Família de micos-leões-dourados (Leontopithecus rosalia): espécie de primata já foi beneficiada por diversas iniciativas apoiadas pela Fundação Grupo Boticário. Foto: Luciano Candisani
Podem concorrer ao apoio financeiro projetos que contribuam para a conservação da natureza em todas as regiões do Brasil e que sejam realizados por instituições sem fins lucrativos, como organizações não governamentais ou fundações ligadas a universidades. O processo de seleção das propostas inscritas nos editais é independente: os pareceres são emitidos por 123 especialistas de todo o país que atuam como consultores voluntários. A aprovação final é feita pelos membros do Conselho Curador da Fundação Grupo Boticário, que inclui profissionais de renome das áreas de conservação da natureza, direito ambiental, comunicação e gestão.
Ações relevantes para a conservação
O edital público prevê a seleção de projetos que busquem maiores resultados para a conservação e estejam alinhados aos compromissos brasileiros e internacionais de conservação da biodiversidade (Convenção da Diversidade Biológica (CDB) da ONU e suas Metas de Aichi). Uma das linhas prioriza estudos ou iniciativas que objetivem a criação ou ampliação de Unidades de Conservação (UCs) de Proteção Integral e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Projetos que envolvam atividades prioritárias previstas nos planos de manejo, documentos que elencam as principais ações a serem desenvolvidas nas UCs, também terão preferência.
Ações relacionadas às 1.473 espécies ameaçadas brasileiras também possuem uma linha específica. O objetivo é selecionar iniciativas que contemplem a execução de ações prioritárias previstas nos chamados Planos de Ação Nacional (PAN). Os PANs são documentos produzidos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e apresentam o status de conservação de determinada espécie ou ecossistema, suas principais ameaças, além de elencar objetivos prioritários de conservação. Essa linha temática também selecionará projetos cujo objetivo seja a definição do status de ameaça de espécies.
O edital prevê ainda uma linha específica para iniciativas no ecossistema marinho brasileiro. O objetivo é selecionar projetos que apresentem estudos, ações e ferramentas para proteção e redução da pressão sobre a biodiversidade marinha do país. Com sete mil quilômetros de extensão, estima-se que o litoral brasileiro abrigue 800 espécies de peixes, além de diversos ambientes de recifes de corais e manguezais, importantes berçários de vida marinho, a exemplo do Lagamar, trecho entre os litorais de São e do Paraná.
Novos desafios brasileiros
Com objetivo de ampliar o alcance e o impacto das estratégias de conservação com as quais a Fundação Grupo Boticário atua, as atuais linhas de apoio do Edital são resultado de uma atualização, cuja necessidade de se promover foi verificada em estudos sobre as lacunas existentes na proteção do meio ambiente do país. De acordo com a diretora executiva da instituição, Malu Nunes, a ênfase nas três linhas “irá viabilizar resultados de conservação cada vez mais efetivos para a proteção dos ecossistemas e espécies do Brasil, considerando os tratados internacionais do qual é signatário, além dos compromissos e diretrizes assumidos em documentos públicos relacionados à conservação”.
Duas décadas de incentivo
O Edital de Apoio a projetos da Fundação Grupo Boticário faz parte do Programa de Apoio a Ações de Conservação da instituição, representando um dos mais antigos editais públicos, ligados à iniciativa privada, do país para patrocínio de ações em prol do meio ambiente. Por meio do financiamento de iniciativas, pretende-se estimular a sociedade e a comunidade científica brasileiras a assumirem um compromisso com a concretização da conservação no país, viabilizando resultados efetivos para a proteção da natureza. Em 23 anos, 58 editais foram disponibilizados, por meio dos quais 1.377 iniciativas foram viabilizadas.
Os estudos, pesquisas e projetos financiados contribuíram para o que o país conhecesse mais sua biodiversidade, além de indicarem importantes ferramentas e estratégias para a proteção de espécies e áreas naturais. No total, 15% de todas as espécies que constam na lista oficial de espécies ameaçadas do Brasil (1.473) foram estudadas, sendo que as inciativas apoiadas contemplaram ações em todos os estados e em 64% dos municípios brasileiros. Os resultados incluem ainda a descoberta para a ciência de 67 novas espécies, como o Brachycephalus tridactylus, sapinho de 1,5 cm que foi encontrado na Reserva Natural Salto Morato, Unidade de Conservação mantida pela Fundação Grupo Boticário no litoral norte do Paraná.
Em caso de dúvidas sobre o processo de submissão, os interessados podem entrar em contato pelo e-mail picn@fundacaogrupoboticario.org.br. Para se inscrever, acesse a área de Editais no site www.fundacaogrupoboticario.org.br.
Sobre a Fundação Grupo Boticário
A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza. Criada em 1990 por iniciativa do fundador de O Boticário, Miguel Krigsner, a atuação da Fundação Grupo Boticário é nacional e suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a projetos de outras instituições e disseminação de conhecimento. Desde a sua criação, a Fundação Grupo Boticário já apoiou 1.377 projetos de 472 instituições em todo o Brasil. A instituição mantém duas reservas naturais, a Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país. Outra iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais em regiões de manancial, o Oásis.
Mais informações:
marialuiza@nqm.com.br
(Fundação Grupo Boticário)
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