Flagrante de crime ambiental gera interdição de
mineradora em Pelotas Crédito: Carlos Queiroz / Especial
CP
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Um flagrante de crime ambiental, registrado no início da
tarde desta segunda-feira, em Monte Bonito, 9° distrito de Pelotas, na zona Sul
do Estado, surpreendeu até mesmo os técnicos da Fundação Estadual de Proteção
Ambiental (Fepam) e da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (Dema). Eles
disseram nunca terem visto tamanho dano à natureza numa Área de Preservação
Permanente (APP).
Para a extração de areia do arroio Pelotas, foi
construída uma estrada, sob a responsabilidade de uma mineradora, na margem
direita do arroio, com pelo menos um quilômetro de extensão e de seis a sete
metros de largura, para que caminhões e máquinas tivessem acesso à jazida. O
proprietário da empresa recebeu auto de infração com interdição das atividades.
Caso não seja cumprido o auto, o dono da mineradora poderá ser preso por
desobediência, e ter todo o maquinário apreendido.
O empresário deverá
pagar uma multa por dano ambiental, que ainda deve ser calculada após análise do
tamanho do prejuízo, e responder criminalmente pela infração, perante o Juizado
Especial Criminal. A reparação ao meio ambiente deve ser exigida via Ministério
Público Federal (MPF), que vai receber relatório da Justiça e cobrar dos
responsáveis um plano de recuperação da área degradada.
Danos ao meio
ambiente
O chefe da divisão de mineração da Fepam, Renato Zucchetti,
acrescentou que para a construção da estrada foram utilizados outros materiais
além da areia, como pedras de granito e pó de brita, como base e para dar
firmeza à passagem. Segundo ele, a licença para mineração em rios e arroios é
concedida para extração por navegação e aterrar o curso de um rio é proibido por
lei federal.
Zucchetti acredita que a extração ilegal de areia no local
é anterior a 2012. Segundo ele, o empresário foi advertido durante vistoria
realizada na quarta-feira da semana passada, mas mesmo assim não paralisou as
atividades.
“Toda a vegetação ao longo deste um quilômetro da margem
direita do arroio irá sofrer forte impacto e estão comprometidas, por se
constituírem em plantas características de umidade”, ressaltou. Ele afirmou que,
como o local está muito próximo a um ponto de captação de água potável, o pó de
brita que está se dissolvendo na água deve chegar até a estação de tratamento e
isso vai ocasionar a elevação dos custos para o tratamento dela.
O
proprietário se defendeu e disse que desde 1979 a extração de areia é feita
desta maneira, pois o arroio Pelotas naquele ponto não é navegável. Ele negou
que, na visita da última quarta-feira, tenha recebido uma determinação por
escrito para interromper as atividades. “Toda a vez que foi solicitada a
paralisação dos trabalhos, eu parei”, salientou. O empresário informa que a
areia extraída do local é levada para depósito da empresa em Pelotas e destinada
às obras da construção civil. No local trabalham 250 funcionários.
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Fonte: Luciara Schneid /
Correio do Povo |
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