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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

EXPLORAÇÃO DE GALGOS PRODUZ MORTE !!!

Indústria de corrida de cães continua matando milhares de animais por ano

24 de fevereiro de 2014 às 6:00

(da Redação da ANDA)
Foto: Ocuppy for Animals
(Foto: Ocuppy for Animals)
A velocidade e a graça típicas do galgo inglês (Greyhound) são características que levaram esses cães a serem explorados para entretenimento humano desde o Egito antigo. Os galgos foram usados durante muitos anos para a caça e outros eventos mas, com o advento das modernas corridas de cães na virada do século XX, criadores e promotores dessa prática passaram a tratar animais desta raça como uma simples mercadoria. As informações são da Occupy for Animals.
A corrida de galgos é uma indústria competitiva e organizada, na qual os cães são forçados a correr em uma pista. Os cães perseguem uma isca (tradicionalmente uma lebre ou coelho artificial) na pista até cruzar a linha de chegada. Tal como acontece com corridas de cavalos, nas corridas de galgos também se pratica o sistema de apostas por parte do público.
Em alguns países, a corrida é amadora e promovida para entretenimento, e em muitos outros, particularmente na Austrália, na Irlanda, em Macau, no México, na Espanha, no Reino Unido e nos Estados Unidos, ela é parte da indústria dos jogos de azar, assim como as corridas de cavalos.
No início, esses eventos utilizavam presas vivas como iscas. A indústria emergiu na sua forma atual, com pistas ovais ou circulares, com a invenção da lebre mecânica em 1912 por Owen Patrick Smith. Smith afirmava que queria “ver as corridas de galgos evoluindo como as de cavalos”. Em 1919, ele abriu a primeira pista profissional em Emeryville, na California, e em 1930, nos Estados Unidos, esse tipo de corrida começou a ser realizada sob o sistema de apostas e jogos de azar.
Também na mesma época as corridas foram introduzidas na Grã-Bretanha por um americano, Charles Munn, em associação com o Major Lyne-Dixon, uma figura-chave no assunto, e um canadense, o General Critchley. Munn e Critchley lançaram a “Racing Association Greyhound” (Associação de Corridas de Greyhounds), seguindo o modelo da americana “International Greyhound Racing Association” (In.G.R.A.), e a indústria foi bem sucedida em cidades e vilas em todo o Reino Unido – até o final de 1927, havia quarenta pistas em operação. As corridas de galgos tiveram grande sucesso logo após a Segunda Guerra Mundial quando chegou a atrair 34 milhões de espectadores pagantes (1946).
Nessa indústria, a chave para o sucesso e lucratividade dos criadores e treinadores é ter cães velozes. Mas apenas poucos dos estimados 20 mil filhotes de galgos nascidos a cada ano têm as capacidades atléticas e velocidade requeridas para que se tornem vencedores. Reproduzidos com o único propósito de correr e vencer, muitos cães jovens e saudáveis são descartados e mortos.
Os cães que vão para as pistas enfrentam duro programa de treinamento e são colocados em risco significativo de lesões, como fraturas de pernas, paralisias ou traumatismos cranianos durante os treinos e as corridas. Alguns até mesmo morrem de ataque cardíaco devido ao intenso desgaste físico. Os danos físicos são muitas vezes considerados “inviáveis financeiramente” para serem tratados e o tutor – que se diz “proprietário” – opta pela morte do cão.
Quando não estão nas pistas, as suas vidas não são muito melhores – geralmente são mantidos em pequenas gaiolas pela maior parte do tempo, somente soltos para treinar ou correr. Informações de grupos de resgate de galgos indicam que muitos animais resgatados estavam subnutridos, pois eram supostamente obrigados a seguir uma dieta muito restrita para que se mantivessem com o peso leve, considerado ideal para as corridas. Em uma investigação realizada na Austrália, foi comprovado que 80% dos treinadores drogam seus cães com cocaína, Viagra, entre outros químicos.
Em um exemplo terrível da crueldade dessa indústria, em 2002, os restos mortais de cerca de 3 mil galgos de pistas da Florida foram descobertos na propriedade  de um ex-segurança de pista do Alabama que ”aposentava” galgos indesejados com um rifle calibre 22 há mais de 40 anos. O advogado do acusado disse: “Se há alguém a ser indiciado aqui, é a indústria, porque é isso que eles estão fazendo com estes animais. A miséria começa no dia em que eles nascem. A miséria termina quando eles não são mais necessários e meu cliente atira uma bala na cabeça deles”. Em um caso semelhante no Reino Unido, uma investigação secreta pelo Sunday Times revelou que um empresário pegava galgos saudáveis ​​que tinham sido julgados por seus treinadores muito lentos para correr, matava-os com uma pistola pneumática e enterrava-os em um lote atrás de sua casa. O documento estima que o homem havia matado mais de 10 mil cães em um período de 15 anos.
Esses massacres ilustram que os galgos são tratados como se fossem peças descartáveis. Eles são “produzidos” em quantidade, e a indústria mata regularmente os que são excedentes, inadequados, machucados, idosos, ou considerados muito lentos e não mais lucrativos.
Milhares desses cães continuam sendo mortos a cada ano, mesmo com a indústria em declínio. Alguns filhotes são mortos em nome da “reprodução seletiva”. Cães que são qualificados como corredores, vivem em gaiolas e são mantidos amordaçados por seus treinadores a todo momento. Muitos exibem feridas e sofrem infestações de parasitas internos e externos. Apesar de suas camadas finas de pele e falta de gordura corporal  fazerem com que eles sejam extremamente sensíveis à temperatura, os galgos são forçados a competir em condições extremas, variando entre temperaturas abaixo de zero para outras de calor sufocante.
Na pista VictoryLand no Alabama, autoridades suspeitam que o mau funcionamento do sistema de aquecimento em um canil causou a morte lenta de 23 cães. Pelo menos 37 cães confinados no Ebro Greyhound Park na Flórida morreram de fome e desidratação nas mãos do treinador, que é acusado de grave crueldade aos animais. Cães que foram encontrados vivos sob sua responsabilidade tinham apertadas fitas adesivas amarradas em seus pescoços.
Em 2005, 73 cães morreram em um canil da Virginia que pegou fogo devido a um ventilador de teto com defeito. Apenas 5 anos antes, mais de 50 cães morreram de insolação pela falha de um ar condicionado em um canil de propriedade do mesmo homem.
Outros sofrem e morrem nas pistas. Ao longo de um período de seis anos, mais de 800 galgos foram feridos durante a corrida em pistas de Massachusetts, até que o estado decidiu proibir corridas de cães. Em duas pistas do Texas, mais de 340 galgos ficaram feridos e 20 mortes foram registradas, em 2008.
Alguns cães morrem durante o transporte de uma pista para outra. Na indústria, é uma prática comum carregar 60 cães em um caminhão, com um ou dois por gaiola, com a colocação de gelo no chão dos caminhões para prover resfriamento no calor excessivo. As áreas de carga de tais caminhões atingem temperaturas que passam de 40º – condições mortais para esses animais.
Outro fato extremamente importante é que, apesar da indústria alegar que agora usa coelhos e lebres artificiais como iscas, as atividades de treinamento dos cães de corrida continuam a usar animais vivos e a matar milhares de coelhos e lebres todos os anos. Essa estimativa é baseada em investigações da Humane Society dos Estados Unidos sobre a importação ilegal de coelhos bem como o seu uso em eventos de treinamento. Um evento particular conhecido como “coursing” envolve a incitação de galgos para perseguir, aterrorizar e eventualmente matar coelhos dentro de locais cercados. Alguns representantes da indústria argumentam que esta atividade aumenta a capacidade de corrida dos cães pois eles desenvolvem um “gosto por sangue”, embora se saiba que a inclinação para correr dos galgos seja instigada por objetos em movimento, não pelo cheiro de sangue. O uso de iscas vivas não é permitido em pelo menos 16 estados americanos mas, segundo a reportagem, tais leis são difíceis de serem aplicadas.
Nota da Redação: No Brasil a corrida de galgos também é realizada, principalmente no Rio Grande do Sul, apesar da prática não ser tão difundida como em outros países.

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