28 de setembro de 2015
(da Redação da ANDA)
Há dois anos foi lançada uma campanha contra o comércio de marfim, na qual é divulgado que um elefante é morto a cada 15 minutos por caçadores em busca de suas presas. Desde então, passou a acontecer um movimento por parte do público e de alguns governos no sentido de tomar medidas para conter a matança e elevar a conscientização.
Mas a procura pelo marfim não é a única ameaça enfrentada pelos paquidermes.
Atualmente, muitos cidadãos de todo o mundo estão cientes da situação que os elefantes enfrentam nas mãos dos caçadores. Mas a procura pelo marfim não é a única ameaça enfrentada pelos paquidermes.
A cada ano, elefantes morrem em outros tipos de tragédias – presos em armadilhas, atropelados por trens, ou capturados em disputas por terras.
Conflito humano com a natureza
Em julho de 2015, times anti-caça da ONG David Sheldrick Wildlife Trust (DSWT) e do Serviço de Vida Selvagem do Quênia (KWS) prenderam madeireiros, produtores de carne de animais selvagens, fazendeiros e carvoeiros, bem como caçadores de elefantes. Nenhuma das situações causa o mesmo impacto visual de um elefante caçado. Mas todas são igualmente mortais.
Conforme as populações humanas se expandem e as comunidades se movem para dentro de habitats que pertenciam anteriormente à vida selvagem, animais e humanos estão entrando progressivamente em conflito por espaço e comida. Fazendeiros afirmam perder colheitas, propriedades e até mesmo suas vidas, por causa de animais selvagens. Esses animais são mortos indiscriminadamente, em retaliação, e dentre eles muitas vezes se encontram os elefantes.
Os elefantes também são acusados de destruir plantações e de machucar ou matar pessoas. Segundo a reportagem, 500 pessoas são mortas por elefantes no mundo, a cada ano.
Em maio de 2014, a DSWT resgatou uma pequena elefante chamada Mbegu. Ela estava com o corpo espetado e havia sido apedrejada por uma comunidade que se vingou dela após um elefante ter matado uma moradora do local. Separada de seu rebanho no tumulto que se seguiu, Mbegu foi alvejada e só foi salva graças ao rápido raciocínio de um guardião da comunidade, que interveio em seu socorro.
Felizmente, Mbegu recuperou-se completamente e agora é membro integral do berçário da DSWT em Nairobi. E, com a ajuda da Dra. Lucy King e a equipe do Elephant & Bees Project da ONG Save the Elephants, a DSWT construiu um projeto de cercas em Tsavo para evitar futuras invasões de colheiras por elefantes – e futuros conflitos. Essas cercas são forradas com colmeias de abelhas suspensas, que impedem os elefantes de cruzar os limites, fazendo-os correr incólumes para o outro lado e assim não deixando-os causar danos às plantações.
Segundo a reportagem, além de gerar uma renda para pessoas da comunidade que gerenciam as colmeias, a nova iniciativa já se provou bem sucedida em reduzir incidentes de elefantes que queiram entrar nas fazendas.
Comércio de carne de animais selvagens
A caça comercial pela carne de animais selvagens tem levado ao declínio disseminado de diversas espécies na África. Caçadores frequentemente usam armadilhas com o objetivo de capturar e matar pequenos animais, e mesmo com uma taxa de “sucesso” menor que 5 por cento, cada 1.000 destas armadilhas podem pegar 18.250 animais por ano, dizimando populações de vida selvagem a níveis insustentáveis.
Regularmente encontradas em arvoredos que costumam ser frequentados por girafas que procuram por comida, ou perto de caminhos que são usados por outros animais, as armadilhas são feitas de fios de metal ou nylon, e agem como um nó mortal em volta das pernas ou de pescoços dos animais. Elas são fabricadas em todos os tamanhos e representam a destruição de qualquer ser que se mova – de pássaros a filhotes de elefantes. Recentemente, a DSWT constatou mais uma vez o poder destrutivo das armadilhas quando tratou de um bebê de elefante em fevereiro deste ano, que havia sido gravemente ferido por uma armadilha que prendeu a sua perna.
No ano passado, a ONG removeu mais de 2.600 armadilhas, evitando que milhares filhotes de elefantes e outras espécies sofressem uma horrenda e excruciante morte.
Destruição do habitat
Nos últimos 25 anos, o mundo perdeu uma área florestal do tamanho da África do Sul e os elefantes, especialmente, perderam para o desenvolvimento habitats fundamentais e corredores migratórios. Considerando que elefantes podem caminhar mais de 80 quilômetros por dia, o impacto é enorme. Desde a queima do carvão, que envolve o corte de árvores e a destruição de árvores maduras, até o crescente tráfico em áreas de vida selvagem, as consequências destrutivas são incalculáveis.
Isso sem contar os animais mortos em tragédias nas estradas. Por exemplo, há poucos meses, ao longo da ligação Mombasa-Nairobi, pelo menos sete elefantes perderam as suas vidas em acidentes na rodovia e na ferrovia, incluindo dois filhotes que foram atingidos por um trem perto de Mtito Andei. Atropelamentos de elefantes por trens, por sinal, são comuns, conforme publicado algumas vezes na ANDA.
Passagens subterrâneas ou elevadas para elefantes são algumas das soluções únicas e inovadoras para evitar esses acidentes fatais, mas igualmente importante é manter protegidos e intocados os ecossistemas e habitats – algo que a DSWT está ajudando a fazer através de sua iniciativa chamada “Saving Habitats”, na qual já foram assegurados, salvos e protegidos mais de 445 quilômetros quadrados de terras.
Para saber mais sobre o trabalho da DSWT para proteger esta icônica espécie, visite o site.
Nenhum comentário:
Postar um comentário