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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Santuário abriga animais selvagens e silvestres que sofreram maus-tratos


Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Catarina, Alex, Hulk, Jimmy, Bruna, Bob, Jake e Leo. Esses são nomes de chimpanzés, de um urso e um leão. Animais selvagens, mas que viveram a maior parte das suas vidas com os humanos, cresceram longe de suas famílias, perderam a liberdade e até a saúde. Alguns ficaram famosos na tevê e em circos!  Talvez você nunca tenha ouvido falar, ou só viu na tevê e em jornais porque o espaço não é aberto para o público. Estamos falando do Santuário de Sorocaba, que abriga os grandes primatas (chimpanzé, orangotango, bonobo e gorila), mas atende outros animais que também foram vítimas de maus-tratos.
A ideia de criar um santuário foi de pessoas que fazem parte de um movimento internacional chamado Projeto dos Grandes Primatas, ou GAP. Esse grupo defende os direitos básicos à vida, à liberdade e à não tortura dos grandes primatas não humanos. Tratamos como não humanos porque as quatro espécies (chimpanzé, orangotango, bonobo e gorila) são os nossos parentes mais próximos no mundo animal. Em Sorocaba, o Santuário GAP foi criado há quinze anos. Seu primeiro hóspede foi o Guga: um chimpanzé órfão de apenas 3 meses de idade. Esse “bebê” foi adotado pela pessoa que criou o espaço, Pedro Ynterian.
Hoje, o santuário abriga 300 animais (selvagens e silvestres): 50 chimpanzés, 8 leões, 2 tigres e 3 ursos, além de várias espécies de macacos e aves. A maioria dos animais é vítima de tráfico, ou seja, foi retirada de seu habitat para ser vendida, contou o doutor Pedro. Cada um que chega é recebido com carinho, ganha nova vida com espaço, alimentação e dormitório. Muitos foram feridos, acabaram perturbados e abandonados. Isso porque cresceram em circos e viviam em gaiolas pequenas. Também tinham dentes e garras arrancados para não oferecerem riscos.
Comparar o sorrisão
Tem a história dos leões Simba, Mufasa e Sabrina. Os irmãos foram deixados na estrada, por um circo. Viajaram cinco dias numa gaiolinha, sobre um caminhão. A Sabrina infelizmente morreu.
Ainda bem que existem leis que proíbem esse tipo de exploração. Mas o último animal selvagem que chegou veio mesmo de um zoo. É o Jimmy. Apesar de quietão por não ter convivido com outros da sua espécie, ele mostrou que pode ser um bom pai. Jimmy praticamente adotou quatro filhotes: Sofia, Sara, Suzi e o César. A mãe é a Samantha, que não tem a mesma paciência do pai adotivo.
Quanto aos famosos que vivem ou viveram no santuário, o doutor Pedro citou os chimpanzés Hulk e Catarina. Ambos chegaram a participar de programas na tevê. O Xico da novela “Caras e Bocas” (reprisando na tevê), na realidade é uma chimpanzé, a Kate. Isso mesmo, é fêmea e tem até parentes em Sorocaba. É o seu irmão, o Emílio. Para perceber a semelhança basta comparar o sorrisão.
As histórias de alguns hóspedes
Bob – Chimpanzé resgatado de um circo. Morava numa gaiola instalada em uma carreta com o urso Jake. Bob teve os dentes arrancados para não oferecer risco.
Bruna – 21 anos. Era do circo Garcia, onde viveu numa pequena gaiola. Por isso, ela tem trauma de lugares fechados. Passa a maior parte do tempo no alto do cesto e plataformas. É tranquila e calma, adora tomar sol enrolada em seu cobertor.
Carolina Jr. – 6 anos. Tem um irmão, o Billy Jr.. Nasceu no zoo de Bauru, mas passou pelo zoo de Brasília. É hiper-ativa, carinhosa e de personalidade forte. Gosta de vestir meias e brincar com cadarços e elásticos de cabelo. Vive no grupo de Guga. Anda com seu cobertor enrolado nas costas ou entre as pernas.
Catarina – ‘Trabalhava’ em circos no Brasil. Veio de um circo que estava em Minas Gerais, onde vivia há mais de 30 anos. Não era só usada no picadeiro, mas ia em festas e escolas. Ela deve ter mais de 40 anos. Aos poucos está se acostumando com outros chimpanzés.
Cláudio – 10 anos. Chegou ainda bebê. É bastante ativo, inteligente e alegre. Adora brincar de correr e contar até 5. É do grupo de Guga e se dá bem com todos, principalmente com Emílio. Detesta câmeras fotográficas. Joga e cospe terra sem parar nas pessoas que não conhece.
Emílio – 10 anos. Foi criado por humanos desde pequeno. É chamado de chimpanzé “sorriso”, pois quando vê humanos que o tratam bem exibe um belo sorriso. É muito carinhoso, inteligente e adora brincar com os humanos de cócegas. Vive no grupo de Guga.
Jimmy – Morou só por mais de 10 anos, num recinto minúsculo do zoo de Niterói, que estava superlotado. Havia denúncias de maus-tratos e demorou para ser resgatado. Hoje ajuda a cuidar dos filhotes da Samantha, numa área de 10 mil metros quadrados.
Jake – Urso Negro sem garras e poucos dentes. Vivia na mesma carreta com o chimpanzé Bob. É perturbado e fica horas balançando-se, com movimentos repetitivos. Não parece mais um urso.
Leo – Leão jovem, chegou de Vitória da Conquista, Bahia. Viveu numa gaiola de 2 x 3 metros por mais de 3 anos.
Para saber mais: www.projetogap.org.br.

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