31 de janeiro de 2015
Encontrada acorrentada a uma cama, perfumada e com batom, a orangotango fêmea Pony foi adicionada à lista de vítimas da escravidão sexual do Sudeste Asiático. A fêmea foi descoberta em 2003 em uma casa de prostituição no centro de Bornéu, na Indonésia, pela veterinária espanhola Karmele Llano, da Borneo Orangutan Survival (BOS), uma ONG que defende a vida dos orangotangos.
Durante um ano, a associação precisou arrecadar fundos para a contratação de 35 policiais armados para efetivar o resgate de Pony. Segundo a veterinária, esta não é a primeira vez que isto acontece na região. “O caso de Pony não é isolado. Sabemos que na Tailândia é frequente ver bordéis usarem fêmeas de orangotango como diversão sexual para os clientes”, disse Llano à revista Taringa.
O caso faz parte de uma tendência crescente na Ásia: o mercado de orangotangos. Cada vez mais a espécie, que só chega a 20 mil no mundo inteiro, é caçada e treinada para fins domésticos ou lucrativos, como a prostituição ou o combate de boxe entre os animais. Com habilidades de sobrevivência muito limitadas, devido aos anos passados em cativeiro como escrava sexual, Pony precisou de cuidados médicos e acompanhamento constante para dar início ao processo de reabilitação.
Ao contrário de outros orangotangos, ela não estava acostumada às árvores, preferindo sempre o chão. Além disso, não explorava a ilha e só se manifestava para pedir comida aos técnicos. Doze anos após o seu resgate, ela hoje possui habilidades de sobrevivência satisfatórias para a sua idade e vive em uma ilha juntamente com outros sete orangotangos fêmea.
Ameaçados - Dados do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) apontam um declínio na população mundial de orangotangos desde a metade do século 20, devido às atividades humanas como caça, desmatamento e conversão de florestas para agricultura. A espécie se encontra sob ameaça de extinção, com uma redução de mais de 50% no número de orangotangos nos últimos 60 anos. De acordo com a ONG Orangutan Conservacy, os primatas poderão se extinguir em apenas 10 anos.
Fonte: Diário de Pernambuco
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