisadores. A museologia que eu aprendi lá foi uma. Agora estamos construindo essa museologia social, juntando a experiência que tive lá com a experiência que tenho adquirido nas vivências nas comunidades ribeirinhas. Essa nova vertente da museologia vislumbra mais a parte da defesa do território e proteção dos saberes dos povos”, explica Gracillius. Com a missão de disseminar conhecimentos da museologia social, um canal no youtube (https://bit.ly/3Q1anB6) traz desde explicação de conceitos, promove seminários, encontros, além de apresentar mostras contemporâneas desses novos museus que estão surgindo em comunidades na floresta. Para Vandria Borari, membra do conselho consultivo da Corporate Accountability e ativista na Campanha Global contra os Grandes Poluidores e por Justiça Climática, é fundamental propagar a iniciativa dos museus de base comunitária como forma de resistência. Vandria também é artista, ceramista e foi convidada para exposições em Basel, na Suíça, no ano passado. “Muitas artes indígenas estão em museus espalhadas pelo mundo, fazem parte de acervos estrangeiros. Para nós, povos indígenas, nossa Arte não é estática. Nossa arte está no nosso dia a dia, no fazer de um remédio, na feitura de cerâmica, em nossos teçumes de fibras vegetais, tudo o que fazemos usamos no nosso dia a dia. Nossa arte está sempre viva”, deslinda Vandria. #Envolverde

Ondas de calor aceleram o degelo do permafrost do Ártico

Na região mais setentrional da Terra, o permafrost ártico está derretendo em ritmo acelerado. Por mais de uma década, uma equipe internacional de pesquisadores da ETH Zurich, da Universidade do Alasca Fairbanks e do Centro Aeroespacial Alemão observaram marcas topográficas – grandes depressões conhecidas como “quedas de degelo retrogressivas”. As quedas ocorrem quando camadas de solo permanentemente congeladas (permafrost rico em gelo) derretem, deixando as encostas árticas vulneráveis a deslizamentos de terra. Os deslizamentos de terra sinalizam um risco de liberação potencial de carbono que foi armazenado no permafrost por dezenas de milhares de anos. Por Marianne Lucien*, ETH Zurich Risco de liberação de carbono orgânico Suas descobertas, publicadas recentemente na revista da União Europeia de Geociências, The Cryosphere , revelam mudanças substanciais na topografia da península de Taymyr, na Sibéria, no norte da Rússia. Os resultados do estudo revelam um forte aumento de 43 vezes na atividade retrogressiva do degelo e um aumento de 28 vezes na mobilização de carbono. O aumento também coincide com uma onda de calor extrema que ocorreu no norte da Sibéria em 2020, na qual as temperaturas atingiram 38 graus Celsius (mais de 100 graus Fahrenheit) – temperaturas recordes para a região do Ártico. “O forte aumento na atividade do degelo devido à onda de calor da Sibéria mostra que a mobilização de carbono dos solos do permafrost pode responder de forma acentuada e não linear ao aumento das temperaturas”, afirma o principal autor do artigo, Philipp Bernhard, Instituto de Engenharia Ambiental, ETH Zurique. Medindo as mudanças no permafrost do Ártico Usando dados de satélite, a equipe de pesquisa conseguiu desenvolver um novo método para quantificar a mobilização de carbono no solo do permafrost. Atualmente não existe outro método em larga escala que meça, com um nível tão alto de resolução espacial e vertical, as mudanças nas regiões do permafrost. Esse método permite que os pesquisadores forneçam uma estimativa mais precisa do estado do ciclo do carbono para o orçamento global de carbono. Com base em um estudo anterior de campo e voo realizado no Delta do Rio Mackenzie, no Canadá, os pesquisadores coletaram dados de pré-estudo que mais tarde usaram para comparar e analisar com dados adquiridos por satélite na mesma região. Desde 2010, o Centro Aeroespacial Alemão opera uma missão de satélite inovadora usando radar de abertura sintética de passagem única, a missão TanDEM-X, para coletar dados de elevação tridimensionais sobre a superfície terrestre. Além dos dados de radar, de 2015, os pesquisadores analisaram dados obtidos dos satélites ópticos Sentinel-2 implantados como parte da missão de Observação da Terra da Agência Espacial Europeia, Programa Copernicus, com foco na paisagem ártica. Parte negligenciada do ciclo de carbono do Ártico A península de Taymyr, na Sibéria, como muitas áreas do Ártico, é uma região remota e quase inacessível, tornando os estudos científicos de campo uma operação desafiadora, se não impossível. Os achados deste estudo indicam; no entanto, as ondas de calor do verão e o aquecimento das regiões árticas representam um risco ambiental significativo que vale a pena monitorar. O permafrost do Ártico supostamente contém aproximadamente 1,5 trilhão de toneladas métricas de carbono orgânico, cerca de duas vezes mais do que atualmente contido na atmosfera. Bernhard concorda que os riscos potenciais associados a esse tipo de mobilização de carbono são “um componente importante, mas amplamente negligenciado, do ciclo de carbono do Ártico”. A equipe de pesquisa antecipa que o sensoriamento remoto por satélite será uma ferramenta indispensável para o monitoramento contínuo da mobilização de carbono resultante do derretimento do permafrost no Ártico. Comparação da elevação do satélite Sentinel-2 da Península de Taymyr na Sibéria no verão de 2019 e 2021 Comparação da elevação do satélite Sentinel-2 da Península de Taymyr na Sibéria no verão de 2019 e 2021. A mudança de vegetação (vermelho) devido à atividade do degelo é claramente visível. (Imagem: Agência Espacial Europeia (ESA) / ETH Zurique) Referências: Philipp Bernhard et al, Accelerated mobilization of organic carbon from retrogressive thaw slumps on the northern Taymyr Peninsula, The Cryosphere (2022). DOI: 10.5194/tc-16-2819-2022 https://dx.doi.org/10.5194/tc-16-2819-2022 Philipp Bernhard et al, Mapping Retrogressive Thaw Slumps Using Single-Pass TanDEM-X Observations, IEEE Journal of Selected Topics in Applied Earth Observations and Remote Sensing (2020). DOI: 10.1109/JSTARS.2020.3000648 https://dx.doi.org/10.1109/JSTARS.2020.3000648 Henrique Cortez *, tradução e edição. in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/07/2022

Estudo revela aumento de 46% de plástico no delivery de comida

A maior parte do plástico entregue com as refeições não é reciclada. Pandemia desenfreou o consumo de embalagens e de outros itens descartáveis pelo setor A pandemia de Covid-19 trouxe mudanças significativas nos hábitos de consumo da população. Isolados em suas residências, os brasileiros passaram a consumir mais produtos comprados no e-commerce e aumentaram os pedidos de refeições via aplicativos de delivery. O distanciamento social também impôs essa mudança para os restaurantes, que encontraram no mercado de entrega de refeições uma forma de sobreviver. Mas qual foi o impacto desse fenômeno no consumo de plástico descartável? O estudo inédito “O mercado de delivery de refeições e a poluição plástica”, desenvolvido pela consultoria econômica Ex Ante a pedido da Oceana, aponta que o consumo de itens de plástico descartáveis nesse segmento aumentou 46% entre 2019 e 2021, saindo de 17,16 mil para 25,13 mil toneladas. Juntos, os setores de alimentação para viagem e hotelaria demandaram um total de 154,1 mil toneladas de embalagens por ano entre 2018 e 2021, e seis mil toneladas por ano de canudos, copos, pratos e talheres de plástico para este mesmo período. “A pandemia nos impôs mudanças de hábitos e comportamentos da noite para o dia. Vimos o mercado de delivery ganhar espaço no cotidiano de muita gente e, como uma organização que trabalha para reverter os impactos da poluição plástica, a pergunta que nos motivou foi: com todos esses pedidos usando tanto plástico descartável, como isso pode piorar uma situação já grave que enfrentamos com a poluição? E os resultados constatados são mesmo preocupantes. Só em 2021, o montante gerado foi de 68 toneladas por dia ou 2,8 toneladas por hora”, aponta o diretor-geral da Oceana no Brasil, o oceanólogo Ademilson Zamboni. “Concebidos para consumo e descarte imediato, esses itens geram grande quantidade de resíduos não recicláveis e não biodegradáveis. Nesse sentido, o que hoje pode parecer barato para o consumidor deixa um legado negativo para o futuro, com custos ambientais e de gestão que serão pagos por toda a sociedade. Mesmo que a redução dos pedidos de refeições esteja ocorrendo, sabemos que as empresas estão investindo em outras entregas, que também envolvem muito plástico — precisam aprender com o que houve e oferecer ao consumidor alternativas ao plástico”, complementa Zamboni. #DelivreDePlastico A publicação “O mercado de delivery de refeições e a poluição plástica” nasce da campanha #DeLivreDePlástico, coliderada pela Oceana e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que mobilizou o público para exigir que empresas de aplicativos de entrega se comprometam com a redução do uso de plástico descartável em suas operações. “Essas empresas ocupam papel central na cadeia que liga a produção da indústria de plástico tanto ao setor de alimentação quanto ao consumidor e, consequentemente, com o problema final da poluição. Estamos falando de talheres, sachês, embalagens de isopor e sacolas – produtos que são concebidos para serem utilizados apenas uma vez e se tornarem lixo. Sem interesse para o mercado de reciclagem, esses produtos se tornam rejeito, custo e poluição”, destaca a gerente de campanhas da Oceana no Brasil, a engenheira ambiental Lara Iwanicki. A Campanha #DeLivreDePlástico segue ativa, com o desafio de que empresas do setor do delivery contribuam para reverter a grave situação da poluição plástica no país. O iFood se comprometeu com esse desafio ainda em agosto de 2021 e espera-se que essa empresa anuncie em breve metas públicas para a redução do uso de embalagens — a apresentação dessas metas foi adiada de março para o segundo semestre de 2022. A TRAGÉDIA DO PLÁSTICO NO BRASIL A produção nacional de plástico de uso único no Brasil é de 2,95 MILHÕES DE TONELADAS por ano. A maioria esmagadora é de embalagens (87%) e o restante de itens descartáveis (13%), como copos e canudos. Por ano, o consumo desses itens de uso único bate o estratosférico número de 500 BILHÕES de unidades. Só em 2018, 10,1 MILHÕES de toneladas de resíduos foram coletados. O Brasil polui o seu litoral com, no mínimo, 325 MIL TONELADAS de resíduos de plástico. Em limpezas de praias, 70% dos resíduos coletados são de plásticos. Dados mundiais apontam que um em cada 10 animais marinhos morre ao ingerir plásticos. Cerca de 90% das espécies de aves e tartarugas marinhas já ingeriram plásticos. Esses detritos afetam 17% de animais listados como ameaçados ou quase ameaçados de extinção pela União Internacional para a Conservação para a Natureza (UICN). No Brasil, entre 2015 e 2019, foram realizadas 29 MIL necropsias de animais marinhos encontrados mortos entre o litoral do Sul e Sudeste. Desses, 3,7 mil apresentaram algum tipo de detrito não natural no organismo. Aproximadamente 13% tiveram mortes causadas pela ingestão desses resíduos. Infelizmente, 85% desses eram animais ameaçados de extinção. Fonte: “Um Oceano Livre de Plástico: Desafios para Reduzir a Poluição Marinha no Brasil”, Oceana, 2020. Baixe as edições de “O mercado de delivery de refeições e a poluição plástica” e “Um Oceano Livre de Plástico. Desafios para Reduzir a Poluição Marinha no Brasil” no site da Oceana Brasil. Um Oceano Livre de Plástico: Desafios para Reduzir a Poluição Marinha no Brasil A Oceana Fundada em 2001 e presente no Brasil desde 2014, a Oceana é a maior organização não governamental, sem fins lucrativos, focada exclusivamente na defesa dos oceanos. Atua em 11 países e na União Europeia com o objetivo de proteger a biodiversidade marinha e aumentar a abundância dos oceanos por meio de campanhas cientificamente embasadas, que já resultaram em mais de 225 vitórias em todo o mundo. Saiba mais aqui.  in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 29/07/2022

Pesquisa detecta agrotóxicos em alimentos ultraprocessados de origem animal

Continuação do ´Tem Veneno Nesse Pacote´, lançado em 2021 pelo Idec, encontrou agrotóxicos em 58% dos produtos analisados. Primeiro volume já havia detectado resíduos em bebidas, biscoitos e bolachas O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) apresenta resultados do segundo volume de testes sobre a presença de resíduos de agrotóxicos em alimentos ultraprocessados comuns na mesa do brasileiro. Em 2021, foi publicada a primeira edição do estudo onde se evidenciou pela primeira vez um perigo duplo: além de causarem problemas crônicos de saúde, os ultraprocessados também estão contaminados com agrotóxicos. Agora, em 2022, o segundo volume da pesquisa é realizada com o mesmo método científico e metodologia de testagem de agrotóxicos, mas desta vez analisando ultraprocessados de origem animal, como carnes e leites. Foram 24 amostras de produtos de oito categorias de alimentos ultraprocessados que estão entre alguns dos mais consumidos pelos brasileiros, como salsicha, empanado de frango e requeijão. Os resultados foram bastante preocupantes. De 24 ultraprocessados derivados de carnes e leite analisados, 14 apresentaram resíduos de agrotóxicos. Todas as categorias de produtos de carne e 2 das 3 marcas de requeijão apresentaram resíduos desses compostos, entre eles o glifosato, agrotóxico que é considerado como “provável cancerígeno” pela ONU. Apesar de já ter sido proibido em diversos países, no Brasil segue sendo o agrotóxico mais utilizado. Os produtos onde se encontrou mais resíduos de agrotóxicos foram o Empanado de Frango (nugget) Seara, com 5 agrotóxicos, o Requeijão Vigor, com 4 agrotóxicos, e empatados no terceiro lugar do ranking do veneno, estão o Requeijão Itambé e o Empanado de Frango (nugget) Perdigão com 3 agrotóxicos. Já as bebidas lácteas Nescau, Toddy e Pirakids e os iogurtes Activia, Nestlé e Danone não apresentaram resíduos. Ainda assim, a pesquisa do Instituto afirma que é possível que o produto analisado tenha dado resultado negativo para a presença de resíduos nesse lote, mas que o resultado seja diferente para outros lotes. Acesse a cartilha com o estudo completo O Instituto enviou notificações para todas as empresas responsáveis pelos produtos analisados em que foram encontrados agrotóxicos. Os dados também foram enviados ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e comunicados à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), apesar da agência ter a política de só monitorar a presença dessas substâncias em alimentos in natura. Carlota Aquino, diretora executiva do Idec, considera essa brecha no monitoramento de agrotóxicos em ultraprocessados preocupante. “Muitas pesquisas anteriores e inclusive o próprio programa de monitoramento da Anvisa identificaram agrotóxicos em frutas, legumes e verduras in natura, o que pode induzir o consumidor a pensar que esses alimentos são menos seguros do que os ultraprocessados. Nossas pesquisas vêm para expor essa lacuna e para cobrar do governo a realização do monitoramento, a fiscalização, e a ampla divulgação dos resultados das testagens de resíduos de agrotóxicos em alimentos, e a expansão das análises para incluir os ultraprocessados.”, afirma Carlota. O Idec encomendou a análise a um laboratório que é referência nacional, acreditado pelo Inmetro, credenciado no MAPA e utilizado pela Anvisa. O resultado foi organizado pela equipe multiprofissional do Instituto e transformado numa cartilha detalhada. De olho na insustentabilidade do nosso sistema alimentar O alto uso de agrotóxicos é um problema sério, porém, não é o único ponto crítico de nosso sistema alimentar baseado na produção e consumo de ultraprocessados e produtos de origem animal. A expansão insustentável da agricultura, motivada em partes por hábitos alimentares desequilibrados, aumenta a vulnerabilidade humana e dos ecossistemas e tem como consequência a competição por terras e água. Para Rafael Arantes, coordenador do Programa de Consumo Sustentável do Idec, “é preciso avançar nas discussões em relação à inexistência ou lacuna de regulação sobre o assunto, e, especialmente, buscar que o Estado exerça efetivamente seu papel de monitorar e fiscalizar sobre a presença de agrotóxicos. Esses resultados servirão para dar transparência e demandar ações nos setores da sociedade civil, empresas públicas e privadas, e subsidiar as agências reguladoras.” pesquisa detecta agrotóxicos em alimentos ultraprocessados de origem animal Fonte: IDEC Nota: Posicionamento da Vigor A Vigor realiza controles de qualidade com os mais altos padrões encontrados no mercado e, de acordo com o estabelecido na legislação pertinente, controla e examina seus insumos, neste caso, o leite. Sobre o estudo em questão, a empresa informa que não teve acesso a informações importantes para que pudesse, na ocasião, analisar e rastrear o lote do produto citado, tais como data de fabricação e/ou validade do produto, laudo técnico, laboratório onde foi realizada a análise, data de realização do exame e método específico utilizado. A companhia reforça que realiza constantemente programas de controle interno em todas as suas unidades fabris e postos de captação de leite, bem como o monitoramento através de laboratórios credenciados na rede brasileira de qualidade do Leite-RBQL, não tendo verificado a presença de inseticidas, acaricidas e agrotóxicos em seus produtos. Além disso, o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), por meio de coletas do programa nacional, controla constantemente a presença dessas substâncias, estando a Vigor em plena conformidade. A empresa reforça mais uma vez que preza pela saúde e o bem-estar de seus consumidores e tem como prioridade a Segurança dos Alimentos, bem como a garantia da qualidade de seus produtos em todas as etapas da cadeia de produção. in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/07/2022

O alerta de Londres, artigo de Bernardo Egas

Vamos experienciar eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, intensos e desastrosos. Se falharmos na ação climática, as consequências serão catastróficas Na semana passada participei, junto com os meus colegas de turma e professores do Mestrado em Cidades, na London School of Economics and Political Science, da última mega aula presencial, antes da cerimônia de formatura. Tivemos um rico debate sobre nossa jornada acadêmica e, claro, sobre os fenômenos climáticos extremos vivenciados pelos britânicos naquela semana, com ondas de grande calor no Reino Unido e fogos intensos em Portugal, Espanha e França. Pela primeira vez na história do Reino Unido, o serviço de meteorologia britânico emitiu um alerta vermelho, na segunda e terça-feira, 18 e 19 de julho, para calor extremo em partes do centro, norte, leste e sudeste da Inglaterra. Foram registrados 40,3 graus Celsius. A temperatura recorde no Reino Unido era de 38,7°C, atingida no Jardim Botânico de Cambridge a 25 de Julho de 2019. Os sete dias mais quentes do Reino Unido ocorreram a partir do ano 2000, parte de uma tendência climática alarmante. Petteri Taalas, Secretário-Geral da World Meteorological Organization (WMO), afirmou que ondas de calor vão acontecer com mais frequência devido às mudanças climáticas, que têm sido demonstradas nos relatórios do Intergovernmental Panel on Climete Change (IPCC). No decorrer daquela semana, alguns serviços ferroviários foram cancelados enquanto outros correram a velocidades reduzidas por receio de que os trilhos pudessem ceder. O aeroporto de Luton e a base aérea de Brize Norton registraram danos no asfalto das pistas, forçando o encerramento das operações naquela segunda-feira. Em Londres, houve múltiplos incêndios em meio à onda extrema de calor. O caos foi tanto, que o Prefeito de Londres, Sadiq Khan, afirmou que a terça-feira foi o dia mais agitado para o Corpo de Bombeiros da cidade desde a Segunda Guerra Mundial. As correntes de ferro fundido e os pedestais da Ponte Hammersmith, sobre o rio Tâmisa, foram envoltos em papel de alumínio refletivo para protegê-los do sol. As ondas de calor anteriores haviam causado o alargamento de rachaduras no ferro, levantando o medo de que a majestosa, porém corroída, ponte do século XIX pudesse ruir. Em Portugal e Espanha, as temperaturas atingiram picos máximos de cerca de 46 graus Celsius. A onda de calor matou mais de 1.700 pessoas em Portugal e Espanha. Em Portugal, os incêndios começaram em florestas de eucaliptos e pinheiros nas colinas e que, surpreendentemente, seguiram firmes para o litoral. Na região sul do país, no Algarve, destino muito procurado pelos portugueses e turistas, as autoridades tiveram de bloquear o acesso ao resort de luxo Quinta do Lago, à medida que espessas nuvens de fumaça chegavam à região. Em Leiria, ao norte de Lisboa, as autoridades bloquearam uma das principais rodovias porque as chamas e fumaça podiam ser vistas em ambos os lados da estrada, enquanto helicópteros e aeronaves jogavam água para conter o fogo. Na Espanha, foram mais de 30 focos de incêndios ativos, a maioria atingindo as províncias da Extremadura, Galícia e Astúrias. Só na Galícia, o fogo destruiu cerca de 4.500 hectares. Na França, os incêndios devastaram mais de 20.000 hectares de terra nas últimas semanas e, na região de Bordeaux, mais de 16 mil pessoas tiveram de sair de suas casas. Estes fenômenos expõem a vulnerabilidade das infraestruturas urbanas a eventos extremos. Nossas cidades não estão preparadas para enfrentar tamanhas emergências climáticas. Regiões metropolitanas e grandes centros urbanos necessitam de ações estruturantes que fomentem a sua capacidade de adaptação, ou seja, a habilidade de se ajustarem a determinados danos ou a responder às suas consequências. A agenda de mitigação é crucial. Reduzir a emissão de gases de efeito estufa, estimular a diversificação de sumidouros de carbono e desenvolver tecnologias de captura e sequestro de carbono são ações fundamentais para conter o aquecimento global desenfreado. Para além disto, governos ao redor do mundo devem priorizar ações de adaptação, que necessitarão de aportes volumosos de recursos financeiros. Não é apenas uma questão ambiental, é uma questão humanitária. Priorizações orçamentárias devem ser tomadas com vistas à redução das vulnerabilidades da infraestrutura urbana e das pessoas, principalmente os idosos, as crianças e as populações de baixa renda. As consequências “futuras” das mudanças climáticas já são uma realidade do nosso dia a dia. Os especialistas já afirmaram: estes fenômenos climáticos extremos são consequência da emissão descontrolada de gases de efeito estufa na atmosfera. Não temos tempo a perder. Se tudo continuar como agora, vamos experienciar eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, intensos e desastrosos. Se falharmos na ação climática, as consequências serão catastróficas. No campus da London School of Economics, um grande globo terrestre de cabeça para baixo chamava a atenção de todos que participaram da cerimônia de formatura da classe de 2022. Uma obra de arte provocativa, que em conjunto com uma semana absolutamente extrema, reforçou em todos nós a urgência da missão que temos, de entregar políticas públicas econômicas, sociais e ambientais eficazes na transformação do espaço urbano, segundo os preceitos da sustentabilidade e da resiliência climática. 220728 london call * Bernardo Egas é formado em Direito pela PUC e pós-graduado em Liderança e Gestão Pública pelo Centro de Liderança Pública de São Paulo. Na Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, foi subsecretário de Administração, Presidente do PREVI-RIO, Presidente da FOMENTA RIO e Secretário de Meio Ambiente. Atualmente trabalha na Câmara Municipal, como Coordenador de Sustentabilidade. in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/07/2022

Restauração dos ecossistemas para enfrentar as crises de clima e biodiversidade

Enfrentando a tripla ameaça das mudanças climáticas, a perda da natureza e a poluição, o mundo deve cumprir seu compromisso de restaurar pelo menos um bilhão de hectares degradados de terra na próxima década – uma área do tamanho de China. Por Jessica Chiareli Os países também precisam assumir compromissos semelhantes para os oceanos, de acordo com um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), lançado no início da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas 2021-2030. O relatório, Tornando-se #GeraçãoRestauração: restauração de ecossistemas para pessoas, natureza e clima, destaca que a humanidade está usando cerca de 1,6 vezes a quantidade de serviços que a natureza pode fornecer de forma sustentável. Isso significa que os esforços de conservação por si só são insuficientes para evitar o colapso do ecossistema em grande escala e a perda da biodiversidade. Os custos globais de restauração terrestre – não incluindo os custos de restauração de ecossistemas marinhos – são estimados em pelo menos 200 bilhões de dólares por ano até 2030. O relatório descreve que cada 1 dólar investido na restauração cria até 30 dólares em benefícios econômicos. Os ecossistemas que requerem restauração urgente incluem fazendas, florestas, pastagens e savanas, montanhas, turfeiras, áreas urbanas, água doce e oceanos. Comunidades que vivem em quase dois bilhões de hectares degradados incluem algumas das áreas mais pobres e marginalizadas do mundo. “Este relatório apresenta o motivo pelo qual todos devemos apoiar um esforço global de restauração. Com base nas mais recentes evidências científicas, ele define o papel crucial desempenhado pelos ecossistemas, de florestas e terras agrícolas a rios e oceanos, e mapeia as perdas que resultam de uma gestão deficiente do planeta”, escrevem a Diretora Executiva do PNUMA, Inger Andersen, e o Diretor Geral da FAO, QU Dongyu, no prefácio do relatório. “A degradação já está afetando o bem-estar de cerca de 3,2 bilhões de pessoas – ou seja, 40% da população mundial. A cada ano, perdemos serviços ecossistêmicos que valem mais de 10% de nossa produção econômica global”, acrescentaram, enfatizando que “ganhos massivos nos aguardam”, se revertermos essas tendências. A restauração do ecossistema é o processo de interromper e reverter a degradação, resultando em ar e água mais limpos, mitigação de condições climáticas extremas, melhor saúde humana e biodiversidade recuperada, incluindo melhor polinização de plantas. A restauração abrange um amplo continuum de práticas, desde o reflorestamento até a reumidificação de turfeiras e a reabilitação de corais. Ela contribui para o alcance de vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo saúde, água limpa e paz e segurança, e para os objetivos das três “Convenções do Rio” sobre Clima, Biodiversidade e Desertificação. Ações que previnam, interrompam e revertam a degradação são necessárias para cumprir a meta do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura global bem abaixo de 2 graus Celsius. A restauração, se combinada com a interrupção de novas conversões de ecossistemas naturais, pode ajudar a evitar 60% das extinções de biodiversidade esperadas. Pode ser altamente eficiente na produção de vários benefícios econômicos, sociais e ecológicos simultaneamente – por exemplo, a agrossilvicultura sozinha tem o potencial de aumentar a segurança alimentar para 1,3 bilhão de pessoas, enquanto os investimentos em agricultura, proteção de manguezais e gestão da água ajudarão na adaptação às mudanças climáticas, com benefícios em torno de quatro vezes o investimento original. O monitoramento confiável dos esforços de restauração é essencial, tanto para monitorar o progresso quanto para atrair investimentos públicos e privados. Em apoio a esse esforço, a FAO e o PNUMA também lançam hoje o Digital Hub para a Década da ONU, que inclui o Marco para o Monitoramento da Restauração de Ecossistemas. O Marco permite que os países e comunidades meçam o progresso dos projetos de restauração nos principais ecossistemas, ajudando a construir conhecimento e confiança nos esforços de restauração. Também incorpora a Plataforma de Iniciativas de Restauração de Terras Secas, que coleta e analisa dados, compartilha lições e auxilia no desenho de projetos de restauração de terras áridas e uma ferramenta de mapeamento geoespacial interativa para avaliar os melhores locais para restauração florestal. A restauração deve envolver todas as partes interessadas, incluindo indivíduos, empresas, associações e governos. Crucialmente, deve respeitar as necessidades e direitos dos Povos Indígenas e das comunidades locais e incorporar seus conhecimentos, experiências e capacidades para garantir que os planos de restauração sejam implementados e mantidos. in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 04/06/2021

Compreenda o valor dos ecossistemas e porque eles são importantes para nós

Metade do PIB mundial depende da natureza e cada dólar investido em restauração gera até 30 dólares em benefícios econômicos UNEP O cenário A restauração e outras soluções naturais podem fornecer um terço da mitigação necessária até 2030 para manter o aquecimento global abaixo de 2 graus e, ao mesmo tempo, ajudar as sociedades e economias a se adaptarem às mudanças climáticas. Restaurar 15% das terras convertidas nos lugares certos pode evitar 60% das extinções de espécies projetadas. A restauração de ecossistemas contribui para a realização de todos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até a data-alvo de 2030, incluindo a eliminação da pobreza e da fome. O valor dos ecossistemas Metade do PIB mundial depende da natureza e cada dólar investido em restauração gera até 30 dólares em benefícios econômicos. As florestas fornecem água potável para um terço das maiores cidades do mundo; elas também suportam 80%, 75% e 68% de todas as espécies de anfíbios, pássaros e mamíferos, respectivamente. Pelo menos 2 bilhões de pessoas dependem do setor agrícola para sua subsistência, principalmente as populações pobres e rurais. As turfeiras armazenam quase 30% do carbono global do solo. As árvores nas ruas proporcionam uma redução de cerca de 0,5 a 2,0 ° C nas temperaturas máximas do ar no verão, beneficiando pelo menos 68 milhões de pessoas. Degradação de ecossistemas A degradação dos ecossistemas já está afetando o bem-estar de pelo menos 3,2 bilhões de pessoas – 40% da população mundial. Todos os anos, o mundo perde 10 milhões de hectares de florestas – uma área do tamanho da República da Coréia, ou duas vezes o tamanho da Costa Rica. A erosão do solo e outras formas de degradação estão custando ao mundo mais de US$ 6 trilhões por ano em perda de produção de alimentos e outros serviços ecossistêmicos. Cerca de 30% dos ecossistemas naturais de água doce desapareceram desde 1970. Um terço dos estoques globais de peixes está sobre-explorado, contra 10% em 1974. Impactos da degradação de ecossistemas no bem-estar humano Cerca de US$10 trilhões no PIB global podem ser perdidos até 2050 se os serviços ecossistêmicos continuarem diminuindo. A degradação da terra poderia reduzir a produtividade global de alimentos em 12%, fazendo com que os preços dos alimentos disparassem em até 30% até 2040. Prevê-se que até 700 milhões de pessoas migrarão devido à degradação da terra e às mudanças climáticas até 2050. O declínio na fertilidade do solo nos campos de milho custa aos agricultores dos EUA cerca de meio bilhão de dólares por ano em fertilizantes extras. A degradação do ecossistema pode aumentar o contato entre humanos e animais selvagens e tem sido associada a surtos de doenças. Oportunidades e benefícios de restauração de ecossistemas Oportunidades de restauração podem ser encontradas em 2 bilhões de hectares de áreas florestais desmatadas e degradadas em todo o mundo – uma área maior do que a América do Sul. Cumprir a meta do Desafio de Bonn de restaurar 350 milhões de hectares de terras degradadas e desmatadas em todo o mundo poderia gerar até US$ 9 trilhões em benefícios líquidos. A restauração por meio da agrossilvicultura sozinha tem o potencial de aumentar a segurança alimentar para 1,3 bilhão de pessoas. A restauração dos recifes de coral na Mesoamérica e na Indonésia poderia gerar um adicional de US$ 2,5 a 2,6 bilhões em benefícios de serviços ecossistêmicos por ano. A restauração de florestas e outros ecossistemas de bacias hidrográficas pode economizar US$ 890 milhões por ano em custos de tratamento de água para as concessionárias das maiores cidades do mundo. in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 04/06/2021

EcoDebate - Edição 3.884 de 29 / julho / 2022

Desejamos a todos(as) um bom dia e uma boa leitura Paixões brasileiras Esse espírito emotivo aparece nas paixões brasileiras pela música (a idolatria dos fãs pela celebridades cantantes), pelo seu time de futebol e mais recentemente pelo modo passional de ver a política, também Ondas de calor aceleram o degelo do permafrost do Ártico Na região mais setentrional da Terra, o permafrost ártico está derretendo em ritmo acelerado Estudo revela aumento de 46% de plástico no delivery de comida A maior parte do plástico entregue com as refeições não é reciclada. Pandemia desenfreou o consumo de embalagens e de outros itens descartáveis pelo setor Pesquisa detecta agrotóxicos em alimentos ultraprocessados de origem animal Pesquisa do Idec, encontrou agrotóxicos em 58% dos produtos analisados. Primeiro volume já havia detectado resíduos em bebidas, biscoitos e bolachas O alerta de Londres Vamos experienciar eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, intensos e desastrosos. Se falharmos na ação climática, as consequências serão catastróficas Restauração dos ecossistemas para enfrentar as crises de clima e biodiversidade Enfrentando a tripla ameaça das mudanças climáticas, a perda da natureza e a poluição, o mundo deve cumprir seu compromisso de restaurar pelo menos um bilhão de hectares degradados de terra na próxima década Compreenda o valor dos ecossistemas e porque eles são importantes para nós Metade do PIB mundial depende da natureza e cada dólar investido em restauração gera até 30 dólares em benefícios econômicos

Mostra Ecofalante exibe filmes de 35 países e presta homenagem aos cineastas Jacques Perrin e Sarah Maldoror

Mais importante evento sul-americano dedicado à temática socioambiental apresenta 106 filmes. Evento acontece de 27/07 a 17/08, de forma híbrida e gratuita em mais de 30 cinemas e espaços culturais da cidade de São Paulo Uma homenagem ao diretor e ator Jacques Perrin, retrospectiva dedicada à cineasta Sarah Maldoror, celebração dos 40 anos do filme “Koyaanisqatsi”, competição latino-americana com 35 títulos, um amplo panorama internacional recente, o concurso de curtas-metragens brasileiros assinados por estudantes, sessões especiais, debates, masterclass e entrevistas exclusivas. Este é o rico cardápio da 11ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema, que exibe de 27 de julho a 17 de agosto, em salas paulistanas e de forma online, um total de 106 filmes. Considerado como o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado às temáticas socioambientais, o festival é totalmente gratuito e sua programação se espalha por diferentes espaços: Reserva Cultural, Circuito Spcine (Biblioteca Roberto Santos, CCSP, CEU Perus e CFC Cidade Tiradentes) e Cinemateca Brasileira, além de Casas de Cultura, Oficinas Culturais, Centros Culturais e Fábricas de Cultura. Atividades virtuais podem ser acessadas através do endereço www.ecofalante.org.br. Em 2022 o programa Panorama Internacional Contemporâneo está organizado a partir dos eixos Ativismo, Biodiversidade, Economia, Emergência Climática, Povos & Lugares e Trabalho, além de sessões especiais. Estão incluídos os indicados ao Oscar “Ascensão” e “Escrevendo com Fogo” (este também premiado em Sundance), além de filmes premiados nos festivais de Locarno (“Mil Incêndios”) e HotDocs (“Escola da Esperança” e “Ostrov – A Ilha Perdida”). O Panorama promove ainda a exibição especial de três produções: a aclamada série “Uprising”, de Steve McQueen e James Rogan, e os elogiados longas-metragens “Geração Z”, de Liz Smith, e “Searchers: O Amor Está nas Redes”, de Pacho Velez. A Homenagem a Jacques Perrin (1941-2022) exibe quatro de seus sucessos, um como produtor (“Microcosmos”) e três como codiretor: “As Estações”, “Oceanos” e “Migração Alada”, este último indicado ao Oscar. A Retrospectiva Sarah Maldoror (1929-2020) se dá no marco dos 50 anos de “Sambizanga” (1972), obra-prima vencedora de dois prêmios no Festival de Berlim. O filme, sobre o movimento de libertação angolano, é o primeiro longa-metragem filmado na África por uma mulher negra. O evento organizou uma programação em torno da cineasta reunindo alguns de seus títulos mais icônicos, que tratam, sob diversos aspectos, de questões referentes à história e cultura africanas ou de povos com fortes raízes naquele continente. Clássico contemporâneo e marco do cinema socioambiental, o longa “Koyaanisqatsi”, de Godfrey Reggio, é celebrado pelo evento, por ocasião dos 40 anos de sua realização. Uma sessão especial é dedicada a “Adeus, Capitão”, o mais recente longa do cineasta Vincent Carelli. Com registros colhidos ao longo de várias décadas, é o fecho da trilogia iniciada com o premiado “Corumbiara”. Na Competição Latino-Americana participam o argentino “Esqui”, prêmio da crítica na seção Fórum do Festival de Berlim, e “A Montanha Lembra” (Argentina/México), ganhador da competição internacional de curtas do É Tudo Verdade. Competem ainda obras premiadas no Festival de Cannes (“Céu de Agosto”, de Jasmin Tenucci), no Bafici-Buenos Aires (“A Opção Zero”, uma coprodução Cuba/Colômbia) e no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (“Rolê – Histórias dos Rolezinhos”, de Vladimir Seixas, “Lavra”, de Lucas Bambozzi, e “Ocupagem”, de Joel Pizzini). Outra competição, o Concurso Curta Ecofalante, reúne curtas-metragens cujos temas dialogam com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e são assinados por alunos de instituições de ensino brasileiras. Participam produções de São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. A programação da 11ª Mostra Ecofalante de Cinema apresenta ainda um ciclo de debates e uma masterclass, além de uma série de entrevistas exclusivas com realizadores dos filmes, conduzidas pela documentarista e jornalista Flávia Guerra e, na série Ecofalante/WWF-Brasil, pelas jornalistas Marcela Fonseca e Gabriela Yamaguchi. Especial 40 Anos de “Koyaanisqatsi” Celebrando os 40 anos de “Koyaanisqatsi”, a Mostra Ecofalante de Cinema exibe este hipnotizante longa-metragem, um verdadeiro marco do cinema socioambiental. Lançado no Festival de Berlim, é o filme de estreia do diretor norte-americano Godfrey Reggio. Trata-se de um ensaio visual que narra o impacto destrutivo do modo de vida moderno no meio ambiente. Impressionou o público e a crítica por ser um retrato clarividente sobre o impacto da dita civilização sobre o planeta e a natureza, tudo sem precisar dizer uma palavra. Tem grande destaque sua impactante trilha musical, assinada por Philip Glass, um dos compositores mais influentes do final do século 20. Sessão Especial de “Adeus Capitão” Gravado ao longo de 25 anos, “Adeus, Capitão” (2022), marca o capítulo final de uma trilogia desenvolvida pelo cineasta – e também antropólogo e indigenista – Vincent Carelli, que já rendeu os elogiados e premiados “Corumbiara” (2009) e “Martírio” (2016). Codirigido com Tatiana “Tita” Almeida, o novo longa-metragem do realizador reflete sobre os males da aculturação nas populações indígenas no Brasil ao apresentar 70 anos de registros do povo Gavião, partindo do primeiro contato dos então isolados indígenas com os “kupên” (brancos). A obra tem como protagonista o “Capitão” Krohokrenhum, que conta para suas netas a sua história. Finalizado após a morte do Capitão, o filme é a devolução póstuma destes registros. Krohokrenhum deixa sua sombra e conduz, em canto solo, as novas gerações. Panorama Internacional Contemporâneo Reunindo em 2022 um total de 45 produções, representando 29 países, o Panorama Internacional Contemporâneo está organizado nos seguintes eixos temáticos: “ativismo”, “biodiversidade”, “economia”, “emergência climática”, “povos & lugares” e “trabalho”. Assinado pelos mesmos produtores de “Uma Verdade Inconveniente”, “Indústria Americana” e “Roma”, “Demônios Invisíveis” (2021), foi lançado no Festival de Cannes e trata dos efeitos do aquecimento global em Delhi, capital da Índia. É o segundo longa-metragem dirigido por Rahul Jain, cuja estreia, “Máquinas” (2016), foi vencedor do grande prêmio do júri no Festival de Sundance. O longa integra o eixo “emergência climática” ao lado de “Uma Vez Que Você Sabe” (2020), do documentarista Emmanuel Cappellin. Trata-se de um alerta: para uma parte dos cientistas, a oportunidade de evitar mudanças climáticas catastróficas já passou. A obra, exibida em eventos na Itália, Reino Unido e Hong Kong, coloca a pergunta: como se adaptar ao colapso? Demônios Invisíveis No eixo “ativismo” do Panorama Internacional Contemporâneo está “Escrevendo com Fogo” (2021), sobre o primeiro e único jornal diário da Índia dirigido por mulheres. Sua equipe tem quebrado tradições, seja na linha de frente da cobertura dos maiores problemas do país ou dentro de suas casas. Dirigido por Rintu Thomas e Sushmit Ghosh, o filme foi vencedor do prêmio do público e prêmio especial do júri no Festival de Sundance, tendo ainda sido eleito como melhor documentário no Festival de São Francisco. No mesmo eixo curatorial, está presente também o recente “Até o Fim” (2022), de Rachel Lears, diretora revelada internacionalmente por “Virando a Mesa do Poder” (2019), que no Festival de Sundance venceu o prêmio do público. Seu novo filme focaliza quatro notáveis ​​jovens mulheres que lutam por um Green New Deal, o marco legal apresentado em 2019 nos Estados Unidos que considera o meio ambiente como uma das principais preocupações da atualidade. Elas iniciaram uma mudança histórica na política climática daquele país. “Animal” (2021) é a mais recente obra do diretor – e conhecido escritor – francês Cyril Dion, que conquistou reputação internacional com “Amanhã” (2015), documentário que levou mais de um milhão de franceses ao cinema e foi atração de abertura da 6ª Mostra Ecofalante de Cinema. Aqui, ele aborda, a partir de dois jovens ativistas, uma geração convencida de que seu futuro está em perigo. O longa foi lançado no Festival de Cannes e integra o eixo “biodiversidade” do Panorama Internacional Contemporâneo. Na mesma seção está “Birds of America” (2021), de Jacques Loeuille, selecionado para o Festival de Roterdã, na Holanda. O longa focaliza a obra do naturalista John James Audubon (1785-1851), que revolucionou o mundo da ornitologia com seu livro antológico “Birds of America”. É ainda um alerta ao mostrar o quanto foi perdido em um tempo relativamente curto por causa da industrialização, da ganância e da indiferença. No eixo curatorial “economia” estão “Ascensão”, de Jessica Kingdon, e “A Rota do Mármore”, de Sean Wang. Indicado ao Oscar de melhor documentário, “Ascensão” (2021) oferece um impressionante retrato do “Sonho Chinês”, expressão cunhada pelo Secretário-Geral do Partido Comunista e presidente da China Xi Jinping. A obra expõe a busca paradoxal por riqueza e progresso na China do século 21. Já “A Rota do Mármore” (2021) percorreu os mais prestigiosos festivais internacionais de documentários – como IDFA-Amsterdã, Visions du Réel (Suíça), CPH:DOX (Dinamarca) e Hot Docs (Canadá). O documentário acompanha a odisseia do mármore branco, extraído em larga escala na Grécia e cujo consumo global é impulsionado pelo mercado interno chinês. É também uma investigação sobre o papel da China enquanto “compradora do mundo”. Eleito como o documentário mais inovador do ponto de vista estético-formal da Semana da Crítica do Festival de Locarno, “Mil Incêndios” (2021), do cineasta palestino-britânico Saeed Taji Farouky, conta a história de uma família de Mianmar, que pratica a extração manual de petróleo. A obra está incluída no eixo Povos & Lugares do Panorama Internacional Contemporâneo da 11ª Mostra Ecofalante de Cinema, ao lado de “Drama Telúrico” (2020). Este filme do diretor Riar Rizaldi investiga histórias alternativas da Indonésia através de uma ruminação de ruínas coloniais, o papel da tecnologia e o poder invisível da ancestralidade indígena, tendo sido selecionado para os festivais de Roterdã e DOK Leipzig (Alemanha). No eixo curatorial “trabalho”, destacam-se três produções. Em “Jobs For All!” (2021), a dupla sueca Axel Danielson e Maximilien Van Aertryck – de “Hopptornet” (2016), exibido nos festivais de Berlim e Sundance – utiliza variado material de arquivo e o “Bolero”, de Maurice Ravel, para construir uma jornada pela história moderna do trabalho humano. Já “The Gig Is Up: O Mundo É uma Plataforma” (2021) traz à tona as histórias dos trabalhadores por trás dos trabalhos da economia GIG, que engloba as formas de emprego alternativo. São milhões de pessoas atuando desde em serviços de entrega de comida e transporte por aplicativo até na marcação de imagens para a inteligência artificial. Dirigido pela canadense Shannon Walsh, o longa percorreu o circuito internacional de documentários, sendo exibido nos prestigiosos festivais IDFA-Amsterdã, Hot Docs (Canadá), CPH:DOX (Dinamarca) e Dokufest (Kosovo). “Regresso a Reims (Fragmentos)” é um elogiado estudo sociológico da classe trabalhadora francesa nos últimos 70 anos. A atriz e ativista LGBTQIA+ Adèle Haenel (premiada no Festival de Berlim e duas vezes no Festival Sesc Melhores Filmes) é responsável pela interpretação dos textos incluídos no filme, que participou da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes. Seu diretor, Jean-Gabriel Périot, assina 28 títulos a partir de 2000, incluindo “Nos Défaites” (2019), vencedor do Prêmio C.I.C.A.E. no Festival de Berlim. Em programação especial, estão incluídos ainda no Panorama Internacional Contemporâneo três produções reconhecidas planetariamente: “Uprising” (2020), série dirigida pelos britânicos Steve McQueen e James Rogan, “Geração Z” (2021), de Liz Smith, e “Searchers: O Amor Está nas Redes” (2020), de Pacho Velez. Com exibição de seus três episódios, somando 180 minutos, “Uprising” examina eventos passados no Reino Unido em 1981: o fogo de New Cross, que vitimou 13 jovens negros; o primeiro protesto de massas organizado por cidadãos britânicos negros, no seguimento desse fogo, que ficou conhecido como “Black People’s Day of Action” e que juntou 20 mil pessoas; e os motins de Brixton, uma série de confrontos entre jovens negros e a polícia metropolitana de Londres. O codiretor Steve McQueen consagrou-se mundialmente com “12 Anos de Escravidão”, vencedor de três prêmios Oscar e outras 242 premiações. É também o criador e diretor da premiada série “Small Axe”, que estreou no Brasil em 2020. “Geração Z” (2021) examina como a revolução digital está impactando nossa sociedade, nosso cérebro e nossa saúde mental. E como as forças que a impulsionam estão trabalhando contra a humanidade e nos colocaram em uma trajetória perigosa, que tem enormes ramificações para esta primeira geração crescendo com a tecnologia digital móvel. Exibido no Festival de Sundance, “Searchers: O Amor Está nas Redes” mostra uma ampla gama de pessoas de todas as idades que decidiram encontrar seu parceiro ideal online, sejam elas novatas ou especialistas nessas ferramentas tecnológicas. Seu diretor, o cultuado documentarista Pacho Velez, tem no currículo “The American Sector” (2020), exibido no Festival de Berlim, “Manakamana” (2013), vencedor da competição Cineasta do Presente do Festival de Locarno, e “The Reagan Show” (2017), exibido no Festival de Tribeca. Homenagem a Jacques Perrin A 11ª Mostra Ecofalante de Cinema promove homenagem ao ator e diretor francês Jacques Perrin, falecido no último mês de abril, aos 80 anos. Conhecido pelo papel de Totó em “Cinema Paradiso” (1988), Perrin participou de mais de 130 filmes e séries ao longo da carreira, incluindo uma indicação ao Oscar por “Z” (1969). Mas ele também se transformou em ardoroso defensor da natureza e foi responsável por produções que encantam amplas plateias mundo afora. Todos os três longas-metragens que dirigiu, e um que produziu, estão incluídos na programação do evento. Exibido com sucesso na Mostra Ecofalante de Cinema em 2018, “As Estações” (2015) refaz a história da floresta europeia desde o final da última era glacial até nossos dias, abordando a questão das convulsões causadas pelas atividades humanas. Uma fascinante viagem pela natureza microscópica, “Microcosmos” (1996) foi produzido por Perrin, que é também narrador, ao lado da atriz indicada ao Oscar Kristin Scott Thomas. A obra foi vencedora do grande prêmio técnico no Festival de Cannes e do prêmio do público no Festival de Locarno. Indicado ao Oscar de melhor documentário, “Migração Alada” (2001), uma codireção com Jacques Cluzaud e Michel Debats, acompanha a migração de diversas espécies de pássaros, de todos continentes do planeta. Já “Oceanos” (2009) revela diversos mistérios escondidos nas águas, hábitos de vida das criaturas marinhas e os perigos que as cercam. Retrospectiva Sarah Maldoror Celebrando o cinquentenário de realização do longa-metragem “Sambizanga”, a programação da Mostra Ecofalante de Cinema apresenta uma retrospectiva de obras de sua diretora, a francesa Sarah Maldoror (1929-2020). Considerada como a primeira mulher de ascendência africana a dirigir um longa-metragem na África, ela é intitulada por muitos como “a mãe do cinema africano”. Sua obra é reverenciada como exemplo de cinema militante e, ao mesmo tempo, dotada de traços de grande singularidade. Com 41 filmes realizados no período de 1968 a 2009, entre eles quatro longas-metragens, sua carreira foi dedicada a valorizar e promover a perspectiva dos povos negros sobre a cultura e os acontecimentos históricos. Segundo ela, sua motivação seria “pesquisar filmes sobre a história africana, porque nossa história foi escrita por outros, não por nós”. Duplamente premiado no Festival de Berlim, “Sambizanga” (1972) mereceu cópia restaurada em 2021 sob os auspícios da Film Foundation, entidade voltada à preservação de filmes criada pelo diretor Martin Scorsese. É esta versão restaurada, inédita no Brasil, que é exibida pelo evento. O filme, baseado na obra de José Luandino Vieira, focaliza a figura de Domingos Xavier, operário angolano e ativista anticolonial que foi preso e torturado até à morte, em 1961, pela polícia política portuguesa. O longa é conduzido pela perspectiva de Maria, sua companheira. A Retrospectiva Sarah Maldoror traz outros três títulos. No curta-metragem “Monangambé“ (1968) a luta de libertação da África lusófona é vista pela primeira vez representada na história do cinema de ficção. “Aimé Césaire, A Máscara das Palavras” (1976) é um retrato do poeta, humanista e cantor da negritude Aimé Césaire, autodenominado “um negro rebelde, um escritor para quem o ato poético é um ato de liberdade”. Já “Uma Sobremesa para Constance” (1980) utiliza-se da comédia como forma de combater estereótipos racistas. “Retrato de uma Mulher Africana” (1985), por sua vez, propõe uma reflexão sobre o papel da mulher africana na organização social, fundada sob ideais de solidariedade comunitária. Competição Latino-Americana Para a Competição Latino-americana da 11ª Mostra Ecofalante de Cinema foram selecionados 35 filmes, sendo 15 longas e 20 curtas-metragens. Eles representam seis países da região: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba e México. O júri que delibera sobre os melhores títulos nestas duas categorias é formado por Amaranta Cesar, professora e programadora do festival Cachoeira Doc, pela cineasta e jornalista Ceci Alves e pela curadora, professora e documentarista Tetê Mattos. Os longas-metragens selecionados são os seguintes: “A Mãe de Todas as Lutas” (Brasil-RJ, 2021) – Susanna Lira “A Opção Zero” (Cuba/Colômbia, 2020) – Marcel Beltrán “A Praia do Fim do Mundo” (Brasil-CE, 2021) – Petrus Cariry “Borom Taxi” (Argentina, 2021) – Andrés Guerberoff “Cruz” (México, 2021) – Teresa Camou Guerrero “Esqui” (Argentina, 2021) – Manque La Banca “Husek” (Argentina, 2021) – Daniela Seggiaro “Lavra” (Brasil-MG, 2021) – Lucas Bambozzi “Muribeca” (Brasil-PE, 2020) – Alcione Ferreira e Camilo Soares “Ninho” (“Nidal”, Chile, 2021) – Josefina Pérez-García e Felipe Sigala “O Bem Virá” (Brasil-PE, 2020) – Uilma Queiroz “Panorama” (Brasil-SP, 2021) – Alexandre Leco Wahrhaftig “Pobo ‘Tzu’ – Noite Branca” (México, 2021) – Tania Ximena e Yollotl Alvarado “Rolê – Histórias dos Rolezinhos” (Brasil-RJ, 2021) – Vladimir Seixas “Vai Acabar” (Argentina, 2021) – David Blaustein e Andrés Cedrón. Já a relação dos curtas-metragens selecionados é a seguinte: “0,2 Miligramas de Ouro” (Brasil-RJ, 2021) – Diego Quindere de Carvalho “A Felicidade do Motociclista Não Cabe em Seu Traje” (México, 2021, 10) – Gabriel Herrera “A Montanha Lembra” (Argentina/México, 2021) – Delfina Carlota Vazquez “Aurora – A Rua Que Queria Ser um Rio” (Brasil-SP, 2021) – Radhi Meron “Céu de Agosto” (Brasil-SP/Islândia, 2021) – Jasmin Tenucci “Chichiales” (México, 2021) – José López Arámburo “Curupira e a Máquina do Destino” (Brasil-AM/França, 2021) – Janaina Wagner “Flores da Planície” (México, 2021) – Mariana Xochiquétzal Rivera “Kaapora – O Chamado das Matas” (Brasil-BA, 2020) – Olinda Muniz Silva Wanderley “LOOP” (Argentina/Espanha, 2021) – Pablo Polledri “Mar Concreto” (Brasil-RJ, 2021) – Julia Naidin “Mensageiras da Amazônia: Jovens Munduruku Usam Drone e Celular para Resistir às Invasões” (Brasil-PA, 2022) – Joana Moncau, Elpida Nikou e Coletivo Audiovisual Munduruku Daje Kapap Eypi “Montanha Dourada” (Brasil-AP, 2021) – Cassandra Oliveira “Natureza Moderna” (Argentina/Colômbia, 2021) – Maia Gattás Vargas “O Elemento Tinta” (Brasil-SP, 2021) – Luiz Maudonnet e Iuri Salles “Ocupagem” (Brasil-SP, 2021) – Joel Pizzini “Portugal Pequeno” (Brasil-RJ, 2021) – Victor Quintanilha “Ser Feliz no Vão” (Brasil-RJ, 2020) – Lucas H. Rossi dos Santos “Terra Nova” (Brasil-AM, 2021) – Diego Bauer “Two-Spirit” (Colômbia, 2021) – Mónica Taboada-Tapia. Concurso Curta Ecofalante Produções de alunos de ensino superior, ensino médio, cursos técnicos e cursos livres de cinema participam do Concurso Curta Ecofalante. As temáticas dos filmes devem estar relacionadas a pelo menos um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas para tornar as cidades mais inclusivas e sustentáveis. As 15 obras selecionadas concorrem a um prêmio no valor de R$ 4 mil e ao prêmio do público. Nessa 11ª edição do evento, o júri é formado pela pesquisadora e professora da UFMG Cláudia Mesquita, por Joyce Cursino, jornalista e diretora do festival Telas em Movimento, e pelo cineasta Gabriel Martins (do longa “No Coração do Mundo”). Os títulos selecionados são os seguintes: * “[O Vazio Que Atravessa]” (Brasil-SP, 2021) – Fernando Moreira * “Como Respirar Fora d’Água” (Brasil-SP, 2021) – Júlia Fávero e Victoria Negreiros * “Crescer Onde Nasce o Sol” (Brasil-PE, 2021) – Xulia Doxágui * “Elos Positivos” (Brasil-SP, 2021) – Eduardo Oliveira * “Lua, Mar” (Brasil-SP, 2021) – Agua * “Meu Arado, Feminino” (Brasil-MG, 2021) – Marina Polidoro Marques * “Não Me Chame Assim” (Brasil-SP, 2020) – Diego Migliorini * “Neguinho” (Brasil-RJ, 2020) – Marçal Vianna * “O Abebé Ancestral” (Brasil-BA, 2020) – Paulo Ferreira * “O Andar de Cima” (Brasil-SP, 2021) – Tomás Fernandes da Silva * “Okofá” (Brasil-SP, 2021) – Pedro Henrique Martins, Rafael Rodrigues, Daniela Caprine, Mariana Bispo e Thamires Case * “Papa-Jerimum” (Brasil-RN, 2021) – Harcan Costa e Clara Leal * “Quem Saiu Para Entrega?” (Brasil-SC, 2021,) – Evaldo Cevinscki Neto, Leonardo Roque Machado e Paula Roberta de Souza * “Tá Foda” (Brasil-RS, 2020) – Aline Golart, Denis Souza, Fernanda Maciel, Icaro Castello, Ligia Torres e Victoria Sugar * “Yãy Tu Nunãhã Payexop: Encontro de Pajés” (Brasil-MG, 2021) – Sueli Maxakali. Debates, masterclass e entrevistas A 11ª Mostra Ecofalante conta com oito debates que reúnem ativistas, especialistas e outros convidados especiais para discutir as seis temáticas do Panorama Internacional Contemporâneo (ativismo, biodiversidade, economia, emergência climática, povos&lugares e trabalho), além da obra da cineasta Sarah Maldoror e da sessão especial Sociedade e Redes. A programação incluirá debates presenciais e online – mais informações serão divulgadas em breve. No dia 3 de agosto, quarta-feira, acontece em parceria com a Spcine a masterclass “Cinema de Impacto: Filmes para Mudar o Mundo”, ministrada pelo francês Jean-François Camilleri, produtor internacional de filmes como “A Marcha dos Pinguins” e “Oceanos”. A atividade é online e gratuita e propõe uma discussão sobre o cinema de impacto para produtores, realizadores, distribuidores e estudantes interessados. O link para as inscrições será divulgado em breve através das redes sociais e do site da Mostra Ecofalante. A programação do evento inclui ainda uma série de entrevistas exclusivas com realizadores e protagonistas dos filmes “Geração Z”, “Animal”, “Uma Vez Que Você Sabe”, “Lavra”, “Rolê – Histórias dos Rolezinhos”, “Demônios Invisíveis, “A Rota do Mármore”, “A Mãe de Todas as Lutas”, “A Praia do Fim do Mundo”, “O Bem Virá” e “Muribeca”, além de Jacques Cluzaud, co-realizador dos filmes de Jacques Perrin, e de Annouchka de Andrade, filha da diretora Sarah Maldoror. As entrevistas são conduzidas pela documentarista e jornalista Flávia Guerra e, na série Ecofalante/WWF-Brasil, pelas jornalistas Marcela Fonseca e Gabriela Yamaguchi. Todas as informações sobre exibições e demais atividades do evento poderão ser encontradas na plataforma Ecofalante: www.ecofalante.org.br. O evento promove parte de sua programação em cidades do interior paulista, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, conforme o seguinte calendário: * Piracicaba (SP) – de 2 a 20 de agosto * Lorena (SP) – de 16 a 26 agosto * Belo Horizonte – de 10 a 31 de agosto * Porto Alegre – de 25 de agosto a 7 de setembro. A Mostra Ecofalante de Cinema é viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Tem a apresentação da Valgroup, patrocínio do Governo do Estado de São Paulo, do Mercado Livre e da Spcine, empresa pública de fomento ao audiovisual vinculada à Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, e apoio da White Martins, IHS Brasil e Comerc Energia. É uma produção da Doc & Outras Coisas e coprodução da Química Cultural. A realização é da Ecofalante, da Secretaria Especial de Cultura e do Ministério do Turismo. serviço: 11ª Mostra Ecofalante de Cinema de 27 de julho a 17 de agosto de 2022 gratuito apresentação: Valgroup patrocínio: Governo do Estado de São Paulo, Mercado Livre e Spcine apoio: White Martins, IHS Brasil e Comerc Energia produção: Doc & Outras Coisas coprodução: Química Cultural realização: Ecofalante, Secretaria Especial de Cultura e Ministério do Turismo salas Reserva Cultural – Av Paulista 900, Bela Vista – São Paulo Circuito Spcine Lima Barreto (Centro Cultural São Paulo) – Rua Vergueiro 1000, Paraíso – São Paulo Circuito Spcine Paulo Emílio (Centro Cultural São Paulo) – Rua Vergueiro 1000, Paraíso – São Paulo Cinemateca Brasileira – Sala Grande Otelo – Praça Sen. Raul Cardoso 207, V. Clementino – São Paulo Casas de Cultura, Oficinas Culturais, Centros Culturais, Fábricas de Cultura Redes sociais www.facebook.com/mostraecofalante www.twitter.com/mostraeco www.youtube.com/mostraecofalante www.instagram.com/mostraecofalante Dados sobre o filme ESPECIAL 40 ANOS DE “KOYAANISQATSI” * “Koyaanisqatsi” (EUA, 1982, 87 min) – Godfrey Reggio As relações entre os seres humanos, a natureza, o tempo e a tecnologia. Cidade, campo, paisagem, rotina, pessoas, construções, destruição. Exibido no Festival de Berlim; prêmio do público no Festival de Varsóvia e na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. SESSÃO ESPECIAL * “Adeus, Capitão” (Brasil-PE, 2022, 177 min) – Vincent Carelli e Tatiana “Tita” Almeida O “Capitão” Krohokrenhum, líder do povo indígena Gavião, conta para suas netas a sua história. Das guerras de “índio bravo” ao contato com o “homem branco”, da hecatombe do contágio ao fim do mundo Gavião, ele conduz um movimento de reconstrução da memória de seu povo – acompanhado pela câmera de Vincent Carelli desde as primeiras gravações em fitas de vídeo VHS. Finalizado, após a partida do Capitão, o filme é a devolução póstuma destes registros. Krohokrenhum deixa sua sombra e conduz, em canto solo, as novas gerações. Exibido no É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários e na CineOP. PANORAMA INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEO Ativismo * “As Formigas e o Gafanhoto” (“The Ants and the Grasshopper”, Malawi, 2021, 76 min) – Raj Patel e Zak Piper Anita Chitaya tem um dom: ela sabe produzir comida abundante a partir de um solo morto, consegue fazer os homens lutarem pela igualdade de gênero e pode acabar com a fome infantil em sua aldeia no Malawi, na África. Agora, para salvar sua região do clima extremo, ela enfrenta seu maior desafio: convencer os norte-americanos de que a mudança climática é real. Em sua jornada do Malawi à Califórnia, com uma passagem pela Casa Branca, ela experimenta em primeira mão a desigualdade racial e de gênero, conhece céticos do clima e agricultores desesperados. Exibido no IDFA-Amsterdã, Sheffield DocFest (Reino Unido) e Festival Wild & Scenic (EUA). * “As Sementes de Vandana Shiva” (“The Seeds of Vandana Shiva”, EUA/Austrália, 2021, 88 min) – Camilla Becket e James Becket Como a filha obstinada de um conservador florestal do Himalaia se tornou o pior pesadelo da Monsanto? O filme conta a história de vida notável da ecoativista gandhiana Dra. Vandana Shiva, revelando como ela enfrentou os Golias corporativos da agricultura industrial, ganhou destaque nos movimentos de economia de sementes e alimentos orgânicos e está inspirando uma cruzada internacional transformadora. Exibido no Festival de Sydney. * “Até o Fim” (“To the End”, EUA, 2022, 103 min) – Rachel Lears Enfrentar a crise climática é uma questão de coragem política, e o tempo está correndo. Ao longo de três anos de turbulência e crise, quatro notáveis ​​jovens mulheres lutam por um Green New Deal e iniciam uma mudança histórica na política climática dos Estados Unidos. Exibido no CPH:DOX (Dinamarca) e Festival de Cleveland (EUA). * “Escrevendo Com Fogo” (“Writing with Fire”, Índia, 2021, 93 min) – Rintu Thomas e Sushmit Ghosh Em um cenário de notícias caótico e dominado majoritariamente por homens, surge o primeiro e único jornal diário da Índia dirigido por mulheres. Equipadas com smartphones, a editora-chefe e repórter Meera e suas jornalistas quebram tradições, seja na linha de frente da cobertura dos maiores problemas do país ou dentro de suas casas, redefinindo seus papéis naquela sociedade. Vencedor do prêmio do público e prêmio especial do júri no Festival de Sundance; melhor documentário no Festival de São Francisco; prêmio especial do júri no Festival de Seattle; prêmio do público no Festival de Yamagata (Japão); exibido nos festivais IDFA-Amsterdã, CPH:DOX (Dinamarca) e Hot Docs (Canadá). Biodiversidade * “Animal” (França, 2021, 120 min) – Cyril Dion Os jovens ativistas Bella e Vipulan, ambos de 16 anos, fazem parte de uma geração convencida de que seu futuro está em perigo. Entre a emergência climática e a sexta extinção em massa, seu mundo pode ser inabitável daqui a 50 anos. O filme conduz a uma jornada extraordinária para conversar com algumas das pessoas mais dedicadas ao mundo animal e entender em outro nível o quão profundamente nós, os humanos, estamos ligados a todas as outras espécies vivas. E que ao salvá-los, também estamos nos salvando. Exibido no Festival de Cannes. * “Birds of America” (França, 2021, 80 min) – Jacques Loeuille John James Audubon (1785-1851), naturalista norte-americano de origem francesa, revolucionou o mundo da ornitologia com seu livro antológico “Birds of America”, no qual procurou retratar todas as espécies de aves do “novo continente”. Ao longo de sua vida, testemunhou a extinção de animais, a perseguição dos povos nativos americanos e a espoliação de paisagens. Seguindo os passos do naturalista em uma rota ao longo do rio Mississipi, o filme soa um alerta ao mostrar o quanto se perdeu em um tempo relativamente curto pela industrialização, ganância e indiferença. Em 2013, uma edição de “Birds of America” foi arrematada em um leilão por mais de 11 milhões de dólares, tornando-se, assim, o livro mais caro já vendido até então. Exibido no Festival de Roterdã e CPH:DOX (Dinamarca). * “Do Mar Selvagem” (“Fra det Vilde Hav”, Dinamarca, 2021, 79 min) – Robin Petré O inverno está chegando na Europa e uma vasta rede de voluntários de resgate de animais marinhos está se preparando para mais uma temporada difícil. Noite e dia, eles trabalham incansavelmente para proteger a vida selvagem costeira de elementos que ameaçam a vida, como petróleo e plástico. Mas a pior ameaça de todas ainda está se consolidando: as mudanças climáticas, que, ano após ano, trazem tempestades e condições cada vez mais adversas. Exibido no DocLisboa e CPH:DOX (Dinamarca). * “Gritos de Nossos Ancestrais” (“Cries of Our Ancestors”, EUA/México, 2020, 20 min) – Rebecca Kormos e Kalyanee Mam Nas montanhas da Guiné, na África Ocidental, pessoas e chimpanzés vivem pacificamente lado a lado. Mitos e histórias, além de um respeito mútuo, preservaram essa relação por gerações. Agora, no entanto, pessoas e chimpanzés estão sendo expulsos de suas casas por um empreendimento de mineração de bauxita, que corre o risco de matar milhares desses animais e desalojar dezenas de milhares de pessoas. Exibido no Festival Wild & Scenic e no Festival de Cinema Ambiental na Capital da Nação (ambos nos EUA). * “Naya – A Floresta Tem Olhos” (“Naya – Der Wald Hat Tausend Augen”, Holanda, 2021, 24 min) – Sebastian Mulder Ao longo de meses, os passos de Naya e seu trajeto solitário da Alemanha para a Bélgica foram monitorados graças a uma coleira GPS. Primeira loba na Bélgica em 100 anos, sua presença logo vira manchete. Esta colagem voyeurística da vida selvagem e de imagens de câmeras de vigilância explora a relação entre humanos e esse icônico animal selvagem. Vencedor do prêmio de melhor curta-metragem nos Festivais Egeu (Grécia) e Festival de Vilnius (Lituânia); menção especial do júri no Festival Go Short de Arnhem (Holanda). * “Nosso Planeta, Nosso Legado” (“Legacy, Notre Héritage”, França, 2021, 100 min) – Yann Arthus-Bertrand O cineasta Yann Arthus-Bertrand revisita sua vida e sua trajetória engajada de quase cinco décadas. Priorizando o debate acerca dos danos ecológicos causados pelo ser humano, o filme apresenta soluções de reconciliação com a natureza e caminhos possíveis para um futuro menos devastado, que pode ser possível, a depender de nossas escolhas enquanto sociedade. Vencedor do Prêmio Sky & Seano Festival de Bergan (Noruega). * “O Leopardo das Neves” (“La Panthère des Neiges”, França, 2021, 92 min) – Marie Amiguet e Vincent Munier No alto do planalto tibetano, entre vales inexplorados e inacessíveis, encontra-se um dos últimos santuários do mundo selvagem, onde vive uma fauna extraordinária e desconhecida. Vincent Munier, renomado fotógrafo da vida selvagem, e o aventureiro e romancista Sylvain Tesson exploraram por várias semanas esse local em busca desses animais únicos e tentarão localizar o leopardo das neves, um dos felinos mais raros e difíceis de se registrar. Exibido no Festival de Cannes; melhor documentário nos Prêmio César e nos Prêmios Lumière (ambos na França); vencedor do prêmio do público no Festival de Santa Fé (EUA) e no Festival Screenwave (Austrália); melhor filme ambiental no Festival de Tessalônica (Grécia). * “Tengefu” (EUA, 2020, 9 min) – Jessey Dearing Tengefu é a palavra suaíli para “área marinha protegida”. O pescador Abubakar passa seus dias sonhando com corais. Filho, neto e bisneto de pescadores, ele ajudou a iniciar o programa de restauração de recifes na Ilha Wasini, no sudeste do Quênia. Ele acredita que os corais são críticos para sua comunidade e para o futuro dos filhos de Wasini. Exibido no Festival Wild & Scenic (EUA). Economia * “A Rota do Mármore” (“A Marble Travelogue”, Holanda/Hong Kong/França/Grécia, 2021, 97 min) – Sean Wang Quantidades cada vez maiores de mármore branco são extraídas todos os dias na Grécia. O filme acompanha a odisséia desta preciosa pedra pela cadeia do consumo global, impulsionado pelo mercado interno chinês, para investigar o papel da China enquanto “compradora do mundo”. Exibido no IDFA-Amsterdã, Visions du Réel (Suíça), CPH:DOX (Dinamarca), Hot Docs (Canadá), Festival de Tessalônica (Grécia) e DocAviv – Festival de Documentários de Tel Aviv. * “Ascensão” (“Ascension”, EUA, 2021, 97 min) – Jessica Kingdon Retrato impressionista do ‘Sonho Chinês’, expressão cunhada pelo Secretário-Geral do Partido Comunista e presidente da China Xi Jinping. O documentário explora a busca paradoxal por riqueza e progresso na China do século 21, passeando por chãos de fábrica, convenções de influencers e pelas aspirações de consumidores da classe média e alta da sociedade chinesa. Indicado ao Oscar de melhor documentário; vencedor do prêmio de melhor documentário e do prêmio para novos documentaristas no Festival de Tribeca (EUA); melhor documentário nos festivais de Hamptons e de Tacoma (ambos nos EUA); exibido DocAviv – Festival de Documentários de Tel Aviv e nos festivais de Varsóvia e Zurique. * “Desperdício Vol. 1” (“Waste Vol. 1”, Finlândia, 2020, 57 min) – Jan Ijäs Uma jornada através dos continentes africano, europeu e americano que revela histórias reais que falam das consequências da hiperinflação, do tráfico humano, do lixo eletrônico, da indústria de armas e da morte. O filme revela como bens sofisticados como armamento, carros, dinheiro e até memórias podem se transformar em lixo, e como o lixo pode inesperadamente se transformar em objetos de valor, à medida que o significado simbólico muda. Exibido no DokuFest – Festival Internacional de Documentários e Curtas-Metragens (Kosovo) e FIDMarseille (França). * “O Grande Vazio” (“Die Große Leere”, Alemanha, 2020, 86 min) – Sebastian Mez Um canteiro vazio. Um bosque vazio. Uma avenida vazia. Filmado antes da pandemia, mas finalizado em pleno lockdown, o documentário experimental hipnotizante consiste em uma série de planos estáticos esvaziados de toda presença humana. O filme olha sem piscar, nem mais, nem menos, para a agonia de nossa civilização. Vencedor especial do júri da competição Burning Lights no Visions du Réel (Suíça); exibido no Festival de Cinema Experimental de Moscou. * “Olho de Peixe” (“Fish Eye”, Irã, 2020, 70 min) – Amin Behroozzadeh A tripulação de uma traineira cruza o oceano com uma missão: pegar 2 mil toneladas de atum. Em alto mar durante meses, esses homens de diversas nacionalidades compartilham uma rotina tão exaustiva quanto tediosa. Entre poesia e crítica social, o filme convida à reflexão sobre os mecanismos do capitalismo por meio da pesca em escala industrial. Exibido no Visions du Réel (Suíça) e CinemAmbiente (Itália). * “Ostrov – A Ilha Perdida” (“Ostrov – Lost Island”, Suíça, 2020, 91 min) – Svetlana Rodina e Laurent Stoop Perdida no Mar Cáspio, a ilha de Ostrov já abrigou uma pescaria coletiva que mantinha a população insular. Após a queda da União Soviética, a fazenda foi destruída e a extração de caviar preto, proibida. Hoje, apenas um punhado de habitantes permanece no local, sobrevivendo da caça furtiva de esturjão. Nesta atmosfera distópica, surge o retrato de uma família forçada a imaginar um futuro para si em meio às ruínas. Vencedor do prêmio de melhor filme no Hot Docs (Canadá); menção especial do júri no Festival de Candem (EUA); melhor documentário no Festival de Guanajuato (México); Prêmio Estrela de Prata no Festival de El Gouna (Egito); exibido no Festival de Locarno e no Visions du Réel (Suíça). * “Se Você A Vir, Mande Lembranças” (“If You See Her, Say Hello”, China, 2020, 18 min) – Hee Young Pyun e Jiajun Oscar Zhang Um viajante visita sua cidade de infância, em uma antiga área de exploração de petróleo no norte da China. Assombrado por suas memórias, ele gradualmente se perde em um espaço onírico, passando de uma cidade ultramoderna a uma cidade fantasma onde ele mesmo não pode mais diferenciar o que é real ou imaginário. Vencedor do prêmio de melhor curta ou média-metragem no Festival de Documentários de Montreal (Canadá); menção especial do júri no Visions du Réel (Suíça); exibido no DMZ Docs (Coréia do Sul). * “Um Céu Tão Nublado” (“So Foul a Sky”, Colômbia/Espanha/Reino Unido/Venezuela, 2021, 84 min) – Alvaro Fernandez-Pulpeiro Sob as sombras de colossais refinarias de petróleo, emergindo do deserto como catedrais de cromo, o filme apresenta uma jornada por várias terras fronteiriças da Venezuela – o primeiro petroestado do mundo –, agora abalada pela pior crise política, econômica e humanitária que a América do Sul viveu no século 21. Exibido no CPH:DOX (Dinamarca), Indielisboa e Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. Emergência Climática * “Aasivissuit” (Holanda, 2020, 23 min) – Jasper Coppes Dois guardas florestais em expedição no oeste da Groenlândia trocam novos e antigos conhecimentos sobre a terra – por exemplo, como os antigos sedimentos férteis são usados para fertilizar o solo esgotado no exterior e como os micróbios se adaptaram para lidar com a poluição. Enquanto isso, a paisagem e seus habitantes realizam seus atos. Exibido no Festival de Roterdã. * “Caminhando sobre as Águas” (“Marcher Sur l’Eau”, França/Bélgica, 2021, 90 min) – Aïssa Maïga No Níger, na África, os habitantes de uma pequena aldeia, no meio do deserto vítima do aquecimento global, lutam para ter acesso à água. Todos os dias, Houlaye, uma jovem de 14 anos, caminha quilômetros para buscar água. A descoberta de um aquífero debaixo da aldeia, no entanto, vai mobilizar seus habitantes a exigir das autoridades a perfuração do solo e trazer, assim, a cobiçada água para o centro da vila. Exibido no Festival de Cannes. * “Demônios Invisíveis” (“Invisible Demons – Tuhon Merkit”, Índia/Finlândia/Alemanha, 2021, 70 min) – Rahul Jain Ondas de calor acima dos 50 graus, escassez de água em bairros inteiros e uma paisagem urbana envolta em smog: na metrópole indiana de Delhi, os efeitos do aquecimento global não são uma visão distópica do futuro, mas um presente impiedoso. Desde que a economia da Índia se abriu ao comércio global em 1991, a expansão descontrolada do complexo industrial e a poluição ambiental crescem exponencialmente. Com imagens cativantes e declarações incisivas dos habitantes da cidade, o filme documenta como, na realidade climática atual, a água limpa e o ar puro estão se tornando bens de luxo. Exibido no Festival de Cannes e no DOC NYC (EUA). * “Escola da Esperança” (“Toiveiden Koulu”, Finlândia/França/Marrocos, 2020, 78 min) – Mohamed El Aboudi Quinze anos de seca no Marrocos forçaram a maioria dos nômades a abandonar seu antigo estilo de vida. A tribo Oulad Boukais permanece no deserto, mas seus filhos precisarão adquirir novos conhecimentos para sobreviver. O filme acompanha ao longo de três anos um grupo de crianças desta tribo, que caminha horas até uma pequena escola construída com a ajuda da comunidade. A chegada de um jovem professor idealista vai trazer esperança. Vencedor do prêmio do público e do prêmio especial do júri no Hot Docs (Canadá), premiado nos festivais DocPoint – Helsinque, Dokfest Munique e Tampere (Finlândia). * “Holgut – O Primeiro Mamute” (“Holgut”, Bélgica, 2020, 74 min) – Liesbeth De Ceulaer O permafrost siberiano está derretendo. Ossadas antigas surgem do solo e os animais selvagens estão desaparecendo. É nesse contexto que três iacutos, nativos da região, se aventuram na imensidão dessa paisagem, em diferentes jornadas. Enquanto Roman e Kyym procuram por uma espécie rara de rena, um cientista vasculha o permafrost em busca de uma célula viável de mamute, de que ele precisa para clonar o animal extinto. Vencedor de menção honrosa da competição NEXT:WAVE no CPH:DOX (Dinamarca); exibido nos festivais Visions du Réel (Suíça), IndieLisboa (Portugal), Docufest (Kosovo) e Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. * “Por Dentro do Gelo” (“Rejsen Til Isens Indre”, Dinamarca/Alemanha, 2022, 85 min) – Lars Henrik Ostenfeld O gelo nos polos está derretendo rapidamente, e isso terá graves consequências para o mundo inteiro. Quando o nível do mar subir, muitos dos países e cidades costeiras ficarão submersos. A questão é quão rápido isso vai acontecer. O filme acompanha um grupo de glaciologistas em uma das paisagens mais selvagens e extremas da Terra, capturando, em sequências de tirar o fôlego, suas expedições para o coração das mudanças climáticas. Exibido no CPH:DOX (Dinamarca) e Millennium Docs Against Gravity (Polônia). * “Primeiros Habitantes: Uma Perspectiva Indígena” (“Inhabitants: An Indigenous Perspective”, EUA, 2020, 76 min) – Costa Boutsikaris O filme acompanha cinco tribos nativas que ocupam distintos biomas do continente norte-americano, enquanto restauram suas práticas tradicionais de gerenciamento de terras. Por milênios, eles administraram e moldaram com sucesso seus territórios, mas séculos de colonização interromperam sua capacidade de manter seus modos de vida tradicionais. À medida que a crise climática aumenta, essas práticas testadas pelo tempo estão se tornando cada vez mais essenciais em um mundo em rápida mudança. Vencedor do prêmio de melhor filme no Planet in Focus (Canadá); prêmio do público no Festival de Cinema Ambiental na Capital da Nação (EUA); exibido no Festival Wild & Scenic (EUA). * “Sam e a Usina Nuclear” (“Sam and the Plant Next Door”, Dinamarca/Reino Unido, 2019, 23 min) – Ömer Sami Crescendo nas sombras da nova maior usina nuclear do Reino Unido, Sam, de 11 anos, se preocupa com o que isso significa para o mundo ao seu redor. Exibido no Festival de Camden (EUA) e Festival de Reykjavík. * “Uma Vez Que Você Sabe” (“Une Fois que Tu Sais”, França, 2020, 105 min) – Emmanuel Cappellin Desde os anos 1970, cientistas soam o alarme sobre um possível colapso ambiental induzido pela corrida desenfreada pelo crescimento, que ignora o conceito da finitude dos recursos naturais. Um grupo deles afirma que a oportunidade de evitar mudanças climáticas catastróficas já passou. A partir daí, perguntam: como se adaptar ao colapso? O filme leva a uma jornada pelo abismo de um mundo à beira da catástrofe, na interseção entre ciência climática e desobediência civil. Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Hong Kong; menção para documentário no Festival Terra di Tutti (Itália); exibido no Festival Raindance (Reino Unido). Povos & Lugares * “Apenas Um Movimento” (“Juste un Mouvement”, Bélgica/França, 2021, 110 min) – Vincent Meessen O filme é concebido como uma operação de remontagem de “A Chinesa” (“La Chinoise”, 1967), filme seminal do diretor Jean-Luc Godard que conta com a participação do ativista anticolonial nigeriano Omar Blondin Diop (1946-1973). Redistribuindo os papéis para uma variedade de protagonistas inspirados no legado de Blondin Diop e atualizando o enredo para as relações atuais entre África, Europa e China, a visão livre do realizador Vincent Meessen sobre “A Chinesa” oferece uma reflexão profunda e estimulante sobre colonialismo, justiça e resistência política. Vencedor do Prêmio GNCR no Festival de Documentários de Marselha (França); exibido no DMZ Docs (Coréia do Sul) e Festival de Turim (Itália). * “Domando o Jardim” (“Motviniereba”, Suíça/Alemanha, 2021, 91 min) – Salomé Jashi O ex-primeiro-ministro da Geórgia desenvolveu um hobby bastante peculiar: ele coleta árvores centenárias ao longo da costa do país e contrata homens para desenraizá-las e trazê-las para o seu jardim particular. Algumas delas chegam a ter o tamanho de edifícios de 15 andares e, para transplantar uma árvore com essas dimensões, algumas outras árvores são cortadas, cabos elétricos são trocados e novas estradas são pavimentadas no meio de plantações de tangerina. Vencedor do público no festival FICUNAM (México); menção do júri jovem do festival Cinéma du Réel (França); exibido nos festivais de Berlim, Sundance, Locarno, CPH:DOX (Dinamarca), IDFA-Amsterdã e Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. * “Drama Telúrico” (“Tellurian Drama”, Indonésia, 2020, 26 min) – Riar Rizaldi Em 1923, os holandeses ergueram uma estação de rádio na montanha Puntang, em Java, empregando trabalhadores forçados indígenas. Dois mil metros de fio entre duas cadeias de montanhas foram instalados para transmitir notícias do que eram então as Índias Orientais Holandesas através dos 12 mil quilômetros até a Europa. Um exame especulativo e poético dos restos da Rádio Malabar – na terra, na montanha, nos sonhos da geoengenharia, na história local. Exibido nos festivais de Roterdã e DOK Leipzig; prêmio de melhor curta-metragem do Sudeste Asiático no Festival de Singapura. * “Landfall: Depois do Furacão” (“Landfall”, EUA, 2020, 91 min) – Cecilia Aldarondo Documentário sobre as consequências do furacão Maria sobre Porto Rico em 2017 e as relações tensas entre os Estados Unidos e aquele país. A obra destaca a comunidade resiliente porto-riquenha, que se une para reconstruí-la. A dupla crise ambiental e econômica não é apenas um desastre natural, mas um desastre do colonialismo norte-americano e seus legados econômicos. Vencedor do grande prêmio do júri no DOC NYC (EUA); melhor documentário internacional no Festival de Guanajuato (México); melhor documentário no Festival da Flórida; exibido nos festivais de Tribeca (EUA) e Hot Docs (Canadá). * “Mar Sem Lei” (“The Outlaw Ocean: Trouble In West Africa”, EUA, 2020, 10 min) – Ryan Ffrench Como parte de sua aclamada série “The Outlaw Ocean”, o jornalista vencedor do Pulitzer Ian Urbina viaja para a Gâmbia, na África Ocidental, para investigar relatos do misterioso desaparecimento das populações de peixes da nação costeira. Exibido no Festival de Cinema Ambiental na Capital da Nação e no Festival de Curtas-Metragens Documentais de Nova York (ambos nos EUA). * “Mil Incêndios” (“Mille Feux”, França/Suíça/Holanda/Palestina, 2021, 90 min) – Saeed Taji Farouky Na região de Magway, em Mianmar, país que abriga uma das indústrias de petróleo mais antigas do mundo, vive o casal Thein Shwe e Htwe Tin. Eles trocaram o trabalho na terra pela prospecção manual de petróleo em sua pequena propriedade. Juntos, produzem um barril a cada poucos dias. O que desejam acima de tudo é ver seu filho mais novo ter sucesso, para quebrar o ciclo da pobreza. Vencedor do Prêmio Marco Zucchi (dedicado ao documentário mais inovador do ponto de vista estético-formal) da Semana da Crítica do Festival de Locarno; exibido no IDFA-Amsterdã. * “Ouça a Batida das Nossas Imagens” (“Écoutez le Battement de Nos Images”, Guiana Francesa/França, 2021, 15 min) – Audrey Jean-Baptiste e Maxime Jean-Baptiste Baseado em arquivos audiovisuais do Centro Nacional de Estudos Espaciais (a agência espacial francesa), o filme trata da criação do Centro Espacial da Guiana, em Kourou, Guiana Francesa. Combinando investigação de campo e processos de edição de vídeo em arquivos, o filme é um documentário ficcional em torno de um narrador, representante de uma geração de guianenses que vivenciou como espectador a transformação de seu território. A obra articula, em um relato pessoal, os fios de uma experiência colonial que atravessa o Atlântico, da ocupação da Argélia à expulsão de camponeses no bojo de uma modernização autoritária que atinge a Guiana. Vencedor do Prêmio New Visions para curta-metragem no Festival Internacional de São Francisco (EUA); melhor curta-metragem documental no Festival de Melbourne (Austrália) e no Festival de Chicago (EUA); melhor curta-metragem no DocAviv – Festival de Documentários de Tel Aviv; menção honrosa no CPH:DOX (Dinamarca); exibido no Hot Docs (Canadá) e no Festival de Curtas-Metragens de Clermont-Ferrand (França). Trabalho * “A Fábrica dos Trabalhadores” (“Tvornice Radnicima”, Croácia, 2021, 106 min) – Srđan Kovačević Croácia, 2005. Uma fábrica de ferramentas é ocupada pelos trabalhadores. Ela se torna o único exemplo de sucesso de uma ocupação fabril na Europa pós-socialista. Após dez anos de operação, os trabalhadores por trás da aquisição da fábrica estão lutando para sobreviver à lógica capitalista. O filme é um retrato coletivo daqueles que lutam para proteger seu trabalho e os sacrifícios que precisam fazer ao longo do caminho. Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Trieste (Itália); prêmio da crítica no Festival de Motovun (Croácia). * “Cold Stack: Um Mundo À Deriva” (“Cold Stack”, Reino Unido, 2021, 12 min) – Frank Martin Sobre o declínio melancólico da indústria de plataformas de petróleo nas Terras Altas da Escócia. O filme revela os efeitos destrutivos desse colapso sobre aqueles que foram empregados pela indústria e mostra o espetáculo visual do abandono das plataformas no estuário de Cromarty. Exibido no Sheffield DocFest (Inglaterra). * “Jobs For All!” (“Arbete åt Alla!”, Suécia, 2021, 14 min) – Axel Danielson e Maximilien Van Aertryck Utilizando variado material de arquivo, a obra musical “Bolero”, de Maurice Ravel, e comentários visuais pontuais, o filme promove a uma jornada sombriamente humorística pela história moderna do trabalho humano, da industrialização à globalização. Exibido no Hot Docs (Canadá). * “Quarto de Empregada” (“Room Without a View”, Áustria/Alemanha, 2020, 73 min) – Roser Corella O filme retrata a dura realidade das trabalhadoras domésticas estrangeiras em países do Oriente Médio como o Líbano. Ao combinar múltiplas perspectivas, a obra oferece um olhar íntimo sobre a vida privada de empregadores, agentes intermediários e empregadas. Ao mesmo tempo que ajuda a entender as estruturas de poder que permitem a existência desse sistema maligno de escravidão moderna, o documentário também reflete sobre o papel da mulher e do trabalho doméstico em geral nas sociedades capitalistas. Vencedor do Prêmio da Anistia Internacional no DocsBarcelona (Espanha); menção especial do júri no DMZ Docs (Coréia do Sul); melhor documentário no Festival Cult Film de Calcutá; exibido no CPH:DOX (Dinamarca), Festival de Tessalônica (Grécia), Hot Docs (Canadá) e no Festival de Zurique. * “Regresso a Reims (Fragmentos)” (“Retours à Reims (Fragments)”, França, 2021, 83 min) – Jean-Gabriel Périot Estudo sociológico minucioso e incisivo da classe trabalhadora francesa nos últimos 70 anos, o documentário é baseado em parte em textos do filósofo francês Didier Eribon, interpretados pela atriz e ativista LGBTQIA+ Adèle Haenel (premiada no Festival de Berlim e duas vezes no Festival Sesc Melhores Filmes). Muito mais que um acerto de contas com a história e a política da família Eribon, o filme tece sua própria tapeçaria de não-ficção, usando décadas de imagens de arquivo e trechos de filmes e reportagens de TV para ilustrar a ascensão, queda e renascimento do proletariado do país, bem como a forma como a identidade social é construída gradualmente. Exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, Festival de San Sebastián (Espanha), IDFA-Amsterdã e Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. * “The Gig Is Up: O Mundo É uma Plataforma” (“The Gig Is Up “, Canadá/França, 2021, 89 min) – Shannon Walsh Desde os serviços de entrega de comida e transporte por aplicativo até a marcação de imagens para a inteligência artificial, milhões de pessoas em todo o mundo estão encontrando trabalho online. A economia GIG – que engloba as formas de emprego alternativo – vale mais de 5 trilhões de dólares em todo o mundo e só cresce. No entanto, as histórias dos trabalhadores por trás dessa revolução tecnológica são silenciadas. Quem são as pessoas por trás dessa força de trabalho invisibilizada? O filme traz suas histórias à tona. Vencedor do prêmio do público no Festival Forest City (Canadá); exibido nos festivais IDFA-Amsterdã, Hot Docs (Canadá), CPH:DOX (Dinamarca) e Docufest (Kosovo). sessão especial – Sociedade e Racismo Estrutural * “Uprising” (Reino Unido, 2020, 180 min) – Steve McQueen e James Rogan Série em três episódios que revisita três eventos dramáticos interligados entre si que ocorreram no Reino Unido, em 1981, e que definiram as relações raciais por uma geração. Uma rara série que se debruça sobre a luta da população negra britânica por justiça, denunciando o racismo estrutural da sociedade, que perdura até os dias de hoje. Vencedor dos Prêmios BFTA (outorgados pela Academia Britânica de Cinema e Televisão). sessões especiais – Sociedade e Redes * “Geração Z” (“I Am Generation Z”, Reino Unido/EUA, 2021, 10 min) – Liz Smith Por meio de entrevistas com especialistas e pelas lentes da geração Z (pessoas nascidas, em média, entre a segunda metade dos anos 1990 até o início do ano 2010), o filme explora como a revolução digital está impactando nossa sociedade, nosso cérebro e nossa saúde mental. E como as forças que a impulsionam estão trabalhando contra a humanidade e nos colocaram em uma trajetória perigosa que tem enormes ramificações para esta primeira geração crescendo com a tecnologia digital móvel. Exibido no CPH:DOX (Dinamarca). * “Searchers: O Amor Está nas Redes” (“Searchers”, EUA, 2020, 81’ min) – Pacho Velez Um rosto bonito, um corpo atlético ou um diploma universitário. O que determina o sucesso nos aplicativos de relacionamento? O filme mostra uma ampla gama de pessoas de todas as idades que decidiram encontrar seu parceiro ideal online, sejam elas novatas ou especialistas nessas ferramentas tecnológicas em rápida evolução. Quando o próprio diretor decide tentar namorar de forma virtual, a obra ganha uma dimensão pessoal. Acompanhando um processo que muitas vezes pode parecer ligeiramente distópico, o cineasta emprega um tom leve e muitas vezes bem-humorado para lembrar das pessoas muito reais por trás do fluxo de perfis deslizantes. Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Sun Valley (EUA); exibido no Festival de Sundance, IDFA-Amsterdã, CPH:DOX (Dinamarca) e Visions du Réel (Suíça). COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA – longas-metragens * “A Mãe de Todas as Lutas” (Brasil-RJ, 2021, 84 min) – Susanna Lira O filme acompanha a trajetória de Shirley Krenak e Maria Zelzuita, mulheres que estão à frente da luta pela terra no Brasil. Shirley traz a missão de honrar as mulheres e a sabedoria das Guerreiras Krenak, da região de Minas Gerais. Maria Zelzuita é uma das sobreviventes do Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará. As trajetórias destas duas mulheres nos ligam ao conceito da violência e apropriação do corpo feminino. Exibido no Festival do Cinema Brasileiro de Paris, Festival Mulheres+, Fest Aruanda e CineOP. * “A Opção Zero” (“La Opción Cero”, Cuba/Colômbia, 2020, 80 min) – Marcel Beltrán A jornada de um grupo de migrantes cubanos é interrompida na Cidade do Panamá. Encalhados em um acampamento da organização humanitária Cáritas, a memória da difícil passagem pela selva de Darién ganha vida em seus celulares. Vencedor do prêmio de melhor documentário ibero-americano no Bafici-Buenos Aires; melhor documentário no MiradasDoc (Espanha) e no Festival de Trinidade e Tobago. * “A Praia do Fim do Mundo” (Brasil-CE, 2021, 88 min) – Petrus Cariry Em Ciarema, o avanço do mar destrói casas e desabriga famílias. Alice, uma jovem ambientalista, mora com Helena, sua mãe doente, em uma casa constantemente castigada pelas ressacas. Alice quer ir embora, mas Helena quer permanecer em frente ao mar. No fim, as duas vão enfrentar seus destinos. Com Marcélia Cartaxo. Vencedor dos prêmios de melhor fotografia, direção de arte e Prêmio Abraccine no Cine Ceará; melhor filme, direção, atriz, atriz coadjuvante, fotografia, montagem, direção de arte, trilha sonora, figurino e desenho de som da Mostra Sob o Céu Nordestino do Fest Aruanda. * “Borom Taxi” (Argentina, 2021, 61 min) – Andrés Guerberoff Mountakha é um imigrante senegalês recém-chegado a Buenos Aires. Em Dacar (Senegal), ele era motorista de caminhão e, enquanto tenta conseguir esse emprego nesta nova cidade, faz alguns trabalhos temporários. Mountakha se pergunta se poderá ser um bom vendedor, ou se seu destino está ligado à atuação. Alguns de seus novos amigos têm um vínculo particular com o cinema. Exibido no festival Visions du Réel (Suíça). * “Cruz” (México, 2021, 99 min) – Teresa Camou Guerrero Cruz, um indígena Rarámuri, e sua comunidade foram desapropriados de suas terras pelo narcotráfico ao se recusarem a mudar do cultivo de milho para o de papoula. Agora vivem deslocados na cidade, ameaçados de morte, buscando desesperadamente a justiça para poderem retornar ao seu local de origem. Vencedor de menção especial no Festival de Morélia (México); exibido no Festival de São Francisco (EUA). * “Esqui” (Argentina, 2021, 74 min) – Manque La Banca Diante da calma despojada do turismo da alta temporada na cidade de Bariloche (Argentina), uma série de mitos e lendas surgem do subsolo. Deslocamentos tectônicos lentos e eventos misteriosos emergem para expor uma história escondida de repressão aos povos nativos, exploração da terra e um Estado assassino e consistente em suas ações ao longo de 500 anos. Existe uma outra Bariloche, um outro ESQUI, rostos escondidos e vozes esquecidas, aquelas que nunca estiveram lá. Vencedor do prêmio da crítica na mostra Fórum do Festival de Berlim; Prêmio Alquimista de melhor filme experimental no Festival du Nouveau Cinéma (Canadá); exibido no IndieLisboa. * “Husek” (Argentina, 2021, 89 min) – Daniela Seggiaro Para as culturas indígenas do Gran Chaco, habitar o território gera movimentos comunitários junto à montanha e ao rio, fontes de vida. O governo local planeja uma nova ordem territorial que inclui um bairro de casas populares e o deslocamento de famílias indígenas para a periferia urbana. Ana é a arquiteta responsável pelo projeto. Valentino é o chefe de sua comunidade. Ele e seu neto Leonel tentarão ser mediadores diante do que consideram um novo atropelo da sua cultura. Vencedor do Prêmio Georges de Beauregard no Festival de Documentários de Marselha (França); melhor atriz revelação no Festival de Mar del Plata (Argentina). * “Lavra” (Brasil-MG, 2021, 101 min) – Lucas Bambozzi Camila, geógrafa, retorna à sua terra natal depois de o rio de sua cidade ser contaminado pelo maior crime ambiental do Brasil, provocado por uma mineradora transnacional. Camila segue o caminho da lama que atingiu o rio, varreu povoados, tirou vidas e deixou um rastro de morte e destruição, e começa a repensar seu estilo de vida. Decide fazer um mapeamento dos impactos da mineração em Minas Gerais e se envolve com ativistas e movimentos de resistência, saindo do individualismo para a coletividade. Lavra é um road-movie sobre perder um mundo e tentar recuperá-lo, sobre pertencimento e identidade, na guerra em curso entre capitalismo e a natureza. Vencedor do prêmio de melhor fotografia e menção honrosa do júri no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro; exibido no IDFA-Amsterdã e na Mostra de Tiradentes. * “Muribeca” (Brasil-PE, 2020, 78 min) – Alcione Ferreira e Camilo Soares Diante da iminente transformação de seus lares em uma verdadeira cidade fantasma, moradores do Conjunto Habitacional Muribeca expressam a morte física de uma comunidade ainda viva na memória e nos sentimentos. O desaparecimento do bairro (em Jaboatão dos Guararapes, PE) devido a problemas estruturais, à especulação imobiliária e a um longo e turvo imbróglio entre moradores e órgãos responsáveis pela obra é testemunhado a partir de resiliências e resistências, de paisagens afetivas e lembranças que ora buscam abrigo na nostalgia, ora reacendem a chama resoluta da esperança. Exibido no FIDBA – Festival Internacional de Documentários de Buenos Aires, CineOP, Santos Film Festival, GBIENNALE – Festival Internacional de Artes da Austrália e o Festival Mulheres do Audiovisual. * “Ninho” (“Nidal”, Chile, 2021, 61 min) – Josefina Pérez-García e Felipe Sigala A indústria imobiliária desestabilizou o ambiente natural da cidade de Concón, na costa chilena, obrigando os habitantes e as paisagens naturais da região a encontrar novas formas de se adaptar e sobreviver. O filme retrata a coexistência de espécies e a transformação acelerada das paisagens devido à ocupação humana. Exibido nos festivais de Guadalajara (México) e Tessalônica (Grécia). * “O Bem Virá” (Brasil-PE, 2020, 80 min) – Uilma Queiroz Treze mulheres, 13 ventres, 13 esperanças, uma foto. E uma busca pelas mulheres que, em 1983, em uma seca no Sertão do Pajeú pernambucano, lutaram pelo direito à sobrevivência, num contexto em que ser mulher era se limitar à função de administrar a miséria. Exibido no Cachoeira Doc e no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. * “Panorama” (Brasil-SP, 2021, 66 min) – Alexandre Leco Wahrhaftig Entre as cicatrizes do passado e as incertezas do futuro, o Jardim Panorama resiste. Há pouco mais de dez anos, a favela foi rasgada ao meio por um monstro. Hoje, o monstro dorme. Até quando? Um filme sobre os sonhos, as memórias e o cotidiano de quem mora em uma comunidade cercada pelos muros de um bairro nobre de São Paulo. Exibido na Mostra de Tiradentes. * “Pobo ‘Tzu’ – Noite Branca” (“Pobo ‘Tzu’ – Noche Blanca”, México, 2021, 82 min) – Tania Ximena e Yollotl Alvarado Em 1982, o vulcão Chichonal entrou em erupção, soterrando várias cidades mexicanas, incluindo a comunidade Zoque de Esquipulas Guayabal. Anos depois, os habitantes de Nuevo Guayabal reconstroem suas vidas enquanto o vulcão e a cidade enterrada espreitam na vegetação rasteira. Trinidad, um poeta nascido no dia da erupção, tem visões oníricas que rapidamente se espalham por sua comunidade, provocando um esforço coletivo para desenterrar a antiga cidade, ao mesmo tempo que a presença da Piowachue (o espírito do vulcão, segundo a visão de mundo Zoque) se fortalece entre a comunidade. Exibido nos festivais de Morélia (México), FICUNAM (México) e Tessalônica (Grécia). * “Rolê – Histórias dos Rolezinhos” (Brasil-RJ, 2021, 82 min) – Vladimir Seixas Os “rolezinhos” em shopping centers no Brasil mobilizaram milhares de pessoas nos últimos anos. Essa forma inusitada de manifestação escancarou as barreiras impostas pela discriminação racial e exclusão social. O documentário acompanha a vida e as lembranças de três personagens negras que enfrentaram situações traumáticas de racismo e participaram das ocupações em shoppings. Os sonhos, a beleza, a poesia, a arte e a política de uma geração que encontrou novas maneiras de lidar com a violência vivida, promovendo um intenso debate pelo país. Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro; melhor filme no Atlantidoc – Festival Internacional de Cine Documental de Uruguay; Grande Prêmio Visão no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba; prêmio especial do júri e prêmio do público Festival do Rio; menção honrosa no Festival de Culver City (EUA); exibido no Festival de Rhode Island (EUA), forumdoc.bh – Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte e na Mostra de Cinema de Gostoso. * “Vai Acabar” (“Se Va a Acabar”, Argentina, 2021, 115 min) – David Blaustein e Andrés Cedrón O filme reúne depoimentos silenciados de trabalhadores que participaram de diferentes conflitos sindicais durante a última ditadura civil-militar argentina, diante de sua tentativa de desmantelar a indústria e desarticular a classe trabalhadora organizada no país. Acompanhando o cotidiano de ontem e de hoje, os personagens humanizam as pequenas e grandes resistências que o movimento operário conseguiu realizar diante da repressão e do desaparecimento sistemático de pessoas. Exibido no Bafici-Buenos Aires e no Festival de Mar del Plata (Argentina). COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA – curtas-metragens * “0,2 Miligramas de Ouro” (Brasil-RJ, 2021, 24 min) – Diego Quindere de Carvalho 8.500 quilômetros separam a Amazônia e as Ardenas. Em seu país natal, o Brasil, Diego só olha para a floresta, inacessível e ameaçadora, pelo lado de fora. Sua contraparte belga, no entanto, é fácil de explorar. Ali, tudo é arranjado por humanos, extremamente ordenado e reduzido ao essencial. Um geólogo, um garimpeiro e um astrônomo fornecem reflexões para uma exploração filosófica da origem da existência e do futuro do nosso planeta. Vencedor de menção honrosa do júri e Prêmio Sesc TV na Goiânia Mostra Curtas; exibido nos festivais de Leipzig (Alemanha) e Camden (EUA). * “A Felicidade do Motociclista Não Cabe em Seu Traje” (“Al Motociclista no le Cabe la Felicidad en el Traje”, México, 2021, 10 min) – Gabriel Herrera Ele se senta orgulhoso em sua moto, envolto em um vermelho majestoso, sob o olhar de admiração deslumbrada dos outros. Dá voltas e mais voltas, cada vez mais bonito e exaltado. Ele tem certeza de que só ele pode explorar a selva. E não, nunca vai emprestar sua moto para ninguém. Uma divertida reencenação com papéis invertidos que mira na arrogância dos conquistadores coloniais. Exibido nos festivais de Berlim, Morélia (México) e FestCurtasBH – Festival de Curtas de Belo Horizonte; um dos dez favoritos internacionais do público no Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum. * “A Montanha Lembra” (“Puede Una Montaña Recordar”, Argentina/México, 2021, 21 min) – Delfina Carlota Vazquez O diário de um período vivido no México e um retrato de Popocatépetl, um vulcão ativo. Durante a conquista (1519-1521), a Revolução Mexicana, o Levante Zapatista (ou Revolta de Chiapas) e, hoje, a explosão feminista, o vulcão replicou a fervura social com suas erupções. Pode uma montanha se lembrar? A fumaça que emerge da cratera prenuncia um coração rebelde e sufocado. Na linha que desenha no horizonte, vê-se uma cicatriz. Vencedor do prêmio de melhor curta-metragem internacional no É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários; exibido no Festival Internacional de curtas de São Paulo – Curta Kinoforum. * “Aurora – A Rua Que Queria Ser um Rio” (Brasil-SP, 2021, 10 min) – Radhi Meron Se as ruas pudessem falar, o que diriam? Aurora é uma triste e solitária rua de uma grande cidade. Em um dia de chuva forte, ela relembra sua trajetória, sonha com o futuro e se pergunta: é possível uma rua morrer? Vencedor do prêmio de melhor animação no Festcine Curtas Pinhais (Paraná); prêmio do público para filme infantojuvenil no Festival de Concordia (Santa Catarina); exibido nos festivais Cactus Childre’s and Youth (Itália), Cardiff (Reino Unido), Lanzarote e Caostica (ambos na Espanha), Fest Aruanda, CineFantasy; LoboFest, CineOP, Mosca Audiovisual Cambuquira e ROTA – Festival de Roteiro Audiovisual. * “Céu de Agosto” (Brasil-SP/Islândia, 2021, 15 min) – Jasmin Tenucci Enquanto a Amazônia queima pelo 17ª dia, uma enfermeira grávida em São Paulo se vê cada vez mais atraída por uma igreja neopentecostal e sua comunidade. Com Gilda Nomacce. Vencedor de menção especial do júri no Festival de Cannes; um dos dez filmes brasileiros favoritos do público no Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum; exibido na Mostra de Tiradentes e no Femina – Festival Internacional de Cinema Feminino. * “Chichiales” (México, 2021, 14 min) – José López Arámburo Um jovem do povo indígena Yoeme escapa para o campo deserto. Acolhido nas montanhas pela cosmovisão de sua tribo, ele inicia uma jornada rumo às suas origens. Vencedor do Prêmio Artes e Narrativas no Festival Ficwalmapu (Chile); melhor curta-metragem da seção Legado do Festival Ruta Maya (México); exibido no Festival de Morélia (México). * “Curupira e a Máquina do Destino” (Brasil-AM/França, 2021, 25 min) – Janaina Wagner Na fratura do tempo, como cicatriz que corta a terra, existe no Amazonas uma estrada em linha reta chamada Estrada Fantasma. Aberta feito ferida durante a ditadura civil-militar (1964-1985) que enredou o Brasil nos brados da ordem e do progresso, o vergalhão de asfalto que vara o país foi construído, destruído e se afoga agora em um processo de reconstrução. Gravado no Amazonas – na BR-319 (Rodovia Manaus-Porto Velho), BR-230 (Transamazônica) e na cidade real de Realidade –, o filme documenta o encontro no tempo presente entre uma curupira e o fantasma encarnado de Iracema, personagem do filme “Iracema – Uma Transa Amazônica” (Jorge Bodanzky e Orlando Senna, 1975). Apaixonada, Iracema fantasma parte nas encruzilhadas das estradas retilíneas do Amazonas para encontrar Curupira e vingar o futuro. Exibido na Mostra de Tiradentes, Festival de Curtas de Glasbow (Escócia) e Kino Pavasaris (Lituânia). * “Flores da Planície” (“Flores de la Llanura”, México, 2021, 19 min) – Mariana Xochiquétzal Rivera Após o feminicídio de Silvia, sua prima Yecenia, tecelã do povo indígena Ñomndaa da Planície das Flores, constrói um duelo poético e ritual onde os fios, os sonhos e o conhecimento têxtil das mulheres se entrelaçam coletivamente em um ato de cura e resiliência. Vencedor do prêmio de melhor documentário de curta-metragem no Festival de Medellín (Colômbia); segundo lugar no prêmio do público para documentário de curta-metragem no Festival Chicago Latino (EUA); exibido nos festivais Sheffield DocFest (Inglaterra) e Morélia (México). * “Kaapora – O Chamado das Matas” (Brasil-BA, 2020, 20 min) – Olinda Muniz Silva Wanderley Uma narrativa da ligação dos povos indígenas com a Terra e sua espiritualidade do ponto de vista da indígena Olinda, que desenvolve um projeto de recuperação ambiental nas terras de seu povo. Tendo a cosmovisão indígena como lente, a Kaapora e outros personagens espirituais são a linha central da narrativa e argumento do filme. Exibido no CineFantasy, Cabíria Festival e Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum. * “LOOP” (Argentina/Espanha, 2021, 8 min) – Pablo Polledri Nesta sociedade cada ser humano repete uma mesma ação de novo e de novo, nesta sociedade cada ser humano repete uma mesma ação de novo e de novo, nesta sociedade cada ser humano repete uma mesma ação de novo e de novo, nesta sociedade cada ser humano repete uma mesma ação de novo e de novo. Trata-se de um filme sobre um mundo em que todos estão presos a uma mesma ação. Quando uma mulher tenta sair de sua repetição com um carona para dirigir seu carro, ela e o homem são perseguidos pela polícia. Eles encontrarão uma maneira de quebrar esse “loop” ou ficarão presos nessa repetição para sempre? Vencedor do prêmio do público e do prêmio da crítica no Anima – Festival de Animação de Bruxelas (Bélgica); melhor animação de curta-metragem no Festival Ibero-americano de Huelva (Espanha); melhor curta-metragem no festival Animacción – A Coruña (Espanha); prêmio do público no Festival Kinoarte de Londrina. * “Mar Concreto” (Brasil-RJ, 2021, 14 min) – Julia Naidin Como um exercício de resistência, Sônia acompanha o processo de erosão que vem sendo causado pelo mar que, dia após dia, avança pela praia, se aproximando do muro de sua casa. Ela faz registros diários desse processo e, por meio deles, constrói um vínculo afetivo com um território que desaparece – uma prosa solitária que desafia a tragédia final. Vencedor do prêmio de melhor curta ou média-metragem no FICA – Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Goiás); exibido no Cine Ceará e em festivais na Grécia, França, Canadá e Turquia. * “Mensageiras da Amazônia: Jovens Munduruku Usam Drone e Celular para Resistir às Invasões” (Brasil-PA, 2022, 17 min) – Joana Moncau, Elpida Nikou e Coletivo Audiovisual Munduruku Daje Kapap Eypi Na Terra Indígena Sawré Muybu, no sudoeste do Pará, três mulheres munduruku integram o Coletivo Audiovisual Munduruku Daje Kapap Eypi, que divulga as denúncias dos indígenas para além das margens do rio Tapajós. O filme acompanha essas jovens durante a produção de um documentário sobre as ações de seu povo para proteger a Amazônia e defender o território de invasores, sobretudo de madeireiros e garimpeiros. Expulsar os invasores sempre foi arriscado, mas em tempos de governo Bolsonaro é ainda mais. * “Montanha Dourada” (Brasil-AP, 2021, 54 min) – Cassandra Oliveira Documentário que apresenta o universo encantado e cruel da recente corrida do ouro na Amazônia, através das histórias contadas por pessoas que cruzam o Brasil para trabalhar nos garimpos do Amapá. * “Natureza Moderna” (“Naturaleza Moderna”, Argentina/Colômbia, 2021, 15 min) – Maia Gattás Vargas O jardim botânico Joaquín Antonio Uribe, em Medellín (Colômbia), é um museu vivo e um Centro de Ciência; seu herbário Jaum acumula cerca de 86 mil exemplares de plantas e uma representação da flora de todas as ecorregiões da Colômbia. O Parque Regional Ecoturístico Arví é um parque natural ecológico de 16 mil hectares, dos quais 1.760 se encontram em estado de florestas naturais. O documentário registra esses espaços como se fossem ciborgues ou montagens de humanos, máquinas e aquilo que chamamos de natureza. * “O Elemento Tinta” (Brasil-SP, 2021, 9 min) – Luiz Maudonnet e Iuri Salles A morte de um pichador, causada pela Covid-19, é o estopim para que um grupo de pixadores se unam em uma ação direta contra como o governo Bolsonaro vem gerindo o país durante a pandemia. Vencedor do prêmio de melhor curta-metragem no festival Fala São Chico (Santa Catarina); exibido nos festivais Cinélatino Toulouse e Visões Periféricas. * “Ocupagem” (Brasil-SP, 2021, 12 min) – Joel Pizzini De volta à Ocupação 9 de Julho, em São Paulo, o escritor brasileiro Julián Fuks reencontra as líderes do Movimento dos Sem-Teto Carmen Silva e Preta Ferreira, protagonistas de seu livro “Ocupação”. Perseguidas por seu ativismo social, elas se deparam com a linguagem do escritor, que recria a luta dos ocupantes do antigo edifício desativado no coração da metrópole. Vencedor do Prêmio Marco Antônio Guimarães (pelo melhor uso de material de memória, pesquisa e arquivos) no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. * “Portugal Pequeno” (Brasil-RJ, 2021, 20 min) – Victor Quintanilha Jonatan é MC Xerelete. Seu sonho é um dia ser um cantor de funk famoso e dar para si e para seu pai a vida cômoda que a publicidade lhe vende. Enquanto isso não acontece, os dois trabalham pescando na baía de Guanabara, encarando as responsabilidades e obstáculos que a realidade lhes impõe. Exibido no Festival de Vitória e FestCurtasBH – Festival de Curtas de Belo Horizonte. * “Ser Feliz no Vão” (Brasil-RJ, 2020, 12 min) – Lucas H. Rossi dos Santos Um ensaio preto sobre trens, praias e ocupação de espaço. Exibido no É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários, Visões Periféricas, Festival de Vitória e Festival ECRÃ. * “Terra Nova” (Brasil-AM, 2021, 22 min) – Diego Bauer Manaus, abril de 2020. Karoline é uma atriz de teatro que decide ir a uma agência da Caixa Econômica Federal solicitar o seu auxílio emergencial. Ela é acompanhada pela irmã, que vai tentar reaver o seu emprego. Vencedor do Prêmio Cosme Alves Netto (entregue pela Anistia Internacional ao filme que mais se aprofunda nas agendas de direitos humanos) e menção honrosa no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro; melhor filme e prêmio do público no Panorama Internacional Coisa de Cinem; melhor filme estrangeiro nos Istanbul Film Awards (Turquia); exibido no Festival de Luleå (Suécia). * “Two-Spirit” (Colômbia, 2021, 16 min) – Mónica Taboada-Tapia Para Georgina, uma mulher transgênero indígena, a vida no deserto é solitária e cruel. Em sua pequena comunidade, ninguém entende quem ela é. Vencedor do prêmio de melhor documentário no BOGOSHORTS – Festival de Curtas-Metragens de Bogotá; exibido no IDFA-Amsterdã, Festival de Huesca e MiradasDoc (ambos na Espanha), Festival de Curtas-Metragens de Palm Springs (EUA), Festival de Curtas-Metragens de Tampere (Finlândia). HOMENAGEM A JACQUES PERRIN * “As Estações” (“Les Saisons”, França, 2015, 96 min) – Jacques Perrin, Alexandre Poulichot e Jacques Cluzaud O inverno já durava 80 mil anos quando — em um curto período de tempo — o gelo derreteu e a paisagem se metamorfoseou, dando início ao ciclo das estações. Os animais ocuparam seu novo reino e muito tempo se passou até que o homem viesse a dividir com eles esse habitat, primeiro timidamente, com a caça e a coleta, depois com a agricultura e, posteriormente e de maneira mais dramática, com a indústria e a guerra. Esta fábula conta a longa e tumultuada história que vincula intrinsecamente humanidade e natureza – sua coexistência pacífica ainda é possível? Vencedor do prêmio de melhor montagem nos Prêmios César (França); exibido na Mostra Ecofalante de Cinema. * “Microcosmos” (França, 1996, 80 min) – Claude Nuridsany e Marie Pérennou Um belo registro daquilo que os nossos olhos não conseguem ver. Com o uso das tecnologias mais avançadas para a época, uma viagem pela natureza microscópica. O ciclo da vida de insetos e outros pequenos seres invertebrados na luta pela sobrevivência, por alimento e em sua relação com o meio ambiente. Vencedor do grande prêmio técnico no Festival de Cannes; prêmio do público no Festival de Locarno; melhor fotografia, montagem, som e produção nos Prêmios César (França). * “Migração Alada” (“Le Peuple Migrateur”, França, 2001, 98 min) – Jacques Perrin, Jacques Cluzaud e Michel Debats Durante cerca de quatro anos são acompanhados os hábitos de migração de diversas espécies de pássaros, de todos continentes do planeta. No outono, estes animais viajam milhares de quilômetros, passando por diferentes regiões. Eles enfrentam a natureza, o homem e doenças, para repetir o percurso todos os anos. Quando a primavera chega, a migração faz o caminho de volta para casa. Indicado ao Oscar de melhor documentário; vencedor do prêmio de melhor montagem nos Prêmios César (França). * “Oceanos” (“Océans”, França, 2009, 104 min) – Jacques Perrin e Jacques Cluzaud Aproximadamente três quartos da superfície terrestre é coberta pela água. Através de imagens impressionantes e de rara beleza, este drama ecológico mergulha fundo no mundo dos oceanos. Misto de thriller e reflexão sobre o desaparecimento de maravilhas do mundo subaquático, a obra revela diversos mistérios escondidos nas águas, hábitos de vida das criaturas marinhas e os perigos que as cercam. Detalhes de um mundo desconhecido, exibidos de uma forma única na história. Vencedor do prêmio de melhor documentário nos Prêmios César (França). RETROSPECTIVA SARAH MALDOROR * “Aimé Césaire, A Máscara das Palavras” (“Aimé Césaire, Le Masque des Mots”, França, 1976, 57 min) – Sarah Maldoror Retrato de Aimé Césaire, poeta, humanista e cantor da negritude, autodenominado “um negro rebelde, um escritor para quem o ato poético é um ato de liberdade”. No filme, ele fala sobre sua relação com a poesia, da necessidade de despertar uma autêntica cultura popular da sua ilha natal, a Martinica, e de lançar as bases da liberdade. Exibido no IndieLisboa. * “Monangambé” (Argélia, 1968, 17 min) – Sarah Maldoror Os abusos dos traficantes de escravos portugueses em sua colônia de Angola são retratados através da tortura de um prisioneiro, com base na ignorância e incompreensão. Exibido no IndieLisboa. * “Retrato de uma Mulher Africana” (“Portrait d’Une Femme Africaine”, França, 1985, 6 min) – Sarah Maldoror Documentário sobre o papel da mulher africana na organização social, fundada sob ideais de solidariedade comunitária, a partir de uma entrevista cujo tema é imigrantes senegaleses em França. Exibido no IndieLisboa. * “Sambizanga” (França, 1972, 102 min) – Sarah Maldoror 1961, no início da guerra pela independência angolana. Domingos Xavier é um revolucionário preso por militares portugueses e levado para uma prisão em Sambizanga, distrito da capital Luanda. A esposa, Maria, procura-o, temendo a tortura ou a morte a que ele possa ter sido sujeito. O filme mostra a libertação de Angola pelos olhos de uma mulher. Vencedor de menções nos prêmios Interfilm e OCIC na seção Forum do Festival de Berlim; exibido no IndieLisboa. * “Uma Sobremesa para Constance” (“Un Dessert Pour Constance”, França/Argélia, 1980, 61 min) – Sarah Maldoror O filme usa a comédia como forma de combater estereótipos racistas e ideias nacionalistas ultrapassadas, como o conceito de destreza culinária, através de um olhar sobre o cotidiano de migrantes africanos em Paris. Exibido no IndieLisboa. CONCURSO CURTA ECOFALANTE * “[O vazio que atravessa]” (Brasil-SP, 2021, 23 min) – Fernando Moreira Transpassadas pela ganância, duzentas e setenta e duas pessoas foram soterradas pelos rejeitos de minério da companhia Vale em Brumadinho (MG) em 2019. O vazio que agora acompanha os que ficaram jamais será preenchido. Este filme-homenagem é dedicado às vítimas da mineração irresponsável que permanece cobrando seu preço com sangue e devastação. Vencedor do prêmio de excelência – meio ambiente no Documentaries Without Borders Festival (EUA); exibido na Mostra de Tiradentes e na Mostra CineBH – BH International Film Festival. * “Como Respirar Fora d’Água” (Brasil-SP, 2021, 17 min) – Júlia Fávero e Victoria Negreiros Na volta de um dos seus treinos de natação, Janaína é enquadrada violentamente por policiais. Já em casa e livre do perigo, ela enfrenta a relação com seu pai, Júlio, também policial militar, com outros olhos. Vencedor do prêmio de melhor som e do Prêmio Canal Brasil no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro; melhor direção no Prêmio Cinema Anima Latina (Itália); Prêmio ABC de Cinematografia, como melhor direção de fotografia para filme estudantil; melhor direção, fotografia e interpretação no Festival Mix Brasil; melhor direção da competição nacional de curtas-metragens no Cine Ceará; exibido no Festival de Clermont-Ferrand (França). * “Crescer Onde Nasce o Sol” (Brasil-PE, 2021, 13 min) – Xulia Doxágui No Alto do Sol Nascente, em Olinda (PE), não tem praça, nem parque. As crianças que crescem onde o sol nasce, demarcam com as próprias mãos os territórios do brincar. Exibido no Fidé Brasil – Festival Internacional do Documentário Estudantil de Curitiba; ROTA – Festival de Roteiro Audiovisual; FestCine Itaúna – Festival de Cinema Estudantil de Itaúna. * “Elos Positivos” (Brasil-SP, 2021, 18 min) – Eduardo Oliveira Brasil, segunda metade dos anos de 1980 e início da década de 1990. Surge uma doença desconhecida que se torna fatal. Diagnósticos que prenunciavam mortes, sem remédios e tratamentos eficazes contra aquilo que se conheceria mais tarde como AIDS. Profissionais de saúde e pessoas que vivem com HIV contam suas histórias e experiências, relembrando elos e afetos que ajudaram a viver essa época de grandes dificuldades. Vencedor do prêmio do público da Mostra Cine São Francisco do Curta Caicó; melhor documentário, melhor roteiro de documentário e prêmio do público no festival Cine Paraíso. * “Lua, Mar” (Brasil-SP, 2021, 25 min) – Agua Em um futuro próximo, a periferia paulista, alagada devido ao agravamento do aquecimento global, assiste ao início de um projeto mundial de colonização da Lua. Mauro reencontra sua ex-namorada de 10 anos atrás – Luana. Ele é um militante anti – colonização, ela acabou de prestar os exames para se tornar uma das primeiras colonizadoras da Lua. O que prevalecerá; o afeto ou a ideologia? Vencedor do prêmio de melhor direção da mostra de curtas-metragens no Fade to Black Festival. * “Meu Arado, Feminino” (Brasil-MG, 2021, 21 min) – Marina Polidoro Marques A pluralidade feminina do campo honra seu elo com a natureza, em quatro histórias entendemos sobre realidades distintas de gênero, classe e raça. Vencedor do prêmio de melhor filme pelo júri estudantil e de professores no Cine.Ema; melhor documentário do FECIM – Festival de Cinema e TV de Muqui; Prêmio Enel de Sustentabilidade no NOIA – Festival Universitário de Cinema; exibido no Curta Taquary e no Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades. * “Não Me Chame Assim” (Brasil-SP, 2020, 16 min) – Diego Migliorini Daniela recebe a notícia de que sua tão aguardada cirurgia de redesignação de gênero foi antecipada, e não consegue pensar em outra coisa. Seu amante, Roberto, tenta dissuadi-la da operação, revelando uma controversa relação que desperta angústias e crises. Vencedor dos prêmios de melhor filme e melhor atriz no FECEA – Festival Internacional de Cinema Escolar de Alvorada; melhor fotografia no NOIA – Festival do Audiovisual Universitário; melhor curta LGBT+ nos Sweden Film Awards; melhor curta, melhor direção, melhor direção de fotografia e melhor direção de arte no BIMIFF – Brazil Monthly Film Festival; exibido no Hong Kong Indie Festival, Festival de Curtas-Metragens de Bruxelas, DIGO – Festival Internacional da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás, ROTA – Festival de Roteiro Audiovisual, Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades, Transforma – Festival de Cinema da Diversidade de Santa Catarina e no FIC Rio – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro. * “Neguinho” (Brasil-RJ, 2020, 20 min) – Marçal Vianna Jéssica, mãe de Zeca, um menino da periferia que ganhou uma bolsa numa escola particular, é chamada para uma reunião com a professora do seu filho. Em um encontro cheio de farpas, reflexões e visões de mundo distintas, um veredicto é dado e o destino de Zeca precisará ser decidido. Vencedor dos prêmios de melhor direção, melhor atriz e melhor atriz coadjuvante na competição de curtas-metragens brasileiros do Festival Guarnicê; melhor ficção no Plateau – Festival Internacional de Cinema; melhor ficção no Festival Velas do Piraquê-Açu; melhor atuação no Cine RO – Festival de Cinema de Rondônia; melhor roteiro de ficção no ROTA – Festival de Roteiro Audiovisual; melhor roteiro e melhor atuação no Petit Pavé – Festival de Cinema Independente de Curitiba; exibido no Cine PE – Festival do Audiovisual, Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades, Cine Tamoio – Festival de Cinema de São Gonçalo, Mostra de Cinema Negro de Mato Grosso, Festival de Curtas de Campos do Jordão, Festival Visões Periféricas e Santos Film Fest. * “O Abebé Ancestral” (Brasil-BA, 2020, 20 min) – Paulo Ferreira A partir das vozes de Mãe Darabi/Alba Cristina Soares (Ialorixá), Olúkóso/Luzi Borges (Kolabá de Xangô) e das performances da atriz Izadora Guedes, o documentário aborda a história de Mejigã. Esta sacerdotisa nigeriana sofreu diáspora no século 19 e foi escravizada no Engenho de Santana, em Ilhéus (BA), do qual escapou, resistindo e se tornando símbolo de empoderamento ao gestar uma dimensão Ijexá no sul da Bahia. Vencedor do prêmio do público na Mostra Competitiva de Curtas Brasileiros do Festival Recanto do Cinema; prêmio do público e menção honrosa no FAVERA – Festival Audiovisual Vera Cruz; exibido no Independent Video Film Festival of Youtube Art Club Pavlos Paraschakis (Grécia), Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul, Festival Guarnicê, FICCA – Festival do Caeté e no FECEA – Festival de Cinema Escolar de Alvorada. * “O Andar de Cima” (Brasil-SP, 2021, 23 min) – Tomás Fernandes da Silva Um acidente provoca a morte de um porteiro em um condomínio de classe média em São Paulo. Diante do imprevisto, Marcelo, o síndico, investiga os diferentes espaços do prédio à procura do culpado, ao mesmo tempo que lida com os seus moradores mesquinhos. Enquanto as tensões aumentam, os preconceitos de um país desigual mostram sua verdadeira face. Vencedor do prêmio de melhor filma na mostra competitiva paranaense do Festival Kinoarte de Cinema; menção honrosa no Curta Cinema – Festival de curtas do Rio de Janeiro; ecibido no Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum. * “Okofá” (Brasil-SP, 2021, 17 min) – Pedro Henrique Martins, Rafael Rodrigues, Daniela Caprine, Mariana Bispo e Thamires Case Um corpo multiartista, transindígena e nordestino na cidade de São Paulo. Exibido no Festival do Rio, Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, UrbanoCine (RN), Cine Pojichá (MG) e Jornada de Estudos do Documentário (PE). * “Papa-Jerimum” (Brasil-RN, 2021, 15 min) – Harcan Costa e Clara Leal Ex-navegador, Seu Leonardo foi um pioneiro da cidade de São Miguel do Gostoso (RN) ao se tornar o primeiro a construir uma pousada na cidade e estimular o turismo e a gastronomia locais. Ao longo de sua trajetória, Seu Leonardo contribuiu para o desenvolvimento da cidade rumo ao futuro. Exibido na Mostra de Cinema de Gostoso. * “Quem Saiu Para Entrega?” (Brasil-SC, 2021, 20 min) – Evaldo Cevinscki Neto, Leonardo Roque Machado e Paula Roberta de Souza Histórias de entregadores de comida por app num Brasil em pandemia. Um documentário em formato vertical, dirigido remotamente. Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival Assimetria; exibido na MOSCA – Mostra Audiovisual de Cambuquira. * “Tá Foda” (Brasil-RS, 2020, 5 min) – Aline Golart, Denis Souza, Fernanda Maciel, Icaro Castello, Ligia Torres e Victoria Sugar Sketches pseudodocumentais sobre o futuro do Brasil. Vencedor de menção do júri no Festival de Animação Chilemonos (Chile); melhor filme da Mostra Navi no Festival de Arapiraca; exibido no Cine PE – Festival do Audiovisual, FIC Rio – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, MUMIA – Mostra Udigrudi Mundial de Animação, Cinefest Gato Preto, FantaCINE – Mostra de Cinema Fantástico de Rondônia, Mostra Universitária do Festival de Gramado. * “Yãy Tu Nunãhã Payexop: Encontro de Pajés” (Brasil-MG, 2021, 26 min) – Sueli Maxakali Em julho de 2020, em plena pandemia da Covid-19, cerca de 100 famílias tikmῦ’ῦn-maxakali deixaram a reserva de Aldeia Verde (Ladainha, MG) em busca de uma nova terra. A tensão causada pelo isolamento tornou mais urgente a necessidade de uma terra rica em matas e, sobretudo, água, na qual pudessem fortalecer as relações com os povos-espíritos yãmĩyxop, através dos cantos, rituais, festas e brincadeiras. Exibido no forumdoc.bh – Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte. #Envolverde