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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

População brasileira deve atingir ápice em 2030, com 208 milhões

Crescimento de jovens desocupados e nova condição feminina são alguns destaques dos Comunicados 156 e 157




Fotos: Kennedy Costa
Conteúdo dos Comunicados nº 156 e 157 é baseado nos últimos
dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)
Queda da população a partir de 2030 e bons índices de redução do desemprego no cenário internacional: essas foram duas constatações feitas nos Comunicados do Ipea nº 156 e 157, que trataram da demografia e do mercado de trabalho brasileiros com base nos últimos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). As apresentações ocorreram em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 11, às 11h, no Rio de Janeiro.
A técnica de Planejamento e Pesquisa Ana Amélia Camarano mostrou, com base no Comunicado nº157 (Tendências Demográficas Mostradas pela PNAD 2011), que desde 2007 a taxa de fecundidade total do Brasil está abaixo dos níveis de reposição: 1,7 filho por mulher. Isso implica a desaceleração do crescimento da população brasileira, que poderá diminuir de fato a partir de 2030. A queda da taxa ocorreu em todas as faixas etárias. A taxa de fecundidade entre as adolescentes vem caindo desde 2000. Para efeito de comparação, em 1992 a taxa era de 91 filhos nascidos vivos por 1000 mulheres; em 2011, de 51.
Nessa linha, a população brasileira deverá chegar a 208 milhões em 2030 e, a partir daí, reduzir. Em 2040, são esperados 205 milhões de habitantes. Se confirmado, isso afetará o mercado de trabalho, em que a oferta de mão de obra chegaria a 156 milhões em 2030 e reduziria para 152 milhões em 2040 (pessoas com idade ativa). A tendência é um acelerado envelhecimento populacional.
Camarano destacou a queda da taxa nas regiões Norte (3,3 filhos por mulher em 1992 para 2,0 filhos em 2011) e Nordeste (3,6 filhos para 2,0). O Sul atingiu 1,6 filho, e o Sudeste 1,7. Isso mostra que a taxa nacional vem se tornando mais homogênea ao longo do tempo. A pesquisadora também ressaltou o aumento da proporção de mulheres cônjuges que contribuem para a renda das suas famílias, de 39,1% para 66,3% no mesmo período. Já população idosa cresceu: cerca de 23 milhões de brasileiros com mais de 60 anos em 2011.

Mercado de Trabalho

O técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Miguel Foguel apresentou os dados referentes ao Comunicado do Ipea nº 156, intitulado PNAD 2011: Primeiras Análises sobre o Mercado de Trabalho Brasileiro. Ele considerou positivo o atual panorama de mercado de trabalho nacional e citou como prova disso a queda na taxa de desemprego, que é sistemática desde 2005 (com uma discrepância em 2009 devido à crise mundial). No contexto internacional, o Brasil figurou entre os países que experimentaram maior queda da taxa entre 2009 e 2011.
Foguel atentou para os índices de Taxa de Participação e de Ocupação, que mostram aumento da oferta de trabalho, mas em ritmo menor que o crescimento da população em idade ativa. O pesquisador também atentou para dois índices importantes: cresceu a quantidade de jovens que não trabalham, nem estudam (cerca de 3% de aumento), e também daqueles que só estudam (cerca de 4%).
Segundo o técnico do Ipea, diminuiu a proporção das ocupações que exigem baixa qualificação técnica e aumentou a escolarização dos trabalhadores: aproximadamente 49% têm pelo menos o ensino médio completo. O estudo traz, ainda, a evolução dos rendimentos de acordo com gênero e raça.

Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 157, Tendências demográficas mostradas pela PNAD 2011
Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 156, PNAD 2011: Primeiras Análises sobre o Mercado de Trabalho Brasileiro
Veja os gráficos da apresentação do Comunicado do Ipea nº 157
Veja os gráficos da apresentação do Comunicado do Ipea nº 156
Vídeo: assista à íntegra da apresentação dos Comunicados nº 156 e 157
Vídeo: assista à entrevista com a técnica Ana Amélia Camarano, sobre o Comunicado do Ipea nº 157
Vídeo: assista à entrevista com o técnico Miguel Foguel, sobre o Comunicado do Ipea nº 156

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FONTE : Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea).
EcoDebate, 15/10/2012

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