Conforme ALVES, 1998 sistema de drenagem pluvial é essencial para a eficiência do escoamento e águas proveniente de chuvas ou e transbordamento de cursos naturais a fim de evitar alagamentos e inundações, agravando-se o problema com o aumento da urbanização desordenada. Este item é de extrema relevância na qualidade de vida e qualidade ambiental e estes sistemas quando implantado pós fixação da urbanização se torna de alto custo e ainda deficiente, sendo preferencialmente para maior eficiência no sistema a implantação antes da urbanização.
Este sistema pode ser divididos de acordo com as suas dimensões, a macro drenagem e a micro drenagem ou drenagem inicial, sendo a macro drenagem, alem da micro drenagem inclui as galerias de grande porte e corpos receptores , canais e rios .
A micro drenagem inclui a coleta e o afastamento das águas superficiais e subterrâneas através de pequenas e médias galerias que fará parte da totalidade do sistema, isto é a macro drenagem, trazendo benefícios para o trafego de automóveis e pedestres nas vias públicas.
Um adequado sistema de drenagem pluvial é muito importante, pois proporciona:
1. Desenvolvimento do sistema viário;
2. Redução de gastos de manutenção das vias públicas;
3. Valorização das propriedades existentes na localidade;
4. Facilidade no escoamento, evitando alagamentos;
5. Recuperação de áreas alagadas.
O desenvolvimento urbano nos países em desenvolvimento tem sido realizado de forma insustentável, com graves problemas ambientais afetando a qualidade de vida da população e esta situação na América Latina é pior onde 77% da população é urbana (48% nível mundial), existem 44 cidades na América Latina com população superior a 1 milhão de habitantes (ONU, 2003), com está ocupação com esta forma ocorre a impermeabilização do solo e com isso as enchentes e inundações, também pelas canalizações que aceleram o escoamento.
O ciclo hidrológico sofre várias alteração nas áreas urbanas, alem da alteração da superfície e canalização, sofre o aumento da contaminação devido a poluição do ar, material sólido disposto pela população, Leopold, 1968 mostra que o aumento da vazão média de cheia chega a valores de 6 vezes ao das condições normais .
São observados materiais sólidos existentes na drenagem, que é o principal problema no mundo todo, mas Brasil não existe informação da quantidade de material sólido chega na drenagem , mas sabe-se que a coleta de lixo em média é da ordem de 0,74 kg/hab. Já no estado americano da California o lixo que chega na drenagem é de 4 lb/pessoa/ano e após a limpeza das ruas resulta 1,8/pessoa/ano na rede (LARGER et al,1977).
Segundo Armitage e Rooseboom (1998), comparando os resultados obtidos na Africa do Sul com a realidade geral do Brasil, foi possível estimar que 18% do lixo existentes na rua são transportados pela drenagem urbana. Conforme Allison et al.(1998) a contribuição na Australia chega de 20 a 40% há por ano, concluindo-se que o problema na Africa do sul é 100 vezes pior.
Segundo Schueller,(1987) material suspenso na drenagem pluvial apresenta uma carga muito alta de vazão principalmente no inicio das enchentes e transportam grande parte de carga poluente de origem pluvial, que podem variar de componentes orgânicos e matais altamente tóxicos.
Uma visão moderna envolve planejamento integrado da água incorporada ao um plano de desenvolvimento urbano composto por estudos de mananciais, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem urbana, fatores todos relacionados com as inundações. Todos estes fatores estão relacionados diretamente com a ocupação do solo urbano, que deve ser ligado com o planejamento integrado de bacia, fazendo parte a população e o uso de recursos naturais (MARSALEK et. al. 2001).
ALVES.A.C. Regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões. Novas dimensões constitucionais da organização do estado brasileiro. www.pge.sp.gov.br/centro de estudos /revistas São Paulo ,1998;
ONU, United Nations World Water Development Report. Paris: UNESCO. 576p.
ARMITAGE, N. P.; ROOSEBOOM, A. 1998. The removal of litter from stormwater conduits in the developing world. In: INTERNATIONAL CONFERENCE URBAN DRAINAGE MODELLING (UDM’98), 4., 1998, London. Developments in urban drainage modeling: pre-prints. London: IAWQ. p.801-808.
SCHUELLER, T.R. 1987. Controlling urban runoff: a practical manual for planning and designing urban BMPs. Washington: Metropolitan Washington Council of Governments. 229p;
MARSALEK, J.; ROCHFORT, Q.; SAVIC, D. 2001. Urban water as a part of integrated catchment management. In: MAKSIMOVIC, C.: TEJADA-GUIBERT, J.A. (Ed.). Frontiers in urban water management. London: IWA. ch.2, p.37-82;
********************************
FONTE : Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
EcoDebate, 25/10/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário