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sexta-feira, 29 de julho de 2022
Mostra Ecofalante exibe filmes de 35 países e presta homenagem aos cineastas Jacques Perrin e Sarah Maldoror
Mais importante evento sul-americano dedicado à temática socioambiental apresenta 106 filmes.
Evento acontece de 27/07 a 17/08, de forma híbrida e gratuita em mais de 30 cinemas e espaços culturais da cidade de São Paulo
Uma homenagem ao diretor e ator Jacques Perrin, retrospectiva dedicada à cineasta Sarah Maldoror, celebração dos 40 anos do filme “Koyaanisqatsi”, competição latino-americana com 35 títulos, um amplo panorama internacional recente, o concurso de curtas-metragens brasileiros assinados por estudantes, sessões especiais, debates, masterclass e entrevistas exclusivas.
Este é o rico cardápio da 11ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema, que exibe de 27 de julho a 17 de agosto, em salas paulistanas e de forma online, um total de 106 filmes.
Considerado como o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado às temáticas socioambientais, o festival é totalmente gratuito e sua programação se espalha por diferentes espaços: Reserva Cultural, Circuito Spcine (Biblioteca Roberto Santos, CCSP, CEU Perus e CFC Cidade Tiradentes) e Cinemateca Brasileira, além de Casas de Cultura, Oficinas Culturais, Centros Culturais e Fábricas de Cultura. Atividades virtuais podem ser acessadas através do endereço www.ecofalante.org.br.
Em 2022 o programa Panorama Internacional Contemporâneo está organizado a partir dos eixos Ativismo, Biodiversidade, Economia, Emergência Climática, Povos & Lugares e Trabalho, além de sessões especiais. Estão incluídos os indicados ao Oscar “Ascensão” e “Escrevendo com Fogo” (este também premiado em Sundance), além de filmes premiados nos festivais de Locarno (“Mil Incêndios”) e HotDocs (“Escola da Esperança” e “Ostrov – A Ilha Perdida”).
O Panorama promove ainda a exibição especial de três produções: a aclamada série “Uprising”, de Steve McQueen e James Rogan, e os elogiados longas-metragens “Geração Z”, de Liz Smith, e “Searchers: O Amor Está nas Redes”, de Pacho Velez.
A Homenagem a Jacques Perrin (1941-2022) exibe quatro de seus sucessos, um como produtor (“Microcosmos”) e três como codiretor: “As Estações”, “Oceanos” e “Migração Alada”, este último indicado ao Oscar.
A Retrospectiva Sarah Maldoror (1929-2020) se dá no marco dos 50 anos de “Sambizanga” (1972), obra-prima vencedora de dois prêmios no Festival de Berlim. O filme, sobre o movimento de libertação angolano, é o primeiro longa-metragem filmado na África por uma mulher negra. O evento organizou uma programação em torno da cineasta reunindo alguns de seus títulos mais icônicos, que tratam, sob diversos aspectos, de questões referentes à história e cultura africanas ou de povos com fortes raízes naquele continente.
Clássico contemporâneo e marco do cinema socioambiental, o longa “Koyaanisqatsi”, de Godfrey Reggio, é celebrado pelo evento, por ocasião dos 40 anos de sua realização.
Uma sessão especial é dedicada a “Adeus, Capitão”, o mais recente longa do cineasta Vincent Carelli. Com registros colhidos ao longo de várias décadas, é o fecho da trilogia iniciada com o premiado “Corumbiara”.
Na Competição Latino-Americana participam o argentino “Esqui”, prêmio da crítica na seção Fórum do Festival de Berlim, e “A Montanha Lembra” (Argentina/México), ganhador da competição internacional de curtas do É Tudo Verdade. Competem ainda obras premiadas no Festival de Cannes (“Céu de Agosto”, de Jasmin Tenucci), no Bafici-Buenos Aires (“A Opção Zero”, uma coprodução Cuba/Colômbia) e no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (“Rolê – Histórias dos Rolezinhos”, de Vladimir Seixas, “Lavra”, de Lucas Bambozzi, e “Ocupagem”, de Joel Pizzini).
Outra competição, o Concurso Curta Ecofalante, reúne curtas-metragens cujos temas dialogam com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e são assinados por alunos de instituições de ensino brasileiras. Participam produções de São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.
A programação da 11ª Mostra Ecofalante de Cinema apresenta ainda um ciclo de debates e uma masterclass, além de uma série de entrevistas exclusivas com realizadores dos filmes, conduzidas pela documentarista e jornalista Flávia Guerra e, na série Ecofalante/WWF-Brasil, pelas jornalistas Marcela Fonseca e Gabriela Yamaguchi.
Especial 40 Anos de “Koyaanisqatsi”
Celebrando os 40 anos de “Koyaanisqatsi”, a Mostra Ecofalante de Cinema exibe este hipnotizante longa-metragem, um verdadeiro marco do cinema socioambiental.
Lançado no Festival de Berlim, é o filme de estreia do diretor norte-americano Godfrey Reggio. Trata-se de um ensaio visual que narra o impacto destrutivo do modo de vida moderno no meio ambiente. Impressionou o público e a crítica por ser um retrato clarividente sobre o impacto da dita civilização sobre o planeta e a natureza, tudo sem precisar dizer uma palavra. Tem grande destaque sua impactante trilha musical, assinada por Philip Glass, um dos compositores mais influentes do final do século 20.
Sessão Especial de “Adeus Capitão”
Gravado ao longo de 25 anos, “Adeus, Capitão” (2022), marca o capítulo final de uma trilogia desenvolvida pelo cineasta – e também antropólogo e indigenista – Vincent Carelli, que já rendeu os elogiados e premiados “Corumbiara” (2009) e “Martírio” (2016).
Codirigido com Tatiana “Tita” Almeida, o novo longa-metragem do realizador reflete sobre os males da aculturação nas populações indígenas no Brasil ao apresentar 70 anos de registros do povo Gavião, partindo do primeiro contato dos então isolados indígenas com os “kupên” (brancos).
A obra tem como protagonista o “Capitão” Krohokrenhum, que conta para suas netas a sua história. Finalizado após a morte do Capitão, o filme é a devolução póstuma destes registros. Krohokrenhum deixa sua sombra e conduz, em canto solo, as novas gerações.
Panorama Internacional Contemporâneo
Reunindo em 2022 um total de 45 produções, representando 29 países, o Panorama Internacional Contemporâneo está organizado nos seguintes eixos temáticos: “ativismo”, “biodiversidade”, “economia”, “emergência climática”, “povos & lugares” e “trabalho”.
Assinado pelos mesmos produtores de “Uma Verdade Inconveniente”, “Indústria Americana” e “Roma”, “Demônios Invisíveis” (2021), foi lançado no Festival de Cannes e trata dos efeitos do aquecimento global em Delhi, capital da Índia. É o segundo longa-metragem dirigido por Rahul Jain, cuja estreia, “Máquinas” (2016), foi vencedor do grande prêmio do júri no Festival de Sundance. O longa integra o eixo “emergência climática” ao lado de “Uma Vez Que Você Sabe” (2020), do documentarista Emmanuel Cappellin. Trata-se de um alerta: para uma parte dos cientistas, a oportunidade de evitar mudanças climáticas catastróficas já passou. A obra, exibida em eventos na Itália, Reino Unido e Hong Kong, coloca a pergunta: como se adaptar ao colapso?
Demônios Invisíveis
No eixo “ativismo” do Panorama Internacional Contemporâneo está “Escrevendo com Fogo” (2021), sobre o primeiro e único jornal diário da Índia dirigido por mulheres. Sua equipe tem quebrado tradições, seja na linha de frente da cobertura dos maiores problemas do país ou dentro de suas casas. Dirigido por Rintu Thomas e Sushmit Ghosh, o filme foi vencedor do prêmio do público e prêmio especial do júri no Festival de Sundance, tendo ainda sido eleito como melhor documentário no Festival de São Francisco. No mesmo eixo curatorial, está presente também o recente “Até o Fim” (2022), de Rachel Lears, diretora revelada internacionalmente por “Virando a Mesa do Poder” (2019), que no Festival de Sundance venceu o prêmio do público. Seu novo filme focaliza quatro notáveis jovens mulheres que lutam por um Green New Deal, o marco legal apresentado em 2019 nos Estados Unidos que considera o meio ambiente como uma das principais preocupações da atualidade. Elas iniciaram uma mudança histórica na política climática daquele país.
“Animal” (2021) é a mais recente obra do diretor – e conhecido escritor – francês Cyril Dion, que conquistou reputação internacional com “Amanhã” (2015), documentário que levou mais de um milhão de franceses ao cinema e foi atração de abertura da 6ª Mostra Ecofalante de Cinema. Aqui, ele aborda, a partir de dois jovens ativistas, uma geração convencida de que seu futuro está em perigo. O longa foi lançado no Festival de Cannes e integra o eixo “biodiversidade” do Panorama Internacional Contemporâneo. Na mesma seção está “Birds of America” (2021), de Jacques Loeuille, selecionado para o Festival de Roterdã, na Holanda. O longa focaliza a obra do naturalista John James Audubon (1785-1851), que revolucionou o mundo da ornitologia com seu livro antológico “Birds of America”. É ainda um alerta ao mostrar o quanto foi perdido em um tempo relativamente curto por causa da industrialização, da ganância e da indiferença.
No eixo curatorial “economia” estão “Ascensão”, de Jessica Kingdon, e “A Rota do Mármore”, de Sean Wang. Indicado ao Oscar de melhor documentário, “Ascensão” (2021) oferece um impressionante retrato do “Sonho Chinês”, expressão cunhada pelo Secretário-Geral do Partido Comunista e presidente da China Xi Jinping. A obra expõe a busca paradoxal por riqueza e progresso na China do século 21. Já “A Rota do Mármore” (2021) percorreu os mais prestigiosos festivais internacionais de documentários – como IDFA-Amsterdã, Visions du Réel (Suíça), CPH:DOX (Dinamarca) e Hot Docs (Canadá). O documentário acompanha a odisseia do mármore branco, extraído em larga escala na Grécia e cujo consumo global é impulsionado pelo mercado interno chinês. É também uma investigação sobre o papel da China enquanto “compradora do mundo”.
Eleito como o documentário mais inovador do ponto de vista estético-formal da Semana da Crítica do Festival de Locarno, “Mil Incêndios” (2021), do cineasta palestino-britânico Saeed Taji Farouky, conta a história de uma família de Mianmar, que pratica a extração manual de petróleo. A obra está incluída no eixo Povos & Lugares do Panorama Internacional Contemporâneo da 11ª Mostra Ecofalante de Cinema, ao lado de “Drama Telúrico” (2020). Este filme do diretor Riar Rizaldi investiga histórias alternativas da Indonésia através de uma ruminação de ruínas coloniais, o papel da tecnologia e o poder invisível da ancestralidade indígena, tendo sido selecionado para os festivais de Roterdã e DOK Leipzig (Alemanha).
No eixo curatorial “trabalho”, destacam-se três produções. Em “Jobs For All!” (2021), a dupla sueca Axel Danielson e Maximilien Van Aertryck – de “Hopptornet” (2016), exibido nos festivais de Berlim e Sundance – utiliza variado material de arquivo e o “Bolero”, de Maurice Ravel, para construir uma jornada pela história moderna do trabalho humano. Já “The Gig Is Up: O Mundo É uma Plataforma” (2021) traz à tona as histórias dos trabalhadores por trás dos trabalhos da economia GIG, que engloba as formas de emprego alternativo. São milhões de pessoas atuando desde em serviços de entrega de comida e transporte por aplicativo até na marcação de imagens para a inteligência artificial. Dirigido pela canadense Shannon Walsh, o longa percorreu o circuito internacional de documentários, sendo exibido nos prestigiosos festivais IDFA-Amsterdã, Hot Docs (Canadá), CPH:DOX (Dinamarca) e Dokufest (Kosovo). “Regresso a Reims (Fragmentos)” é um elogiado estudo sociológico da classe trabalhadora francesa nos últimos 70 anos. A atriz e ativista LGBTQIA+ Adèle Haenel (premiada no Festival de Berlim e duas vezes no Festival Sesc Melhores Filmes) é responsável pela interpretação dos textos incluídos no filme, que participou da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes. Seu diretor, Jean-Gabriel Périot, assina 28 títulos a partir de 2000, incluindo “Nos Défaites” (2019), vencedor do Prêmio C.I.C.A.E. no Festival de Berlim.
Em programação especial, estão incluídos ainda no Panorama Internacional Contemporâneo três produções reconhecidas planetariamente: “Uprising” (2020), série dirigida pelos britânicos Steve McQueen e James Rogan, “Geração Z” (2021), de Liz Smith, e “Searchers: O Amor Está nas Redes” (2020), de Pacho Velez.
Com exibição de seus três episódios, somando 180 minutos, “Uprising” examina eventos passados no Reino Unido em 1981: o fogo de New Cross, que vitimou 13 jovens negros; o primeiro protesto de massas organizado por cidadãos britânicos negros, no seguimento desse fogo, que ficou conhecido como “Black People’s Day of Action” e que juntou 20 mil pessoas; e os motins de Brixton, uma série de confrontos entre jovens negros e a polícia metropolitana de Londres. O codiretor Steve McQueen consagrou-se mundialmente com “12 Anos de Escravidão”, vencedor de três prêmios Oscar e outras 242 premiações. É também o criador e diretor da premiada série “Small Axe”, que estreou no Brasil em 2020.
“Geração Z” (2021) examina como a revolução digital está impactando nossa sociedade, nosso cérebro e nossa saúde mental. E como as forças que a impulsionam estão trabalhando contra a humanidade e nos colocaram em uma trajetória perigosa, que tem enormes ramificações para esta primeira geração crescendo com a tecnologia digital móvel.
Exibido no Festival de Sundance, “Searchers: O Amor Está nas Redes” mostra uma ampla gama de pessoas de todas as idades que decidiram encontrar seu parceiro ideal online, sejam elas novatas ou especialistas nessas ferramentas tecnológicas. Seu diretor, o cultuado documentarista Pacho Velez, tem no currículo “The American Sector” (2020), exibido no Festival de Berlim, “Manakamana” (2013), vencedor da competição Cineasta do Presente do Festival de Locarno, e “The Reagan Show” (2017), exibido no Festival de Tribeca.
Homenagem a Jacques Perrin
A 11ª Mostra Ecofalante de Cinema promove homenagem ao ator e diretor francês Jacques Perrin, falecido no último mês de abril, aos 80 anos. Conhecido pelo papel de Totó em “Cinema Paradiso” (1988), Perrin participou de mais de 130 filmes e séries ao longo da carreira, incluindo uma indicação ao Oscar por “Z” (1969). Mas ele também se transformou em ardoroso defensor da natureza e foi responsável por produções que encantam amplas plateias mundo afora. Todos os três longas-metragens que dirigiu, e um que produziu, estão incluídos na programação do evento.
Exibido com sucesso na Mostra Ecofalante de Cinema em 2018, “As Estações” (2015) refaz a história da floresta europeia desde o final da última era glacial até nossos dias, abordando a questão das convulsões causadas pelas atividades humanas. Uma fascinante viagem pela natureza microscópica, “Microcosmos” (1996) foi produzido por Perrin, que é também narrador, ao lado da atriz indicada ao Oscar Kristin Scott Thomas. A obra foi vencedora do grande prêmio técnico no Festival de Cannes e do prêmio do público no Festival de Locarno.
Indicado ao Oscar de melhor documentário, “Migração Alada” (2001), uma codireção com Jacques Cluzaud e Michel Debats, acompanha a migração de diversas espécies de pássaros, de todos continentes do planeta. Já “Oceanos” (2009) revela diversos mistérios escondidos nas águas, hábitos de vida das criaturas marinhas e os perigos que as cercam.
Retrospectiva Sarah Maldoror
Celebrando o cinquentenário de realização do longa-metragem “Sambizanga”, a programação da Mostra Ecofalante de Cinema apresenta uma retrospectiva de obras de sua diretora, a francesa Sarah Maldoror (1929-2020). Considerada como a primeira mulher de ascendência africana a dirigir um longa-metragem na África, ela é intitulada por muitos como “a mãe do cinema africano”. Sua obra é reverenciada como exemplo de cinema militante e, ao mesmo tempo, dotada de traços de grande singularidade. Com 41 filmes realizados no período de 1968 a 2009, entre eles quatro longas-metragens, sua carreira foi dedicada a valorizar e promover a perspectiva dos povos negros sobre a cultura e os acontecimentos históricos. Segundo ela, sua motivação seria “pesquisar filmes sobre a história africana, porque nossa história foi escrita por outros, não por nós”.
Duplamente premiado no Festival de Berlim, “Sambizanga” (1972) mereceu cópia restaurada em 2021 sob os auspícios da Film Foundation, entidade voltada à preservação de filmes criada pelo diretor Martin Scorsese. É esta versão restaurada, inédita no Brasil, que é exibida pelo evento. O filme, baseado na obra de José Luandino Vieira, focaliza a figura de Domingos Xavier, operário angolano e ativista anticolonial que foi preso e torturado até à morte, em 1961, pela polícia política portuguesa. O longa é conduzido pela perspectiva de Maria, sua companheira.
A Retrospectiva Sarah Maldoror traz outros três títulos. No curta-metragem “Monangambé“ (1968) a luta de libertação da África lusófona é vista pela primeira vez representada na história do cinema de ficção. “Aimé Césaire, A Máscara das Palavras” (1976) é um retrato do poeta, humanista e cantor da negritude Aimé Césaire, autodenominado “um negro rebelde, um escritor para quem o ato poético é um ato de liberdade”. Já “Uma Sobremesa para Constance” (1980) utiliza-se da comédia como forma de combater estereótipos racistas. “Retrato de uma Mulher Africana” (1985), por sua vez, propõe uma reflexão sobre o papel da mulher africana na organização social, fundada sob ideais de solidariedade comunitária.
Competição Latino-Americana
Para a Competição Latino-americana da 11ª Mostra Ecofalante de Cinema foram selecionados 35 filmes, sendo 15 longas e 20 curtas-metragens. Eles representam seis países da região: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba e México. O júri que delibera sobre os melhores títulos nestas duas categorias é formado por Amaranta Cesar, professora e programadora do festival Cachoeira Doc, pela cineasta e jornalista Ceci Alves e pela curadora, professora e documentarista Tetê Mattos.
Os longas-metragens selecionados são os seguintes:
“A Mãe de Todas as Lutas” (Brasil-RJ, 2021) – Susanna Lira
“A Opção Zero” (Cuba/Colômbia, 2020) – Marcel Beltrán
“A Praia do Fim do Mundo” (Brasil-CE, 2021) – Petrus Cariry
“Borom Taxi” (Argentina, 2021) – Andrés Guerberoff
“Cruz” (México, 2021) – Teresa Camou Guerrero
“Esqui” (Argentina, 2021) – Manque La Banca
“Husek” (Argentina, 2021) – Daniela Seggiaro
“Lavra” (Brasil-MG, 2021) – Lucas Bambozzi
“Muribeca” (Brasil-PE, 2020) – Alcione Ferreira e Camilo Soares
“Ninho” (“Nidal”, Chile, 2021) – Josefina Pérez-García e Felipe Sigala
“O Bem Virá” (Brasil-PE, 2020) – Uilma Queiroz
“Panorama” (Brasil-SP, 2021) – Alexandre Leco Wahrhaftig
“Pobo ‘Tzu’ – Noite Branca” (México, 2021) – Tania Ximena e Yollotl Alvarado
“Rolê – Histórias dos Rolezinhos” (Brasil-RJ, 2021) – Vladimir Seixas
“Vai Acabar” (Argentina, 2021) – David Blaustein e Andrés Cedrón.
Já a relação dos curtas-metragens selecionados é a seguinte:
“0,2 Miligramas de Ouro” (Brasil-RJ, 2021) – Diego Quindere de Carvalho
“A Felicidade do Motociclista Não Cabe em Seu Traje” (México, 2021, 10) – Gabriel Herrera
“A Montanha Lembra” (Argentina/México, 2021) – Delfina Carlota Vazquez
“Aurora – A Rua Que Queria Ser um Rio” (Brasil-SP, 2021) – Radhi Meron
“Céu de Agosto” (Brasil-SP/Islândia, 2021) – Jasmin Tenucci
“Chichiales” (México, 2021) – José López Arámburo
“Curupira e a Máquina do Destino” (Brasil-AM/França, 2021) – Janaina Wagner
“Flores da Planície” (México, 2021) – Mariana Xochiquétzal Rivera
“Kaapora – O Chamado das Matas” (Brasil-BA, 2020) – Olinda Muniz Silva Wanderley
“LOOP” (Argentina/Espanha, 2021) – Pablo Polledri
“Mar Concreto” (Brasil-RJ, 2021) – Julia Naidin
“Mensageiras da Amazônia: Jovens Munduruku Usam Drone e Celular para Resistir às Invasões” (Brasil-PA, 2022) – Joana Moncau, Elpida Nikou e Coletivo Audiovisual Munduruku Daje Kapap Eypi
“Montanha Dourada” (Brasil-AP, 2021) – Cassandra Oliveira
“Natureza Moderna” (Argentina/Colômbia, 2021) – Maia Gattás Vargas
“O Elemento Tinta” (Brasil-SP, 2021) – Luiz Maudonnet e Iuri Salles
“Ocupagem” (Brasil-SP, 2021) – Joel Pizzini
“Portugal Pequeno” (Brasil-RJ, 2021) – Victor Quintanilha
“Ser Feliz no Vão” (Brasil-RJ, 2020) – Lucas H. Rossi dos Santos
“Terra Nova” (Brasil-AM, 2021) – Diego Bauer
“Two-Spirit” (Colômbia, 2021) – Mónica Taboada-Tapia.
Concurso Curta Ecofalante
Produções de alunos de ensino superior, ensino médio, cursos técnicos e cursos livres de cinema participam do Concurso Curta Ecofalante. As temáticas dos filmes devem estar relacionadas a pelo menos um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas para tornar as cidades mais inclusivas e sustentáveis.
As 15 obras selecionadas concorrem a um prêmio no valor de R$ 4 mil e ao prêmio do público. Nessa 11ª edição do evento, o júri é formado pela pesquisadora e professora da UFMG Cláudia Mesquita, por Joyce Cursino, jornalista e diretora do festival Telas em Movimento, e pelo cineasta Gabriel Martins (do longa “No Coração do Mundo”).
Os títulos selecionados são os seguintes:
* “[O Vazio Que Atravessa]” (Brasil-SP, 2021) – Fernando Moreira
* “Como Respirar Fora d’Água” (Brasil-SP, 2021) – Júlia Fávero e Victoria Negreiros
* “Crescer Onde Nasce o Sol” (Brasil-PE, 2021) – Xulia Doxágui
* “Elos Positivos” (Brasil-SP, 2021) – Eduardo Oliveira
* “Lua, Mar” (Brasil-SP, 2021) – Agua
* “Meu Arado, Feminino” (Brasil-MG, 2021) – Marina Polidoro Marques
* “Não Me Chame Assim” (Brasil-SP, 2020) – Diego Migliorini
* “Neguinho” (Brasil-RJ, 2020) – Marçal Vianna
* “O Abebé Ancestral” (Brasil-BA, 2020) – Paulo Ferreira
* “O Andar de Cima” (Brasil-SP, 2021) – Tomás Fernandes da Silva
* “Okofá” (Brasil-SP, 2021) – Pedro Henrique Martins, Rafael Rodrigues, Daniela Caprine, Mariana Bispo e Thamires Case
* “Papa-Jerimum” (Brasil-RN, 2021) – Harcan Costa e Clara Leal
* “Quem Saiu Para Entrega?” (Brasil-SC, 2021,) – Evaldo Cevinscki Neto, Leonardo Roque Machado e Paula Roberta de Souza
* “Tá Foda” (Brasil-RS, 2020) – Aline Golart, Denis Souza, Fernanda Maciel, Icaro Castello, Ligia Torres e Victoria Sugar
* “Yãy Tu Nunãhã Payexop: Encontro de Pajés” (Brasil-MG, 2021) – Sueli Maxakali.
Debates, masterclass e entrevistas
A 11ª Mostra Ecofalante conta com oito debates que reúnem ativistas, especialistas e outros convidados especiais para discutir as seis temáticas do Panorama Internacional Contemporâneo (ativismo, biodiversidade, economia, emergência climática, povos&lugares e trabalho), além da obra da cineasta Sarah Maldoror e da sessão especial Sociedade e Redes. A programação incluirá debates presenciais e online – mais informações serão divulgadas em breve.
No dia 3 de agosto, quarta-feira, acontece em parceria com a Spcine a masterclass “Cinema de Impacto: Filmes para Mudar o Mundo”, ministrada pelo francês Jean-François Camilleri, produtor internacional de filmes como “A Marcha dos Pinguins” e “Oceanos”. A atividade é online e gratuita e propõe uma discussão sobre o cinema de impacto para produtores, realizadores, distribuidores e estudantes interessados. O link para as inscrições será divulgado em breve através das redes sociais e do site da Mostra Ecofalante.
A programação do evento inclui ainda uma série de entrevistas exclusivas com realizadores e protagonistas dos filmes “Geração Z”, “Animal”, “Uma Vez Que Você Sabe”, “Lavra”, “Rolê – Histórias dos Rolezinhos”, “Demônios Invisíveis, “A Rota do Mármore”, “A Mãe de Todas as Lutas”, “A Praia do Fim do Mundo”, “O Bem Virá” e “Muribeca”, além de Jacques Cluzaud, co-realizador dos filmes de Jacques Perrin, e de Annouchka de Andrade, filha da diretora Sarah Maldoror. As entrevistas são conduzidas pela documentarista e jornalista Flávia Guerra e, na série Ecofalante/WWF-Brasil, pelas jornalistas Marcela Fonseca e Gabriela Yamaguchi.
Todas as informações sobre exibições e demais atividades do evento poderão ser encontradas na plataforma Ecofalante: www.ecofalante.org.br.
O evento promove parte de sua programação em cidades do interior paulista, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, conforme o seguinte calendário:
* Piracicaba (SP) – de 2 a 20 de agosto
* Lorena (SP) – de 16 a 26 agosto
* Belo Horizonte – de 10 a 31 de agosto
* Porto Alegre – de 25 de agosto a 7 de setembro.
A Mostra Ecofalante de Cinema é viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Tem a apresentação da Valgroup, patrocínio do Governo do Estado de São Paulo, do Mercado Livre e da Spcine, empresa pública de fomento ao audiovisual vinculada à Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, e apoio da White Martins, IHS Brasil e Comerc Energia. É uma produção da Doc & Outras Coisas e coprodução da Química Cultural. A realização é da Ecofalante, da Secretaria Especial de Cultura e do Ministério do Turismo.
serviço:
11ª Mostra Ecofalante de Cinema
de 27 de julho a 17 de agosto de 2022
gratuito
apresentação: Valgroup
patrocínio: Governo do Estado de São Paulo, Mercado Livre e Spcine
apoio: White Martins, IHS Brasil e Comerc Energia
produção: Doc & Outras Coisas
coprodução: Química Cultural
realização: Ecofalante, Secretaria Especial de Cultura e Ministério do Turismo
salas
Reserva Cultural – Av Paulista 900, Bela Vista – São Paulo
Circuito Spcine Lima Barreto (Centro Cultural São Paulo) – Rua Vergueiro 1000, Paraíso – São Paulo
Circuito Spcine Paulo Emílio (Centro Cultural São Paulo) – Rua Vergueiro 1000, Paraíso – São Paulo
Cinemateca Brasileira – Sala Grande Otelo – Praça Sen. Raul Cardoso 207, V. Clementino – São Paulo
Casas de Cultura, Oficinas Culturais, Centros Culturais, Fábricas de Cultura
Redes sociais
www.facebook.com/mostraecofalante
www.twitter.com/mostraeco
www.youtube.com/mostraecofalante
www.instagram.com/mostraecofalante
Dados sobre o filme
ESPECIAL 40 ANOS DE “KOYAANISQATSI”
* “Koyaanisqatsi” (EUA, 1982, 87 min) – Godfrey Reggio
As relações entre os seres humanos, a natureza, o tempo e a tecnologia. Cidade, campo, paisagem, rotina, pessoas, construções, destruição.
Exibido no Festival de Berlim; prêmio do público no Festival de Varsóvia e na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
SESSÃO ESPECIAL
* “Adeus, Capitão” (Brasil-PE, 2022, 177 min) – Vincent Carelli e Tatiana “Tita” Almeida
O “Capitão” Krohokrenhum, líder do povo indígena Gavião, conta para suas netas a sua história. Das guerras de “índio bravo” ao contato com o “homem branco”, da hecatombe do contágio ao fim do mundo Gavião, ele conduz um movimento de reconstrução da memória de seu povo – acompanhado pela câmera de Vincent Carelli desde as primeiras gravações em fitas de vídeo VHS. Finalizado, após a partida do Capitão, o filme é a devolução póstuma destes registros. Krohokrenhum deixa sua sombra e conduz, em canto solo, as novas gerações.
Exibido no É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários e na CineOP.
PANORAMA INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEO
Ativismo
* “As Formigas e o Gafanhoto” (“The Ants and the Grasshopper”, Malawi, 2021, 76 min) – Raj Patel e Zak Piper
Anita Chitaya tem um dom: ela sabe produzir comida abundante a partir de um solo morto, consegue fazer os homens lutarem pela igualdade de gênero e pode acabar com a fome infantil em sua aldeia no Malawi, na África. Agora, para salvar sua região do clima extremo, ela enfrenta seu maior desafio: convencer os norte-americanos de que a mudança climática é real. Em sua jornada do Malawi à Califórnia, com uma passagem pela Casa Branca, ela experimenta em primeira mão a desigualdade racial e de gênero, conhece céticos do clima e agricultores desesperados.
Exibido no IDFA-Amsterdã, Sheffield DocFest (Reino Unido) e Festival Wild & Scenic (EUA).
* “As Sementes de Vandana Shiva” (“The Seeds of Vandana Shiva”, EUA/Austrália, 2021, 88 min) – Camilla Becket e James Becket
Como a filha obstinada de um conservador florestal do Himalaia se tornou o pior pesadelo da Monsanto? O filme conta a história de vida notável da ecoativista gandhiana Dra. Vandana Shiva, revelando como ela enfrentou os Golias corporativos da agricultura industrial, ganhou destaque nos movimentos de economia de sementes e alimentos orgânicos e está inspirando uma cruzada internacional transformadora.
Exibido no Festival de Sydney.
* “Até o Fim” (“To the End”, EUA, 2022, 103 min) – Rachel Lears
Enfrentar a crise climática é uma questão de coragem política, e o tempo está correndo. Ao longo de três anos de turbulência e crise, quatro notáveis jovens mulheres lutam por um Green New Deal e iniciam uma mudança histórica na política climática dos Estados Unidos.
Exibido no CPH:DOX (Dinamarca) e Festival de Cleveland (EUA).
* “Escrevendo Com Fogo” (“Writing with Fire”, Índia, 2021, 93 min) – Rintu Thomas e Sushmit Ghosh
Em um cenário de notícias caótico e dominado majoritariamente por homens, surge o primeiro e único jornal diário da Índia dirigido por mulheres. Equipadas com smartphones, a editora-chefe e repórter Meera e suas jornalistas quebram tradições, seja na linha de frente da cobertura dos maiores problemas do país ou dentro de suas casas, redefinindo seus papéis naquela sociedade.
Vencedor do prêmio do público e prêmio especial do júri no Festival de Sundance; melhor documentário no Festival de São Francisco; prêmio especial do júri no Festival de Seattle; prêmio do público no Festival de Yamagata (Japão); exibido nos festivais IDFA-Amsterdã, CPH:DOX (Dinamarca) e Hot Docs (Canadá).
Biodiversidade
* “Animal” (França, 2021, 120 min) – Cyril Dion
Os jovens ativistas Bella e Vipulan, ambos de 16 anos, fazem parte de uma geração convencida de que seu futuro está em perigo. Entre a emergência climática e a sexta extinção em massa, seu mundo pode ser inabitável daqui a 50 anos. O filme conduz a uma jornada extraordinária para conversar com algumas das pessoas mais dedicadas ao mundo animal e entender em outro nível o quão profundamente nós, os humanos, estamos ligados a todas as outras espécies vivas. E que ao salvá-los, também estamos nos salvando.
Exibido no Festival de Cannes.
* “Birds of America” (França, 2021, 80 min) – Jacques Loeuille
John James Audubon (1785-1851), naturalista norte-americano de origem francesa, revolucionou o mundo da ornitologia com seu livro antológico “Birds of America”, no qual procurou retratar todas as espécies de aves do “novo continente”. Ao longo de sua vida, testemunhou a extinção de animais, a perseguição dos povos nativos americanos e a espoliação de paisagens. Seguindo os passos do naturalista em uma rota ao longo do rio Mississipi, o filme soa um alerta ao mostrar o quanto se perdeu em um tempo relativamente curto pela industrialização, ganância e indiferença. Em 2013, uma edição de “Birds of America” foi arrematada em um leilão por mais de 11 milhões de dólares, tornando-se, assim, o livro mais caro já vendido até então.
Exibido no Festival de Roterdã e CPH:DOX (Dinamarca).
* “Do Mar Selvagem” (“Fra det Vilde Hav”, Dinamarca, 2021, 79 min) – Robin Petré
O inverno está chegando na Europa e uma vasta rede de voluntários de resgate de animais marinhos está se preparando para mais uma temporada difícil. Noite e dia, eles trabalham incansavelmente para proteger a vida selvagem costeira de elementos que ameaçam a vida, como petróleo e plástico. Mas a pior ameaça de todas ainda está se consolidando: as mudanças climáticas, que, ano após ano, trazem tempestades e condições cada vez mais adversas.
Exibido no DocLisboa e CPH:DOX (Dinamarca).
* “Gritos de Nossos Ancestrais” (“Cries of Our Ancestors”, EUA/México, 2020, 20 min) – Rebecca Kormos e Kalyanee Mam
Nas montanhas da Guiné, na África Ocidental, pessoas e chimpanzés vivem pacificamente lado a lado. Mitos e histórias, além de um respeito mútuo, preservaram essa relação por gerações. Agora, no entanto, pessoas e chimpanzés estão sendo expulsos de suas casas por um empreendimento de mineração de bauxita, que corre o risco de matar milhares desses animais e desalojar dezenas de milhares de pessoas.
Exibido no Festival Wild & Scenic e no Festival de Cinema Ambiental na Capital da Nação (ambos nos EUA).
* “Naya – A Floresta Tem Olhos” (“Naya – Der Wald Hat Tausend Augen”, Holanda, 2021, 24 min) – Sebastian Mulder
Ao longo de meses, os passos de Naya e seu trajeto solitário da Alemanha para a Bélgica foram monitorados graças a uma coleira GPS. Primeira loba na Bélgica em 100 anos, sua presença logo vira manchete. Esta colagem voyeurística da vida selvagem e de imagens de câmeras de vigilância explora a relação entre humanos e esse icônico animal selvagem.
Vencedor do prêmio de melhor curta-metragem nos Festivais Egeu (Grécia) e Festival de Vilnius (Lituânia); menção especial do júri no Festival Go Short de Arnhem (Holanda).
* “Nosso Planeta, Nosso Legado” (“Legacy, Notre Héritage”, França, 2021, 100 min) – Yann Arthus-Bertrand
O cineasta Yann Arthus-Bertrand revisita sua vida e sua trajetória engajada de quase cinco décadas. Priorizando o debate acerca dos danos ecológicos causados pelo ser humano, o filme apresenta soluções de reconciliação com a natureza e caminhos possíveis para um futuro menos devastado, que pode ser possível, a depender de nossas escolhas enquanto sociedade.
Vencedor do Prêmio Sky & Seano Festival de Bergan (Noruega).
* “O Leopardo das Neves” (“La Panthère des Neiges”, França, 2021, 92 min) – Marie Amiguet e Vincent Munier
No alto do planalto tibetano, entre vales inexplorados e inacessíveis, encontra-se um dos últimos santuários do mundo selvagem, onde vive uma fauna extraordinária e desconhecida. Vincent Munier, renomado fotógrafo da vida selvagem, e o aventureiro e romancista Sylvain Tesson exploraram por várias semanas esse local em busca desses animais únicos e tentarão localizar o leopardo das neves, um dos felinos mais raros e difíceis de se registrar.
Exibido no Festival de Cannes; melhor documentário nos Prêmio César e nos Prêmios Lumière (ambos na França); vencedor do prêmio do público no Festival de Santa Fé (EUA) e no Festival Screenwave (Austrália); melhor filme ambiental no Festival de Tessalônica (Grécia).
* “Tengefu” (EUA, 2020, 9 min) – Jessey Dearing
Tengefu é a palavra suaíli para “área marinha protegida”. O pescador Abubakar passa seus dias sonhando com corais. Filho, neto e bisneto de pescadores, ele ajudou a iniciar o programa de restauração de recifes na Ilha Wasini, no sudeste do Quênia. Ele acredita que os corais são críticos para sua comunidade e para o futuro dos filhos de Wasini.
Exibido no Festival Wild & Scenic (EUA).
Economia
* “A Rota do Mármore” (“A Marble Travelogue”, Holanda/Hong Kong/França/Grécia, 2021, 97 min) – Sean Wang
Quantidades cada vez maiores de mármore branco são extraídas todos os dias na Grécia. O filme acompanha a odisséia desta preciosa pedra pela cadeia do consumo global, impulsionado pelo mercado interno chinês, para investigar o papel da China enquanto “compradora do mundo”.
Exibido no IDFA-Amsterdã, Visions du Réel (Suíça), CPH:DOX (Dinamarca), Hot Docs (Canadá), Festival de Tessalônica (Grécia) e DocAviv – Festival de Documentários de Tel Aviv.
* “Ascensão” (“Ascension”, EUA, 2021, 97 min) – Jessica Kingdon
Retrato impressionista do ‘Sonho Chinês’, expressão cunhada pelo Secretário-Geral do Partido Comunista e presidente da China Xi Jinping. O documentário explora a busca paradoxal por riqueza e progresso na China do século 21, passeando por chãos de fábrica, convenções de influencers e pelas aspirações de consumidores da classe média e alta da sociedade chinesa.
Indicado ao Oscar de melhor documentário; vencedor do prêmio de melhor documentário e do prêmio para novos documentaristas no Festival de Tribeca (EUA); melhor documentário nos festivais de Hamptons e de Tacoma (ambos nos EUA); exibido DocAviv – Festival de Documentários de Tel Aviv e nos festivais de Varsóvia e Zurique.
* “Desperdício Vol. 1” (“Waste Vol. 1”, Finlândia, 2020, 57 min) – Jan Ijäs
Uma jornada através dos continentes africano, europeu e americano que revela histórias reais que falam das consequências da hiperinflação, do tráfico humano, do lixo eletrônico, da indústria de armas e da morte. O filme revela como bens sofisticados como armamento, carros, dinheiro e até memórias podem se transformar em lixo, e como o lixo pode inesperadamente se transformar em objetos de valor, à medida que o significado simbólico muda.
Exibido no DokuFest – Festival Internacional de Documentários e Curtas-Metragens (Kosovo) e FIDMarseille (França).
* “O Grande Vazio” (“Die Große Leere”, Alemanha, 2020, 86 min) – Sebastian Mez
Um canteiro vazio. Um bosque vazio. Uma avenida vazia. Filmado antes da pandemia, mas finalizado em pleno lockdown, o documentário experimental hipnotizante consiste em uma série de planos estáticos esvaziados de toda presença humana. O filme olha sem piscar, nem mais, nem menos, para a agonia de nossa civilização.
Vencedor especial do júri da competição Burning Lights no Visions du Réel (Suíça); exibido no Festival de Cinema Experimental de Moscou.
* “Olho de Peixe” (“Fish Eye”, Irã, 2020, 70 min) – Amin Behroozzadeh
A tripulação de uma traineira cruza o oceano com uma missão: pegar 2 mil toneladas de atum. Em alto mar durante meses, esses homens de diversas nacionalidades compartilham uma rotina tão exaustiva quanto tediosa. Entre poesia e crítica social, o filme convida à reflexão sobre os mecanismos do capitalismo por meio da pesca em escala industrial.
Exibido no Visions du Réel (Suíça) e CinemAmbiente (Itália).
* “Ostrov – A Ilha Perdida” (“Ostrov – Lost Island”, Suíça, 2020, 91 min) – Svetlana Rodina e Laurent Stoop
Perdida no Mar Cáspio, a ilha de Ostrov já abrigou uma pescaria coletiva que mantinha a população insular. Após a queda da União Soviética, a fazenda foi destruída e a extração de caviar preto, proibida. Hoje, apenas um punhado de habitantes permanece no local, sobrevivendo da caça furtiva de esturjão. Nesta atmosfera distópica, surge o retrato de uma família forçada a imaginar um futuro para si em meio às ruínas.
Vencedor do prêmio de melhor filme no Hot Docs (Canadá); menção especial do júri no Festival de Candem (EUA); melhor documentário no Festival de Guanajuato (México); Prêmio Estrela de Prata no Festival de El Gouna (Egito); exibido no Festival de Locarno e no Visions du Réel (Suíça).
* “Se Você A Vir, Mande Lembranças” (“If You See Her, Say Hello”, China, 2020, 18 min) – Hee Young Pyun e Jiajun Oscar Zhang
Um viajante visita sua cidade de infância, em uma antiga área de exploração de petróleo no norte da China. Assombrado por suas memórias, ele gradualmente se perde em um espaço onírico, passando de uma cidade ultramoderna a uma cidade fantasma onde ele mesmo não pode mais diferenciar o que é real ou imaginário.
Vencedor do prêmio de melhor curta ou média-metragem no Festival de Documentários de Montreal (Canadá); menção especial do júri no Visions du Réel (Suíça); exibido no DMZ Docs (Coréia do Sul).
* “Um Céu Tão Nublado” (“So Foul a Sky”, Colômbia/Espanha/Reino Unido/Venezuela, 2021, 84 min) – Alvaro Fernandez-Pulpeiro
Sob as sombras de colossais refinarias de petróleo, emergindo do deserto como catedrais de cromo, o filme apresenta uma jornada por várias terras fronteiriças da Venezuela – o primeiro petroestado do mundo –, agora abalada pela pior crise política, econômica e humanitária que a América do Sul viveu no século 21.
Exibido no CPH:DOX (Dinamarca), Indielisboa e Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba.
Emergência Climática
* “Aasivissuit” (Holanda, 2020, 23 min) – Jasper Coppes
Dois guardas florestais em expedição no oeste da Groenlândia trocam novos e antigos conhecimentos sobre a terra – por exemplo, como os antigos sedimentos férteis são usados para fertilizar o solo esgotado no exterior e como os micróbios se adaptaram para lidar com a poluição. Enquanto isso, a paisagem e seus habitantes realizam seus atos.
Exibido no Festival de Roterdã.
* “Caminhando sobre as Águas” (“Marcher Sur l’Eau”, França/Bélgica, 2021, 90 min) – Aïssa Maïga
No Níger, na África, os habitantes de uma pequena aldeia, no meio do deserto vítima do aquecimento global, lutam para ter acesso à água. Todos os dias, Houlaye, uma jovem de 14 anos, caminha quilômetros para buscar água. A descoberta de um aquífero debaixo da aldeia, no entanto, vai mobilizar seus habitantes a exigir das autoridades a perfuração do solo e trazer, assim, a cobiçada água para o centro da vila.
Exibido no Festival de Cannes.
* “Demônios Invisíveis” (“Invisible Demons – Tuhon Merkit”, Índia/Finlândia/Alemanha, 2021, 70 min) – Rahul Jain
Ondas de calor acima dos 50 graus, escassez de água em bairros inteiros e uma paisagem urbana envolta em smog: na metrópole indiana de Delhi, os efeitos do aquecimento global não são uma visão distópica do futuro, mas um presente impiedoso. Desde que a economia da Índia se abriu ao comércio global em 1991, a expansão descontrolada do complexo industrial e a poluição ambiental crescem exponencialmente. Com imagens cativantes e declarações incisivas dos habitantes da cidade, o filme documenta como, na realidade climática atual, a água limpa e o ar puro estão se tornando bens de luxo.
Exibido no Festival de Cannes e no DOC NYC (EUA).
* “Escola da Esperança” (“Toiveiden Koulu”, Finlândia/França/Marrocos, 2020, 78 min) – Mohamed El Aboudi
Quinze anos de seca no Marrocos forçaram a maioria dos nômades a abandonar seu antigo estilo de vida. A tribo Oulad Boukais permanece no deserto, mas seus filhos precisarão adquirir novos conhecimentos para sobreviver. O filme acompanha ao longo de três anos um grupo de crianças desta tribo, que caminha horas até uma pequena escola construída com a ajuda da comunidade. A chegada de um jovem professor idealista vai trazer esperança.
Vencedor do prêmio do público e do prêmio especial do júri no Hot Docs (Canadá), premiado nos festivais DocPoint – Helsinque, Dokfest Munique e Tampere (Finlândia).
* “Holgut – O Primeiro Mamute” (“Holgut”, Bélgica, 2020, 74 min) – Liesbeth De Ceulaer
O permafrost siberiano está derretendo. Ossadas antigas surgem do solo e os animais selvagens estão desaparecendo. É nesse contexto que três iacutos, nativos da região, se aventuram na imensidão dessa paisagem, em diferentes jornadas. Enquanto Roman e Kyym procuram por uma espécie rara de rena, um cientista vasculha o permafrost em busca de uma célula viável de mamute, de que ele precisa para clonar o animal extinto.
Vencedor de menção honrosa da competição NEXT:WAVE no CPH:DOX (Dinamarca); exibido nos festivais Visions du Réel (Suíça), IndieLisboa (Portugal), Docufest (Kosovo) e Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
* “Por Dentro do Gelo” (“Rejsen Til Isens Indre”, Dinamarca/Alemanha, 2022, 85 min) – Lars Henrik Ostenfeld
O gelo nos polos está derretendo rapidamente, e isso terá graves consequências para o mundo inteiro. Quando o nível do mar subir, muitos dos países e cidades costeiras ficarão submersos. A questão é quão rápido isso vai acontecer. O filme acompanha um grupo de glaciologistas em uma das paisagens mais selvagens e extremas da Terra, capturando, em sequências de tirar o fôlego, suas expedições para o coração das mudanças climáticas.
Exibido no CPH:DOX (Dinamarca) e Millennium Docs Against Gravity (Polônia).
* “Primeiros Habitantes: Uma Perspectiva Indígena” (“Inhabitants: An Indigenous Perspective”, EUA, 2020, 76 min) – Costa Boutsikaris
O filme acompanha cinco tribos nativas que ocupam distintos biomas do continente norte-americano, enquanto restauram suas práticas tradicionais de gerenciamento de terras. Por milênios, eles administraram e moldaram com sucesso seus territórios, mas séculos de colonização interromperam sua capacidade de manter seus modos de vida tradicionais. À medida que a crise climática aumenta, essas práticas testadas pelo tempo estão se tornando cada vez mais essenciais em um mundo em rápida mudança.
Vencedor do prêmio de melhor filme no Planet in Focus (Canadá); prêmio do público no Festival de Cinema Ambiental na Capital da Nação (EUA); exibido no Festival Wild & Scenic (EUA).
* “Sam e a Usina Nuclear” (“Sam and the Plant Next Door”, Dinamarca/Reino Unido, 2019, 23 min) – Ömer Sami
Crescendo nas sombras da nova maior usina nuclear do Reino Unido, Sam, de 11 anos, se preocupa com o que isso significa para o mundo ao seu redor.
Exibido no Festival de Camden (EUA) e Festival de Reykjavík.
* “Uma Vez Que Você Sabe” (“Une Fois que Tu Sais”, França, 2020, 105 min) – Emmanuel Cappellin
Desde os anos 1970, cientistas soam o alarme sobre um possível colapso ambiental induzido pela corrida desenfreada pelo crescimento, que ignora o conceito da finitude dos recursos naturais. Um grupo deles afirma que a oportunidade de evitar mudanças climáticas catastróficas já passou. A partir daí, perguntam: como se adaptar ao colapso? O filme leva a uma jornada pelo abismo de um mundo à beira da catástrofe, na interseção entre ciência climática e desobediência civil.
Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Hong Kong; menção para documentário no Festival Terra di Tutti (Itália); exibido no Festival Raindance (Reino Unido).
Povos & Lugares
* “Apenas Um Movimento” (“Juste un Mouvement”, Bélgica/França, 2021, 110 min) – Vincent Meessen
O filme é concebido como uma operação de remontagem de “A Chinesa” (“La Chinoise”, 1967), filme seminal do diretor Jean-Luc Godard que conta com a participação do ativista anticolonial nigeriano Omar Blondin Diop (1946-1973). Redistribuindo os papéis para uma variedade de protagonistas inspirados no legado de Blondin Diop e atualizando o enredo para as relações atuais entre África, Europa e China, a visão livre do realizador Vincent Meessen sobre “A Chinesa” oferece uma reflexão profunda e estimulante sobre colonialismo, justiça e resistência política.
Vencedor do Prêmio GNCR no Festival de Documentários de Marselha (França); exibido no DMZ Docs (Coréia do Sul) e Festival de Turim (Itália).
* “Domando o Jardim” (“Motviniereba”, Suíça/Alemanha, 2021, 91 min) – Salomé Jashi
O ex-primeiro-ministro da Geórgia desenvolveu um hobby bastante peculiar: ele coleta árvores centenárias ao longo da costa do país e contrata homens para desenraizá-las e trazê-las para o seu jardim particular. Algumas delas chegam a ter o tamanho de edifícios de 15 andares e, para transplantar uma árvore com essas dimensões, algumas outras árvores são cortadas, cabos elétricos são trocados e novas estradas são pavimentadas no meio de plantações de tangerina.
Vencedor do público no festival FICUNAM (México); menção do júri jovem do festival Cinéma du Réel (França); exibido nos festivais de Berlim, Sundance, Locarno, CPH:DOX (Dinamarca), IDFA-Amsterdã e Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
* “Drama Telúrico” (“Tellurian Drama”, Indonésia, 2020, 26 min) – Riar Rizaldi
Em 1923, os holandeses ergueram uma estação de rádio na montanha Puntang, em Java, empregando trabalhadores forçados indígenas. Dois mil metros de fio entre duas cadeias de montanhas foram instalados para transmitir notícias do que eram então as Índias Orientais Holandesas através dos 12 mil quilômetros até a Europa. Um exame especulativo e poético dos restos da Rádio Malabar – na terra, na montanha, nos sonhos da geoengenharia, na história local.
Exibido nos festivais de Roterdã e DOK Leipzig; prêmio de melhor curta-metragem do Sudeste Asiático no Festival de Singapura.
* “Landfall: Depois do Furacão” (“Landfall”, EUA, 2020, 91 min) – Cecilia Aldarondo
Documentário sobre as consequências do furacão Maria sobre Porto Rico em 2017 e as relações tensas entre os Estados Unidos e aquele país. A obra destaca a comunidade resiliente porto-riquenha, que se une para reconstruí-la. A dupla crise ambiental e econômica não é apenas um desastre natural, mas um desastre do colonialismo norte-americano e seus legados econômicos.
Vencedor do grande prêmio do júri no DOC NYC (EUA); melhor documentário internacional no Festival de Guanajuato (México); melhor documentário no Festival da Flórida; exibido nos festivais de Tribeca (EUA) e Hot Docs (Canadá).
* “Mar Sem Lei” (“The Outlaw Ocean: Trouble In West Africa”, EUA, 2020, 10 min) – Ryan Ffrench
Como parte de sua aclamada série “The Outlaw Ocean”, o jornalista vencedor do Pulitzer Ian Urbina viaja para a Gâmbia, na África Ocidental, para investigar relatos do misterioso desaparecimento das populações de peixes da nação costeira.
Exibido no Festival de Cinema Ambiental na Capital da Nação e no Festival de Curtas-Metragens Documentais de Nova York (ambos nos EUA).
* “Mil Incêndios” (“Mille Feux”, França/Suíça/Holanda/Palestina, 2021, 90 min) – Saeed Taji Farouky
Na região de Magway, em Mianmar, país que abriga uma das indústrias de petróleo mais antigas do mundo, vive o casal Thein Shwe e Htwe Tin. Eles trocaram o trabalho na terra pela prospecção manual de petróleo em sua pequena propriedade. Juntos, produzem um barril a cada poucos dias. O que desejam acima de tudo é ver seu filho mais novo ter sucesso, para quebrar o ciclo da pobreza.
Vencedor do Prêmio Marco Zucchi (dedicado ao documentário mais inovador do ponto de vista estético-formal) da Semana da Crítica do Festival de Locarno; exibido no IDFA-Amsterdã.
* “Ouça a Batida das Nossas Imagens” (“Écoutez le Battement de Nos Images”, Guiana Francesa/França, 2021, 15 min) – Audrey Jean-Baptiste e Maxime Jean-Baptiste
Baseado em arquivos audiovisuais do Centro Nacional de Estudos Espaciais (a agência espacial francesa), o filme trata da criação do Centro Espacial da Guiana, em Kourou, Guiana Francesa. Combinando investigação de campo e processos de edição de vídeo em arquivos, o filme é um documentário ficcional em torno de um narrador, representante de uma geração de guianenses que vivenciou como espectador a transformação de seu território. A obra articula, em um relato pessoal, os fios de uma experiência colonial que atravessa o Atlântico, da ocupação da Argélia à expulsão de camponeses no bojo de uma modernização autoritária que atinge a Guiana.
Vencedor do Prêmio New Visions para curta-metragem no Festival Internacional de São Francisco (EUA); melhor curta-metragem documental no Festival de Melbourne (Austrália) e no Festival de Chicago (EUA); melhor curta-metragem no DocAviv – Festival de Documentários de Tel Aviv; menção honrosa no CPH:DOX (Dinamarca); exibido no Hot Docs (Canadá) e no Festival de Curtas-Metragens de Clermont-Ferrand (França).
Trabalho
* “A Fábrica dos Trabalhadores” (“Tvornice Radnicima”, Croácia, 2021, 106 min) – Srđan Kovačević
Croácia, 2005. Uma fábrica de ferramentas é ocupada pelos trabalhadores. Ela se torna o único exemplo de sucesso de uma ocupação fabril na Europa pós-socialista. Após dez anos de operação, os trabalhadores por trás da aquisição da fábrica estão lutando para sobreviver à lógica capitalista. O filme é um retrato coletivo daqueles que lutam para proteger seu trabalho e os sacrifícios que precisam fazer ao longo do caminho.
Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Trieste (Itália); prêmio da crítica no Festival de Motovun (Croácia).
* “Cold Stack: Um Mundo À Deriva” (“Cold Stack”, Reino Unido, 2021, 12 min) – Frank Martin
Sobre o declínio melancólico da indústria de plataformas de petróleo nas Terras Altas da Escócia. O filme revela os efeitos destrutivos desse colapso sobre aqueles que foram empregados pela indústria e mostra o espetáculo visual do abandono das plataformas no estuário de Cromarty.
Exibido no Sheffield DocFest (Inglaterra).
* “Jobs For All!” (“Arbete åt Alla!”, Suécia, 2021, 14 min) – Axel Danielson e Maximilien Van Aertryck
Utilizando variado material de arquivo, a obra musical “Bolero”, de Maurice Ravel, e comentários visuais pontuais, o filme promove a uma jornada sombriamente humorística pela história moderna do trabalho humano, da industrialização à globalização.
Exibido no Hot Docs (Canadá).
* “Quarto de Empregada” (“Room Without a View”, Áustria/Alemanha, 2020, 73 min) – Roser Corella
O filme retrata a dura realidade das trabalhadoras domésticas estrangeiras em países do Oriente Médio como o Líbano. Ao combinar múltiplas perspectivas, a obra oferece um olhar íntimo sobre a vida privada de empregadores, agentes intermediários e empregadas. Ao mesmo tempo que ajuda a entender as estruturas de poder que permitem a existência desse sistema maligno de escravidão moderna, o documentário também reflete sobre o papel da mulher e do trabalho doméstico em geral nas sociedades capitalistas.
Vencedor do Prêmio da Anistia Internacional no DocsBarcelona (Espanha); menção especial do júri no DMZ Docs (Coréia do Sul); melhor documentário no Festival Cult Film de Calcutá; exibido no CPH:DOX (Dinamarca), Festival de Tessalônica (Grécia), Hot Docs (Canadá) e no Festival de Zurique.
* “Regresso a Reims (Fragmentos)” (“Retours à Reims (Fragments)”, França, 2021, 83 min) – Jean-Gabriel Périot
Estudo sociológico minucioso e incisivo da classe trabalhadora francesa nos últimos 70 anos, o documentário é baseado em parte em textos do filósofo francês Didier Eribon, interpretados pela atriz e ativista LGBTQIA+ Adèle Haenel (premiada no Festival de Berlim e duas vezes no Festival Sesc Melhores Filmes). Muito mais que um acerto de contas com a história e a política da família Eribon, o filme tece sua própria tapeçaria de não-ficção, usando décadas de imagens de arquivo e trechos de filmes e reportagens de TV para ilustrar a ascensão, queda e renascimento do proletariado do país, bem como a forma como a identidade social é construída gradualmente.
Exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, Festival de San Sebastián (Espanha), IDFA-Amsterdã e Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
* “The Gig Is Up: O Mundo É uma Plataforma” (“The Gig Is Up “, Canadá/França, 2021, 89 min) – Shannon Walsh
Desde os serviços de entrega de comida e transporte por aplicativo até a marcação de imagens para a inteligência artificial, milhões de pessoas em todo o mundo estão encontrando trabalho online. A economia GIG – que engloba as formas de emprego alternativo – vale mais de 5 trilhões de dólares em todo o mundo e só cresce. No entanto, as histórias dos trabalhadores por trás dessa revolução tecnológica são silenciadas. Quem são as pessoas por trás dessa força de trabalho invisibilizada? O filme traz suas histórias à tona.
Vencedor do prêmio do público no Festival Forest City (Canadá); exibido nos festivais IDFA-Amsterdã, Hot Docs (Canadá), CPH:DOX (Dinamarca) e Docufest (Kosovo).
sessão especial – Sociedade e Racismo Estrutural
* “Uprising” (Reino Unido, 2020, 180 min) – Steve McQueen e James Rogan
Série em três episódios que revisita três eventos dramáticos interligados entre si que ocorreram no Reino Unido, em 1981, e que definiram as relações raciais por uma geração. Uma rara série que se debruça sobre a luta da população negra britânica por justiça, denunciando o racismo estrutural da sociedade, que perdura até os dias de hoje.
Vencedor dos Prêmios BFTA (outorgados pela Academia Britânica de Cinema e Televisão).
sessões especiais – Sociedade e Redes
* “Geração Z” (“I Am Generation Z”, Reino Unido/EUA, 2021, 10 min) – Liz Smith
Por meio de entrevistas com especialistas e pelas lentes da geração Z (pessoas nascidas, em média, entre a segunda metade dos anos 1990 até o início do ano 2010), o filme explora como a revolução digital está impactando nossa sociedade, nosso cérebro e nossa saúde mental. E como as forças que a impulsionam estão trabalhando contra a humanidade e nos colocaram em uma trajetória perigosa que tem enormes ramificações para esta primeira geração crescendo com a tecnologia digital móvel.
Exibido no CPH:DOX (Dinamarca).
* “Searchers: O Amor Está nas Redes” (“Searchers”, EUA, 2020, 81’ min) – Pacho Velez
Um rosto bonito, um corpo atlético ou um diploma universitário. O que determina o sucesso nos aplicativos de relacionamento? O filme mostra uma ampla gama de pessoas de todas as idades que decidiram encontrar seu parceiro ideal online, sejam elas novatas ou especialistas nessas ferramentas tecnológicas em rápida evolução. Quando o próprio diretor decide tentar namorar de forma virtual, a obra ganha uma dimensão pessoal. Acompanhando um processo que muitas vezes pode parecer ligeiramente distópico, o cineasta emprega um tom leve e muitas vezes bem-humorado para lembrar das pessoas muito reais por trás do fluxo de perfis deslizantes.
Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Sun Valley (EUA); exibido no Festival de Sundance, IDFA-Amsterdã, CPH:DOX (Dinamarca) e Visions du Réel (Suíça).
COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA – longas-metragens
* “A Mãe de Todas as Lutas” (Brasil-RJ, 2021, 84 min) – Susanna Lira
O filme acompanha a trajetória de Shirley Krenak e Maria Zelzuita, mulheres que estão à frente da luta pela terra no Brasil. Shirley traz a missão de honrar as mulheres e a sabedoria das Guerreiras Krenak, da região de Minas Gerais. Maria Zelzuita é uma das sobreviventes do Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará. As trajetórias destas duas mulheres nos ligam ao conceito da violência e apropriação do corpo feminino.
Exibido no Festival do Cinema Brasileiro de Paris, Festival Mulheres+, Fest Aruanda e CineOP.
* “A Opção Zero” (“La Opción Cero”, Cuba/Colômbia, 2020, 80 min) – Marcel Beltrán
A jornada de um grupo de migrantes cubanos é interrompida na Cidade do Panamá. Encalhados em um acampamento da organização humanitária Cáritas, a memória da difícil passagem pela selva de Darién ganha vida em seus celulares.
Vencedor do prêmio de melhor documentário ibero-americano no Bafici-Buenos Aires; melhor documentário no MiradasDoc (Espanha) e no Festival de Trinidade e Tobago.
* “A Praia do Fim do Mundo” (Brasil-CE, 2021, 88 min) – Petrus Cariry
Em Ciarema, o avanço do mar destrói casas e desabriga famílias. Alice, uma jovem ambientalista, mora com Helena, sua mãe doente, em uma casa constantemente castigada pelas ressacas. Alice quer ir embora, mas Helena quer permanecer em frente ao mar. No fim, as duas vão enfrentar seus destinos. Com Marcélia Cartaxo.
Vencedor dos prêmios de melhor fotografia, direção de arte e Prêmio Abraccine no Cine Ceará; melhor filme, direção, atriz, atriz coadjuvante, fotografia, montagem, direção de arte, trilha sonora, figurino e desenho de som da Mostra Sob o Céu Nordestino do Fest Aruanda.
* “Borom Taxi” (Argentina, 2021, 61 min) – Andrés Guerberoff
Mountakha é um imigrante senegalês recém-chegado a Buenos Aires. Em Dacar (Senegal), ele era motorista de caminhão e, enquanto tenta conseguir esse emprego nesta nova cidade, faz alguns trabalhos temporários. Mountakha se pergunta se poderá ser um bom vendedor, ou se seu destino está ligado à atuação. Alguns de seus novos amigos têm um vínculo particular com o cinema.
Exibido no festival Visions du Réel (Suíça).
* “Cruz” (México, 2021, 99 min) – Teresa Camou Guerrero
Cruz, um indígena Rarámuri, e sua comunidade foram desapropriados de suas terras pelo narcotráfico ao se recusarem a mudar do cultivo de milho para o de papoula. Agora vivem deslocados na cidade, ameaçados de morte, buscando desesperadamente a justiça para poderem retornar ao seu local de origem.
Vencedor de menção especial no Festival de Morélia (México); exibido no Festival de São Francisco (EUA).
* “Esqui” (Argentina, 2021, 74 min) – Manque La Banca
Diante da calma despojada do turismo da alta temporada na cidade de Bariloche (Argentina), uma série de mitos e lendas surgem do subsolo. Deslocamentos tectônicos lentos e eventos misteriosos emergem para expor uma história escondida de repressão aos povos nativos, exploração da terra e um Estado assassino e consistente em suas ações ao longo de 500 anos. Existe uma outra Bariloche, um outro ESQUI, rostos escondidos e vozes esquecidas, aquelas que nunca estiveram lá.
Vencedor do prêmio da crítica na mostra Fórum do Festival de Berlim; Prêmio Alquimista de melhor filme experimental no Festival du Nouveau Cinéma (Canadá); exibido no IndieLisboa.
* “Husek” (Argentina, 2021, 89 min) – Daniela Seggiaro
Para as culturas indígenas do Gran Chaco, habitar o território gera movimentos comunitários junto à montanha e ao rio, fontes de vida. O governo local planeja uma nova ordem territorial que inclui um bairro de casas populares e o deslocamento de famílias indígenas para a periferia urbana. Ana é a arquiteta responsável pelo projeto. Valentino é o chefe de sua comunidade. Ele e seu neto Leonel tentarão ser mediadores diante do que consideram um novo atropelo da sua cultura.
Vencedor do Prêmio Georges de Beauregard no Festival de Documentários de Marselha (França); melhor atriz revelação no Festival de Mar del Plata (Argentina).
* “Lavra” (Brasil-MG, 2021, 101 min) – Lucas Bambozzi
Camila, geógrafa, retorna à sua terra natal depois de o rio de sua cidade ser contaminado pelo maior crime ambiental do Brasil, provocado por uma mineradora transnacional. Camila segue o caminho da lama que atingiu o rio, varreu povoados, tirou vidas e deixou um rastro de morte e destruição, e começa a repensar seu estilo de vida. Decide fazer um mapeamento dos impactos da mineração em Minas Gerais e se envolve com ativistas e movimentos de resistência, saindo do individualismo para a coletividade. Lavra é um road-movie sobre perder um mundo e tentar recuperá-lo, sobre pertencimento e identidade, na guerra em curso entre capitalismo e a natureza.
Vencedor do prêmio de melhor fotografia e menção honrosa do júri no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro; exibido no IDFA-Amsterdã e na Mostra de Tiradentes.
* “Muribeca” (Brasil-PE, 2020, 78 min) – Alcione Ferreira e Camilo Soares
Diante da iminente transformação de seus lares em uma verdadeira cidade fantasma, moradores do Conjunto Habitacional Muribeca expressam a morte física de uma comunidade ainda viva na memória e nos sentimentos. O desaparecimento do bairro (em Jaboatão dos Guararapes, PE) devido a problemas estruturais, à especulação imobiliária e a um longo e turvo imbróglio entre moradores e órgãos responsáveis pela obra é testemunhado a partir de resiliências e resistências, de paisagens afetivas e lembranças que ora buscam abrigo na nostalgia, ora reacendem a chama resoluta da esperança.
Exibido no FIDBA – Festival Internacional de Documentários de Buenos Aires, CineOP, Santos Film Festival, GBIENNALE – Festival Internacional de Artes da Austrália e o Festival Mulheres do Audiovisual.
* “Ninho” (“Nidal”, Chile, 2021, 61 min) – Josefina Pérez-García e Felipe Sigala
A indústria imobiliária desestabilizou o ambiente natural da cidade de Concón, na costa chilena, obrigando os habitantes e as paisagens naturais da região a encontrar novas formas de se adaptar e sobreviver. O filme retrata a coexistência de espécies e a transformação acelerada das paisagens devido à ocupação humana.
Exibido nos festivais de Guadalajara (México) e Tessalônica (Grécia).
* “O Bem Virá” (Brasil-PE, 2020, 80 min) – Uilma Queiroz
Treze mulheres, 13 ventres, 13 esperanças, uma foto. E uma busca pelas mulheres que, em 1983, em uma seca no Sertão do Pajeú pernambucano, lutaram pelo direito à sobrevivência, num contexto em que ser mulher era se limitar à função de administrar a miséria.
Exibido no Cachoeira Doc e no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba.
* “Panorama” (Brasil-SP, 2021, 66 min) – Alexandre Leco Wahrhaftig
Entre as cicatrizes do passado e as incertezas do futuro, o Jardim Panorama resiste. Há pouco mais de dez anos, a favela foi rasgada ao meio por um monstro. Hoje, o monstro dorme. Até quando? Um filme sobre os sonhos, as memórias e o cotidiano de quem mora em uma comunidade cercada pelos muros de um bairro nobre de São Paulo.
Exibido na Mostra de Tiradentes.
* “Pobo ‘Tzu’ – Noite Branca” (“Pobo ‘Tzu’ – Noche Blanca”, México, 2021, 82 min) – Tania Ximena e Yollotl Alvarado
Em 1982, o vulcão Chichonal entrou em erupção, soterrando várias cidades mexicanas, incluindo a comunidade Zoque de Esquipulas Guayabal. Anos depois, os habitantes de Nuevo Guayabal reconstroem suas vidas enquanto o vulcão e a cidade enterrada espreitam na vegetação rasteira. Trinidad, um poeta nascido no dia da erupção, tem visões oníricas que rapidamente se espalham por sua comunidade, provocando um esforço coletivo para desenterrar a antiga cidade, ao mesmo tempo que a presença da Piowachue (o espírito do vulcão, segundo a visão de mundo Zoque) se fortalece entre a comunidade.
Exibido nos festivais de Morélia (México), FICUNAM (México) e Tessalônica (Grécia).
* “Rolê – Histórias dos Rolezinhos” (Brasil-RJ, 2021, 82 min) – Vladimir Seixas
Os “rolezinhos” em shopping centers no Brasil mobilizaram milhares de pessoas nos últimos anos. Essa forma inusitada de manifestação escancarou as barreiras impostas pela discriminação racial e exclusão social. O documentário acompanha a vida e as lembranças de três personagens negras que enfrentaram situações traumáticas de racismo e participaram das ocupações em shoppings. Os sonhos, a beleza, a poesia, a arte e a política de uma geração que encontrou novas maneiras de lidar com a violência vivida, promovendo um intenso debate pelo país.
Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro; melhor filme no Atlantidoc – Festival Internacional de Cine Documental de Uruguay; Grande Prêmio Visão no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba; prêmio especial do júri e prêmio do público Festival do Rio; menção honrosa no Festival de Culver City (EUA); exibido no Festival de Rhode Island (EUA), forumdoc.bh – Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte e na Mostra de Cinema de Gostoso.
* “Vai Acabar” (“Se Va a Acabar”, Argentina, 2021, 115 min) – David Blaustein e Andrés Cedrón
O filme reúne depoimentos silenciados de trabalhadores que participaram de diferentes conflitos sindicais durante a última ditadura civil-militar argentina, diante de sua tentativa de desmantelar a indústria e desarticular a classe trabalhadora organizada no país. Acompanhando o cotidiano de ontem e de hoje, os personagens humanizam as pequenas e grandes resistências que o movimento operário conseguiu realizar diante da repressão e do desaparecimento sistemático de pessoas.
Exibido no Bafici-Buenos Aires e no Festival de Mar del Plata (Argentina).
COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA – curtas-metragens
* “0,2 Miligramas de Ouro” (Brasil-RJ, 2021, 24 min) – Diego Quindere de Carvalho
8.500 quilômetros separam a Amazônia e as Ardenas. Em seu país natal, o Brasil, Diego só olha para a floresta, inacessível e ameaçadora, pelo lado de fora. Sua contraparte belga, no entanto, é fácil de explorar. Ali, tudo é arranjado por humanos, extremamente ordenado e reduzido ao essencial. Um geólogo, um garimpeiro e um astrônomo fornecem reflexões para uma exploração filosófica da origem da existência e do futuro do nosso planeta.
Vencedor de menção honrosa do júri e Prêmio Sesc TV na Goiânia Mostra Curtas; exibido nos festivais de Leipzig (Alemanha) e Camden (EUA).
* “A Felicidade do Motociclista Não Cabe em Seu Traje” (“Al Motociclista no le Cabe la Felicidad en el Traje”, México, 2021, 10 min) – Gabriel Herrera
Ele se senta orgulhoso em sua moto, envolto em um vermelho majestoso, sob o olhar de admiração deslumbrada dos outros. Dá voltas e mais voltas, cada vez mais bonito e exaltado. Ele tem certeza de que só ele pode explorar a selva. E não, nunca vai emprestar sua moto para ninguém. Uma divertida reencenação com papéis invertidos que mira na arrogância dos conquistadores coloniais.
Exibido nos festivais de Berlim, Morélia (México) e FestCurtasBH – Festival de Curtas de Belo Horizonte; um dos dez favoritos internacionais do público no Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum.
* “A Montanha Lembra” (“Puede Una Montaña Recordar”, Argentina/México, 2021, 21 min) – Delfina Carlota Vazquez
O diário de um período vivido no México e um retrato de Popocatépetl, um vulcão ativo. Durante a conquista (1519-1521), a Revolução Mexicana, o Levante Zapatista (ou Revolta de Chiapas) e, hoje, a explosão feminista, o vulcão replicou a fervura social com suas erupções. Pode uma montanha se lembrar? A fumaça que emerge da cratera prenuncia um coração rebelde e sufocado. Na linha que desenha no horizonte, vê-se uma cicatriz.
Vencedor do prêmio de melhor curta-metragem internacional no É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários; exibido no Festival Internacional de curtas de São Paulo – Curta Kinoforum.
* “Aurora – A Rua Que Queria Ser um Rio” (Brasil-SP, 2021, 10 min) – Radhi Meron
Se as ruas pudessem falar, o que diriam? Aurora é uma triste e solitária rua de uma grande cidade. Em um dia de chuva forte, ela relembra sua trajetória, sonha com o futuro e se pergunta: é possível uma rua morrer?
Vencedor do prêmio de melhor animação no Festcine Curtas Pinhais (Paraná); prêmio do público para filme infantojuvenil no Festival de Concordia (Santa Catarina); exibido nos festivais Cactus Childre’s and Youth (Itália), Cardiff (Reino Unido), Lanzarote e Caostica (ambos na Espanha), Fest Aruanda, CineFantasy; LoboFest, CineOP, Mosca Audiovisual Cambuquira e ROTA – Festival de Roteiro Audiovisual.
* “Céu de Agosto” (Brasil-SP/Islândia, 2021, 15 min) – Jasmin Tenucci
Enquanto a Amazônia queima pelo 17ª dia, uma enfermeira grávida em São Paulo se vê cada vez mais atraída por uma igreja neopentecostal e sua comunidade. Com Gilda Nomacce.
Vencedor de menção especial do júri no Festival de Cannes; um dos dez filmes brasileiros favoritos do público no Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum; exibido na Mostra de Tiradentes e no Femina – Festival Internacional de Cinema Feminino.
* “Chichiales” (México, 2021, 14 min) – José López Arámburo
Um jovem do povo indígena Yoeme escapa para o campo deserto. Acolhido nas montanhas pela cosmovisão de sua tribo, ele inicia uma jornada rumo às suas origens.
Vencedor do Prêmio Artes e Narrativas no Festival Ficwalmapu (Chile); melhor curta-metragem da seção Legado do Festival Ruta Maya (México); exibido no Festival de Morélia (México).
* “Curupira e a Máquina do Destino” (Brasil-AM/França, 2021, 25 min) – Janaina Wagner
Na fratura do tempo, como cicatriz que corta a terra, existe no Amazonas uma estrada em linha reta chamada Estrada Fantasma. Aberta feito ferida durante a ditadura civil-militar (1964-1985) que enredou o Brasil nos brados da ordem e do progresso, o vergalhão de asfalto que vara o país foi construído, destruído e se afoga agora em um processo de reconstrução. Gravado no Amazonas – na BR-319 (Rodovia Manaus-Porto Velho), BR-230 (Transamazônica) e na cidade real de Realidade –, o filme documenta o encontro no tempo presente entre uma curupira e o fantasma encarnado de Iracema, personagem do filme “Iracema – Uma Transa Amazônica” (Jorge Bodanzky e Orlando Senna, 1975). Apaixonada, Iracema fantasma parte nas encruzilhadas das estradas retilíneas do Amazonas para encontrar Curupira e vingar o futuro.
Exibido na Mostra de Tiradentes, Festival de Curtas de Glasbow (Escócia) e Kino Pavasaris (Lituânia).
* “Flores da Planície” (“Flores de la Llanura”, México, 2021, 19 min) – Mariana Xochiquétzal Rivera
Após o feminicídio de Silvia, sua prima Yecenia, tecelã do povo indígena Ñomndaa da Planície das Flores, constrói um duelo poético e ritual onde os fios, os sonhos e o conhecimento têxtil das mulheres se entrelaçam coletivamente em um ato de cura e resiliência.
Vencedor do prêmio de melhor documentário de curta-metragem no Festival de Medellín (Colômbia); segundo lugar no prêmio do público para documentário de curta-metragem no Festival Chicago Latino (EUA); exibido nos festivais Sheffield DocFest (Inglaterra) e Morélia (México).
* “Kaapora – O Chamado das Matas” (Brasil-BA, 2020, 20 min) – Olinda Muniz Silva Wanderley
Uma narrativa da ligação dos povos indígenas com a Terra e sua espiritualidade do ponto de vista da indígena Olinda, que desenvolve um projeto de recuperação ambiental nas terras de seu povo. Tendo a cosmovisão indígena como lente, a Kaapora e outros personagens espirituais são a linha central da narrativa e argumento do filme.
Exibido no CineFantasy, Cabíria Festival e Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum.
* “LOOP” (Argentina/Espanha, 2021, 8 min) – Pablo Polledri
Nesta sociedade cada ser humano repete uma mesma ação de novo e de novo, nesta sociedade cada ser humano repete uma mesma ação de novo e de novo, nesta sociedade cada ser humano repete uma mesma ação de novo e de novo, nesta sociedade cada ser humano repete uma mesma ação de novo e de novo. Trata-se de um filme sobre um mundo em que todos estão presos a uma mesma ação. Quando uma mulher tenta sair de sua repetição com um carona para dirigir seu carro, ela e o homem são perseguidos pela polícia. Eles encontrarão uma maneira de quebrar esse “loop” ou ficarão presos nessa repetição para sempre?
Vencedor do prêmio do público e do prêmio da crítica no Anima – Festival de Animação de Bruxelas (Bélgica); melhor animação de curta-metragem no Festival Ibero-americano de Huelva (Espanha); melhor curta-metragem no festival Animacción – A Coruña (Espanha); prêmio do público no Festival Kinoarte de Londrina.
* “Mar Concreto” (Brasil-RJ, 2021, 14 min) – Julia Naidin
Como um exercício de resistência, Sônia acompanha o processo de erosão que vem sendo causado pelo mar que, dia após dia, avança pela praia, se aproximando do muro de sua casa. Ela faz registros diários desse processo e, por meio deles, constrói um vínculo afetivo com um território que desaparece – uma prosa solitária que desafia a tragédia final.
Vencedor do prêmio de melhor curta ou média-metragem no FICA – Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Goiás); exibido no Cine Ceará e em festivais na Grécia, França, Canadá e Turquia.
* “Mensageiras da Amazônia: Jovens Munduruku Usam Drone e Celular para Resistir às Invasões” (Brasil-PA, 2022, 17 min) – Joana Moncau, Elpida Nikou e Coletivo Audiovisual Munduruku Daje Kapap Eypi
Na Terra Indígena Sawré Muybu, no sudoeste do Pará, três mulheres munduruku integram o Coletivo Audiovisual Munduruku Daje Kapap Eypi, que divulga as denúncias dos indígenas para além das margens do rio Tapajós. O filme acompanha essas jovens durante a produção de um documentário sobre as ações de seu povo para proteger a Amazônia e defender o território de invasores, sobretudo de madeireiros e garimpeiros. Expulsar os invasores sempre foi arriscado, mas em tempos de governo Bolsonaro é ainda mais.
* “Montanha Dourada” (Brasil-AP, 2021, 54 min) – Cassandra Oliveira
Documentário que apresenta o universo encantado e cruel da recente corrida do ouro na Amazônia, através das histórias contadas por pessoas que cruzam o Brasil para trabalhar nos garimpos do Amapá.
* “Natureza Moderna” (“Naturaleza Moderna”, Argentina/Colômbia, 2021, 15 min) – Maia Gattás Vargas
O jardim botânico Joaquín Antonio Uribe, em Medellín (Colômbia), é um museu vivo e um Centro de Ciência; seu herbário Jaum acumula cerca de 86 mil exemplares de plantas e uma representação da flora de todas as ecorregiões da Colômbia. O Parque Regional Ecoturístico Arví é um parque natural ecológico de 16 mil hectares, dos quais 1.760 se encontram em estado de florestas naturais. O documentário registra esses espaços como se fossem ciborgues ou montagens de humanos, máquinas e aquilo que chamamos de natureza.
* “O Elemento Tinta” (Brasil-SP, 2021, 9 min) – Luiz Maudonnet e Iuri Salles
A morte de um pichador, causada pela Covid-19, é o estopim para que um grupo de pixadores se unam em uma ação direta contra como o governo Bolsonaro vem gerindo o país durante a pandemia.
Vencedor do prêmio de melhor curta-metragem no festival Fala São Chico (Santa Catarina); exibido nos festivais Cinélatino Toulouse e Visões Periféricas.
* “Ocupagem” (Brasil-SP, 2021, 12 min) – Joel Pizzini
De volta à Ocupação 9 de Julho, em São Paulo, o escritor brasileiro Julián Fuks reencontra as líderes do Movimento dos Sem-Teto Carmen Silva e Preta Ferreira, protagonistas de seu livro “Ocupação”. Perseguidas por seu ativismo social, elas se deparam com a linguagem do escritor, que recria a luta dos ocupantes do antigo edifício desativado no coração da metrópole.
Vencedor do Prêmio Marco Antônio Guimarães (pelo melhor uso de material de memória, pesquisa e arquivos) no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
* “Portugal Pequeno” (Brasil-RJ, 2021, 20 min) – Victor Quintanilha
Jonatan é MC Xerelete. Seu sonho é um dia ser um cantor de funk famoso e dar para si e para seu pai a vida cômoda que a publicidade lhe vende. Enquanto isso não acontece, os dois trabalham pescando na baía de Guanabara, encarando as responsabilidades e obstáculos que a realidade lhes impõe.
Exibido no Festival de Vitória e FestCurtasBH – Festival de Curtas de Belo Horizonte.
* “Ser Feliz no Vão” (Brasil-RJ, 2020, 12 min) – Lucas H. Rossi dos Santos
Um ensaio preto sobre trens, praias e ocupação de espaço.
Exibido no É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários, Visões Periféricas, Festival de Vitória e Festival ECRÃ.
* “Terra Nova” (Brasil-AM, 2021, 22 min) – Diego Bauer
Manaus, abril de 2020. Karoline é uma atriz de teatro que decide ir a uma agência da Caixa Econômica Federal solicitar o seu auxílio emergencial. Ela é acompanhada pela irmã, que vai tentar reaver o seu emprego.
Vencedor do Prêmio Cosme Alves Netto (entregue pela Anistia Internacional ao filme que mais se aprofunda nas agendas de direitos humanos) e menção honrosa no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro; melhor filme e prêmio do público no Panorama Internacional Coisa de Cinem; melhor filme estrangeiro nos Istanbul Film Awards (Turquia); exibido no Festival de Luleå (Suécia).
* “Two-Spirit” (Colômbia, 2021, 16 min) – Mónica Taboada-Tapia
Para Georgina, uma mulher transgênero indígena, a vida no deserto é solitária e cruel. Em sua pequena comunidade, ninguém entende quem ela é.
Vencedor do prêmio de melhor documentário no BOGOSHORTS – Festival de Curtas-Metragens de Bogotá; exibido no IDFA-Amsterdã, Festival de Huesca e MiradasDoc (ambos na Espanha), Festival de Curtas-Metragens de Palm Springs (EUA), Festival de Curtas-Metragens de Tampere (Finlândia).
HOMENAGEM A JACQUES PERRIN
* “As Estações” (“Les Saisons”, França, 2015, 96 min) – Jacques Perrin, Alexandre Poulichot e Jacques Cluzaud
O inverno já durava 80 mil anos quando — em um curto período de tempo — o gelo derreteu e a paisagem se metamorfoseou, dando início ao ciclo das estações. Os animais ocuparam seu novo reino e muito tempo se passou até que o homem viesse a dividir com eles esse habitat, primeiro timidamente, com a caça e a coleta, depois com a agricultura e, posteriormente e de maneira mais dramática, com a indústria e a guerra. Esta fábula conta a longa e tumultuada história que vincula intrinsecamente humanidade e natureza – sua coexistência pacífica ainda é possível?
Vencedor do prêmio de melhor montagem nos Prêmios César (França); exibido na Mostra Ecofalante de Cinema.
* “Microcosmos” (França, 1996, 80 min) – Claude Nuridsany e Marie Pérennou
Um belo registro daquilo que os nossos olhos não conseguem ver. Com o uso das tecnologias mais avançadas para a época, uma viagem pela natureza microscópica. O ciclo da vida de insetos e outros pequenos seres invertebrados na luta pela sobrevivência, por alimento e em sua relação com o meio ambiente.
Vencedor do grande prêmio técnico no Festival de Cannes; prêmio do público no Festival de Locarno; melhor fotografia, montagem, som e produção nos Prêmios César (França).
* “Migração Alada” (“Le Peuple Migrateur”, França, 2001, 98 min) – Jacques Perrin, Jacques Cluzaud e Michel Debats
Durante cerca de quatro anos são acompanhados os hábitos de migração de diversas espécies de pássaros, de todos continentes do planeta. No outono, estes animais viajam milhares de quilômetros, passando por diferentes regiões. Eles enfrentam a natureza, o homem e doenças, para repetir o percurso todos os anos. Quando a primavera chega, a migração faz o caminho de volta para casa.
Indicado ao Oscar de melhor documentário; vencedor do prêmio de melhor montagem nos Prêmios César (França).
* “Oceanos” (“Océans”, França, 2009, 104 min) – Jacques Perrin e Jacques Cluzaud
Aproximadamente três quartos da superfície terrestre é coberta pela água. Através de imagens impressionantes e de rara beleza, este drama ecológico mergulha fundo no mundo dos oceanos. Misto de thriller e reflexão sobre o desaparecimento de maravilhas do mundo subaquático, a obra revela diversos mistérios escondidos nas águas, hábitos de vida das criaturas marinhas e os perigos que as cercam. Detalhes de um mundo desconhecido, exibidos de uma forma única na história.
Vencedor do prêmio de melhor documentário nos Prêmios César (França).
RETROSPECTIVA SARAH MALDOROR
* “Aimé Césaire, A Máscara das Palavras” (“Aimé Césaire, Le Masque des Mots”, França, 1976, 57 min) – Sarah Maldoror
Retrato de Aimé Césaire, poeta, humanista e cantor da negritude, autodenominado “um negro rebelde, um escritor para quem o ato poético é um ato de liberdade”. No filme, ele fala sobre sua relação com a poesia, da necessidade de despertar uma autêntica cultura popular da sua ilha natal, a Martinica, e de lançar as bases da liberdade.
Exibido no IndieLisboa.
* “Monangambé” (Argélia, 1968, 17 min) – Sarah Maldoror
Os abusos dos traficantes de escravos portugueses em sua colônia de Angola são retratados através da tortura de um prisioneiro, com base na ignorância e incompreensão.
Exibido no IndieLisboa.
* “Retrato de uma Mulher Africana” (“Portrait d’Une Femme Africaine”, França, 1985, 6 min) – Sarah Maldoror
Documentário sobre o papel da mulher africana na organização social, fundada sob ideais de solidariedade comunitária, a partir de uma entrevista cujo tema é imigrantes senegaleses em França.
Exibido no IndieLisboa.
* “Sambizanga” (França, 1972, 102 min) – Sarah Maldoror
1961, no início da guerra pela independência angolana. Domingos Xavier é um revolucionário preso por militares portugueses e levado para uma prisão em Sambizanga, distrito da capital Luanda. A esposa, Maria, procura-o, temendo a tortura ou a morte a que ele possa ter sido sujeito. O filme mostra a libertação de Angola pelos olhos de uma mulher.
Vencedor de menções nos prêmios Interfilm e OCIC na seção Forum do Festival de Berlim; exibido no IndieLisboa.
* “Uma Sobremesa para Constance” (“Un Dessert Pour Constance”, França/Argélia, 1980, 61 min) – Sarah Maldoror
O filme usa a comédia como forma de combater estereótipos racistas e ideias nacionalistas ultrapassadas, como o conceito de destreza culinária, através de um olhar sobre o cotidiano de migrantes africanos em Paris.
Exibido no IndieLisboa.
CONCURSO CURTA ECOFALANTE
* “[O vazio que atravessa]” (Brasil-SP, 2021, 23 min) – Fernando Moreira
Transpassadas pela ganância, duzentas e setenta e duas pessoas foram soterradas pelos rejeitos de minério da companhia Vale em Brumadinho (MG) em 2019. O vazio que agora acompanha os que ficaram jamais será preenchido. Este filme-homenagem é dedicado às vítimas da mineração irresponsável que permanece cobrando seu preço com sangue e devastação.
Vencedor do prêmio de excelência – meio ambiente no Documentaries Without Borders Festival (EUA); exibido na Mostra de Tiradentes e na Mostra CineBH – BH International Film Festival.
* “Como Respirar Fora d’Água” (Brasil-SP, 2021, 17 min) – Júlia Fávero e Victoria Negreiros
Na volta de um dos seus treinos de natação, Janaína é enquadrada violentamente por policiais. Já em casa e livre do perigo, ela enfrenta a relação com seu pai, Júlio, também policial militar, com outros olhos.
Vencedor do prêmio de melhor som e do Prêmio Canal Brasil no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro; melhor direção no Prêmio Cinema Anima Latina (Itália); Prêmio ABC de Cinematografia, como melhor direção de fotografia para filme estudantil; melhor direção, fotografia e interpretação no Festival Mix Brasil; melhor direção da competição nacional de curtas-metragens no Cine Ceará; exibido no Festival de Clermont-Ferrand (França).
* “Crescer Onde Nasce o Sol” (Brasil-PE, 2021, 13 min) – Xulia Doxágui
No Alto do Sol Nascente, em Olinda (PE), não tem praça, nem parque. As crianças que crescem onde o sol nasce, demarcam com as próprias mãos os territórios do brincar.
Exibido no Fidé Brasil – Festival Internacional do Documentário Estudantil de Curitiba; ROTA – Festival de Roteiro Audiovisual; FestCine Itaúna – Festival de Cinema Estudantil de Itaúna.
* “Elos Positivos” (Brasil-SP, 2021, 18 min) – Eduardo Oliveira
Brasil, segunda metade dos anos de 1980 e início da década de 1990. Surge uma doença desconhecida que se torna fatal. Diagnósticos que prenunciavam mortes, sem remédios e tratamentos eficazes contra aquilo que se conheceria mais tarde como AIDS. Profissionais de saúde e pessoas que vivem com HIV contam suas histórias e experiências, relembrando elos e afetos que ajudaram a viver essa época de grandes dificuldades.
Vencedor do prêmio do público da Mostra Cine São Francisco do Curta Caicó; melhor documentário, melhor roteiro de documentário e prêmio do público no festival Cine Paraíso.
* “Lua, Mar” (Brasil-SP, 2021, 25 min) – Agua
Em um futuro próximo, a periferia paulista, alagada devido ao agravamento do aquecimento global, assiste ao início de um projeto mundial de colonização da Lua. Mauro reencontra sua ex-namorada de 10 anos atrás – Luana. Ele é um militante anti – colonização, ela acabou de prestar os exames para se tornar uma das primeiras colonizadoras da Lua. O que prevalecerá; o afeto ou a ideologia?
Vencedor do prêmio de melhor direção da mostra de curtas-metragens no Fade to Black Festival.
* “Meu Arado, Feminino” (Brasil-MG, 2021, 21 min) – Marina Polidoro Marques
A pluralidade feminina do campo honra seu elo com a natureza, em quatro histórias entendemos sobre realidades distintas de gênero, classe e raça.
Vencedor do prêmio de melhor filme pelo júri estudantil e de professores no Cine.Ema; melhor documentário do FECIM – Festival de Cinema e TV de Muqui; Prêmio Enel de Sustentabilidade no NOIA – Festival Universitário de Cinema; exibido no Curta Taquary e no Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades.
* “Não Me Chame Assim” (Brasil-SP, 2020, 16 min) – Diego Migliorini
Daniela recebe a notícia de que sua tão aguardada cirurgia de redesignação de gênero foi antecipada, e não consegue pensar em outra coisa. Seu amante, Roberto, tenta dissuadi-la da operação, revelando uma controversa relação que desperta angústias e crises.
Vencedor dos prêmios de melhor filme e melhor atriz no FECEA – Festival Internacional de Cinema Escolar de Alvorada; melhor fotografia no NOIA – Festival do Audiovisual Universitário; melhor curta LGBT+ nos Sweden Film Awards; melhor curta, melhor direção, melhor direção de fotografia e melhor direção de arte no BIMIFF – Brazil Monthly Film Festival; exibido no Hong Kong Indie Festival, Festival de Curtas-Metragens de Bruxelas, DIGO – Festival Internacional da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás, ROTA – Festival de Roteiro Audiovisual, Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades, Transforma – Festival de Cinema da Diversidade de Santa Catarina e no FIC Rio – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro.
* “Neguinho” (Brasil-RJ, 2020, 20 min) – Marçal Vianna
Jéssica, mãe de Zeca, um menino da periferia que ganhou uma bolsa numa escola particular, é chamada para uma reunião com a professora do seu filho. Em um encontro cheio de farpas, reflexões e visões de mundo distintas, um veredicto é dado e o destino de Zeca precisará ser decidido.
Vencedor dos prêmios de melhor direção, melhor atriz e melhor atriz coadjuvante na competição de curtas-metragens brasileiros do Festival Guarnicê; melhor ficção no Plateau – Festival Internacional de Cinema; melhor ficção no Festival Velas do Piraquê-Açu; melhor atuação no Cine RO – Festival de Cinema de Rondônia; melhor roteiro de ficção no ROTA – Festival de Roteiro Audiovisual; melhor roteiro e melhor atuação no Petit Pavé – Festival de Cinema Independente de Curitiba; exibido no Cine PE – Festival do Audiovisual, Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades, Cine Tamoio – Festival de Cinema de São Gonçalo, Mostra de Cinema Negro de Mato Grosso, Festival de Curtas de Campos do Jordão, Festival Visões Periféricas e Santos Film Fest.
* “O Abebé Ancestral” (Brasil-BA, 2020, 20 min) – Paulo Ferreira
A partir das vozes de Mãe Darabi/Alba Cristina Soares (Ialorixá), Olúkóso/Luzi Borges (Kolabá de Xangô) e das performances da atriz Izadora Guedes, o documentário aborda a história de Mejigã. Esta sacerdotisa nigeriana sofreu diáspora no século 19 e foi escravizada no Engenho de Santana, em Ilhéus (BA), do qual escapou, resistindo e se tornando símbolo de empoderamento ao gestar uma dimensão Ijexá no sul da Bahia.
Vencedor do prêmio do público na Mostra Competitiva de Curtas Brasileiros do Festival Recanto do Cinema; prêmio do público e menção honrosa no FAVERA – Festival Audiovisual Vera Cruz; exibido no Independent Video Film Festival of Youtube Art Club Pavlos Paraschakis (Grécia), Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul, Festival Guarnicê, FICCA – Festival do Caeté e no FECEA – Festival de Cinema Escolar de Alvorada.
* “O Andar de Cima” (Brasil-SP, 2021, 23 min) – Tomás Fernandes da Silva
Um acidente provoca a morte de um porteiro em um condomínio de classe média em São Paulo. Diante do imprevisto, Marcelo, o síndico, investiga os diferentes espaços do prédio à procura do culpado, ao mesmo tempo que lida com os seus moradores mesquinhos. Enquanto as tensões aumentam, os preconceitos de um país desigual mostram sua verdadeira face.
Vencedor do prêmio de melhor filma na mostra competitiva paranaense do Festival Kinoarte de Cinema; menção honrosa no Curta Cinema – Festival de curtas do Rio de Janeiro; ecibido no Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum.
* “Okofá” (Brasil-SP, 2021, 17 min) – Pedro Henrique Martins, Rafael Rodrigues, Daniela Caprine, Mariana Bispo e Thamires Case
Um corpo multiartista, transindígena e nordestino na cidade de São Paulo.
Exibido no Festival do Rio, Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, UrbanoCine (RN), Cine Pojichá (MG) e Jornada de Estudos do Documentário (PE).
* “Papa-Jerimum” (Brasil-RN, 2021, 15 min) – Harcan Costa e Clara Leal
Ex-navegador, Seu Leonardo foi um pioneiro da cidade de São Miguel do Gostoso (RN) ao se tornar o primeiro a construir uma pousada na cidade e estimular o turismo e a gastronomia locais. Ao longo de sua trajetória, Seu Leonardo contribuiu para o desenvolvimento da cidade rumo ao futuro.
Exibido na Mostra de Cinema de Gostoso.
* “Quem Saiu Para Entrega?” (Brasil-SC, 2021, 20 min) – Evaldo Cevinscki Neto, Leonardo Roque Machado e Paula Roberta de Souza
Histórias de entregadores de comida por app num Brasil em pandemia. Um documentário em formato vertical, dirigido remotamente.
Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival Assimetria; exibido na MOSCA – Mostra Audiovisual de Cambuquira.
* “Tá Foda” (Brasil-RS, 2020, 5 min) – Aline Golart, Denis Souza, Fernanda Maciel, Icaro Castello, Ligia Torres e Victoria Sugar
Sketches pseudodocumentais sobre o futuro do Brasil.
Vencedor de menção do júri no Festival de Animação Chilemonos (Chile); melhor filme da Mostra Navi no Festival de Arapiraca; exibido no Cine PE – Festival do Audiovisual, FIC Rio – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, MUMIA – Mostra Udigrudi Mundial de Animação, Cinefest Gato Preto, FantaCINE – Mostra de Cinema Fantástico de Rondônia, Mostra Universitária do Festival de Gramado.
* “Yãy Tu Nunãhã Payexop: Encontro de Pajés” (Brasil-MG, 2021, 26 min) – Sueli Maxakali
Em julho de 2020, em plena pandemia da Covid-19, cerca de 100 famílias tikmῦ’ῦn-maxakali deixaram a reserva de Aldeia Verde (Ladainha, MG) em busca de uma nova terra. A tensão causada pelo isolamento tornou mais urgente a necessidade de uma terra rica em matas e, sobretudo, água, na qual pudessem fortalecer as relações com os povos-espíritos yãmĩyxop, através dos cantos, rituais, festas e brincadeiras.
Exibido no forumdoc.bh – Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte.
#Envolverde
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