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sexta-feira, 29 de julho de 2022

Restauração dos ecossistemas para enfrentar as crises de clima e biodiversidade

Enfrentando a tripla ameaça das mudanças climáticas, a perda da natureza e a poluição, o mundo deve cumprir seu compromisso de restaurar pelo menos um bilhão de hectares degradados de terra na próxima década – uma área do tamanho de China. Por Jessica Chiareli Os países também precisam assumir compromissos semelhantes para os oceanos, de acordo com um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), lançado no início da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas 2021-2030. O relatório, Tornando-se #GeraçãoRestauração: restauração de ecossistemas para pessoas, natureza e clima, destaca que a humanidade está usando cerca de 1,6 vezes a quantidade de serviços que a natureza pode fornecer de forma sustentável. Isso significa que os esforços de conservação por si só são insuficientes para evitar o colapso do ecossistema em grande escala e a perda da biodiversidade. Os custos globais de restauração terrestre – não incluindo os custos de restauração de ecossistemas marinhos – são estimados em pelo menos 200 bilhões de dólares por ano até 2030. O relatório descreve que cada 1 dólar investido na restauração cria até 30 dólares em benefícios econômicos. Os ecossistemas que requerem restauração urgente incluem fazendas, florestas, pastagens e savanas, montanhas, turfeiras, áreas urbanas, água doce e oceanos. Comunidades que vivem em quase dois bilhões de hectares degradados incluem algumas das áreas mais pobres e marginalizadas do mundo. “Este relatório apresenta o motivo pelo qual todos devemos apoiar um esforço global de restauração. Com base nas mais recentes evidências científicas, ele define o papel crucial desempenhado pelos ecossistemas, de florestas e terras agrícolas a rios e oceanos, e mapeia as perdas que resultam de uma gestão deficiente do planeta”, escrevem a Diretora Executiva do PNUMA, Inger Andersen, e o Diretor Geral da FAO, QU Dongyu, no prefácio do relatório. “A degradação já está afetando o bem-estar de cerca de 3,2 bilhões de pessoas – ou seja, 40% da população mundial. A cada ano, perdemos serviços ecossistêmicos que valem mais de 10% de nossa produção econômica global”, acrescentaram, enfatizando que “ganhos massivos nos aguardam”, se revertermos essas tendências. A restauração do ecossistema é o processo de interromper e reverter a degradação, resultando em ar e água mais limpos, mitigação de condições climáticas extremas, melhor saúde humana e biodiversidade recuperada, incluindo melhor polinização de plantas. A restauração abrange um amplo continuum de práticas, desde o reflorestamento até a reumidificação de turfeiras e a reabilitação de corais. Ela contribui para o alcance de vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo saúde, água limpa e paz e segurança, e para os objetivos das três “Convenções do Rio” sobre Clima, Biodiversidade e Desertificação. Ações que previnam, interrompam e revertam a degradação são necessárias para cumprir a meta do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura global bem abaixo de 2 graus Celsius. A restauração, se combinada com a interrupção de novas conversões de ecossistemas naturais, pode ajudar a evitar 60% das extinções de biodiversidade esperadas. Pode ser altamente eficiente na produção de vários benefícios econômicos, sociais e ecológicos simultaneamente – por exemplo, a agrossilvicultura sozinha tem o potencial de aumentar a segurança alimentar para 1,3 bilhão de pessoas, enquanto os investimentos em agricultura, proteção de manguezais e gestão da água ajudarão na adaptação às mudanças climáticas, com benefícios em torno de quatro vezes o investimento original. O monitoramento confiável dos esforços de restauração é essencial, tanto para monitorar o progresso quanto para atrair investimentos públicos e privados. Em apoio a esse esforço, a FAO e o PNUMA também lançam hoje o Digital Hub para a Década da ONU, que inclui o Marco para o Monitoramento da Restauração de Ecossistemas. O Marco permite que os países e comunidades meçam o progresso dos projetos de restauração nos principais ecossistemas, ajudando a construir conhecimento e confiança nos esforços de restauração. Também incorpora a Plataforma de Iniciativas de Restauração de Terras Secas, que coleta e analisa dados, compartilha lições e auxilia no desenho de projetos de restauração de terras áridas e uma ferramenta de mapeamento geoespacial interativa para avaliar os melhores locais para restauração florestal. A restauração deve envolver todas as partes interessadas, incluindo indivíduos, empresas, associações e governos. Crucialmente, deve respeitar as necessidades e direitos dos Povos Indígenas e das comunidades locais e incorporar seus conhecimentos, experiências e capacidades para garantir que os planos de restauração sejam implementados e mantidos. in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 04/06/2021

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