UPF investiga mortes de peixes em
Erechim Crédito: Celso Dalla Rosa / Especial / CP
|
|
Somente os exames de laboratório de análises químicas da
Universidade de Passo Fundo (UPF) poderão determinar qual o produto que provocou
a morte de milhares de peixes em uma lagoa às margens da ERS 135, na saída de
Erechim para Passo Fundo. De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente,
Mario Rogério Rossi, o proprietário da área onde fica a lagoa disse que cerca de
quatro toneladas de peixe apareceram mortos, desde o último dia 17, até agora.
Ele teria aberto uma vala para enterrar os pescados. O secretário informou ter
orientado o proprietário para que forrasse a vala com uma lona, visando impedir
a contaminação da área. “Estamos tomando todas as precauções possíveis”,
salientou Rossi.
Ele confirmou que foram recolhidas amostras da água da
lagoa e de duas sangas (riachos) que desembocam em lugares diferentes do
manancial. Os peixes que ainda estão vivos são transportados para outras lagoas
da região. Rossi declarou que a Secretaria do Meio Ambiente realiza investigação
paralela sobre o caso. O 2º Pelotão de Polícia Ambiental de Erechim conhece o
problema desde o dia 17 de julho. Segundo o comandante da Unidade Militar
Ambiental, tenente Valdecir Ribeiro da Silva, nos dias 17 e 18 deste mês,
começaram a aparecer peixes mortos na lagoa - cerca de uma tonelada. Na ocasião,
a Polícia Ambiental expediu Boletim de Ocorrência (BO) contra uma empresa
situada às margens da ERS 135. “Os proprietários argumentaram que não partiu
dela o descarte do produto que matou os peixes”, esclareceu o
comandante.
Nas últimas horas, o volume de animais mortos aumentou para
cerca de 4 toneladas, conforme o secretário do Meio Ambiente. Os números
definitivos ainda não são conhecidos. A Polícia Ambiental apontou que a maioria
dos peixes são tilápias de 1 quilo, em média, e carpas, entre 15 quilos e 25
quilos. Nos dias 17 e 18, quando houve a primeira denúncia, o comandante da
Polícia Ambiental de Erechim relatou que os policiais usaram equipamento próprio
para analisar a água, sem a precisão de um laboratório químico. “A água estava
extremamente poluída, quase sem nada de oxigênio”, frisou Silva. Ainda de acordo
com o comandante, o BO contra uma empresa próxima ao local será encaminhado à
Polícia Civil e para o Ministério Público (MP).
No final da tarde, um
dos sócios da empresa proprietária do lago, mas que atua em outra área, contou
que os peixes continuam morrendo. Segundo Airton Dalla Rosa, a área foi povoada
com 20 mil a 25 mil peixes. “A ideia era secar a lagoa este ano para
comercializar e doar aos nossos funcionários, mas, com a contaminação, o projeto
ficou inviável”, lamentou. Ele explicou haver mais de 20 espécies de peixes,
inclusive dourados. “Primeiro, começaram a morrer os grandes, agora, até os
peixes pequenos estão morrendo” apontou Dalla Rosa. Ele indicou que já passa de
quatro toneladas os exemplares mortos.
*************************************
Fonte: José Ody / Correio do Povo |
Nenhum comentário:
Postar um comentário