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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Manchetes Socioambientais - 13/8/2013

Energia

 
  Até dezembro deste ano, as usinas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, não poderão escoar toda a energia produzida para o sistema interligado nacional. Por um erro de planejamento da obra, elas só poderão transmitir para o sistema 1.100 MW -pouco mais de um terço da potência instalada, de 3.030 MW. Se o limite for estourado, há risco de as turbinas queimarem. O problema ocorreu porque os sistemas de proteção e controle de equipamentos das usinas, na geração e transmissão, não funcionam adequadamente em conjunto - FSP, 13/8, Mercado, p.B3.
  Um erro na conexão entre a linha de transmissão e as duas usinas hidrelétricas do Rio Madeira (RO) - Jirau e Santo Antônio - vai pesar no bolso dos consumidores brasileiros. Eles terão que pagar cerca de R$ 100 milhões, mesmo recebendo somente uma parte da energia gerada pelas usinas. Segundo cálculo feito por um especialista do governo, se as obras da usina de Jirau não tivessem atrasado, o prejuízo poderia ser ainda maior, de mais R$ 500 milhões, porque, mesmo que a energia não chegue às casas dos consumidores, ela teria que ser paga - O Globo, 13/8, Economia, p.19.
 
"O governo deve uma explicação para o mais novo erro do Ministério das Minas e Energia nas usinas do Rio Madeira. O jornal Valor Econômico revelou que os sistemas de segurança da geração e transmissão não são compatíveis. O problema foi descoberto em 2010, mas o governo escondeu o que o país tinha direito de saber", coluna de Míriam Leitão - O Globo, 13/8, Economia, p.20.
  A linha de transmissão Tucuruí-Macapá-Manaus atravessa quase 1,8 mil quilômetros de floresta. Suas 3.351 torres chegam a ter 295 metros de altura - o equivalente a um prédio com 100 andares. Os R$ 3,5 bilhões investidos na construção tinham o objetivo de interligar a maior parte da Região Norte ao sistema elétrico nacional. Oficialmente, a conexão ocorreu em 9 de julho com a conclusão da linha. Mas, na prática, não é bem assim. A região segue consumindo cerca de R$ 2 bilhões por ano para pagar o combustível de 27 térmicas. O motivo: a Amazonas Energia, distribuidora do grupo Eletrobrás, atrasou a sua parte das obras - OESP, 11/8, Economia, p.B1.
  Em Manaus, o último blecaute aconteceu há um mês. No ano passado, foram cinco apagões. E, pontualmente, diversos bairros ficam às escuras em horários determinados. Para se proteger, a população gasta em manutenção e precisa driblar problemas técnicos e de distribuição da Amazonas Energia, da Eletrobrás - OESP, 11/8, Economia, p.B1.
  "O Ministério de Minas e Energia baixou uma portaria determinando que, embora 'interligada' ao sistema nacional, a rede da Região Norte continuará a ser considerada 'isolada' até que as obras da Amazonas Energia estejam concluídas. Não se sabe quando tudo estará pronto, mas já se sabe quem pagará a conta de mais essa confusão. No ano passado, a CCC foi absorvida pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), destinada a subvencionar consumidores de baixa renda e a bancar projetos de universalização do serviço. Como a presidente Dilma Rousseff havia prometido baratear a conta de luz, a CDE passou a ser coberta pelo Tesouro. Logo, grande parte dos R$ 2 bilhões que seriam economizados com a interligação da Região Norte ao sistema nacional terá de vir do lugar de sempre: o bolso do contribuinte", editorial - OESP, 13/8, Notas e Informações, p.A3.
   
 

Geral

 
 
Uma nevasca fora do comum provocou grande estrago na Mata Atlântica do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, há três semanas. Araucárias centenárias foram atingidas. O Parque Nacional da Serra do Itajaí foi bastante danificado. As árvores adaptadas ao clima tropical sofreram com o acúmulo de gelo e ventos fortes. Centenas delas, mesmo as de grande porte, tombaram. As árvores mais novas ficaram arqueadas ou simplesmente não aguentaram o peso da neve, e acabaram se partindo. A fauna também está sofrendo consequências. O gelo diminuiu a quantidade de frutos e folhas disponíveis para alimentação dos animais. Além disso, muitas espécies simplesmente não conseguiram suportar o frio - O Globo, 13/8, Amanhã, p.8 e 9.
  Vastas áreas da Amazônia estão crescendo mais lentamente do que há milhares de anos devido à falta de fertilizantes no solo, materiais que eram fornecidos pela chamada "megafauna" - conjunto de grandes mamíferos que foram extintos com a chegada o homem ao local. Um estudo de como os nutrientes do solo são distribuídos na bacia amazônica revelou que há uma escassez de minerais vitais, tais como fósforo, pois grandes mamíferos já não percorrem a região para fertilizar o solo com seu esterco. Cientistas acreditam que a extinção de grandes herbívoros leva a um sério desequilíbrio de minerais no solo cujo impacto é sentido até hoje - O Globo, 13/8, Ciência, p.30.
 
Uma série de novos estudos prova que o contato com a natureza faz bem à saúde. Florestas, montanhas e praias fazem bem ao corpo. Ambientes naturais podem reduzir a pressão sanguínea, infecções e os níveis do hormônio do estresse, por exemplo. No Japão, florestas já foram criadas para proporcionar aos habitantes de cidades uma chance de passear no bosque. Os benefícios de entrar em contato com o verde são muito maiores do que costumamos imaginar - O Globo, 13/8, Amanhã, p.10 a 14.
 
Embora ainda enfrentem problemas políticos e sociais, a Costa Rica, o Vietnã e o Butão sempre aparecem bem colocados no ranking das nações mais felizes. Não por acaso, têm em comum a implementação de políticas inovadoras que favorecem o meio ambiente e os espaços verdes. Depois de desmatar quase 70% de sua floresta para o pasto, A Costa Rica decidiu priorizar suas belezas naturais e ecossistemas, apostando alto no ecoturismo. Depois de proteger 25% do território com reservas e parques ecológicos, recebe hoje cerca de 2 milhões de visitantes por ano - O Globo, 13/8, Amanhã, p.15.
  O prefeito do Rio, Eduardo Paes, publicou ontem decreto com o tombamento do prédio do antigo Museu do Índio, que, atualmente, abriga a Aldeia Maracanã. O futuro uso do prédio que abrigou o Museu do Índio ainda não foi decidido. Há promessas do governo do estado de transformá-lo em um Centro de Referência da Cultura Indígena - O Globo, 13/8, Rio, p.9.
 
"Usualmente se critica o traficante e ele realmente é o elo mais nefasto da cadeia do tráfico de animais silvestres. Mas se deve questionar: por que o traficante existe? A resposta é óbvia, mas em geral não gostamos de considerá-la. O traficante existe porque existem as pessoas que compram ou aceitam os animais silvestres. Assim, acabar com o tráfico de animais é fácil. Depende da conscientização de que o cativeiro é perverso para o animal. Não existe justificativa para o cativeiro. Tratar bem, ter afeto, gostar, nada substitui a liberdade. O livre arbítrio dos animais depende do nosso livre arbítrio em optar pela liberdade. Deve-se optar por comprar binóculos e não gaiolas", artigo de Roberto Cabral - O Globo, 13/8, Razão Social, p.23.
  "Alguns dos problemas mais graves detectados durante o seminário de lançamento do Observatório do Código Florestal são: a) a falta de transparência na regulamentação da Lei pelos Estados, b) falta de estrutura e recursos (humanos e financeiros) junto aos órgãos ambientais nos Estados e municípios e c) o total descompasso entre as políticas agrícolas e tributárias que não impulsionam (quando não jogam contra) as atividades florestais e agropecuárias rumo à sustentabilidade. O problema não é carência de recursos, mas de diretrizes políticas e gestão orientada para a sustentabilidade rural. Sem informação, mobilização e participação de vários setores da sociedade, a tese do Brasil Potência Socioambiental será infelizmente só mais um sonho", artigo de André Lima e Osvaldo Stella - Valor Econômico, 13/8, Opinião, p.A12.
   
 

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