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quinta-feira, 31 de julho de 2014

DIREITO NA ESCOLHA : audiência Pública será realizada em Florianópolis sobre merenda vegana nas escolas municipais

31 de julho de 2014


(da Redação da ANDA)
merenda
Segundo o site Veggi & Tal e Olhar Animal, quarta-feira, dia 6 de agosto, às 13h45 será realizada uma audiência pública na qual será discutida a questão da introdução de merenda vegetariana/vegana nas escolas municipais, para que as crianças que não ingerem produtos animalizados não sejam mais obrigadas a fazer isso na escola.
Por estar em tramitação o Projeto de Lei [PL 15203/2013], escrito por Sônia T. Felipe e Maurício Varallo e proposto pelo Ver. Afrânio Tadeu Boppré, a Comissão da Saúde da Câmara dos Vereadores de Florianópolis, solicitou esta audiência para melhor debater o tema com a sociedade, bem como servir de subsídios para os encaminhamentos ao referido PL.
Para ler o texto do PL na íntegra clique aqui.
Evento no Facebook
Local: Plenarinho
Rua Anita Garibaldi, 35 Centro – Florianópolis
*na entrada eles indicam onde é o Plenarinho
Plenário da Câmara dos Vereadores de Florianópolis

Vilmar Berna - A democratização da Informação Ambiental no Sul da Bahia



Entrevista exclusiva concedida ao jornalista Paulo Paiva, durante sua visita a Ilhéus em outubro de 2009, para participar do lançamento da Rede de Coalisão Sul da Bahia Justo e Sustentável. Naquela oportunidade, o ícone da luta pela democratização da informação ambiental, falou sobre esse tema, e também, sobre a polêmica do Porto de Minérios em Ilhéus.

SOBRE VILMAR BERNA

Vilmar Sidnei Demamam Berna é gaúcho, nascido em 11/10/1956, em Porto Alegre (RS) e vive em Jurujuba, Niterói (RJ), em frente à Baía de Guanabara, numa comunidade de pescadores artesanais. Por sua luta constante pela formação da cidadania ambiental planetária foi reconhecido pelas Organizações das Nações Unidas -- ONU, em 1999, no Japão, com o Prêmio Global 500 Para o Meio Ambiente. Em 2002, recebeu o título de Cidadão Niteroiense e, em 2003, o Prêmio Verde das Américas, entre outros.

Participou da fundação de várias organizações da sociedade civil, sem fins lucrativos, dedicadas às lutas por um mundo melhor, mais ecológico, pacífico e democrático, entre as quais se destacam a UNIVERDE, em 1980, em São Gonçalo (RJ), os Defensores da Terra, em 1984, na Cidade do Rio de Janeiro, e mais recentemente a REBIA -- Rede Brasileira de Informação Ambiental, com sede em Niterói (RJ), da qual é editor voluntário da Revista do Meio Ambiente e do www.portaldomeioambiente.org.br distribuídos gratuitamente com o objetivo de contribuir na formação de uma nova consciência ambiental e na cidadania ambiental em nossa sociedade.

Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Água, Biodiversidade, Energia, Ferrovias, ONGs, Povos Indígenas, Rodoanel
Ano 14
31/07/2014

 

Povos Indígenas

 
  A criação de um departamento específico de educação escolar indígena foi um dos pontos levantados durante reunião interinstitucional realizada na sede do município de Santa Isabel do Rio Negro, em 15 de julho último. Representantes do governo estadual e municipal, sociedade civil organizada e organizações não governamentais participaram do encontro com o objetivo de propor ações que efetivem a promoção da educação escolar indígena no município - Blog do Rio Negro/ISA, 30/7.
  Na sexta-feira, 1o, a fotógrafa Claudia Andujar reencontra o amigo yanomami Davi Kopenawa, que conhece há 40 anos, na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Não há motivos para comemorar na mesa de que participarão, apropriadamente intitulada Marcados, referência ao título do livro de 2010 em que ela retrata os últimos remanescentes da tribo. Davi foi, mais uma vez, ameaçado de morte pelos invasores do território dos Yanomami, que Claudia ajudou a preservar quando se envolveu com os índios nos anos 1970. Em entrevista, Davi denunciou não só sua perseguição como a omissão do governo federal sobre o desvio de recursos que seriam destinados à compra de medicamentos e aos profissionais de saúde - OESP, 31/7, Caderno 2, p.C5.
   
 

Água

 
  Bares e restaurantes na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, ficaram sem água ontem até o fim da tarde e alguns fecharem as portas. "Já na terça-feira ficamos sem água a partir do fim da tarde e hoje (ontem) ela não voltou, então não conseguimos fazer almoço nem jantar. Tivemos de informar aos clientes que não poderíamos servir nenhuma comida", afirmou Solange Ribas, subgerente do Restaurante Alternativa Casa do Natural. Bares também relataram o mesmo problema. A Sabesp informou que o problema foi causado por "obras de reparo de uma rede de distribuição" e que o abastecimento foi interrompido "temporariamente" na região - OESP, 31/7, Metrópole, p.A20; FSP, 31/7, Cotidiano, p.C7.
  Um dos mais belos cartões-postais do Rio e local escolhido para as provas de remo e canoagem durante as Olimpíadas de 2016, a Lagoa Rodrigo de Freitas voltou a sofrer com o despejo de esgoto e já tem pontos, como na altura de Ipanema, impróprios até para atividades esportivas, como mostra monitoramento feito pela Secretaria municipal de Meio Ambiente. A poluição teria sido agravada por um vazamento de esgoto. Consequentemente, dejetos foram parar na galeria de águas pluviais que desemboca na Lagoa - O Globo, 31/7, Rio, p.9.
  "Há em curso um racionamento não declarado de água? O governo Alckmin (PSDB) jura de pés juntos que não. Na versão oficial, o que há, de fato, é a redução da pressão usada para fazer a água chegar às casas, que pode até provocar interrupções pontuais, mas não resulta necessariamente em cortes. Mais: afirma que a restrição no fornecimento não tem objetivo de economizar água e sim está ligada a um programa para conter vazamentos do sistema. Porém, em toda a região metropolitana de São Paulo, pululam reclamações de falta de água com as mesmas características: anoitece e as torneiras secam. O aumento dessas queixas à mídia coincide com a redução da pressão no período noturno", artigo de Alan Gripp - FSP, 31/7, Opinião, p.A2.
  "O projeto de despoluição da Baía de Guanabara, no Rio, data de 1994. Foi encerrado oficialmente em 2006, sem resultado. Agora existe o Plano Guanabara Limpa, cuja meta de sanear 80% da baía até 2016 fazia parte dos compromissos olímpicos assumidos em 2009. Dificilmente será atingida. Prevê ecobarreiras para conter a sujeira dos rios que lá deságuam. As barreiras podem impedir lixo flutuante de ganhar medalha, mas são inúteis para disfarçar a água turva, mal cheirosa e viscosa, que há décadas está imprópria para banho", artigo de Paula Cesarino Costa - FSP, 31/7, Opinião, p.A2.
  "Falta água porque há dez anos o atual governador assinou um compromisso de, em 30 meses, executar um plano de obras. Mas nenhuma foi executada no prazo e com a dimensão planejada pela Sabesp. A Sabesp poderia ter ampliado a capacidade dos mananciais do Alto Tietê se tivesse concluído o enchimento da represa de Taiaçupeba. O volume armazenado desde então garantiria o abastecimento de 3 milhões de pessoas durante um ano. No final de 2013, o governo poderia ter iniciado a construção de um sistema de bombeamento e da adutora para ligar o Rio Grande, na represa Billings, com a represa de Taiaçupeba. Essa solução teria um custo bem menor do que tirar água do Paraíba do Sul", artigo de Alexandre Padilha - FSP, 31/7, Tendências/Debates, p.A3.
   
 

Geral

 
  Em junho, o governo encaminhou um projeto de lei ao Congresso, em regime de urgência, com a intenção de regulamentar o acesso a recursos genéticos no país e instituir um sistema de cobrança de royalties como compensação pelo uso da biodiversidade nacional. Pela proposta, costurada pelo Ministério do Meio Ambiente, empresas passarão a pagar ao governo federal 1% da receita líquida obtida com produtos oriundos do uso de recursos genéticos. O PL prevê que esses royalties alimentem o Fundo Nacional de Repartição de Benefícios, cuja criação também prevê. Mas o projeto mal começou a tramitar na Câmara e gerou reações contrárias por parte do Ministério da Agricultura, de parlamentares ruralistas e de entidades do agronegócio. Eles alegam que o texto não exclui totalmente o agronegócio do pagamento de royalties, como prometido - Valor Econômico, 31/7, Agronegócios, p.B14.
  A presidente Dilma Rousseff fará cerimônia hoje no Palácio do Planalto para sancionar a lei que institui o marco regulatório das organizações da sociedade civil, aprovada pelo Congresso no começo do mês. O ato é uma reivindicação histórica das entidades beneficiadas pelos convênios com o governo. Trata-se de uma legislação de âmbito nacional para estabelecer as mesmas regras para União, Estados e municípios para parcerias com as chamadas organizações da sociedade civil. O governo espera com a o novo marco uma "reversão do processo de criminalização" por que passaram as ONGs após diversos desvios e irregularidades detectados em convênios com ministérios - Valor Econômico, 31/7, Política, p.A5; O Globo, 31/7, Rio, p.10.
  O governo federal recebeu 81 requerimentos de autorização referentes à elaboração de estudos de seis trechos ferroviários. Os requerimentos foram entregues por 19 grupos até ontem, fim do prazo para apresentação das proposições. O trecho entre Açailândia (MA) e Barcarena (PA), de 457 quilômetros, recebeu 14 propostas. O segmento de Sinop (MT) a Miritituba (PA), com 990 quilômetros, teve 16 propostas. Já o trecho entre Sapezal (MT) e Porto Velho (RO), de 950 quilômetros, teve 15 propostas. Portaria de autorização para realização dos estudos deverá ser publicada pelo Ministério dos Transportes no Diário Oficial da União na próxima semana - OESP, 31/7, Economia, p.B4.
  O Grupo Bertin, que em meados de 2008 chegou a ser alçado ao papel de novo "gigante" da geração de energia no País, após vencer dezenas de leilões do setor, está prestes a perder as últimas concessões de usinas térmicas que ainda possui. A Aneel deu início ao processo de revogação dos contratos de seis usinas térmicas que permanecem nas mãos do Bertin. As seis térmicas, todas previstas para usar óleo diesel, somam 1.056 megawatts de potência. As usinas, que estão sendo construídas na Bahia, deveriam estar operando desde janeiro do ano passado - OESP, 31/7, Economia, p.B4.
 
O Grupo Bertin também executa as obras do Rodoanel, complexo viário que circunda a cidade de São Paulo. As obras estão atrasadas. Pelo contrato de concessão, assinado em março de 2011, o Bertin tinha três anos para entregar 43 km do trecho Leste do Rodoanel - ou seja, tudo deveria estar pronto em março deste ano. A conclusão, no entanto, ficou para setembro. Em nota, o Bertin culpou a demora na liberação das obras, atrasos no processo de licenciamento ambiental e negociações com outras empresas envolvidas no empreendimento - OESP, 31/7, Economia, p.B4.
  A presidente da República, Dilma Rousseff (PT), e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), ambos candidatos à reeleição, têm uma aflição em comum: quanta água cairá do céu. Alckmin depende das chuvas para se livrar de um impopular racionamento neste ano. Por ora, multiplica as medidas paliativas, que mal são capazes de mitigar os efeitos da incúria em duas décadas de governos tucanos. Os reservatórios secos também atormentam Dilma. A pluviosidade reduzida de 2014, sobretudo no Sudeste e no Centro-Oeste (que geram 70% da eletricidade nacional), combinou-se com a desastrada intervenção para baixar tarifas e originou uma crise de financiamento entre distribuidoras de energia", editorial - FSP, 31/7, Editoriais, p.A2.
   
 
Imagens Socioambientais

Dog passes out from overwhelming joy

Uma cadela desmaiou de alegria ao reencontrar sua tutora depois de dois anos de separação. Rebecca Ehalt, da Pensilvânia, havia se mudado para a Eslovênia, mas deixou o animal vivendo nos Estados Unidos, onde morava. Quando retornou, gravou a reação surpreendente e emocionante de sua schnauzer. Mais tarde, ao se acalmar, Casey aparece muito feliz enquanto é acariciada pela americana. Ela passa bem. As informações são do site da Marie Claire.

Cães de pequeno porte têm facilidade para sofrer fraturas. Veja como evitar

31 de julho de 2014


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Uma das ocorrências ortopédicas nas clínicas e centros veterinários da Pet Center Marginal mais recorrentes são as fraturas envolvendo cães de pequeno porte, após quedas dentro da própria casa. Populares, esses pequeninos podem apresentar problemas depois de um simples pulo do sofá ou da cama.
“Imagine um cão com menos de 3 kg, como um Pinscher, por exemplo, caindo de uma altura de pouco mais do que 60 cm, distância convencional de uma cadeira. Não fica difícil imaginar os problemas de saúde que esse tipo de queda pode provocar?”, questiona a veterinária Adriana Valente, especialista em ortopedia da Pet Center Marginal.
Além do Pinscher, raças como Yorkshire, Chihuahua, Spitz, Lhasa Apso, Shitzu e Maltês são as mais propensas a acidentes por causa de quedas em casa. “Antes esses cães não ficavam tanto tempo dentro de casa; hoje não só fazem parte da família, como também têm grande participação na rotina, e muitas vezes os tutores se esquecem de que eles são movidos pelo instinto e pela curiosidade”, pondera.
Ao caírem, esses pequenos animais podem fraturar principalmente as patas dianteiras. De acordo com a Dra. Adriana, grande parte das quedas são de camas, sofás, mesas e até do colo: “Essas raças apresentam alto índice de fraturas de rádio e ulna que são ossos bem finos localizados nas patas dianteiras”.
Além de chorar por causa da dor, o tutor pode reconhecer a fratura, pois o animal deixa de andar como antes, passa a mancar, não apoiando mais a pata no chão. “Nesses casos, é importante levar o cão imediatamente ao veterinário para que seja realizado um raio-x. A dor é forte, tão intensa como acontece conosco, quando quebramos um osso”, alerta a veterinária.
Embora os tratamentos em ortopedia veterinária tenham evoluído, já que hoje é possível recorrer a uma série de implantes que são fixados ao osso fraturado, a recuperação desse tipo de problema é complexa. “Esse processo irá depender da boa vontade e dedicação do tutor, já que o cão não ficará de repouso por livre e espontânea vontade. Costuma ser uma fase em que o animal exige muita atenção, pois deve evitar alguns tipos de atividades dependendo do diagnóstico e tratamento instituído. Após uma cirurgia, por exemplo, em geral, um mês de repouso é o tempo mínimo necessário para que o osso possa consolidar”, esclarece.
Para prevenir esse tipo de acidente, a veterinária aconselha o tutor a evitar que esses animais frequentem lugares altos desde a fase de filhote. Outra sugestão são escadas, encontradas em pet shops, próprias para isso. Já no caso dos gatos, as telas em apartamentos são indispensáveis.
Fonte: Bonde

CRUELDADE : PINTOS SÃO MOÍDOS !!!

Campanha denuncia a crueldade por trás da fabricação de maionese

31 de julho de 2014


Por Marcela Sini do Prado (da Redação da ANDA)
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Alface, tomate e alguns pintinhos ao redor. Isso parece formar um bom sanduíche? Se não, pode ser que você queira tirar a maionese, porque a ONG Farm Forward está mostrando a dura realidade que está exatamente por trás da Hellmann’s e da Best Foods. Um novo vídeo produzido pela Farm Forward mostra que para fazer um sanduíche com maionese, os filhotes são moídos vivos.
“Infelizmente, essa é uma prática comum usada por toda a indústria de ovos nos EUA,” explicou Ben Goldsmith, diretor executivo da Farm Forward. Os ovos são encubados e, assim que os filhotes machos nascem, eles são rapidamente descartados justamente por não terem nenhum uso.
Desde que a maionese passou a ter ovos em sua receita, a prática de matar aves com um dia de vida foi adotada por ambas as marcas. Mais de um milhão de pintinhos são mortos todo ano.
A solução é optar por maioneses veganas, sem ovos e livres de crueldade.



Instituto estima 1,1 mil mortes de animais em rodovias de MS

31 de julho de 2014


Foto: Reprodução/TV Morena
Foto: Reprodução/TV Morena
O Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) estima mais de mil animais mortos por atropelamento em rodovias federais de Mato Grosso do Sul no período de um ano. Pesquisadores do órgão mapearam trechos da BR-262, da BR-163 e da BR-267, de abril de 2013 até março de 2014, e encontraram 1.152 carcaças de 30 espécies diferentes, algumas em extinção.
Os dados foram divulgados no 1º encontro do Programa Eco.Estradas Pantanal, realizado na terça (29) e quarta-feira (30), em Campo Grande. A ação conta com profissionais que atuam na conservação da biodiversidade regional e no gerenciamento de rodovias. No evento, pesquisadores discutem soluções que reduzam o impacto causado pelas rodovias à fauna regional.
Ainda segundo levantamento do instituto, a BR-163 é a que registra o maior número de atropelamento de animais. De acordo com Fausto Camilote, gerente de operações da CCR MSVia, concessionária que vai administrar a rodovia pelos próximos 30 anos, alternativas como túneis de passagem ou passarelas podem reduzir o número de atropelamentos e, consequentemente o número de acidentes na via.
Acidentes
Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram registrados 222 acidentes e seis mortes por atropelamento de animais nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul de janeiro a dezembro de 2013.
Ainda segundo dados da PRF, de janeiro a julho de 2014, foram registrados 97 acidentes e três mortes.
Fonte: G1

Novas leis prometem um futuro melhor a pit bulls resgatados de rinhas nos Estados Unidos

31 de julho de 2014


Por Walkyria L. Rocha (da Redação da ANDA)
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Todos os cães merecem uma chance de lutar pela vida (Foto: Dan Kitwood/Getty Images)
Dois novos projetos de lei americanos – um no estado do Michigan e outro em Delaware – ajudarão a proteger os pit bulls que são explorados em rinhas. Esses dois estados determinam que os cães resgatados de tais locais devem ser mortos. No entanto, sob os novos projetos, esses cães que sofreram abusos deverão ser examinados e receberão a oportunidade de uma nova vida através da adoção.
Os cães não devem ser punidos se os seus tutores desumanos os treinam para serem agressivos. A morte induzida usada para cães de briga não dá chance para que esses animais maltratados e incompreendidos encontrem um lar feliz. Michigan e Delaware estão examinando projetos que darão aos pit bulls, que sofreram abuso, uma chance de lutar. As informações são do site Global Animal.
A lei 990 do Senado de Michigan apresentada semana passada, salvará as vidas de cães resgatados de rinhas. Essa lei será uma ementa à atual, tornando explícito que um cão resgatado pode ser colocado para adoção, se for considerado “apto e não apresentar ameaça à segurança pública”.
Uma lei similar no estado de Delaware vai mais longe. A lei SB 245 foi aprovada pelo Senado em 19 de junho. A legislação atual em Delaware (bastante assustadora) determina que os animais apreendidos sejam “eliminados de maneira humanitária”. Mas sob a nova lei, os cães resgatados nas operações devem ser primeiramente avaliados, e então, se adequados, poderão ser colocados para adoção.
“A lei SB 990 de Michigan e SB 245 de Delaware são extremamente importantes porque dão às vítimas de crueldade a chance de encontrarem um lar feliz”, afirmou ao jornal HuffPost o advogado legislativo sênior da Best Friends Animal Society (Sociedade Melhores Amigos Animais), Ledy VanKavage. “Desde o caso dos cães de Vick (Michael) aprendemos que cada cão deve ser avaliado como um indivíduo e merece lutar por uma oportunidade de ser amado”.
Se a Lei de Michigan for aprovada, então os cães resgatados terão a chance de serem adotados (Foto: momversation.com)
Se a lei de Michigan for aprovada, os cães resgatados terão a chance de serem adotados (Foto: momversation.com)
De fato, anteriormente à apreensão dos 51 pit bulls do infame Bad Newz Kennels de Vick, em 2007, os animais resgatados das brigas eram rotineiramente assassinados. Conforme noticiou o New York Times naquela época, a PETA e muitos outros grupos argumentaram que os cães de Vick também deveriam ser mortos.
A fundadora da PETA, Ingrid Newkirk, em 2008, disse que a “reabilitação para esses tipos de cães não é um bom uso de dinheiro, nem o melhor uso de tempo. Os cães de Vick são os candidatos menos prováveis a terem sucesso”. A Melhores Amigos argumentou de outra forma e venceu a batalha, recolhendo do “Vicktory” – como ficaram conhecidos – 22 cães física e emocionalmente traumatizados.
A segunda parte mais notável dessa história é que muitos desses animais são agora cães de famílias, o que abriu caminho para que outros pit bulls que sofreram abusos fossem analisados individualmente, em vez de, inerentemente, serem considerados animais perigosos e sem salvação e que não podem ter vidas normais.
É importante avaliar os animais antes de colocá-los para adoção (Foto: Mark Boster/Los Angeles Times)
É importante avaliar os animais antes de colocá-los para adoção (Foto: Mark Boster/Los Angeles Times)
A minoria dos estados proíbe que cães resgatados em operações contra rinhas sejam examinados de maneira individual, conforme afirma a Melhores Amigos.
Atualmente há apenas 13 estados que ainda possuem leis arcaicas que proíbem a adoção de filhotes e de cães adultos oriundos de rinhas, e Michigan é, infelizmente, um deles. O estado da Florida revogou a lei em 2011. Na verdade, aprovou uma resolução exigindo a evolução e a boa vontade para com as vítimas de crueldade, incluindo os cães criados para luta. Ou, conforme VanKavage coloca: “Punir os cães pelos crimes cometidos pela crueldade de seus tutores é inconcebível”.

O GRITO DO BICHO - 31/7/2014

Menino de 11 anos é atacado por tigre no zoológico de Cascavel

  • Denuncia da PEA sobre barbaridade em Hospital Veterinário - PI

  • Má formação genética ou efeito de alimento transgênicos

  • PETA paga contas de água para quem fizer dieta vegana - Detroit - EUA

  • Guerrilheiros curdos brincando com gazela - Curdistão

  • Máquina oferece ração e água para cães em troca de garrafas plásticas - Turquia

  • Animal atropelado em Juazeiro do Norte fica sem atendimento do órgão responsável - CE

  • Calau-africano - "10 animais muito mais espertos do que você pensa"

  • O Springer Spaniel Rocco ama esquilos! para morrer de rir.... 

  • abração a todos, muito obrigado pela divulgação do nosso trabalho e acompanhe a coluna "Ultimas Notícias" .
    sheila moura

    VETERANAS DE GUERRA

    A Fundação SOS Mata Atlântica condecora árvores de São Paulo pela resistência ao urbanismo descontrolado, mobilizando a população para mapear as árvores da cidade, contar suas histórias e denunciar maus tratos. Acesse o site do projeto e saiba como contribuir!



    Sudeste, rumo à desertificação

    por Julio Ottoboni*
    secawiki 300x204 Sudeste, rumo à desertificação
    Foto: Wikimedia commons
    O sudeste do Brasil, parte da região central e do sul caminham para se tornar desérticas. A seca registrada este ano na porção centro-sul, principalmente em São Paulo, está ligada a permanente e acelerada degradação da floresta amazônica. O transporte de umidade para as partes mais ao sul do continente está sendo comprometida, pois além de sua diminuição é trazido partículas geradas nos processos de queimadas que impedem a formação de chuvas.
    Os cientistas do (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa) há mais de uma década fizeram esse alerta, que a cada ano está pior e mais grave. E coloca em confronto o modelo econômico agropecuário, baseado em commodities, com a área mais industrializada, produtiva e rica do país. E também a mais urbanizada e detentora de 45% da população brasileira e abrigada em apenas 10,5% do território nacional.
    O cientista e doutor em meteorologia do Inpe, Gilvam Sampaio de Oliveira, a situação é preocupante e bem mais grave do imaginado em relação a eventos extremos. A comunidade científica está surpresa com a dinâmica das alterações do clima. O número de desastres naturais vem crescendo. Entre 1940 e 2009 houve uma curva ascendente de inundações e o número de dias frios, principalmente em São Paulo, está em franca decadência.
    “As questões que já estamos passando, como essa seca, eram projetadas para daqui há 15 ou 20 anos. A área de altas temperaturas está aumentando em toda América do Sul. Em São Paulo e São José dos Campos, por exemplo, há um aumento de chuvas com mais de 100 milímetros concentradas e períodos maiores sem precipitação alguma. E quanto mais seca a região, aumenta o efeito estufa e diminui a possibilidade de chuvas”, alertou o cientista.
    O sistema principal formador do ciclo natural que abastece a pluviometria do sudeste começa com a massa de ar quente repleta de umidade, formada na bacia do Amazonas, seguindo até os Andes. Com a barreira natural, ela retorna para a porção sul continental, o que decreta o regime de chuvas.
    A revista científica Nature publicou em 2012 um estudo inglês da Universidade de Leeds. O artigo apresentou o resultado de um estudo no qual os mais de 600 mil quilômetros quadrados de floresta amazônica perdidos desde a década de 1970, e com o avanço do desmatamento seguido de queimadas cerca de 40% de todo complexo natural, estará extinto até 2050. Isso comprometerá o regime de chuvas, que seriam reduzidas em mais de 20% nos períodos de seca.
    Faixa dos desertos
    O sudeste brasileiro está na faixa dos desertos existente no hemisfério sul do planeta. Ela atravessa enormes áreas continentais, como os desertos australianos de Great Sendy, Gibson e Great Victoria, na plataforma africana surgem as áreas desertificadas da Namíbia e do Kalahari e na América do Sul, o do Atacama. Sem qualquer coincidência, ambos desertos africanos, inclusive em expansão, estão alinhados frontalmente, dentro das margens latitudinais, com as regiões dos Estados do Sudeste e do Sul do país.
    Essa porção territorial só se viu livre da desertificação com o êxito da Amazônia e a formação da Mata Atlântica. Ambas foram determinantes para se criar um regime de chuvas que mantiveram essas partes do Brasil e da América do Sul com solos férteis e índices pluviométricos mais que satisfatórios à manutenção da vida.
    O geólogo do Inpe  e assessor da Agência Espacial Brasileira (AEB), Paulo Roberto Martini,  tem sua teoria para esse fenômeno. Na qual a desertificação destas regiões ocorrerá se o transporte de ar úmido for bloqueado ou escasseado, por ação natural ou antrópica. Exatamente o que vem acontecendo. As investigações geomorfológicas já mostraram que entre os anos 1000 e 1300 houveram secas generalizadas e populações inteiras desaparecerem nas Américas. E isto pode ocorrer novamente, agora potencializado pela devastação causada pelo homem.
    “Esse solo da região Sul e Sudeste tem potencial enorme para se tornar deserto, basta não chover regularmente. A distribuição da umidade evitou que essa região da América do Sul fosse transformada num imenso deserto”, explicou Martini.
    Segundo o pesquisador, no fim do período glacial, por volta de 12 mil anos, a cobertura do Brasil teria sido predominantemente de savana, como na África, pobre em diversidade e formada por gramíneas e poucas espécies arbóreas. O que ainda é encontrado no interior de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e no Mato Grosso. Entretanto, a umidade oceânica associada à amazônica possibilitou a constituição da Mata Atlântica e seu ingresso continente adentro.
    A penetração da flora em áreas de campo realimentou o ciclo das chuvas, nível de umidade das áreas ocupadas e a fertilização do solo. Em milhares de anos formou-se um vasto complexo florestal, atualmente reduzido a menos de 5% de seu tamanho original na época do descobrimento.
    “Há uma cultura de degradação e falar em restauração das matas no Brasil é ficção. Só se produz água quando se faz floresta, a sociedade tem que reagir a isso”, observou o dirigente da entidade SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani.
    As pesquisas mostram que o povoamento vegetal no que é hoje o território brasileiro teria começado pela costa do Oceano Atlântico, seguindo para o interior ao longo das várzeas dos rios, onde se encontram os solos mais ricos em nutrientes. Foram milhares de anos neste ritmo, o que induziu diversos especialistas a defenderem a tese de que a Mata Atlântica esteve intimamente ligada a Floresta Amazônica, pois ambas detém diversas semelhanças em seus ciclos sazonais e em espécimes de fauna e flora.
    Mas com a derrubada desta proteção vegetal e o encurtamento do ciclo de chuvas oriundas do mega sistema amazônico, as mudanças climáticas ganharam impulso e têm causado alterações no desenvolvimento de diferentes culturas agrícolas, entre elas milho, trigo e café com impactos imensos na produção brasileira e norte-americana. A avaliação partiu dos integrantes do Workshop on Impacts of Global Climate Change on Agriculture and Livestock , realizado em maio na Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto (SP).
    * Júlio Ottoboni é jornalista diplomado e pós-graduado em jornalismo científico.
    (DCI)

    Reservas extrativistas enfrentam o desafio da sucessão

    por Elton Alisson, da Agência Fapesp
    extrativismo Reservas extrativistas enfrentam o desafio da sucessão
    Pesquisadora destaca, na 66ª Reunião da SBPC, importância de dar condições para que a atual geração de jovens que vive nas unidades de conservação permaneça na floresta.
    Foto:Aurelice Vasconcelos/ICMBio
    Agência Fapesp – As reservas extrativistas representam um fator importante em termos de proteção da Floresta Amazônica, abrangendo atualmente 24 milhões de hectares – área equivalente a 5% do território do bioma.
    Alguns dos principais desafios para a continuidade do projeto, contudo, serão dar condições sociais e econômicas para que a atual geração de jovens que vive nessas unidades de conservação permaneça na floresta e assuma o papel de liderança desempenhado por seus pais e avós nas últimas décadas.
    A avaliação foi feita por Mary Allegretti, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em palestra sobre os 25 anos de criação das reservas extrativistas, durante a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Com o tema “Ciência e Tecnologia em uma Amazônia sem fronteiras”, o evento ocorre até o próximo domingo (27/07), no campus da Universidade Federal do Acre (UFAC), em Rio Branco.
    “A criação das reservas extrativistas na Amazônia, em 1989, representou uma revolução porque, se elas não tivessem sido instituídas, os seringueiros – hoje chamados de extrativistas – teriam saído da floresta e ido para as periferias das cidades, e os recursos naturais da floresta teriam se transformado em matérias-primas e não em meio de vida”, avaliou Allegretti.
    “Ter, hoje, 5% da Floresta Amazônica protegida por comunidades tradicionais, vivendo em 89 unidades de conservação, é um marco histórico, resultado do esforço coletivo feito nas últimas décadas por trabalhadores rurais analfabetos, sem poderes políticos e econômicos e sem armas, que decidiram enfrentar uma luta árdua contra a derrubada da floresta”, afirmou.
    Esses trabalhadores rurais, egressos principalmente do Nordeste, chegaram à Amazônia para trabalhar na extração de látex dos seringais da floresta, para produção de borracha, em dois grandes fluxos migratórios.
    O primeiro foi durante o primeiro ciclo da borracha da Amazônia, entre 1880 e 1920, no chamado “tempo dos seringais”. Nesse período, em que houve um extermínio em massa de populações indígenas na floresta amazônica, os seringais se estabeleceram no bioma por meio de barracões e eram submetidos a um regime de servidão por dívidas. “Esse ciclo terminou com a entrada da Malásia e, consequentemente, a saída da Amazônia do mercado internacional de borracha”, disse Alegretti.
    Já o segundo fluxo migratório de seringueiros na Amazônia, ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando, em razão do bloqueio do acesso à produção da borracha na Ásia, houve uma nova procura pelo produto amazonense e os seringueiros passaram a ser chamados de “soldados da borracha”. Esse ciclo foi interrompido logo após o fim da guerra, em 1946, com o surgimento da crise da borracha no mercado internacional.
    Segundo Allegretti, naquele período começou a ser desencadeado um processo de desagregação dos barracões que permitiu aos seringueiros viver com certa autonomia, como uma espécie de campesinato na floresta.
    “Os seringueiros continuaram vivendo na floresta em condições de subsistência, sem ter um produto principal, como a borracha, mas sem precisar depender do patrão. Foi então que o processo de construção de uma sociedade na floresta amazônica começou a ocorrer”, disse.
    O processo, no entanto, foi interrompido com o estabelecimento do Regime Militar no país, em 1964. Um dos pressupostos dos militares era o de que a Amazônia representava uma espécie de vazio demográfico que precisava ser preenchido por uma série de investimentos em infraestrutura que estimulariam a colonização da região.
    Uma das consequências do processo expansionista na floresta foi o surgimento de uma onda de choques com os seringueiros que ali já habitavam e começaram a ser expulsos por fazendeiros que chegavam à região, contou Allegretti.
    “Na época, surgiram sindicatos de trabalhadores rurais nos municípios de Brasileia e Xapuri, no Acre, que começaram a defender o conceito de que os seringueiros que já estavam vivendo na florestas eram posseiros e, como tal, tinham direitos ao território onde viviam”, disse.
    Chico Mendes
    De acordo com Allegretti, o primeiro grande confronto entre os fazendeiros e os seringueiros se deu em 1976, quando Wilson de Souza Pinheiro (1933-1980), líder original do movimento sindicalista, defendeu a ideia de que os seringueiros deveriam permanecer na floresta e defender os lugares onde viviam por meio dos chamados “empates” contra o desmatamento.
    Um dos apoiadores de Pinheiro, segundo a pesquisadora, foi Chico Mendes (1944-1988), nascido em Xapuri, no Acre, filho de nordestinos e seringueiros. Diferentemente da maioria dos seringueiros, Mendes era alfabetizado e assumiu a liderança do movimento após o assassinato de Pinheiro, em 1980.
    “Uma das principais estratégias implementadas por Chico Mendes para fortalecer o movimento, que enfraqueceu com o assassinato de Pinheiro, foi aumentar e criar, juntamente com os empates, escolas públicas, cooperativas e postos de saúde na floresta”, contou Allegretti, que conviveu com o ambientalista durante suas pesquisas.
    Em razão de suas ideias e de sua manifestação contrária ao asfaltamento da BR-264, Mendes ganhou projeção nacional e internacional. Seu assassinato, em 22 de dezembro de 1998, gerou grande repercussão internacional, que culminou com a assinatura, em 1990, de um decreto que criou as quatro primeiras reservas extrativistas no país, segundo a pesquisadora.
    “Foi preciso ter ocorrido o assassinato de Chico Mendes e de várias outras lideranças para que as reservas extrativistas na Amazônia existissem por força de uma lei”, disse.
    De acordo com Allegretti, uma das conquistas obtidas por meio de reservas florestais ao longo dos últimos 25 anos foi a diminuição dos conflitos agrários entre os extrativistas e os fazendeiros na Floresta Amazônica.
    Isso porque o Estado passou a exercer o papel de mediador nesses conflitos, uma vez que é responsável por garantir o bem-estar e a segurança das comunidades que vivem nessas reservas. “Há, no entanto, uma dificuldade do Estado em enxergar e assimilar os extrativistas como protagonistas na gestão das reservas extrativistas”, disse Allegretti.
    * Publicado originalmente no site Agência Fapesp.
    (Agência Fapesp)

    Casa Branca: Custos das mudanças climáticas podem subir 40%

    por Fernanda B. Müller, do CarbonoBrasil
    obama 1 Casa Branca: Custos das mudanças climáticas podem subir 40%
    Conselheiros econômicos de Barack Obama redigiram um estudo alertando que a falta de estratégias para mitigar o aquecimento global pode resultar em prejuízos econômicos de até 3% do PIB mundial.
    A Casa Branca divulgou um relatório que examina as consequências econômicas de se adiar ações climáticas, e concluiu que o atraso na implantação de políticas de mitigação em uma década aumenta os custos totais das medidas em cerca de 40%.
    A nova publicação, elaborada pelo Conselho Econômico do governo Obama, alerta que permitir um aumento nas temperaturas de 3ºC – em vez da meta estabelecida internacionalmente de 2ºC – intensificaria as perdas econômicas em 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) global. Se o aumento fosse de 4ºC, o prejuízo alcançaria 3,1% do PIB. Nos Estados Unidos, isso significaria US$ 150 bilhões em 2014.
    E os custos apontados não são pontuais, mas ocorrerão ano após ano devido aos danos permanentes causados pelo aumento das mudanças climáticas e a inação.
    O relatório afirma que as políticas climáticas podem ser vistas como uma forma de seguro:“Assim como as empresas e indivíduos se resguardam contra riscos financeiros severos ao comprar várias formas de seguros, os legisladores podem agir agora para reduzir as chances de desencadear os eventos climáticos mais severos”.
    “E, ao contrario das apólices convencionais, a política climática que serve como seguro é um investimento que também resulta no ar limpo, na segurança energética e em benefícios que são dificilmente monetizados, como a diversidade biológica.”
    “Adiar as ações aumentará os custos das mudanças climáticas. É hora de agir”, disse Obama nas redes sociais.
    O alerta foi soado ao mesmo tempo em que a Agência de Proteção Ambiental do país (EPA, em inglês) deu início nesta terça-feira (29) a uma série de quatro consultas públicas sobre a proposta de controlar as emissões de dióxido de carbono das usinas de energia do país em 30% até 2030, assunto que tem causado muita polêmica.
    A Câmara de Comércio Americana e outros grupos empresariais estão criticando as regras centrais no plano de ação climática de Obama, afirmando que prejudicarão economicamente o país.
    Para se ter uma ideia da proporção que o assunto tomou, a EPA comentou ter recebido mais de 300 mil comentários sobre a proposta e que mais de 1,6 mil pessoas se inscreveram para falar nas consultas públicas.
    O relatório da Casa Branca deve apoiar as ações que o governo norte-americano vem implantando através da EPA para conter o aumento das emissões de gases do efeito estufa.
    O presidente Barack Obama há alguns anos depende da EPA para conseguir efetivar regras ambientais mais rígidas, já que no Congresso Nacional qualquer medida que busque regulamentar emissões de GEEs é barrada pela forte oposição Republicana.
    Ordens executivas
    Nesta semana, a Casa Branca também está lançando outras duas frentes de ação. Uma delas é voltada para o controle das crescentes emissões de metano vindas do setor de gás natural, fonte de energia que tem ganhado muito espaço, especialmente devido à exploração do gás de xisto.
    A administração Obama também anunciou mais uma ferramenta que faz parte da ‘Iniciativa para Informações Climáticas‘ (Climate Data Initiative), que usa os vastos recursos e informações abertas do governo para estimular inovações e o empreendedorismo voltados para ações climáticas.
    O foco inicial da medida, lançada em fevereiro, foi a resiliência da região costeira, e agora o governo lançou uma campanha voltada para a resiliência alimentar.
    * Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
    (CarbonoBrasil)

    A posse local das florestas mitiga a mudança climática

    por Carey L. Biron, da IPS
    platanos A posse local das florestas mitiga a mudança climática
    As salvadorenhas Elsy Álvarez e María Menjivar, acompanhadas da filha de Menjivar, cultivam banana na clareira de uma floresta. Foto: Claudia Ávalos/IPS

    Washington, Estados Unidos, 30/7/2014 – A comunidade internacional não aproveita a grande oportunidade para enfrentar a mudança climática que é oferecida pelo fortalecimento dos direitos e das leis que concedem a posse das florestas às populações locais, afirma um detalhado estudo.
    A nova análise, considerada pelos pesquisadores como o estudo mais minucioso sobre o assunto já produzido, sugere que, nas áreas supervisionadas oficialmente pelas populações locais, as taxas de desmatamento são de dezenas a centenas de vezes menores do que naquelas controladas pelo Estado ou por entidades privadas.
    A cada ano o desmatamento responde por 10% a 20% das emissões de gases-estufa que provocam a mudança climática no mundo. O estudo foi divulgado na semana passada pelo Instituto de Recursos Mundiais (WRI), um centro de pesquisa com sede em Washington, nos Estados Unidos, e pela Iniciativa de Direitos e Recursos (RRI), uma rede mundial que trabalha com a posse florestal.
    “Essa estratégia de mitigação da mudança climática está subvalorizada”, diz o informe sobre o estudo. “Os governos, os doadores e outros atores interessados na mudança climática tendem a ignorar ou marginalizar a enorme contribuição à sua mitigação que podem se realizadas por meio da expansão e do fortalecimento dos direitos florestais das comunidades”, acrescenta.
    Os pesquisadores analisaram imagens obtidas via satélite de alta definição e compararam a informação sobre as taxas de desmatamento com dados sobre as diferentes estratégias de posse em 14 países em desenvolvimento considerados muito florestais. Foi constatado que, nas áreas onde as comunidades locais têm direitos florestais consideráveis, maior era sua capacidade de deter o corte de florestas e a incursão dos colonos e das empresas mineradoras.
    Em localidades da Guatemala e do Brasil, com forte posse local, as taxas de desmatamento foram entre 11 e 20 vezes inferiores às das zonas externas das florestas comunitárias reconhecidas formalmente. Em partes da península mexicana de Yucatán, os resultados foram até 350 vezes menores. As repercussões climáticas destas regiões de florestas são consideráveis. As florestas maduras não só abrigam grandes quantidades de carbono, mas também absorvem dióxido de carbono da atmosfera de maneira constante.
    “Sabemos que ao menos 500 milhões de hectares de florestas nos países em desenvolvimento já estão nas mãos das comunidades locais, o que se traduz em pouco menos de 40 bilhões de toneladas de carbono”, afirmou à IPS o coordenador da RRI, Andy White. “É uma quantidade enorme, equivalente a 30 vezes as emissões totais de todos os veículos de passageiros do mundo. Mas muitos dos direitos de proteção dessas florestas são frágeis, por isso existe o risco real de se perder” essas áreas, apontou.
    Nos últimos cinco anos, houve uma “grande desaceleração” do reconhecimento dos direitos das comunidades indígenas, que anteriormente haviam avançado no mundo, explicou White. Porém, ele acredita que existe um grande potencial para sensibilizar a classe política e a comunidade de doadores sobre o vínculo existente entre os direitos da terra e a mudança climática.
    Historicamente, no Sul em desenvolvimento, “os governos fomentaram o desmatamento para a agricultura, e também para a construção de estradas, a colonização e a mineração. Agora, esses mesmos governos dizem estar preocupados com a redução das emissões. Até agora, essas duas mãos não se comunicaram entre si”, ressaltou White.
    A divulgação das conclusões do estudo acontecem enquanto são preparadas duas cúpulas mundiais sobre o clima. Em setembro, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, receberá governantes de todo o mundo em Nova York para discutir o tema, e em dezembro realizará a próxima rodada de negociações sobre o clima mundial em Lima, no Peru, com vistas a chegar a um acordo definitivo em 2015.
    As conversações de Lima são conhecidas como a rodada da “floresta”. Alguns conservadores sugerem que a silvicultura oferece o maior potencial para reduzir as emissões mundiais, mas poucos vinculam essa redução diretamente com a posse local. “É importante que os responsáveis políticos estejam conscientes dessa conexão”, destacou Caleb Stevens, especialista do WRI e principal autor do informe.
    “Os governos dos países desenvolvidos podem se comprometer com os órgãos de assistência ao desenvolvimento para fortalecer a posse florestal no contexto dos acordos bilaterais”, pontuou Stevens se referindo ao fundo adotado pela Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática em 2011. “Também podem se comprometer com o reforço desses direitos mediante mecanismos de financiamento, como o novo Fundo Verde para o clima”, afirmou.
    O mais conhecido, embora polêmico, dos mecanismos internacionais destinados a reduzir o desmatamento é a iniciativa da ONU para a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação das Florestas (REDD), que desde 2008 distribuiu cerca de US$ 200 milhões para proteger as florestas em países do Sul em desenvolvimento. Mas o programa da iniciativa, conhecido como REDD+, nunca aproveitou plenamente o potencial oferecido pela gestão comunitária das florestas, segundo seus críticos.
    “O REDD+ foi criado por se saber que o desmatamento é uma parte importante do problema da mudança climática”, explicou Tony La Viña, negociador principal em matéria climática das Filipinas. “O que não é tão compreendido é como as comunidades florestais são eficazes para proteger suas florestas do desmatamento e aumentar a saúde florestal. Por esse motivo, o REDD+ deve estar acompanhado de garantias comunitárias”, acrescentou.
    Stevens enfatizou que a prioridade atual em nível nacional da posse local é heterogênea, já que varia consideravelmente de um país a outro. O ativista destacou os avanços da Libéria e do Quênia, onde as leis começam a reconhecer os direitos da comunidade local, e os da Bolívia e do Nepal, onde 40% das florestas estão sob controle legal das populações locais. Uma decisão judicial de 2013 colocaria a Indonésia em um caminho semelhante.
    Segundo Stevens, “muitos governos ainda são muito reticentes em acabar com suas tentativas de ter acesso aos minerais e a outros recursos naturais. Mas alguns governos se dão conta das limitações de sua capacidade, e de que o modelo das florestas de propriedade e gestão estatais não costuma funcionar. Em seu lugar, frequentemente gera um vale tudo com acesso ilimitado”.
    As populações locais costumam ser mais eficazes na gestão desses recursos do que os governos ou os organismos privados, e também podem se converter em importantes beneficiárias econômicas das florestas. Com o tempo, inclusive contribuem para os cofres nacionais por meio da renda fiscal.
    Sem dúvida, há margem para essa ampliação. O RRI calcula que os 500 milhões de hectares atualmente sob controle comunitário constituem apenas um terço do que as populações locais em todo o mundo reclamam, e legitimamente, segundo a organização. Envolverde/IPS
    (IPS)

    Queimadas na Amazônia aumentam a poluição do ar em países da América do Sul

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    queimada

    Os estados amazônicos do Pará, Rondônia, Amazonas e Acre têm “exportado” a fumaça produzida pelo desmatamento por fogo para Bolívia, Peru e Paraguai e contribuído para aumentar os níveis de poluição atmosférica nesses países vizinhos. Ao lado do Mato Grosso, esses quatro estados também registram o maior número de focos de queimadas na América do Sul.
    A constatação é de um estudo feito por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que utilizou o supercomputador Tupã, instalado na instituição com recursos da FAPESP e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
    Alguns resultados do estudo foram apresentados em uma palestra sobre o impacto trinacional da queima da biomassa e da fumaça na Amazônia Sul-Ocidental, realizada durante a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que terminou no domingo (27/07), no campus da Universidade Federal do Acre (UFAC), em Rio Branco.
    “A maior produção de fumaça resultante da queima de floresta na América do Sul é brasileira. O Brasil realmente exporta fumaça de queimadas e contamina os demais países da região”, disse Saulo Ribeiro de Freitas, pesquisador do Inpe, à Agência FAPESP.
    De acordo com Freitas, as queimadas florestais ocorrem em escala global. Na América do Sul, contudo, podem ser registrados mais de 5 mil focos de queimadas em um único dia.
    Durante um mês, o acúmulo de vários focos de queimadas gera plumas de fumaça. Ao serem transportadas por massas de ar produzidas na região Norte e no centro do Brasil, essas plumas de fumaça chegam à região sul da América do Sul e podem cobrir áreas de até 5 milhões de quilômetros quadrados, como se observou em imagens de satélite.
    “O tipo de circulação de ar predominante na estação seca na região Norte do Brasil faz com que exista um corredor de exportação que canaliza a fumaça produzida pelas queimadas nessa região para o oeste da América do Sul, invadindo a área do Peru, Bolívia e Paraguai”, disse Freitas.
    “Esse corredor muitas vezes também alcança a Argentina e só é bloqueado quando há a entrada de uma frente fria, que pega a fumaça vinda do norte do Brasil e a devolve para o país. Quando essa inversão ocorre é possível observar colunas de fumaça passando sobre a cidade de São Paulo, por exemplo”, disse.
    A fim de estimar as fontes de emissão de fumaça por queimada na Amazônia e indicar a contribuição relativa de cada estado amazônico e país da região, os pesquisadores desenvolveram nos últimos dois anos um sistema baseado em dados de satélites e em modelagem numérica (computacional).
    O sistema é capaz de identificar onde há focos de queimadas na América do Sul e estimar a quantidade de fumaça e, consequentemente, de poluentes do ar emitidos isoladamente em cada um dos estados brasileiros ou países da região.
    Emissões no Acre
    O sistema foi utilizado para identificar as fontes de emissões de poluentes por fumaça de queimadas – como partículas em suspensão na atmosfera ou aerossóis atmosféricos – nos anos de 2005, 2008, 2009 e 2010 no Estado do Acre.
    Algumas das constatações das simulações foram que entre 5 e 10 dias por ano o ar do estado apresenta uma concentração média de aerossóis atmosféricos com diâmetro acima de 2,5 mícrons (µg) – considerado o mais relevante em termos de impactos à saúde – na faixa entre 40 e 80 mícrons por metro cúbico (µg/m³), acima dos limites considerados toleráveis pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
    Durante a estação seca – entre julho e novembro –, o ar no Acre permanece por períodos de até 30 dias com níveis de concentração média de partículas em suspensão com 2,5 µg nesta mesma faixa.
    No período de seca de 2005, por exemplo, em que as emissões por queimadas no Acre foram muito altas, a média mensal de emissões de particulados pela queima de biomassa no estado atingiu 90 µg/m³. “Constatamos essas mesmas variações na qualidade do ar do estado nos quatro anos simulados no estudo”, contou Freitas.
    Os pesquisadores também calcularam o percentual de poluição atmosférica produzida pela fumaça da queima de biomassa proveniente do próprio Acre e dos estados e países vizinhos.
    Os resultados dos cálculos indicaram que em agosto de 2005, por exemplo, os maiores contribuintes de emissões de fumaça da queima de biomassa foram o próprio Acre, seguido do Estado do Amazonas. Já em novembro do mesmo ano a maior parte das emissões foi proveniente do Amazonas e do Pará.
    O mesmo padrão de fontes de emissão de fumaça por queimada na região foi observado nos quatro anos de simulações, segundo Freitas. “O maior foco de emissões de fumaça registrada no Acre está no próprio país. Os resultados das nossas simulações mostram claramente isso”, disse.
    Legislação trinacional
    O estudo foi realizado pelos pesquisadores do Inpe em colaboração com colegas da UFAC, a pedido do Ministério Público do Estado do Acre.
    Em razão dos problemas à saúde da população causados pelo aumento dos focos de queimadas no estado em 2005, o órgão impetrou uma ação civil pública em 2007 determinando a proibição do uso de fogo para o desmatamento na região e solicitou às duas instituições um estudo técnico para identificar as fontes de poluição por queimadas no estado.
    “Uma das alegações era que a maior parte da fumaça resultante de queimada não era emitida aqui no estado, mas nos países vizinhos, especificamente, a Bolívia e o Peru. Recorremos ao Inpe e à UFAC para saber se era possível determinar a origem da fumaça de queimada no estado”, disse Patricia Rego, procuradora de justiça do Ministério Público do Acre.
    Os resultados do estudo indicaram que a possibilidade de a fumaça produzida por queima de biomassa na Bolívia invadir o Acre era muito remota.
    “Uma das únicas hipóteses para isso seria as frentes frias do sul da América do Sul transportarem o ar poluído dessa região para o norte do Brasil. Mas esse tipo de ocorrência é muito rara”, afirmou Freitas.
    O professor José Montanez Montaño, da Universidad Autónoma Gabriel René Moreno (UAGRM), em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, destacou durante a conferência que, como o problema da queima de biomassa e da fumaça na Amazônia Sul-Ocidental é transfronteiriço, é preciso que Brasil, Bolívia e Peru elaborem uma legislação trinacional para identificar e eliminar as causas.
    “O Brasil é o maior emissor de fumaça, mas os problemas causados pela queima de biomassa são sentidos de igual forma pelos três países. Como somos receptores dessa fumaça – e não os emissores –, obviamente somos os mais afetados”, afirmou Montaño.
    Fumaça produzida por fogo nos estados amazônicos migra para Bolívia, Peru e Paraguai, elevando os níveis de poluição atmosférica desses países, indica estudo feito no Inpe
    Por Elton Alisson, da Agência FAPESP
    EcoDebate, 30/07/2014