Desde os anos 1960, a geógrafa Bertha Becker estudava a expansão da fronteira agropecuária na Amazônia. “Naquela época, a Amazônia era muito distante do imaginário brasileiro, ninguém vivia e partilhava dos problemas”, dizia. Suas pesquisas contribuíram de forma inequívoca para todo o entendimento das dinâmicas de ocupação da região amazônica nas últimas décadas. Bertha Becker sempre defendeu que o mais importante para a conservação da Amazônia eram as condições de vida e produção das populações locais e que o desenvolvimento da região deveria se basear na inovação e no fomento à indústria criativa local.
Concentrando sua abordagem no território e na fronteira, Bertha trouxe a discussão ambiental e do desenvolvimento sustentável para a geografia política. À frente do Laboratório de Gestão do Território (LAGET) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi pioneira ao abordar a questão urbana na região amazônica.
Em 2009, coordenou a elaboração do Macrozoneamento da Amazônia Legal, realizado pelo Ministério do Meio Ambiente, ocasião em que visitou o ISA em São Paulo.
Paixão pelo que fazia, senso crítico afiado, e humor refinado marcaram sua personalidade. Tanto que seus amigos chegaram a criar a Associação dos Amigos da Bertha Becker (AABBER). Professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), doutora honoris causa pela Universidade de Lyon III, na França, e integrante da Academia Brasileira de Ciências (ABC), publicou, entre outros, Dimensões humanas da biodiversidade – O desafio de novas relações sociais (com Irene Garay, Vozes, 2006); Amazônia. Geopolítica na virada do III milênio(Garamond, 2004); Um futuro para Amazônia (com Claudio Stenner, Oficina de Textos, 2008) e Dilemas e desafios do desenvolvimento sustentável (com Ignacy Sachs e Cristovam Buarque, Garamond, 2006).
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* Publicado originalmente no site Instituto Socioambiental.
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