Os gaúchos que moram na Região Hidrográfica do Guaíba entram 2011 com um novo desafio: decidir quem irá pagar e quanto será cobrado pela captação da água bruta dos rios. Outra questão é como investir o dinheiro da cobrança para melhorar a qualidade e a quantidade do recurso natural disponível. A região, composta por nove comitês de bacias (Guaíba, Gravataí, Sinos, Taquari-Antas, Baixo Jacuí, Alto Jacuí, Caí, Pardo e Vacacaí-Vacacaí Mirim), serve como piloto do Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH), que, além da implantação da Agência de Águas da Região Hidrográfica do Guaíba, prevê a cobrança do uso da água bruta.
A gestão dos recursos arrecadados é função da agência, que, por convênio com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), ficará a cargo da Metroplan. Pelo cronograma de implantação do plano, as discussões com os comitês da Bacia deverão ocorrer até maio e abordarão o modelo de cobrança a ser adotado e ações prioritárias para a aplicação dos recursos. Em junho, deverão estar definidos os valores a serem pagos por categoria de usuário. A cobrança deve começar em outubro.
Os valores e quanto cada segmento de usuário irá pagar serão definidos pela sociedade por intermédio dos comitês e dos setores produtivos que usam a água (companhias de saneamento, indústria, setor rural e mineração), que decidirão também as ações prioritárias de recuperação da Bacia onde o dinheiro arrecado será investido. A Região Hidrográfica do Guaíba compreende dois terços da população do RS. Na área também é gerado dois terços do PIB estadual (R$ 228,289 bilhões).
"Os usuários que captam e usam a água bruta poderão pagar o valor acordado de forma democrática pelos representantes da sociedade e governo. Por força das leis federal e estadual, todo o recurso arrecadado será integralmente aplicado em ações de recuperações da Bacias", esclarece o diretor do Departamento de Recursos Hídricos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Paulo Renato Paim. Ele afirma que a implantação do PERH foi iniciada em 2006. "Agora é preciso consolidar os instrumentos de gestão. Seu funcionamento depende de um amplo acordo entre governo e sociedade."
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FONTE : Correio do Povo, edição de 8/1/2011.
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