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Água
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Apontada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) como a causa da crise hídrica paulista no início de 2014, a combinação de seca severa nos mananciais e calor extremo na capital está ainda mais crítica em 2015. Dados oficiais mostram que nos primeiros 15 dias do ano o Sistema Cantareira recebeu 35% menos água do que a média de janeiro passado, enquanto as temperaturas máximas na cidade estão batendo o recorde registrado no mesmo período do ano anterior. Até ontem, segundo boletim divulgado pela Agência Nacional de Águas (ANA), o Cantareira recebeu, em média, apenas 9,2 mil litros por segundo, ante 14,3 mil litros registrados em janeiro de 2014, quando a crise de estiagem do manancial foi declarada pela Sabesp - OESP, 16/1, Metrópole, p.A14; FSP, 16/1, Cotidiano, p.C1. |
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O Sistema Cantareira, responsável por abastecer 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, pode secar em julho, caso o consumo de água na Região Metropolitana continue o mesmo e a chuva mantenha o ritmo observado nos últimos meses. A projeção foi feita pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais ( Cemaden), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia - O Globo, 16/1, País, p.6. |
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Um dia depois de admitir pela primeira vez a existência de racionamento de água em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse ontem ter sido "mal interpretado" e que a multa implementada pela Sabesp tem como objetivo evitar cortes de abastecimento na Grande São Paulo. "O que é o racionamento? É você fechar o registro", disse Alckmin em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo, na zona sul da capital paulista. "A tarifa contingenciada que foi aprovada visa exatamente a evitar o racionamento." Alckmin listou uma série de medidas adotadas pelo governo durante a crise, mas não citou a redução da pressão da água na rede, a mais eficiente para a Sabesp, mas que provoca cortes no abastecimento em todas as regiões - OESP, 16/1, Metrópole, p.A14; FSP, 16/1, Cotidiano, p.C5. |
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O novo presidente da Cedae, Jorge Briard, disse ontem que, ainda este semestre, o Rio poderá entrar no volume morto do reservatório de Paraibuna, cujo nível chegou a 0,38%. Apesar da crise, ele descartou aumento de tarifa para quem gasta mais. A crise hídrica que atingiu em cheio São Paulo nos últimos meses está prestes a alcançar um novo recorde negativo, com reflexos no abastecimento do Estado do Rio. O maior reservatório do Rio Paraíba do Sul, localizado em Paraibuna, no Vale do Paraíba paulista, está com apenas 0,38% de sua capacidade. Se o regime de chuvas na região continuar abaixo das estimativas dos meteorologistas, não haverá outra saída a não ser utilizar o volume morto - também chamado de reserva técnica - do Paraibuna ainda no primeiro semestre - O Globo, 16/1, Rio, p.10. |
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O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse ontem que vai encaminhar à Câmara Municipal em fevereiro, após o recesso parlamentar, um projeto de lei que estabelece multa para quem for flagrado desperdiçando água - lavando carro ou calçada com mangueira, por exemplo. Detalhes da proposta, contudo, como o valor da multa, não foram divulgados - OESP, 16/1, Metrópole, p.A14. |
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O medo de falta de água pode fomentar os negócios das empresas privadas de saneamento. Enquanto concessionárias como a Sabesp estudam formas de garantir a entrega de água à população no Estado, empresas privadas aproveitam que o tema está em evidência para vender sistemas de reúso de água e outras opções de abastecimento a indústrias e prefeituras - OESP, 16/1, Economia, p.B10. |
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Povos Indígenas
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Duas das mais polêmicas e combativas bancadas da Câmara aderiram à candidatura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Casa. Com cerca de 90 deputados na próxima legislatura, os evangélicos estão em campanha pelo peemedebista, e os ruralistas divulgaram nota de apoio. Para os dois grupos, Cunha se comprometeu a acolher demandas, como a rejeição a qualquer tentativa de liberalização do aborto e de criminalização da homofobia; e a possibilidade de que o Congresso tenha poder de demarcar terras indígenas. Cunha disse que as pautas dos ruralistas serão analisadas, caso seja eleito. Como exemplo, disse que recriará a comissão que discute as regras de demarcação de terras indígenas - OESP, 16/1, Política, p.A8. |
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Cidades
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O Projeto de Lei 219, que institui o Programa de Regularização Ambiental (PRA) no Estado de São Paulo, foi sancionado nesta quinta-feira, 15, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) com sete vetos. O PRA é exigido em todos os Estados pelo novo Código Florestal, aprovado em 2012. Um dos vetos se refere à questão da compensação ambiental fora do Estado, que era criticada por ambientalistas. "Nós vetamos isso porque pretendemos, na regulamentação, limitar a compensação ao Estado de São Paulo, o que nos ajuda na questão hídrica", disse - OESP, 16/1, Metrópole, p.A19. |
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Com base em uma investigação do Ministério Público Federal que constatou desmatamento em área remanescente de Mata Atlântica, contígua ao Parque Burle Marx, na Vila Andrade, zona sul da capital paulista, a Justiça Federal determinou que o Ibama e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) tomem providências contra os responsáveis pelo empreendimento chamado Projeto Imobiliário Panamby. A Justiça quer agora que o Fundo Brascan (gerido pela Brookfield) e a Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário sejam acionados por crime ambiental, caso ocorra qualquer nova intervenção na vegetação do terreno localizado na várzea do Rio Pinheiros. A estratégia para derrubar as árvores do terreno foi constatada pelo MPF, por técnicos do Ibama e pela Polícia Militar Ambiental - OESP, 16/1, Metrópole, p.A19. |
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O governador Geraldo Alckmin (PSDB) sancionou na manhã desta quinta-feira, 15, o Projeto de Lei que institui o sistema de pontuação diferenciada para negros, pardos e indígenas em concursos do governo do Estado. Alckmin disse esperar que a lei seja regulamentada em 90 dias. Os candidatos que se adequarem terão acréscimos porcentuais na pontuação final, em cada fase do concurso público. O conteúdo das provas e avaliação de desempenho permanecerão iguais para todos os candidatos. A decisão tem como objetivo aumentar a representatividade desses segmentos no serviço público paulista, com base em estudos realizados pela Secretaria de Gestão Pública. Estudos realizados pela Secretaria de Gestão Pública mostram baixa participação de negros, pardos e indígenas no serviço público paulista - OESP, 16/1, Metrópole, p.A19. |
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Após críticas da indústria às novas regras para as sacolinhas de compras anunciadas em decreto na semana passada, a Prefeitura de São Paulo divulgou ontem resolução em que amplia o modelo comunicado pelo prefeito Fernando Haddad. Além da já anunciada sacola verde, que deverá ser padronizada a partir do dia 5 de fevereiro em todos os estabelecimentos, a prefeitura permitirá também que seja produzida uma sacola cinza. Ambas deverão ser feitas de materiais de fontes renováveis. As tradicionais sacolinhas plásticas brancas ficam proibidas de serem distribuídas. O saco verde só poderá ser reutilizado para o descarte de lixo reciclável, de modo que seja reconhecido pela coleta seletiva e encaminhado às centrais de triagem - FSP, 16/1, Mercado, p.B5. |
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Energia
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No momento em que o governo precisa do máximo de energia térmica para poupar os reservatórios das hidrelétricas, a maior usina do País movida a óleo saiu do ar. Uma pane grave ocorrida nas máquinas da térmica Suape 2, instalada em Cabo de Santo Agostinho, no Estado de Pernambuco, paralisou praticamente toda a unidade. Com capacidade instalada de 381,2 megawatts, suficiente para atender quase 2 milhões de residências, a usina térmica vinha trabalhando próxima de sua carga máxima por determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Desde terça-feira, porém, Suape 2 tem gerado somente 22 megawatts, com apenas uma das suas 17 máquinas em operação - OESP, 16/1, Economia, p.B4. |
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As consequências financeiras da operação Lava Jato, da Polícia Federal, para algumas construtoras aumentam o risco de não cumprimento do cronograma da hidrelétrica de Belo Monte, principal projeto de geração de energia em implantação no país, orçado em cerca de R$ 30 bilhões. O projeto já está atrasado em um ano, de acordo com a Aneel, e pode provocar perda de valor para os acionistas do consórcio Norte Energia, responsável pela usina, com a compra de energia para honrar seus compromissos contratuais. Pelo lado dos fornecedores, a maior preocupação é com a fabricante de turbinas argentina Impsa. A empresa, contratada para fornecer quatro dos 18 grupo geradores da casa de força principal da usina, está com situação financeira delicada - Valor Econômico, 16/1, Empresas, p.B2. |
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BNDES aprova mais R$1,7 bi para 22 parques eólicos
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem a aprovação, em dezembro, de R$ 1,7 bilhão para 22 parques eólicos. Com isso, a instituição encerrou 2014 com R$ 6,6 bilhões em aprovações para projetos de geração de eletricidade pela força dos ventos, equivalentes a 2.585,8 megawatts (MW) de potência instalada. O valor é 83,3% superior ao montante aprovado em 2013, de R$ 3,6 bilhões. Desde 2003, o BNDES acumula uma carteira de R$ 20 bilhões em empréstimos a projetos eólicos que correspondem a 7.287,8 MW em capacidade. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, o País fechou o ano passado com 4.708 MW de energia eólica e a projeção para este ano é chegar a 10.354 MW instalados, equivalente à capacidade da hidrelétrica de Belo Monte - OESP, 16/1, Economia, p.B4. |
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Sustentabilidade
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Em um novo estudo da revista "Science", um grupo internacional de 18 pesquisadores, analisou o estado de nove sistemas naturais de escala global considerados fundamentais para a manutenção da vida na Terra e revelou que quatro deles já ultrapassaram a chamada "fronteira planetária" para continuarem a fornecer os "serviços ecossistêmicos" dos quais nossa sociedade depende, como o suprimento de água fresca, solos férteis e estabilidade climática. Além disso, destes quatro sistemas, dois são tão essenciais e estão sofrendo alterações tão grandes que ameaçam a própria futura sobrevivência da Humanidade: o clima; e a perda da integridade da biosfera, traduzida por um ritmo cada vez mais rápido de extinção de espécies e redução da biodiversidade - O Globo, 16/1, Sociedade, p.23. |
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"Já não soam hoje como 'conversas de ecoterroristas' ou de 'ambientalistas radicais' textos em que é discutida a chamada 'crise de recursos naturais' ou o consumo desregrado de bens provindos do meio físico. É difícil que não se reconheça a gravidade da situação. Muito menos frequente, entretanto, é a discussão sobre o caminho da exaustão de certos recursos hoje usados em atividades vitais para o ser humano. Mas nos últimos anos algumas vozes conceituadas alertam para a caminhada rumo à exaustão de certos bens e a gravidade do problema. Eles têm mostrado que hoje o consumo de vários bens físicos já é da ordem de 70 bilhões de toneladas por ano, ou quase 10 toneladas anuais por ser humano - e esses bens não têm como ser repostos, ainda mais que a população cresce", artigo de Washington Novaes - OESP, 16/1, Espaço Aberto, p.A2. |
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Biodiversidade
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Os mesmos padrões que levaram à extinção de 500 espécies de animais terrestres nos últimos 500 anos estão agora atingindo a fauna que habita os oceanos. A conclusão é de um estudo desenvolvido por grupo de cientistas americanos publicado, nesta quinta-feira, pela revista "Science". Segundo a pesquisa, até hoje, apenas cerca de 15 espécies da população marinha foram destruídas pela atividade humana. No entanto, isso não significa que muitas outras não estejam caminhando na mesma direção daquelas que vivem em terra. De acordo com a pesquisa, apesar de hoje os animais dos oceanos estarem saudáveis, o próximo século é de desafios para eles. O trabalho compara a Revolução Industrial em terra aos padrões atuais de uso humano dos oceanos -O Globo, 16/1, Sociedade, p.23. |
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"Amanhã completa um mês que o governo federal publicou uma medida que restringirá a pesca de 475 espécies de peixes e invertebrados aquáticos (como caranguejos) ameaçadas. A portaria 445, elaborada com mais de 1.300 especialistas, proíbe a captura de 334 delas e impõe uma série de critérios para uso sustentável das demais espécies a partir do dia 15 de junho. Apesar dos fins ambientais, a inclusão na lista de peixes populares no comércio inflamou a indústria pesqueira. As reações levaram à criação de um grupo de trabalho dos ministérios da Pesca e do Meio Ambiente para ouvir o setor e reavaliar o rol de animais. A pesca no Brasil vive eterna penúria. Faltam gestão, fiscalização, incentivo governamental, tecnologia, métodos sustentáveis de captura, pesquisa", artigo de Luiza Fecarotta - FSP, 16/1, Opinião, p.A2 |
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