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segunda-feira, 29 de outubro de 2012
"Eu apoio a causa indígena" - boletim de 29/10/2012
Hutukara realiza assembleia e comemora 20 anos da homologação da TI
Representantes das 37 regiões da Terra Indígena Yanomami discutiram plano para o futuro, firmaram pacto contra mineração e elegeram nova diretoria em meio aos festejos que incluíram cantos, danças e diálogos cerimoniais - Notícias Socioambientais, 29/10.
Povos Indígenas
Aldeia guarani kaiowá promete resistir 'até a morte'
Eles são cerca de 170 índios Guarani Kaiowá, estão em uma área de 2 hectares de mata ilhada entre um charco e o leito do Rio Hovy, na divisa da Reserva Sassoró com a Fazenda Cambará, propriedade de 700 hectares no município de Iguatemi, no sul de Mato Grosso do Sul. A presença desse grupo de índios na área de mata ocupada por eles há um ano e chamada de Pyelito Kue/Mbarakay - que quer dizer terra dos ancestrais - foi decretada ilegal pela Justiça Federal há um mês e os indígenas condenados a deixar o local. Mas eles se negam a sair e prometem resistir à ordem judicial de despejo. "Esta terra não é dos brancos. É nossa, de nossos ancestrais. Vamos ficar aqui até morrer", afirma Líder Lopes, um dos chefes do grupo - OESP, 29/10, Nacional, p.A4.
Governo teme conflito entre índios e fazendeiros em MS
O governo federal decidiu convocar uma reunião de emergência para tentar intervir na disputa fundiária envolvendo índios Guarani Kaiowá e fazendeiros em Mato Grosso do Sul. Pastas e órgãos deverão se reunir nesta segunda-feira. A etnia tem histórico de suicídios - foram 555 entre 2000 e 2011, segundo o Ministério da Saúde. A taxa de suicídios entre Guarani Kaiowá é de 62,01 por 100 mil habitantes. Para a OMS, um índice de 12,5/100 mil já é muito alto. Além disso, os Guarani Kaiowá vivem cercados por pistoleiros e os registros de ataques são constantes. Segundo a Procuradoria da República, a taxa de homicídios entre os Guarani Kaiowá é de 100 para 100 mil habitantes, quatro vezes a média nacional, 27,1 - FSP, 27/10, Poder, p.A9.
Depressão e suicídios, os dramas das tribos em MS
Um dos principais tormentos dos Guarani Kaiowá é o suicídio de jovens. Agripino Silva, 23 anos, da aldeia Ipo'y, acampamento de uma fazenda em Paranhos, foi encontrado morto no último sábado. A suspeita é que se trate de suicídio, conforme os primeiros relatos da comunidade registrados na Funai. Para um dos líderes da região, Apyka Rendju, que já foi ameaçado de morte, o caso parece ser mais um das centenas de suicídios que ocorrem entre os Kaiowá. Para ele, a onda de suicídios na região, que já dura mais de uma década, se deve à situação difícil da condição indígena em contato com a colonização branca e a indefinição da questão fundiária - OESP, 29/10, Nacional, p.A4.
Posse de terra move a violência
Dados do relatório mais recente do Cimi apontam a ocorrência de 53 conflitos ligados à terra só no ano passado em 12 unidades da Federação. Mato Grosso do Sul, apesar de registrar apenas três casos de conflito, responde por 62% dos 51 assassinatos de indígenas no Brasil em 2011. Os patamares elevados de violência historicamente registrados naquela região explicam a tensão em torno da atual disputa pela área em Iguatemi (MS). Desde 2008, a Funai faz estudos para verificar se o local deve ser demarcado como terra indígena. Cleber Buzatto, secretário executivo do Cimi, destaca a falta de vontade política do governo Dilma Rousseff. O guarani Otoniel Ricardo, liderança do grupo em Mato Grosso do Sul, irá a Brasília amanhã para uma reunião na Secretaria de Direitos Humanos - CB, 29/10, Brasil, p.11.
Nós, guaranis-kaiowás
"Estudo do Repórter Brasil indica o ano de 1882 como o início da expulsão dos guaranis-kaiowás de suas terras - quando o governo federal arrendou a região para a companhia Matte Laranjeiras cultivar erva-mate. A partir daí, começaram a ser desalojados, expulsos de suas terras, tangidos para faixas de beira de estrada, áreas da União onde não se pode ter atividade produtiva. Aos jovens, mostra-se a escolha entre trabalhar em canaviais, em regime de semiescravidão, ou perambular mendigando nas ruas das cidades próximas. Muitos preferem o suicídio. Ainda é tempo de trilhar o rumo da justiça com esses brasileiros. A justiça não apenas dos tribunais. A justiça do reconhecimento. Do múltiplo reconhecimento nesse paradoxal estranhamento étnico em um país que tem como uma de suas raízes mais profundas a riqueza da diversidade cultural, artigo de Marina Silva Guarani-Kaiowá. Marina incorporou neste artigo o nome da etnia atendendo a uma campanha no Facebook- OESP, 28/10, Aliás, p.J3.
Até abuso tem limite
"É estarrecedor observarmos Funai, ONGs indigenistas e movimentos sociais orientando a AGU. Um dos grandes feitos do governo da presidente Dilma reside na construção de um clima de entendimento e de negociação. Tenho me associado a ela nessas iniciativas que visam o bem-estar maior da nação. A superação de ideias preconcebidas tem sido a sua marca. A suspensão da portaria 303 pela AGU segue na contramão dessa política, retrocedendo ao clima de conflito e de incerteza. A insegurança jurídica se generaliza e joga os brasileiros uns contra os outros. Pior ainda, contraria os interesses maiores do Brasil e da soberania nacional. O abuso está transpondo qualquer limite do tolerável", artigo de Kátia Abreu - FSP, 27/10, Mercado, p.B22.
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