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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014


Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Água, Clima, Energia, Povos Indígenas, Quilombolas, Vale do Ribeira
Ano 13
17/02/2014

 

Povos Indígenas

 
  Tropas do Exército passarão a atuar com poder de polícia na região sul da Bahia nos próximos dias. A medida foi tomada após o acirramento do conflito entre indígenas e produtores rurais pela posse de terras na área que envolve parte dos municípios de Ilhéus, Una e Buerarema. A ação foi referendada pela assinatura do decreto da presidente Dilma Rousseff que autoriza o uso do instrumento constitucional GLO (Garantia de Lei e Ordem), que prevê poder de polícia para o Exército em situações excepcionais. O decreto, que tem duração de 30 dias, foi assinado sexta-feira - FSP, 15/2, Poder 2, p.3.
  Ao completar uma semana de operação contra o garimpo ilegal na Terra Yanomami, a Funai conta ter destruído 25 balsas que exploravam ouro no fundo do rio Uraricoera, que atravessa a reserva localizada no Estado de Roraima. O responsável pela ação, João Catalano, disse que as dragas que exploravam ouro no fundo daquele rio empregavam cerca de 400 pessoas. Catalano diz que agora a principal preocupação é com um grupo yanomami que não tem convivência com brancos ou outros índios. A Funai tenta garantir seu isolamento. No entanto, acampamentos de mineradores estão localizados muito próximos à área do grupo - FSP, 15/2, Poder 2, p.6.
 
Na estreia da nova temporada do "GNT fashion", hoje à noite, a editora de moda Lilian Pacce vai a Roraima para conhecer os índios ye'kuana, que se fixaram no Brasil há mais de um século vindos da Venezuela. Eles vivem na Terra Indígena Yanomami. Lilian acompanhou a formação da parceria entre a marca de roupas mineira Auá e a etnia, para a elaboração da coleção de verão 2014/2015. "Eles são muito ricos culturalmente e têm uma ligação muito forte com o têxtil: fazem tangas, peneiras, cestos e bandejas trançadas, e a gente quer explorar esse caminho para a nossa coleção", diz Laura Guerra, estilista da Auá - O Globo, 17/2, Segundo Caderno, p.6.
   
 

Vale do Ribeira

 
  As ostras são vendidas à Cooperativa dos Produtores de Ostras de Cananeia que a comunidade quilombola Mandira fundou em 1997, para garantir o sustento diante das restrições ambientais à roça, à criação de animais e à indefinição na titulação do território. O cultivo foi a opção de sustento às 25 famílias da comunidade, uma iniciativa que surgiu meio por acaso, quando um francês comprou as ostras na comunidade. O pulo do gato foi começar seu cultivo e manejo, em pequenos viveiros de madeira colocados no manguezal. A comunidade Mandira surgiu em 1868 no Vale do Ribeira e tem história diferente da maioria dos quilombos do País. A origem não é de escravos foragidos - Valor Econômico, 17/2, Agronegócio, p.B12.
  Na divisa entre SP e PR, a Hidrelétrica de Tijuco Alto foi concedida por decreto presidencial em 1988 à Companhia Brasileira de Alumínio, do Grupo Votorantim, e, desde então, passou por três estudos de impacto ambiental, uma licença prévia suspensa e muitas mudanças no projeto para se adequar às exigências de órgãos ambientais, de patrimônio histórico e das comunidades quilombolas na área de influência da usina. O coordenador do Programa Vale do Ribeira do ISA, Nilto Tatto, diz que há na região cerca de 500 cavernas com grande biodiversidade e que poderiam ser afetadas. Segundo ele, o solo da região é sensível e, portanto, a solução de construir muros pode não ser eficaz. Além disso, as comunidades não foram informadas sobre todos os riscos do projeto, como o caso de contaminação da água por causa das antigas explorações de chumbo na região - OESP, 16/2, Economia, p.B1.
   
 

Clima

 
  A chuva forte que atingiu o Estado de São Paulo entre a noite de sexta-feira e a madrugada de domingo provocou estragos no litoral e no interior. Em São Sebastião e Ilhabela, casas e ruas foram alagadas e destruídas, carros foram arrastados pela enxurrada e famílias perderam móveis e ficaram desabrigadas. Em Caraguatatuba, a Rio-Santos ficou alagada. No Vale do Ribeira, áreas urbanas de três cidades (Juquiá, Miracatu e Itariri) ficaram sob as águas - OESP, 17/2, Metrópole, p.A15.
  O calor no Sudeste brasileiro é uma das principais anomalias climáticas do mundo nos últimos meses e bate recordes históricos. A informação é da Organização Meteorológica Mundial (OMM) que divulgou sxta-feira uma mapa dos principais locais que sofrem com "fenômenos climáticos extremos". O Brasil, neste ano, aparece com destaque no levantamento. "Partes do Brasil experimentaram o mês de janeiro mais quente da história", indicou o documento. Mas o fenômeno não se limita apenas ao Brasil. No Hemisfério Sul, o calor tem sido especialmente forte na Austrália, Argentina e na África do Sul - OESP, 15/2, Metrópole, p.A34.
  Calor extremo e seca no Sudeste brasileiro. Nevascas e frio intenso na costa leste dos Estados Unidos. Ondas de calor no Alasca e na China em pleno inverno. Enchentes na Inglaterra. Temperaturas escaldantes e incêndios florestais por toda a Austrália. Tudo isso acontecendo ao mesmo tempo; e não é por acaso, segundo os meteorologistas. Segundo a esmagadora maioria dos cientistas, o sistema climático global está sendo alterado pelo acúmulo de gases do efeito estufa lançados na atmosfera pelo homem nos últimos 150 anos. Treze dos 14 anos mais quentes já registrados pelo homem ocorreram nos últimos 14 anos, com a exceção de 1998 - OESP, 16/2, Metrópole, p.A28.
   
 

Água

 
  Diante da escassez de chuvas, o racionamento de água já é uma realidade em pelo menos 142 cidades do país, onde vivem ao todo cerca de 6 milhões de pessoas. Em outros 47 municípios, a situação é ainda mais crítica: diante de um colapso no abastecimento, moradores convivem com torneiras completamente secas. Os dados fazem parte de levantamento da Folha junto a empresas de saneamento e governos. Ao todo, 11 Estados relatam dificuldades. Com reservatórios e mananciais quase secos, companhias de abastecimento dizem não ter visto situação tão grave em ao menos 20 anos - FSP, 15/2, Cotidiano 2, p.4.
  A necessidade de se encontrar novas fontes hídricas e o volume limitado de água produzido pelo Sistema Cantareira, que abastece 47% da Região Metropolitana de São Paulo, são problemas que os governos estadual e federal conheciam desde 2004 e que foram agravados pela seca fora de época deste verão. Mas as duas principais alternativas de captação de água a curto prazo sofreram atrasos e só devem ser concluídas em 2018. A primeira é a construção das barragens de Pedreira, no Rio Jaguari, e Duas Pontes, no Rio Camanducaia, em Amparo. A segunda é a construção de uma represa no Rio Piraí, em Ibiúna, para levar 4,7 mil litros de água por segundo por 83 km de tubulação. O sistema, batizado de São Lourenço, vai abastecer 1,5 milhão de pessoas - OESP, 17/2, Metrópole, p.A15.
  A chuva que atingiu a Grande São Paulo sexta-feira, provocando alagamentos em dezenas de pontos da capital, não mudou a situação do sistema Cantareira, que abastece 9 milhões de pessoas na região metropolitana. Segundo a Sabesp, o volume de água armazenado nas represas é de 18,6% da sua capacidade. Níveis abaixo dos 20% configuram situação extrema. Em Campinas, o governador Geraldo Alckmin autorizou o aumento da vazão do sistema Cantareira para os rios da região, o que diminui o risco de racionamento - FSP, 16/2, Poder, p.A15.
   
 

Energia

 
  Enquanto o Brasil faz investimentos bilionários no pré-sal e os Estados Unidos avançam a passos largos na exploração do shale gas (gás não convencional) a matriz energética mundial tende a ficar mais limpa nos próximos 20 anos. De acordo com o relatório "World energy outlook 2013", da Agência Internacional de Energia, a participação das fontes renováveis vai pular dos 13% na matriz energética mundial em 2011 para quase 18% em 2035. O gás também ganha destaque: subirá de 21,3% para 23,69%. No mesmo período, a fatia do petróleo vai cair dos atuais 31% para 27%, o que lhe garante ainda a liderança isolada - O Globo, 16/2, Economia, p.42.
  Ambientalistas e especialistas defendem o aumento dos investimentos em energias renováveis no Brasil, que tem grande potencial. Segundo a Agência Internacional de Energia, fontes como eólica, solar e hídrica devem ter alta de 80% na demanda nos próximos anos. Para Dolf Gielen, diretor de Inovação e Tecnologia da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês), o Brasil tem potencial para que as fontes renováveis cheguem a 55% da geração de energia no país até 2030: "O Brasil tem uma das matrizes mais limpas de energia. Mas é preciso políticas mais agressivas para encorajar investimentos" - O Globo, 16/2, Economia, p.42.
  A indefinição do governo sobre as regras para o aumento da mistura de biodiesel ao diesel convencional levou 27 usinas que produzem o combustível renovável a suspender as operações neste início de ano. É quase metade das 67 usinas instaladas no país desde 2004, quando o então presidente Lula lançou o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), conclamando a Petrobras e os empresários a investir no biodiesel. Uma parte das usinas que estão parando agora ficará sem produzir até que haja uma política para a adição do biodiesel, hoje de 5% por litro de diesel. Outras, porém, simplesmente estão saindo do mercado - desde a criação do programa, em 2004, 26 usinas já fecharam as portas - O Globo, 16/2, Economia, p.41.
  As usinas nucleares Angra 1 e 2, no litoral sul fluminense, produziram energia elétrica além da capacidade máxima nominal durante toda a semana passada. Com isso, aumentaram sua participação no Sistema Interligado Nacional em período de forte consumo e queda severa no nível dos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste. Na sexta-feira, Angra 1 e 2 produziram carga de 2.006 MW médios, ou 16 MW acima do limite de 1.990 MW médios, que vem sendo superado desde a primeira semana de fevereiro. O pico do ano ocorreu na terça-feira, com a geração de 2.021 MW. A geração de energia além da capacidade nominal não apresenta riscos, de acordo com especialistas - FSP, 17/2, Mercado Aberto, p.B2.
  Dois relatórios de bancos estrangeiros (UBS e JP Morgan) distribuídos para os clientes esta semana traçam um panorama preocupante para o setor elétrico este ano e para 2015. Com base nas informações da Somar Meteorologia e da Climatempo, as instituições avaliam que a probabilidade de o Brasil ter de decretar um racionamento é alto. Para os analistas do banco suíço UBS, se os dados da Somar estiverem certos, o País corre o risco de ser obrigado a cortar 15% da demanda já a partir de abril - volume considerado extremamente alto - OESP, 15/2, Economia, p.B6.
  Riscos de apagão à parte, o próximo presidente terá à sua frente um duro trabalho de reorganização do setor elétrico. Os principais desafios serão: reverter a deterioração do ambiente de negócios, organizar a expansão do sistema e cortar custos tributários. Esse é o diagnóstico feito pelo Instituto Acende Brasil, um centro de estudos que fornece análises para diversas empresas do setor e para o próprio governo. Um documento de 60 páginas, com uma análise sobre o atual estado do setor e 27 propostas detalhadas, deverá ser entregue aos candidatos à Presidência da República em breve pelo Instituto Acende Brasil. A ideia é contribuir na elaboração dos programas - OESP, 16/2, Economia, p.B3.
  "Para enfrentar a redução na capacidade de acumulação dos reservatórios, a proporção de térmicas no sistema dobrou desde 2001. Hoje, cerca de 30% da capacidade do sistema está instalada em usinas térmicas. Por óbvio, isso tem um custo. Mas a contrapartida é a segurança energética do Brasil. Há 13 anos, uma situação climática parecida com a atual, associada à falta de planejamento e à limitada expansão da capacidade instalada, em especial de termelétricas, levou ao racionamento. Hoje isso não ocorrerá", artigo de Mauricio Tolmasquim - FSP, 15/2, Opinião, p.A3.
  "O PT teve mais de uma década para modernizar e aumentar o nível de segurança do setor de energia. Entretanto, políticas centralizadoras e populistas tornaram o sistema ainda mais frágil e antiquado. Em vez de, todos os anos, ficar esperando a chuva e temperaturas amenas, o governo precisa implementar o quanto antes políticas descentralizadoras e práticas de mercado. Só assim para que apagões de fato 'nunca mais' ocorram", artigo de Adriano Pires - OESP, 15/2, Opinião, p.A3.
  "Não são manobras eleitoreiras de curto prazo que vão resolver o problema. A atuação do Ministério de Minas e Energia precisa de uma reavaliação: é necessário um planejamento de longo prazo que devolva segurança aos investidores. Se não houver racionamento de eletricidade em 2014, haverá ainda algum tempo para a tomada de decisões estruturais corajosas a fim de reorganizar o setor elétrico. Com isso se poderia adiar a 'morte anunciada' que é o racionamento, o qual acabará por desorganizar ainda mais o já desorganizado setor de energia do País", artigo de José Goldemberg - OESP, 17/2, Espaço Aberto, pA2.
   
 
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