O uso de algas como biocombustíveis não é uma novidade no segmento de energias renováveis, mas sua tecnologia geralmente está associada ao mar. Uma cidade espanhola, no entanto, resolveu aproveitar esgoto para produzir o vegetal e gerar energia.
A estação de tratamento de águas de “Chiclana de la Frontera” será a primeira do mundo a ser usada para transformar água residual em biocombustível, segundo o Inhabitat. A partir da água utilizada no banho, da lavagem de pratos e limpeza da casa, serão cultivadas as algas, e com a ação do dióxido de carbono esse material vai se transformar em biomassa. Em seguida, a biomassa gera gás, que é convertido em energia elétrica ou combustível.
Uma parte do projeto já virou realidade. Com financiamento da União Européia, o primeiro lote de algas já foi produzido e a previsão é que quando o estudo estiver concluído, haverá combustível suficiente para abastecer 200 carros, por ano. Por utilizar águas residuais, a estação de produção de biocombustível será mais barata para a cidade que uma unidade convencional.
Para alcançar o potencial de produção energética desejado será necessário ampliar os tanques em uma área equivalente a dez campos de futebol. Outras 300 cidades estariam interessadas em implementar o projeto, que é capitaneado pela empresa de gestão de águas, a Aqualia.
Potencial das algas
Uma pesquisa realizada no Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) indicou que as microalgas encontradas no litoral brasileiro têm potencial energético muito superior ao da soja (base do biodiesel brasileiro), chegando a produzir em média 90 mil quilos de óleo por hectare.
Na Alemanha, um prédio utilizará algas para filtrar o ar, outro importante potencial do micro-organismo, e para gerar energia. As algas estarão implantadas nas grelhas da fachada e dentro de cada metro quadrado é possível extrair cerca de 15 gramas de biomassa por dia, o que pode produzir cerca de 4.500 kWh por ano de energia elétrica.
* Publicado originalmente no site EcoD.
(EcoD)
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