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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Agência reguladora limita retirada de água do Sistema Cantareira


Sistema Cantareira pode secar em quatro meses, caso as chuvas continuem abaixo da média. Foto: Divulgação/Sabesp

O limite de retirada de água do Sistema Cantareira para janeiro deste ano é 22,9 milhões de m³, de acordo com comunicado conjunto da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE). A meta é que 47,6 milhões de m³ sejam preservados no sistema.
O documento foi encaminhado aos presidentes da Companhia Estadual de Saneamento Básico (Sabesp), Jerson Kelman, e dos Comitês das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), Gabriel Ferrato dos Santos.
Conforme a ANA, a Sabesp utilizou previsões de vazões afluentes – entrada de água das chuvas no sistema – acima do registrado nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2014. Em ofício encaminhado ao DAEE, a agência expressa preocupação em relação ao planejamento do sistema e “reforça a necessidade de apresentação, pela Sabesp, de um plano de contingência que contemple ações emergenciais”.
A previsão da Sabesp para entrada de água naqueles meses foi, respectivamente, 15,4 m³/s, 23,7 m³/s e 27,9 m³/s. Entretanto, segundo a ANA as médias verificadas correspondem a 4,0 m³/s, 6,0 m³/s e 12,8 m³/s. A diferença entre planejamento e realidade corresponde a 117 milhões de m³ a menos do que foi previsto para os três últimos meses de 2014.
O órgão destaca que, em 30 de abril deste ano, o Cantareira precisa garantir o equivalente a 10% do volume útil original do sistema, aproximadamente 97 milhões de m³. “A não observância no passado desta recomendação poderá tornar inviáveis metas adequadas de segurança hídrica para o próximo período de seca”, alerta o documento.
Nota técnica divulgada pelo DAEE revela que a vazão média afluente chegou a 8,11 m³/s, entre 1º a 19 de janeiro. A previsão é que, no fim do mês, a média alcance 8,5 m³/s. Além disso, o ofício informa que “será necessária a elaboração de novos planos de contingência”.
“As perspectivas, no momento, são de um agravamento da crise, o que deverá implicar em reduções ainda maiores das retiradas”, completa o documento.
A Sabesp não havia se manifestado sobre o comunicado até a publicação da matéria.
Por Camila Boehm, da Agência Brasil.
Publicado no Portal EcoDebate, 22/01/2015

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