Encerrada na segunda quinzena de novembro, a temporada 2010 de observação de baleias francas no Litoral Sul de Santa Catarina contabilizou um crescimento de, aproximadamente, 30% em relação ao ano anterior. Os dados são da Turismo Vida Sol e Mar, com sede na Praia do Rosa (Imbituba).
Os números da primeira operadora de Santa Catarina a oferecer whale watching embarcado comprovam que o turismo de observação de baleias cresce a cada ano. Em 2010, a Turismo Vida Sol e Mar (TVSM) — operadora licenciada pelo IBAMA e reconhecida pela EMBRATUR — fez 116 passeios, levando 1.740 turistas para ver as baleias bem de perto. O crescimento, em relação à temporada 2009, foi de cerca de 30%.
Na avaliação do empresário Enrique Litman — proprietário do Grupo Vida Sol e Mar, que inclui a operadora de mesmo nome — essa tendência vem se consolidando nos últimos anos porque o brasileiro, aos poucos, começa a descobrir o turismo de observação de baleias. “Neste ano, do total de passageiros, 88% eram brasileiros”, aponta Litman, lembrando que o mercado deve ficar ainda mais aquecido nos próximos anos. “O ecoturismo, o turismo sustentável e o turismo de experiências, tão apreciados pelos europeus, estão conquistando, agora, os brasileiros”, garante.
Entre os estados que mais emitiram turistas figuram Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul que, em 2010, ocuparam, respectivamente, as quatro primeiras posições no whale watching em águas catarinenses. Internacionalmente, a Alemanha manteve a liderança, seguida pela Espanha, Estados Unidos e Inglaterra.
As protagonistas do espetáculo também compareceram em maior número. Com base no monitoramento do Instituto Baleia Franca (IBF) — ONG que mantém convênio com a TVSM — foram avistadas, neste ano, 102 baleias francas, contra 62 em 2009. “Foi um aumento bem expressivo”, comemora a bióloga do IBF, Mônica Pontalti. Segundo ela, nesta temporada foram avistadas mães com filhotes e indivíduos em período de acasalamento, concentrados na região da Guarda do Embaú, ao norte da Praia do Rosa.
Turismo Científico
A bióloga do IBF também destaca o chamado turismo científico, que — apesar de ser promovido há mais tempo — apresentou importante crescimento em 2010. Trata-se da observação de baleias dirigida especialmente aos estudantes dos cursos de Biologia e Oceanografia, uma parceria entre a TVSM, IBF e Universidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Conforme Mônica, além do whale watching, universitários e professores participam de um minicurso ministrado pelo IBF sobre características e comportamento da espécie Franca, educação, pesquisa e outros estudos científicos nesta área. “Esse programa que desenvolvemos com os universitários inclui, ainda, uma visita aos Molhes da Barra, em Laguna, onde é possível acompanhar a pesca artesanal com o auxílio dos golfinhos”, completa a bióloga. Ela adianta que o turismo científico deve se estender a outros estados brasileiros e que já está no planejamento de 2011 oferecê-lo às Universidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
Novo Barco e livro das baleias
Diretamente ligadas à expansão do whale watching, outras duas novidades movimentaram a temporada. A primeira delas foi a inauguração de mais um barco na frota da TVSM, especialmente construído para o turismo de observação de baleias. De acordo com Litman, o barco lançado em outubro de 2010 coloca Santa Catarina em condições de igualdade com os mercados mais avançados neste segmento. A nova embarcação — com capacidade para 51 passageiros (o anterior comportava 20) — também traz avanços em termos de economia e sustentabilidade.
A outra boa notícia é que o IBF lançou, em parceria com o Governo do Estado de Santa Catarina, a Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte e a Santur, o Catálogo Baleia Franca Austral, publicação repleta de imagens e informações sobre esta espécie de cetáceos. O lançamento marcou o início das comemorações de 10 anos do IBF e a renda proveniente da venda do catálogo (R$ 120,00 o exemplar) é integralmente revertida à ONG. Conforme a France Press, em 2009, 13 milhões de pessoas observaram baleias em 119 países, gerando cerca de US$ 2 bilhões.
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FONTE : Jefferson Severino (Publicado em: 13/12/2010 às 22:36 no Diário Catarinense, edição on-line).
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